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terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Poema do mês de Fevereiro de 2017


A Música
(Poema da autoria de Charles Baudelaire, Tradução de Delfim Guimarães)


A música p'ra mim tem seduções de oceano! 
Quantas vezes procuro navegar, 
Sobre um dorso brumoso, a vela a todo o pano, 
Minha pálida estrela a demandar! 

O peito saliente, os pulmões distendidos 
Como o rijo velame d'um navio, 
Intento desvendar os reinos escondidos 
Sob o manto da noite escuro e frio; 

Sinto vibrar em mim todas as comoções 
D'um navio que sulca o vasto mar; 
Chuvas temporais, ciclones, convulsões 

Conseguem a minh'alma acalentar. 
— Mas quando reina a paz, quando a bonança impera, 
Que desespero horrível me exaspera! 




Imagem nº 1 - Charles Baudelaire foi um poeta francês que viveu entre 1821 e 1867.

Cartoon do mês de Fevereiro de 2017




Imagem nº 1 - "Uh - Oh. Isto é tão embaraçoso" diz o Tio Sam, perante a realidade "democrática" vigente nos EUA nos últimos anos. Todavia, a crítica não parece ser dirigida em concreto para Donald Trump, visto que o cartoon não é muito recente.
Cartoon de Matt Wuerker, vencedor do Pulitzer Prize (Editorial Cartooning).

Foto do mês de Fevereiro de 2017





Imagem nº 1 - As forças de segurança iraquianas avançam gradualmente em Mossul, tendo já conquistado alguns bairros e o aeroporto (embora este tenha sido devastado, poderá servir em breve para a chegada de aviões de combate que permitam a conquista mais célere da restante cidade). O conflito já dura há quatro meses. O ISIS recorre a ataques suicidas, drones, actividades de minagem e snippers para tentar travar o avançado das tropas iraquianas, apoiadas pelos bombardeamentos norte-americanos. Neste momento, as baixas entre iraquianos e jihadistas já chegam aos milhares.
Foto - REUTERS

Câmara Municipal de Ovar distribui 20 000 euros pelas Associações de Pais do concelho

A Câmara Municipal de Ovar irá investir cerca de 20 mil euros pelas associações de pais dos estabelecimentos de ensino do concelho. A intenção passará por promover o associativismo educativo, de forma a proporcionar contextos de aprendizagem.
O actual executivo liderado por Salvador Malheiro reconhece que as Associações de Pais desempenham um papel vital no acompanhamento dos métodos de ensino e na capacidade de assimilação intelectual dos seus educandos. 
A verba contempla o ano lectivo em curso, e permite às associações de pais ter mais iniciativa para programar iniciativas que enriqueçam a aprendizagem escolar.



Imagem relacionada

Imagem nº 1 - A Câmara Municipal de Ovar pretende estimular o associativismo educativo.
Foto - CMO

Correio dos Comunicados Políticos - PS Ovar lamenta a existência de ajustes directos que comprometem a classificação de Ovar no ranking do Indíce de Transparência Municipal


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O terrível tombo que o Município de Ovar teve no índice de transparência municipal é infelizmente resultado do que Partido Socialista tem vindo a alertar quer na Assembleia, quer na Câmara Municipal.
Desde o principio do mandato que os vereadores do Partido Socialista têm votado desfavoravelmente todas as propostas de ajuste directo sem consulta prévia a várias entidades, alertando sempre a maioria PSD para a melhoria das boas práticas de gestão e para a transparência absolutamente necessária na gestão dos dinheiros públicos.
Infelizmente esta e outras práticas menos transparentes têm vindo a ser adoptadas por esta maioria na Câmara Municipal, e, esta "classificação" vem infelizmente dar-nos razão.
Exigem-se medidas urgentes, exigem-se novas e boas práticas, exige-se competência.



