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sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Ilações a retirar sobre a triste saga dos incêndios

É com muita dor que vejo várias terras a serem consumidas pelas chamas. Os dramas que se vive no Funchal, em Arouca ou em Gondomar são cenários que nos fazem repensar, mais uma vez, sobre o que está mal no nosso país. Claro que é impossível acabar com todos os incêndios de uma só vez, porque haverá sempre um canalha que, durante a madrugada, ateará o fogo no meio de um mato qualquer, sem que as pessoas (a dormir nas suas respectivas casas) se apercebam. No entanto, cremos que pouco ou nada tem sido feito para tentar atenuar ou minimizar esta realidade negra que afecta o nosso país, e de forma incessante, em todos os Verões.
Em primeiro lugar, é necessário aplicar mão pesada para os incendiários, mesmo que o fogo não venha a ter consequências terríveis. Não podemos aceitar que certos criminosos sejam postos logo em liberdade (excepto se houver uma dúvida séria quanto à sua culpabilidade) ou que sigam para tratamento hospitalar, caso sejam considerados "inimputáveis". Não podemos compactuar com esta tolerância judicial. Estes incendiários têm de começar a apanhar entre 10 a 15 anos, em caso de fogos de menor gravidade, e mais de 20 anos, no caso de incêndios de maior dimensão que impliquem a destruição de várias propriedades (o investimento de muitas vidas de trabalho) e coloquem em causa a segurança dos cidadãos. Não nos podemos esquecer que a maior parte esmagadora dos fogos nascem através de uma actuação humana, seja ela negligente ou propositada. E isso tem de ser severamente punido!
Em segundo lugar, não consigo compreender como é que não se convocou imediatamente o Exército e a Força Aérea para que pudessem dar, desde logo, o seu contributo, auxiliando as corporações de bombeiros a combater os incêndios mais indelicados ou adversos (por exemplo: aquele que deflagra no Funchal). Mais uma vez, parece que não sabemos utilizar todos os meios que temos ao nosso alcance para tentar combater este drama. 
Em terceiro lugar, cremos que é necessário reforçar a vigilância nas florestas, durante os meses de Julho e Agosto. É claro que tal não irá resolver com eficácia absoluta o problema, contudo é um factor de dissuasão para os criminosos que assim se poderiam sentir mais ameaçados com a eventualidade de serem descobertos em flagrante delito. 
Exposto tudo isto, gostaria de deixar, por fim, uma mensagem de apoio e coragem aos nossos soldados da paz. São eles - os nossos heróis - que impedem que as tragédias atinjam outras proporções, arriscando as suas vidas e deixando para trás o seu lar de conforto de forma a ajudarem todos aqueles que mais necessitam deles. Sem eles, eu nem queria imaginar como estaria agora o nosso país!
Muito obrigado, Bombeiros de Portugal!





Imagem nº 1 - Um terrível incêndio já atingiu o centro do Funchal (Arquipélago da Madeira).



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