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terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Alves dos Reis, o maior burlão de sempre em Portugal

Alves dos Reis (1896-1955) era um falsificador de notas, um vigarista do pior que agia praticamente por conta própria. Contudo, as notas que imprimia ilegalmente eram exactamente iguais às do Banco de Portugal e por isso, era quase impossível detectar os seus actos fraudulentos que lesavam muita gente. Inclusive, ele desejava controlar o próprio Banco de Portugal (e caso o conseguisse, acreditava que poderia depois ocultar as provas/pistas passíveis de serem usadas contra si). Contudo, os seus actos ilegais seriam detectados antes disso acontecer, e obviamente não escapou à punição.
O julgamento começou em 1930 (embora já estivesse detido desde 1925), Alves dos Reis, sempre de cabeça erguida, confessara os seus crimes, embora a sua esperteza tivesse merecido a admiração de muitos dos presentes. Alves dos Reis chega mesmo a humilhar o Banco de Portugal, afirmando que este também não podia emitir dinheiro, pois não tinha existência legal enquanto pessoa jurídica (não estava devidamente registado como exigiam as leis portuguesas). Todavia, não escaparia, mesmo assim, a 20 anos de prisão, num processo em que o Estado Português saiu humilhado. No ano de 1945, é libertado. Em 1952, Alves dos Reis volta a acção, burlando um negociante de Lisboa em 60 mil escudos, prometendo falsamente, em troca, 6 400 arrobas de café angolano.
Faleceria pobre em 1955, quando foi condenado a uma nova pena, desta feita de 4 anos.

Curiosidade: No ano de 1935, corria a seguinte anedota:

Salazar, preocupado com situação financeira portuguesa, queixou-se a um amigo, e este disse-lhe:
"Isso não é problema, com dez escudos eu sou capaz de solucioná-lo.
"Mas como?" - perguntou Salazar.
"É exactamente o preço do transporte: vamos de carro até à penitenciária, tiramos de lá o Alves Reis, e você troca de lugar com ele."




Imagem nº 1 -  Retrato de Alves dos Reis.




Imagem nº 2- Notas de 500 escudos foram as mais falsificadas. Ao todo, foram 200 000 as que tiveram a mão de Alves dos Reis.

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