PS Ovar
(Página Oficial no Facebook)

Correio dos Comunicados Políticos - PCP pugnou novamente pela melhoria dos serviços de saúde no concelho


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Comissão Concelhia do PCP Ovar

Nota de Imprensa: Aprovada Moção do PCP pela melhoria dos serviços de saúde


A moção do PCP pela melhoria dos serviços de saúde no concelho foi aprovada na última reunião da Assembleia Municipal, com a abstenção do PS e do PSD. No texto aprovado a Assembleia Municipal de Ovar recomenda ao Ministério da Saúde que:

a) Orçamente a verba necessária e se comprometa com a intervenção no Bloco Operatório do Hospital de Ovar;
b) Reinstale o Serviço de Urgência Básico no Hospital de Ovar, garantindo a referenciação ao Hospital de S. Sebastião;
c) Integre nos quadros o conjunto de trabalhadores do Hospital de Ovar com vínculo precário, fazendo bom uso das suas qualificações e competências, adquiridas ao longo de muitos anos de serviço.

A moção do PCP foi apresentada como alternativa a uma moção conjunta do PS e do PSD. Esta moção conjunta deveria ter sido inicialmente um documento consensual apresentado por todos os partidos, que teve o aval inicial do PCP, desde que no seu texto fossem respeitadas as posições comuns a todos os partidos. No entanto tal não foi possível devido à recusa injustificada destes dois partidos em encontrar um texto consensual.


É de notar que esta discussão teve lugar num momento em que o Conselho Consultivo do Hospital de Ovar manifestou junto da AM a sua posição relativa ao Plano de Negócios para a ULS Entre Douro e Vouga, nomeadamente:
- A sua oposição à criação da ULS de Entre Douro e Vouga, por destruir a identidade do HFZ e por provocar, a prazo, o esvaziamento da carteira de excelentes serviços que presta;
- A exigência da integração dos profissionais precários no hospital;
- Que o Plano de Negócios para a ULS não garantia a execução de obras no Bloco Operatório;
- Que o Plano de Negócios não garantia a existência de um Serviço de Urgência Básico.

O deputado municipal do PCP, Miguel Jeri, foi, no entanto confrontado dias antes da Assembleia com um texto-base redigido pelo PS (com o aval do PSD) em que:
a) se defendia como necessária a concentração de meios e se assumia, de forma subliminar, a criação da ULS Entre Douro e Vouga;
b) não se falava num serviço de urgência (falando-se antes de "serviço de atendimento permanente");
c) não se falava da integração dos profissionais precários. 

Perante este texto, que admitia a criação de uma ULS com a qual o PCP discorda, este partido propôs, de forma construtiva e sempre no sentido de obter um texto consensual:
- Que a moção não se debruçasse sobre a integração do Hospital de Ovar numa ULS, visto não haver consenso entre os partidos subscritores;
- Que se substituísse a expressão "Serviço de Atendimento Permanente" por "Serviço de Urgência Básico", respeitando as reivindicações dos utentes, da Liga dos Amigos do Hospital e do Conselho Consultivo;
- Que a moção defendesse a integração dos profissionais precários.

Surpreendentemente, e apesar da razoabilidade das propostas do PCP que tornariam o texto consensual, PS e PSD recusaram-se terminantemente a incluir estas alterações, agindo como "donos da moção". Mais grave do que isso, o líder do Grupo Municipal do PS e redactor do texto-base apresentou um documento final aos serviços da AM, sem auscultação prévia aos partidos quanto à sua versão final, que não teve em conta nenhuma das propostas do PCP e do BE (à excepção da inclusão do “Serviço de Urgência” nas reivindicações).

Como e evidente, o PCP não pôde subscrever uma moção que admite a criação de uma ULS com a qual não concorda. Perante a atitude inflexível do PS e PSD, a única atitude razoável para o PCP foi apresentar uma moção alternativa, semelhante à inicial mas mais consensual, que não se debruçava sobre as divergências quanto à criação da ULS, focando-se antes naquilo que os partidos tinham em comum: defesa do bloco operatório, do serviço de urgência e integração dos precários.

Para o PCP, mais do que discutir as diferenças, o mais importante era aprovar um documento por unanimidade que defendesse os serviços de saúde, e por isso é que tentou, por todos os meios, encontrar um documento equilibrado, que pudesse ser aprovado para todos, tendo em conta os diferentes projectos políticos de cada partido.

