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domingo, 27 de outubro de 2013

E a reabilitação da Barrinha deixará finalmente o estatuto de eterna promessa eleitoral para se tornar numa realidade?

Todos ambicionamos a reabilitação da Lagoa, potenciando o seu valor turístico. É claro que para atingir essa meta, há necessidade dos Concelhos de Espinho e Ovar chegarem a um sólido consenso. 
A Barrinha de Esmoriz constitui o maior sistema lagunar a Norte do País. Acolhe várias espécies de aves, uma vegetação diversificada e ainda algumas espécies de peixes que conseguem resistir aos resíduos que são descarregados, de forma impune, na nossa lagoa e seus afluentes.
Sim, eu sei que sou extremamente chato e não me calarei enquanto a Barrinha não for reabilitada. Houve uma entidade que recentemente recebeu verbas para esse efeito, e cuja acção começa a tardar. 
O povo está farto de patuá e das promessas eleitorais/partidárias das últimas duas décadas. Tal como no caso do avanço marítimo, devemos exigir, enquanto cidadãos, a intervenção imediata do Estado Português neste dossier em concreto. 
Espero ainda que a fiscalização sobre os crimes ambientais aumente consideravelmente. Aliás, apoiaria efusivamente o aumento das coimas para determinadas indústrias. Defendo inclusive multas de 50 euros para quem deitar uma casca de banana para o chão, ou quando alguém lança uma embalagem pelo vidro da viatura em movimento. Na minha opinião, seria uma fonte de receita estatal interessante, e ao mesmo tempo protegeríamos o nosso meio ambiente!
Pois bem, a Barrinha pode ser reabilitada. O projecto de se criar uma ponte de madeira (que chegou a existir no passado!) que ligaria os passadiços de Paramos e o de Esmoriz (o novo que viesse a ser construído) era indubitavelmente um primeiro passo a concretizar, já que não envolve grandes recursos económicos. Aí começava o fim dum fenómeno que se acentuou nos últimos anos - A Marginalização e o Abandono da Barrinha. De facto, a nova ponte atrairia mais pessoas à lagoa, podendo estas "mirar" a lagoa, a paisagem e as aves! A partir daí a nossa Barrinha voltaria a ser reintegrada no Mapa, e bem conhecida ou visitada pelos cidadãos desejosos de fazerem as suas caminhadas à beira-mar. 
A história da Barrinha, como já tive oportunidade de estudar, é algo que merece o nosso respeito. Existiu aí um porto medieval (não encontrávamos antigamente muitas estruturas destas no reino português) no século XIII que acolheu pequenos barcos de pesca. Para além disso, a Barrinha concedia às comunidades vizinhas espécies de peixe, em óptimo estado, ervagens e madeira (esta última utilizada para a construção de habitações). Aliás, antes do século X, a Barrinha, enquanto curso de água, tinha o seu percurso compreendido entre Silvalde e Cortegaça, passando evidentemente por Paramos e Esmoriz. Tinha uma configuração maior, oferecendo inúmeros recursos. Não é de admirar que existissem nobres que gostariam de se apropriar dela!
Talvez, sejam poucos os que hoje querem conhecer a história desta lagoa, e talvez, seja por causa disso, que a ingratidão humana explique a situação actual deste curso de água. 
Até quando, meus senhores?



Imagem nº 1 - Será que a Barrinha voltará a conhecer dias mais felizes?
Foto da autoria de Tiago Luís Marques

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