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quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Algumas razões da revolta do povo português

Servidores de Passos Coelho custam 134 mil €/mês. Despesa mensal com pessoal do gabinete do primeiro-ministro. (Correio da Manhã)

Motoristas de Crato ganham mais que professores!
O ministério liderado por Nuno Crato tem ao seu serviço um total de 13 motoristas, 12 deles com um salário-base mensal de 1.850 euros, noticia esta segunda-feira o Diário de Notícias. (Notícias ao Minuto)


O presidente da República, Cavaco Silva, garante que a reforma não chegará para pagar as suas despesas. O rendimento mensal terá de ser complementado pelas poupanças que fez ao longo de 48 anos de casado. (Jornal de Notícias)


A Presidência da República portuguesa custa cinco vezes mais do que a Casa Real espanhola, em valores absolutos e 18 vezes mais por habitante, disse quinta feira à noite, na Figueira da Foz, D. Duarte Pio de Bragança.
Aludindo a diferenças entre os custos dos sistemas monárquico e republicano, o pretendente ao trono nacional frisou que o Presidente da República português, anualmente, "custa cerca de 2,9 euros por habitante" enquanto os encargos por habitante do Rei de Espanha representam "uns cêntimos por ano" aos cidadãos espanhóis. (Diário de Notícias)


Alheios às imposições da Troika, os dirigentes federativos portugueses decidiram atingir desde já o topo... em gastos. A selecção portuguesa será aquela que mais vai desembolsar nos gastos com alojamento diário das suas estrelas: 33174 euros por noite. No extremo oposto está Espanha, campeã mundial que consegue o mais baixo preço por diária: 4700 euros. (Sobre a estadia dos jogadores da selecção no Euro 2012 in Jornal de Notícias)


A Fundação Mário Soares vai receber, nos próximos dois anos, 210 mil euros de apoio financeiro do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Ao todo, entre 2008 e 2014, a fundação presidida pelo próprio Mário Soares receberá do Estado um total de cerca de 1,8 milhões de euros. (Correio da Manhã)


Governo corta subvenções vitalícias mas abre excepção para os três ex-Presidentes.
Os ex-presidentes da República Mário Soares, Jorge Sampaio e Ramalho Eanes vão ficar excluídos dos cortes nas pensões vitalícias. O Orçamento do Estado para o próximo ano prevê que as subvenções vitalícias pagas a ex-políticos com rendimentos mensais acima dos dois mil euros sejam suspensas a partir de Janeiro mas abre uma excepção para os antigos chefes de Estado. (Jornal Económico)


Dezenas de pessoas pediram a demissão do governo no parlamento. 
"Não podemos deixar que os nossos carrascos nos dêem maus costumes", foi a frase de Simone de Beauvoir adaptada ontem por Assunção Esteves para prosseguir a sessão plenária após dezenas de pessoas terem sido retiradas das galerias do parlamento - gritando "demissão" e "25 de Abril sempre, fascismo nunca mais".  (Jornal i)


Um grupo de 31 trabalhadores da RTP com funções de entretenimento, informação, gestão ou administração, recebe, cada um, um ordenado mensal superior não só ao do primeiro-ministro mas também ao vencimento a que o Presidente da República (PR) tem direito. Deste conjunto, oito colaboradores ganham mais do dobro do salário de Cavaco Silva – que ronda os 6500 euros –, sete dos quais não têm funções de gestão/administração. - (Jornal i)


O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, defendeu hoje, sexta-feira, que Portugal precisa de "políticas activas de emprego mais profundas" e de "atrair mais investimento" para combater o desemprego, que considerou "uma chaga social muito forte". (Jornal de Notícias, promessa do ano de 2010)


20 milhões por mês para reformas milionárias.
Há 4533 pensionistas a receber mais de 4000 euros por mês - o número mais do que quadruplicou em 10 anos. Em média, custam à Caixa Geral de Aposentações cerca de 20 milhões de euros por mês, ou seja, 285 milhões/ano. Villaverde Cabral propõe que haja um tecto. (Diário de Notícias)



Foram estas as notícias (e não só) que me levam a apoiar inequivocamente as manifestações que se farão sentir nos próximos dias.
Estão em causa muitos direitos que nos estão a tirar. Há quem já compare, embora aqui eu acho que exista um evidente exagero, este governo àqueles do período fascista. Ainda temos a liberdade de expressão, e isso foi sempre o maior bem que tivemos. Podem chamar-nos de carrascos ou piegas, mas ainda temos o direito de criticar e procurar construir um país melhor. Tudo continuará a depender da vontade do povo português!
De facto, não estamos ainda numa ditadura, mas a verdade é que a nossa democracia, de ano para ano, está a ficar mais debilitada, e isso deveria preocupar todos os portugueses, independentemente da cor partidária. Conheço inclusive alguns amigos meus que são do PSD e que refutam este caminho, admitindo que a matriz do partido em questão não tem sido coerentemente seguida por Passos Coelho e Companhia. Entretanto, o crescimento da abstenção e do consequente alheamento dos portugueses deveriam constituir uma preocupação bastante séria. Há cada vez mais portugueses revoltados com os políticos que nos representam na Assembleia da República. É a descredibilização popular deste sector!
Recentemente, Portugal foi considerado o 3º país mais corrupto da Europa Ocidental, sendo apenas superado pela Grécia e Itália. Também somos seguramente um dos maiores países em termos de gestões danosas. Há dinheiro para esbanjar em questões secundárias ou em interesses/mimos/mordomias de particulares. É este o retrato do nosso país nos últimos 20 anos e o resultado está agora à vista de todos.
Em suma, os portugueses têm que se unir nesta cruzada ideológica (evitando sempre qualquer tipo de violência pois isso não nos trará absolutamente nada) contra as mordomias que ainda não foram visadas pela austeridade.
A Democracia Portuguesa merece uma mega-manifestação para impor respeito, para que eles, da próxima vez, pensem duas vezes, antes de nos prejudicarem novamente.
Viva Portugal!



Imagem nº 1 - Esta é a altura ideal para milhões aderirem às manifestações.
Retirada de: http://www.publico.pt/politica/noticia/que-se-lixe-a-troika-os-protestos-sairam-a-rua-1563204, (foto de Enric Vives-Rubio em Lisboa nas manifestações de 2012).

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