Apesar disto e desafiando a lógica mais elementar, PS e PSD preferiram não votar favoravelmente a moção dos comunistas, que foi aprovada com os votos favoráveis do PCP e do BE, sendo que o BE também retirou o seu apoio à moção do PS e PSD.

Para o PCP, este episódio é demonstrativo da incoerência e desnorte em que nadam PS e PSD no que às políticas de saúde diz respeito. Demonstra também a tentativa falhada de forçar o PCP a subscrever um documento de defesa da ULS, ao mesmo tempo que demonstraram a sua falta de vontade política em defender a situação dos trabalhadores precários do Hospital de Ovar, cujo valor se estima em cerca de 30%.

Finalmente, os comunistas têm consciência de que todos os documentos aprovados na Assembleia Municipal têm seguramente mais impacto se forem acompanhados pela luta das populações, dos utentes e dos profissionais de saúde. Apela por isso a que estes se mobilizem de forma a pressionar o ministério da tutela a respeitar as suas justas reivindicações. A luta pela defesa do SNS e pela melhoria dos serviços de saúde no concelho é uma luta colectiva à qual todos os vareiros se devem associar.

Ovar, 13 de Fevereiro de 2017 
A Comissão Concelhia de Ovar do PCP




Anexo 1

Intervenção de Miguel Jeri na Assembleia Municipal, na discussão sobre Serviços de Saúde


(Primeira Intervenção)
Exmos. Senhores
Enquadramos o que se passou.

Recentemente, foi manifestada publicamente uma súbita vontade do PS e do PSD de restabelecer o serviço de urgência – encerrado pelo último governo PS/Sócrates. O PCP, que sempre se opôs quer ao encerramento, quer ao protocolo assinado entre a CMO (então de executivo socialista) e a ARS Centro, protocolo este que permitia o encerramento das urgências a troco de um SAPE – Serviço de Atendimento Permanente que funcionava apenas até às 24h. Portanto, o PCP – não diria que dorme descansado, os comunistas nunca dormem descansados… - mas está de consciência tranquila pela coerência que sempre demonstrou quanto a este tema.

Independente das motivações que levaram a este súbito interesse por partes destes dois partidos, nunca o PCP se pôs de lado quando se trata de lutar pela melhoria dos cuidados de saúde. E foi por isso que, numa reunião da Comissão Permanente em Janeiro – na qual esteve o meu camarada Carlos Jorge - foi aventada a possibilidade de se apresentar uma moção conjunta pela melhoria dos serviços de saúde, que incluísse a defesa de um SUB, e também a exigência de obras no Bloco Operatório, muito necessária já que este não cumpre a totalidade das exigências de segurança da ERS – Entidade Reguladora da Saúde.

A Comissão Permanente recebeu, ainda uma comunicação do Conselho Consultivo do Hospital de Ovar, relativa ao Plano de Negócios para a ULS Entre Douro e Vouga em que este manifestava, em síntese:
- A sua oposição à criação da ULS de Entre Douro e Vouga, por destruir a identidade do HFZ e por provocar o esvaziamento da carteira de excelentes serviços que presta;
- A exigência da integração dos profissionais precários no hospital – cerca de 30% segundo apurámos;
- Que o Plano de Negócios para a ULS não garantia a execução de obras no Bloco Operatório;
- Que o Plano de Negócios não garantia a existência de um Serviço de Urgência Básico.

Este comunicado apelava ainda aos partidos para que discutissem este tema na Assembleia Municipal - e cá estamos a fazê-lo.

