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sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Provas de acesso... ao fim da carreira de muitos professores contratados

No noticiário da noite de hoje da TVI, tivemos a intervenção da Prof.ª Joana Salgado, natural de Espinho embora desempenhe a sua profissão num estabelecimento de ensino em Esmoriz (foi contratada para tal efeito), que  lamenta a realização duma prova que se baseia em 3 dezenas de questões de escolha múltipla e numa pergunta final que exige uma resposta mais extensa ou elaborada. Nesta pequena reportagem da TVI, Joana sente mesmo que estão a tirar as habilitações aos professores, o que é  lamentável.
Da minha parte, sempre fui um claro defensor de que os professores, à semelhança de vários funcionários públicos, deveriam ser avaliados, mas sempre em moldes equitativos, sensatos e justos.
Mas não é este o caso, meus caros leitores! Um professor que dê 10 erros na parte escrita da prova, tem zero nessa última parte, podendo mesmo arruinar para sempre a sua carreira. É como se ele nunca tivesse tirado uma licenciatura que lhe exigiu um tremendo investimento baseado no pagamento de várias propinas, refeições, transportes rumo à Universidade... 
Se os 10 erros fossem indiscutivelmente crassos e inadmissíveis, concordaria com tal método de avaliação, mas as coisas não são assim tão lineares. As ratoeiras são enormes neste ponto da redacção, podendo levar ao chumbo ou a notas medianas de vários professores na prova, o que será um fim de carreira antecipado num sector excessivamente competitivo. Vamos por partes! O Novo Acordo Ortográfico tem de ser respeitado a 100%! Olhem se calhar, neste texto, terei palavras do antigo acordo, se calhar este artigo vai ser reprovado pelo Nuno Crato! Paciência - já não posso ser docente!!! Outro pormenor é que os erros de sintaxe, acentuação e pontuação serão tidos igualmente em conta. Por exemplo, uma ou duas vírgulas mal empregues pode ser a morte do artista
Pois bem, isto já para não falar das inúmeras questões de escolha múltipla que, por vezes, conseguem ser muito confusas e que, por amor da Santa, não constituem, de modo algum, um método suficientemente razoável e justo para colocar em causa os conhecimentos de quem estudou vários anos.
Parece que os docentes ainda tiveram que pagar 20 euros para realizar a prova...
É caso para dizer. Quem arquitectou este método maquiavélico, está de parabéns! Prevejo que a carreira de muitos professores vá terminar de forma inglória graças a estes pormenores da treta. Pois é, temos gente a mais nesse sector! A exigência será mesquinha e fria. 
Eu não simpatizo nada com o sr. Lino Nogueira (FENPROF), mas desta vez, ele tem toda a razão nesta questão.
Não se tratam assim os professores!
Porque não utilizam também estes critérios mesquinhos para avaliar os nossos políticos? Pois, chumbavam todos com as relvices e machetices! E nem sequer piavam...



Professores contratados queimam cópias de diplomas, certidões e certificados durante a manifestação contra a prova de avaliação de conhecimentos e competências, frente à Assembleia da República, em Lisboa em 16 de novembro

Imagem nº 1 - Os professores queimam as suas habilitações académicas como sinal de protesto.
Retirada de: http://expresso.sapo.pt/dez-erros-ortograficos-chumbam-professores=f842332, (artigo de Carlos Abreu no Expresso, foto de Mário Cruz - Lusa)

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