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sábado, 27 de fevereiro de 2016

Poema do mês de Fevereiro de 2016



“O Tanoeiro”
(Poema da autoria de Ana Roxo, escritora esmorizense)


Tu, nobre tanoeiro do tempo passado,
Tu que és mestre desta arte ancestral,
Nos vasilhames, dorme o néctar por Deus dado,
Ó ilustre tanoeiro, também artista de Portugal!

Desde o tempo dos Fenícios, Romanos
E, claro, dos Cartagineses também,
Nesta arte que dura há muitos anos,
Um trabalho árduo - agora de quase ninguém!

Tu, tanoeiro deste tempo presente,
Onde a tua profissão é quase ausente…
E já perdeu de outros tempos, o fulgor,
Porém, ainda trabalhas com suor e amor!

As pipas, os barris...são a tua vida tão definida!
Tu, ilustre homem, que tens calos em cada mão,
Tu que és o artista de uma arte esculpida,
Pelo pesado malho e pelo teu coração...

Ó tanoeiro dos tempos que ainda virão,
Espero que a tua profissão não deixe de existir...
Mesmo que não sejas das pipas do vinho, artesão...
Que continues outros produtos modernos a produzir!

A vós todos presto a minha homenagem sentida,
Ó exímios tanoeiros, que estais por todo o país,
A homenagem, essa, deve fazer-se em vida,
Mas esta homenagem vai sobretudo para os de Esmoriz!

Dos nobres tanoeiros - descendente também sou
E nunca a minha origem, irei renegar,
Por esse motivo também, aqui a rimar, estou,
É a minha forma de igualmente vos eternizar!




Foto da autoria de José Fangueiro

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