O Dr. Pinto Ribeiro, do PS, ficou de fazer um texto-base, que deveria receber contributos de todos os partidos, no sentido de fazer um documento o mais consensual possível e subscrito por todos.
Recebi o texto na última sexta-feira, que apresentava várias falhas, que o PCP apontou e melhorou, a saber:

a) No 4º parágrafo (e tal como o BE) não concordávamos que a concentração de meios humanos e técnicos fosse solução para a falta de meios, entendendo antes que a solução passava por maior investimento, contratação e efectivação do contrato precário de muitos destes meios humanos. Assim, reformulei pelo nosso mínimo denominador comum transversal aos partidos - o entendimento de que faltam meios humanos e técnicos, propondo a retirada da expressão “reconhecemos que a concentração de meios é solução”.
b) A moção inicialmente redigida pelo PS não falava de nenhum serviço de urgência, utilizando antes a expressão "Atendimento Permanente". Para quem não sabe, “Atendimento Permanente” é um conceito que engloba também serviços como de Consulta Aberta, ou seja, não estaríamos a avançar nada. Propus, portanto, que a moção referisse clara e inequivocamente “Serviço de Urgência”;
c) Propus que a moção falasse da integração dos precários do Hospital de Ovar, que achava ser consensual;
d) Propus que a moção manifestasse oposição à criação da ULS prevista naquele Plano de Negócios, que achava ser consensual.

Foi-me respondido pelo PS que este não se opunha à criação da ULS porque e passo a citar “a ULS [tem], em teoria, todos os motivos para responder bem às solicitações em Saúde a toda a população nela englobada.” Disse ainda o PS de que, e cito, “parece óbvio que o Hospital de Ovar não tem massa crítica para se manter como Organização independente e autónoma.”
Apesar de não perceber exactamente o que quer dizer com “massa crítica insuficiente”, não deixei que isso constituísse qualquer entrave. Sabendo que o mais importante era encontrar um documento consensual, apenas propus que a moção fosse omissa quanto à concordância/discordância com a ULS. Lembramos: esta moção era pela melhoria dos serviços de saúde, não era obrigatório ser uma posição de concordância quanto à ULS proposta pelo governo.
Noto ainda que PS e PSD, apesar de responderem por e-mail, optaram por não se pronunciar quanto à integração de precários nos quadros, um pedido perfeitamente razoável feito expressamente pelo Conselho Consultivo. Já o BE não se pronunciou de todo.
O que aconteceu depois foi que o PS apresentou um documento final aos serviços da AM, sem auscultação prévia aos partidos quanto à sua versão final, que não teve em conta nenhuma das nossas propostas, à excepção, reconheço, de que aqui já incluíram a expressão “Serviço de Urgência”. Nem sequer umas pequenas correcções técnicas foram tidas em conta, nem sequer os erros ortográficos foram corrigidos! 



Exmos. Senhores,
O PCP tentou, por todos os meios e com toda a razoabilidade encontrar um documento consensual. Que respeitasse as diferenças, tornando a sua apresentação e aprovação confortável para todos, tendo em conta os diferentes projectos políticos que defendemos.
Não faz sentido nenhum sermos subscritores de uma moção que defende a concentração de meios na ULS, para depois votarmos contra. Portanto, a única alternativa razoável foi renunciarmos à subscrição desta moção e apresentar uma alternativa, em tudo semelhante à original mas sem os pontos em que discordamos.
É por isto que apresentamos uma moção alternativa, mais consensual. 

(Segunda Intervenção, após intervenção dos deputados do PS e PSD)

Senhores deputados do PS e PSD:
Esqueçam por um momento a discussão sobre a ULS, sabem bem é um tema sobre o qual não existe consenso entre nós. Sabem bem que o objectivo desta moção não era defender a ULS, era defender os serviços de saúde. Concentrem-se naquilo que temos em comum. A verdade é que vocês não têm nenhuma razão objectiva para rejeitar a nossa moção. Estão ou não dispostos a votar uma moção que é exactamente igual à vossa, mas que elimina os temas em que discordamos? Estão ou não dispostos a votar uma moção em que se defendem os trabalhadores precários?




