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sexta-feira, 10 de abril de 2015

O Sequestro que nunca existiu...

Foi um dos episódios que marcou a actualidade nacional e que motivou o aparecimento de todos os órgãos de comunicação social na Praia do Furadouro. A história é, mais uma vez, triste e reúne os seguintes ingredientes indesejáveis - dinheiro e ouro extorquido, agressões cobardes dos larápios, traumas causados nas vítimas, intervenção morosa das autoridades, e os assaltantes ainda a monte. O único detalhe positivo é que ninguém se magoou a sério, ao ponto de necessitar de urgência ou internamento hospitalar. 
A PSP foi alertada na quarta-feira de manhã para um assalto. Temendo que estivesse em curso um sequestro, foram igualmente mobilizados dezenas de agentes com coletes anti-bala, negociadores e elementos do Corpo de Intervenção da Unidade Especial de Polícia. Ruas fechadas, quarteirão cercado durante três longas horas! No interior do edifício, as vítimas, trancadas numa divisória, agonizavam sozinhas. Ao contrário do que se julgara inicialmente, os assaltantes (dois, três ou quatro? ainda se desconhece o número de gatunos envolvidos) já tinham conseguido fugir num Audi preto, mesmo antes da chegada das autoridades. Seguiram-se depois três horas de "cerco" inglorioso ao edifício. Neste ponto, até consigo compreender que as autoridades tivessem procurado seguir à risca o protocolo no caso dum eventual sequestro para assim não colocar em perigo potenciais reféns, mas penso que três horas de espera foi demasiado tempo... Por volta do 12:20, as três vítimas (um casal de idosos e uma emprega doméstica) conseguiram furar a porta do quarto de banho e apareceram junto ao portão da moradia, na Praça da Varina. Aquelas três pessoas saíram pelo próprio pé, e receberiam ainda assistência do INEM. Ao que se sabe, o homem teria sido agredido mesmo com a coronha de uma arma, enquanto a mulher e a empregada receberam tratamento devido à ansiedade e ao trauma da experiência. 
Os assaltantes conseguiram ainda levar uma elevada soma de dinheiro (na ordem dos milhares de euros) e vários objectos de ouro. 
Não é a primeira vez que este casal, que detém uma peixaria, sofre na pele um assalto.
Esperemos que se apanhem os culpados e se faça justiça! 



Quando a Polícia chegou os assaltantes já tinham fugido

Foto - José Coelho (Lusa)

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