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quarta-feira, 30 de novembro de 2016

O que contamos da nossa mais recente visita à Barrinha de Esmoriz

Sempre que nos deslocamos à Barrinha de Esmoriz, nunca nos esquecemos de trazer connosco umas galochas, uma roupa de treino, e claro, uma máquina fotográfica para registar o melhor que a Natureza tem para nos oferecer. Mas vamos por partes.
Começámos o percurso pela praia, e logo avistámos a presença de funcionários da empresa Alexandre Barbosa Borges SA (entidade responsável pela execução da empreitada) que estariam a remover as plantas infestantes da área dunar e a proceder à consequente plantação de espécies autóctones. Além disso, observámos novamente o largo sistema de tubagem que servirá para efeitos de desassoreamento, contudo não sabíamos que o mesmo se estendia até à área nascente da lagoa, conforme poderemos atestar nas fotografias que apresentamos em seguida. 
Quando finalmente chegámos à entrada da lagoa, observámos algumas movimentações na área respectiva à "barreira" de protecção frontal que é materializada com sacos e revestida posteriormente com areia. Aí visualizamos dois tractores e um veículo de transporte de mercadoria (pequeno camião) que estariam supostamente a reforçar essa defesa artificial, dotando-a de uma diferente configuração. É provável que tais acções estejam inseridas no âmbito das tarefas de reabilitação do dique fusível. Vamos a ver o que sairá dali depois!
Depois sim, penetrámos no interior da lagoa. Deparámo-nos imediatamente com uma grande quantidade de gaivotas e pilritos. As primeiras banhavam-se tranquilamente nas águas então baixas, ignorando o ruído das máquinas circundantes, enquanto as segundas circulavam pelas margens, aproveitando as pequenas "ondas" que, por vezes, surgiam. Sim, as aves foram as principais "banhistas" da Barrinha durante os últimos 30 anos, um privilégio único do qual puderam usufruir. 
Prosseguimos até aos pegões da ponte, e depressa, lográmos visualizar guardas-rios, alvéolas e patos. Mas a grande surpresa veio logo de seguida. Quando alargámos a nossa visão para a área localizada mais a nascente (isto é, em direcção à estação de Esmoriz), vislumbrámos uma assembleia, mas não era uma assembleia partidária onde os politólogos debitam uma linguagem aborrecida que só eles compreendem, era sim uma assembleia do mundo animal onde estariam presentes garças-reais, corvos marinhos e cegonhas. Ouvia-se inclusive ao longe o som destes animais. O que estariam eles a debater? Será que poderemos contar com a sua fiel visita nos próximos anos? Claro que não saberíamos os pontos respeitantes da acta dessa assembleia representativa do mundo da avifauna, mas podemos, desde já, adiantar que a biodiversidade é um dos maiores fascínios da nossa Barrinha. Seria uma pena se não a conservássemos. Mas para já, as intervenções humanas iniciais não parecem ter gerado consequências muito nefastas a esse nível. No entanto, ainda é cedo para extrair conclusões a esse respeito porque as obras irão perdurar até ao início da época balnear de 2017. 
No entanto, e à medida que chegávamos aos pegões da ponte, observamos que uma vasta parte área das margens da lagoa já tinha sido limpa. Por exemplo, foram arrancadas austrálias, acácias, plantas rasteiras e uma parte considerável do extenso caniçal existente. Pelo solo, restavam apenas os galhos dessa vegetação removida e ainda uma quantidade assombrosa de lixo (garrafas, bidões, plásticos diversos...) que deverá ser neutralizada nos próximos tempos. Pelo que pudemos ainda constatar, junto aos campos de treino do Sporting Clube de Esmoriz, encontram-se inclusive amontoados de restos de antigas árvores infestantes (esses amontoados chegam a ter quase 2 metros de altura), cenário que tem atraído alguns cidadãos interessados em obter lenha para aquecerem as suas casas nesta quadra.
Pelo caminho, obtivemos ainda a informação de um popular que nos havia confidenciado que os futuros passadiços poderiam vir a ter, em algumas partes, cerca de um metro e meio de altura, de forma a que seja possibilitado um miradouro mais eficiente e interessante sobre a lagoa e também para enfrentar o cenário de uma Barrinha cheia em termos de quantidade de água. Não sabemos se este dado corresponde à verdade dos factos, mas de qualquer das formas, partilhamos aqui esta versão.
O resultado desta visita foi globalmente positivo (as obras estão a seguir o seu curso natural), mas claro - não importa como tudo começa, mas sim como acaba! E reforçamos o que já dissemos há algum tempo - só daqui a dez anos é que poderemos medir, com a necessária precisão, o sucesso e o alcance desta obra.  




Imagem nº 1- Controlo de espécies invasoras na zona dunar da Praia de Esmoriz (já perto da lagoa).




Imagem nº 2 - Tractores procedem ao reforço da barreira defensiva da lagoa.




Imagem nº 3 - Muitos pilritos vagueavam pela margem. Ao longe, pode ainda ser observada uma colónia de gaivotas.




Imagem nº 4 - O desbaste das margens da lagoa já começou.




Imagem nº 5 - Dança das gaivotas em pleno Céu.




Imagem nº 6 - A limpeza já chegou praticamente aos pegões da ponte.




Imagem nº 7 - Os pegões da ponte ostentam, ambos, uma cobertura branca. Não sabemos o que isso poderá representar. Todavia, é possível que os mesmos sejam, em parte, reutilizados para alicerçar a futura ponte que deverá ser aí instituída para estabelecer a ligação entre Esmoriz e Paramos. No entanto, ainda não temos dados oficiais que nos permitam confirmar essa eventualidade.




Imagem nº 8 - Ao longe, era possível observar toda uma assembleia de aves - corvos marinhos, garças-reais e cegonhas.




Imagem nº 9 - A tarde começava a escurecer, e o Céu já pintava o seu retrato nas águas da Barrinha.




Imagem nº 10 - Era altura do Cusco se despedir das gaivotas!




Imagem nº 11 - E claro, os pilritos não ousavam sequer deixar as margens da lagoa.




Imagem nº 12 - O sistema de tubagem que vem desembocar à Praia de Esmoriz chega inclusive às imediações da área desportiva da cidade, podendo assim estender-se até à área nascente da lagoa.




Imagem nº 13 - Amontoado de árvores invasoras junto ao campo de treinos do Sporting Clube de Esmoriz. Tais amontoados chegam a corresponder a uma altura de dois metros. Também estas acções de limpeza se têm estendido às imediações do Campo das Vacas (perto da Feira da Revenda).

2 comentários:

  1. Em abono da verdade, não excluímos a existência de uma ou outra imprecisão, visto que não tivemos a oportunidade de conversar com os funcionários que estavam a trabalhar na obra. Todavia, procuramos relatar tudo o que vimos e tentar apresentar a nossa percepção.

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  2. Fico bem impressionado com o decorrer dos trabalho e o respeito pela Natureza...mas gostaria que os focos de poluição fossem devidamente tratados...e a lagoa deve espraia no mar de uma maneira Natural....Podendo como me perece pela tubagemdrenar a água da lagoa de uma forma controlada junto ao paradao...
    A defesa ao avanço do mar em paradao vertical parece-me não resultar além de ser agressiva a Natureza e retira toda a beleza de uma vista mar...
    Por isso deve repensado desde Espinho a S.Jacinto.

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