Correio dos Comunicados Políticos - CDS-PP Ovar preocupado com a recorrente queda do município no Índice de Transparência Municipal

O Índice de Transparência Municipal mede o grau de transparência das Câmaras Municipais através de uma análise da informação disponibilizada aos cidadãos, nomeadamente a publicação de todos os actos da autarquia; informação relevante de forma completa, fidedigna, atempada, facilmente compreensível e de fácil acesso; revelação de interesses privados que possam colidir com o interesse colectivo; permitindo deste modo, a responsabilização pelas decisões e acções tomadas ou omitidas, perante a lei e os cidadãos.
A Câmara Municipal de Ovar continua a descer no ranking da transparência, ocupando, actualmente, o 251º lugar (terceiro pior resultado do distrito de Aveiro), num total de 278 do continente (308 concelhos, incluindo Açores e Madeira). É o terceiro ano consecutivo que o nosso Concelho desce neste índice e, factos são factos, a falta de transparência é uma grave evidência na Câmara Municipal de Ovar!
Este resultado não é devido, apenas, à incúria dos senhores vereadores do PSD... deve-se, também, à permissiva oposição perpetrada pelos senhores vereadores do PS. 
Liderar uma Câmara Municipal é um trabalho que exige total alheamento a qualquer interesse alheio à comunidade, e a gestão de um Município tem que ser feita de forma lúcida e transparente. Por outro lado, exercer o papel de oposição implica fiscalizar, controlar, sugerir, impulsionar e denunciar. Ambas as funções devem ser desempenhadas colocando o interesse público acima de qualquer interesse partidário ou particular.
Nesta matéria em particular, comigo a presidir à Câmara Municipal de Ovar, podem contar com o respeito integral, por parte do CDS, de todos os princípios que guiam a transparência municipal e, acima de tudo, com a defesa dos valores, das ideias e das posições congruentes com os interesses do nosso Concelho e da nossa população, para que o nosso Concelho possa, finalmente, subir no Índice de Transparência Municipal, para que a política possa ser exercida apenas no interesse do nosso Município da nossa população!



Filipe Marques Gonçalves
(Candidato do CDS-PP à Câmara Municipal de Ovar)







Mar ameaçou em dia de Carnaval

A notícia foi avançada, em primeira mão, pelos Bombeiros Voluntários de Esmoriz na sua página oficial de Facebook. Por volta das 4:45 (madrugada), o mar galgou junto à Praia Velha, inundando a rua dos Pescadores e as imediações. 
Foi mobilizada uma equipa de cinco bombeiros, e a GNR também esteve no local. A Protecção Civil procurou assim controlar a situação até que tudo ficasse normalizado.
Felizmente, os danos causados foram apenas materiais.
Não passou de um susto, mas a verdade é que, com o aquecimento global, estes acontecimentos irão tornar-se cada vez mais recorrentes. Além disso, o Estado Português e Bruxelas continuam a subestimar este problema.




Foto - BVE

domingo, 26 de fevereiro de 2017

Pérolas Históricas de Esmoriz IV - O flagelo da escravatura em Esmoriz e nas freguesias vizinhas


Não poderás encontrar nenhuma paixão se te conformas com uma vida que é inferior àquela que és capaz de viver.



Nelson Mandela



Portugal foi um dos primeiros países a abolir a escravatura, facto que se sucederia a 12 de Fevereiro de 1761. A iniciativa pertenceria ao Marquês de Pombal (reinado de D. José I) mas ficaria inicialmente restringida à Metrópole, isto é, ao Portugal Continental.
Em 1836, o visconde Sá da Bandeira proíbe o tráfico negreiro entre as regiões que compreendem o Império Português, dando assim mais um passo determinante.
No entanto, só com a lei de 25 de Fevereiro de 1869 se proclamou a abolição integral da escravatura em todo o Império Português, até ao termo definitivo de 1878.
No que concerne às origens da escravatura no nosso território, podemos aferir que essas são claramente muito antigas. Podemos afirmar, com convicção, que nos tempos do Império Romano a escravatura assumia uma base bastante relevante na economia mediterrânica.
Nos séculos que se seguiram ao domínio romano, é possível que o fenómeno esclavagista se tivesse repercutido com variações naturais, o que inviabiliza uma quantificação precisa. Ainda assim, o processo ganharia outra expressão com a era dos Descobrimentos (sécs. XV-XVIII)
Efectivamente, Portugal seria uma nação colonizadora que recorreria aos serviços destes escravos para a lavoura e os serviços domésticos. Muitos chegaram igualmente a ser transportados para a metrópole, de modo a servir os seus futuros senhores. Além disso, todos estes serventes, oriundos das mais diversas regiões tribais (sitas em África ou no Brasil), seriam inseridos na cultura religiosa cristã, de forma a que fosse assegurada a sua adaptação à realidade social europeia que então se vislumbrava.




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Imagem nº 1 - A escravatura foi uma realidade bem visível na Metrópole Portuguesa bem como no restante Império até ao século XIX.
Quadro de Jean-Baptiste Debret (1768-1848)



No caso concreto de Esmoriz, os dados que ali referem a presença de escravos remontam ao período compreendido entre os séculos XVII e XVIII. É muito provável que a escravatura na nossa terra seja bem mais antiga, contudo os primeiros testemunhos escritos que suportam a sua existência apenas se enquadram naquela balização cronológica.
O Padre Aires de Amorim, na sua monografia "Esmoriz e a sua História" (p. 381-382), conta-nos que era costume clérigos e senhores leigos terem escravos ao seu dispor. Esta regra geral seria facilmente confirmada no panorama local.
Em 1621, seriam crismados em Esmoriz os irmãos Aleixo e Domingos do Rosário, escravos do abade Diogo Vaz de Pinho (este foi pároco de Esmoriz entre 1621 e 1636/37). Anos depois, este mesmo padre seria, a meias com o Dr. Fernando Pereira Soares, de Quintãs, padrinho de um mouro de 22 anos, então escravo pertencente ao abade João de Pinho (sobrinho de Diogo Vaz de Pinho e o qual viria, mais tarde, a suceder-lhe na paróquia de Esmoriz). O referido escravo mouro passaria a chamar-se Diogo, aceitando assim o novo baptismo cristão.
No século XVIII, a saga prossegue. No ano de 1727, Tomé Rodrigues da Cunha, detentor de uma boa propriedade agrícola em Esmoriz, era senhor de dois escravos aos quais lhes foram atribuídos os nomes de António e José.
Em 1728, foi ainda registado o casamento de Manuel de Sousa e Úrsula Maria da Conceição, casal de escravos negros que servia a Pantaleão da Costa Marques, natural de Cortegaça mas que era, na altura, morador na nossa terra. Aliás, Pantaleão é mesmo designado como "esclavagista" pelo Padre Aires de Amorim, o que pode indiciar um envolvimento próximo daquele indivíduo de forma a extrair proveitos daquela realidade terrífica.
No dia de Natal do ano de 1741, o abade de Esmoriz, D. Bento da Assunção Pimenta, baptizou, na sua casa, um rapaz de 12 anos que seria escravo de João Gonçalves.
No século XIX, e quando a escravatura já começava a ser ferozmente combatida pela legislação portuguesa, foi apenas conhecido mais um caso para a nossa localidade. Em 1803, falecia no lugar da Boavista, em Esmoriz, o escravo Mateus que servia ao capitão Constantino José de Faria (este residia no Porto). Era de raça negra e tinha sucumbido com uma idade a rondar os 30 anos, tendo sido sepultado dentro da igreja tal como aconteceria com os demais fiéis.




Imagem nº 2 - A escravatura verificou-se também a nível local. Esmoriz não foi excepção à regra.




A escravatura também foi visível nas freguesias vizinhas. O padre Aires de Amorim deixa-nos inclusive alguns exemplos.
Em 1744, o abade de Maceda, Manuel Alves dos Santos, foi detentor do escravo Damião. Três anos depois, em Paços de Brandão, o tenente António Pinto de Almeida parecia ter recorrido, pelo menos, a um escravo. Em 1751, faleceria em Cortegaça, com 90 anos, a escrava Madalena que havia servido o abade João Gomes Moreira. Em Ovar, foram documentados três casos - em 1738, Manuel de Sousa Pereira vendeu ao sargento-mor, Manuel de Carvalho e Silva, morador no Porto, a negra Bárbara por 96$000 reis; em 1739, o Padre Luís Jorge Baldaia e a sua irmã passaram uma carta de alforria (isto é, procederam à libertação legal de um escravo); e em 1841, falava-se ainda da existência do escravo Manuel.
Em jeito de balanço final, fica atestado o facto que releva a presença do fenómeno esclavagista em Esmoriz e na região em redor. Relembramos ao leitor que estes são apenas os casos que se podem conhecer à luz dos documentos daquela época. É presumível que tivessem existido mais escravos naquele período, embora a sua presença nos registos escritos não fosse uma realidade adquirida. Os escravos eram vistos como bens pertencentes a um proprietário, e não como autênticos seres humanos.
Acreditamos que aqueles que serviam a Igreja estariam mais protegidos da fúria dos capatazes leigos e adquiririam assim os princípios morais da sua religião, porém não deixariam de ser explorados para variados fins.
No entanto, esta realidade era bem aceite nas épocas em que predominou. Claro que já existiriam vozes dissonantes, contudo as altas estruturas do império admitiam legalmente o recurso a escravos, cenário que até fora necessário para potenciar a exploração nas colónias portuguesas.
O esclavagismo foi um período negro da história portuguesa, mas terá assumido uma face mais terrífica na colonização espanhola e noutras que se observaram naquele tempo. Felizmente, encontra-se extinto em Portugal e na Europa, embora o mesmo não possamos aferir em relação a determinados países que ainda hoje vivem no Terceiro Mundo.






Imagem nº 3 - O visconde Sá Bandeira foi um dos paladinos da abolição da escravatura.
Retrato retirado do Wikipédia

Parque do Buçaquinho: um paraíso natural em Ovar (Revista Evasões)


O Parque Ambiental do Buçaquinho, entre Esmoriz e Cortegaça, tem seis lagoas, jardim de plantas aromáticas, parque infantil, 24 hectares de verde. Um exemplo de sustentabilidade reconhecido com um prémio dos Green Project Awards 2016 na categoria de «Cidades Sustentáveis».


Motivos para visitar não faltam, coisas para fazer também não. Andar a pé ou de bicicleta pelos trilhos de madeira. Brincar nos escorregas e baloiços do parque infantil. Estender uma manta ou toalha na relva para apanhar sol, conversar, ler, descansar. Correr e praticar exercício num piso com algumas ondulações e árvores altas. Ver patos e rãs em lagoas. Sentar-se numa simpática esplanada, aconchegar o estômago, ou aproveitar o calor de uma salamandra instalada numa cafetaria com vista privilegiada.
Sentir diferentes cheiros de ervas aromáticas. E há para vários gostos: alecrim, tomilho, alfazema, anis, cravo do mar, malva, flor de tabaco, manjerona, balsamita. O Parque Ambiental do Buçaquinho, na Rua do Buçaquinho, com um pé em Esmoriz e outro em Cortegaça é, além disso, rico em bicharada que despreocupadamente vive no seu habitat. Por isso, nem sempre é fácil pôr a vista em cima dos animais. Raposas, patos, relas, rãs, gaios, pica-paus malhados de plumagem branca e preta, ginetas que parecem gatos domésticos de corpo alongado e esbelto, tritões de corpo verde e manchas negras, são alguns dos exemplares que ali moram.
Este parque de imenso e intenso verde é um belo exemplo de sustentabilidade ambiental. Um espaço onde funcionou durante 12 anos uma Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) transformou-se numa extensa área verde com seis lagoas de águas depuradas e um pinhal com árvores e sombras generosas. Esta reconversão valeu-lhe recentemente a atribuição do prémio dos Green Project Awards 2016 na categoria de «Cidades Sustentáveis». Um prémio que não lhe cai no regaço por acaso. Os recursos naturais saltam à vista, as plantas florescem sem amarras, e a fauna que ali mora enriquece o passeio.
Não há relógios neste parque que tem ao dispor uma torre de observação e mais dois observatórios, um a norte, outro a sul. E ainda painéis que aproveitam a força do vento e os raios de sol em 24 hectares prontos a explorarem. É um espaço para as quatro estações, para todas as ocasiões. Apenas um aviso: animais domésticos não entram. Mas, ali à volta, há tanto ou mais espaço para deixar a bicharada de casa completamente à vontade.


1. Centro de Educação Ambiental

Com tanta fauna e flora, o Centro de Educação Ambiental do Buçaquinho não tem mãos a medir para explicar aos mais pequenos das escolas de Ovar, e de concelhos vizinhos, o que acontece por ali. Os adultos não ficam de fora deste centro que disponibiliza e dinamiza um programa de educação recheado com atividades para variados públicos, inspiradas em temas ambientais do município vareiro. Informações: 800204679 (Divisão do Ambiente da Câmara de Ovar)


2. Cafetaria com sandes de alecrim

Pedro, Hugo e Edgar são os irmãos Maia que dão vida à cafetaria do parque. Definiram um conceito para uma oferta diferenciada. Não vendem pastilhas elásticas, nem doces com cremes, nem batatas fritas. O menu é outro. Tem saladas e sandes de salsa, alecrim, cebolinho, manjericão. Tem tostas de estragão e sopa de legumes. Tem caladinhos e queques de chocolate caseiros e regueifa doce feita em forno de lenha, vinho a copo, cerveja artesanal, sangria. Tudo numa cafetaria com salamandra dentro de portas e uma esplanada com vista privilegiada para o parque. Encerra à segunda-feira.


3. Bicicletas à disposição

O parque tem bicicletas gratuitas. Basta deixar um documento de identificação e partir à descoberta do imenso verde ou então sair do perímetro e aproveitar a proximidade do mar e da ecopista do Atlântico, que passa por ali, e que liga as praias de Esmoriz e do Furadouro ao longo de 10 quilómetros de extensão, através da estrada florestal.





Texto de Sara Dias Oliveira e Fotografia de Pedro Granadeiro/Global Notícias
Revista Evasões



Nota adicional - A revista Evasões pertence ao grupo Global Media Group. A sua principal função passa por divulgar os melhores recantos e tesouros do nosso país. É ainda disponibilizada informação relativa a viagens, roteiros, hotéis, gastronomia, vinhos, turismo, cultura e televisão. Hoje reproduzimos, na íntegra, um artigo da autoria de Sara Dias Oliveira (com fotos de Pedro Granadeiro) que retrata os encantos do Parque Ambiental do Buçaquinho (Esmoriz-Cortegaça).

sábado, 25 de fevereiro de 2017

Offenburg não quer mesmo perder o TIVE

O Volleyball-Club Offenburg está a fazer uma campanha de crowdfunding para marcar presença no TIVE 2017. Recorde-se que a turma germânica tem sido presença assídua no torneio internacional organizado pelo Esmoriz Ginásio Clube para as camadas jovens.
O clube alemão colocou na sua página de Facebook (onde tem mais de 2 mil seguidores) uma publicação em que demonstra a sua vontade em participar naquela prova.
A equipa feminina do Offenburg pretende assim usufruir novamente desta experiência que tem contribuído para a melhoria do rendimento técnico e colectivo das atletas.
Esmoriz também é bem visto no mundo por causa da sua incansável dedicação ao voleibol.




Foto - Volleybal-Club Offenburg


Emmanuel Banda chamado para prova internacional

Emmanuel Banda foi chamado aos sub-20 da Zâmbia de forma a participar na CAF U-20 2017, prova principal da Confederação Africana de Futebol para os escalões mais jovens. O país anfitrião é mesmo a Zâmbia, e ao todo participarão 8 selecções distribuídas por dois grupos-
O jovem médio do Sporting Clube de Esmoriz de apenas 19 anos está a rubricar uma época muito positiva na I Divisão Distrital de Aveiro, tendo participado em 16 jogos e feito um golo. É um dos pilares a meio-campo, conferindo solidez ao jogo da equipa barrinhota.
Além de Emmanuel Banda, existem mais três zambianos no plantel - todos eles atacantes - Martin, Jeff e Enock, embora nenhum destes últimos tenha sido convocado para esta prova.
A Zâmbia está no Grupo A, enfrentando a concorrência do Mali, Egipto e Guiné Conacri. Em caso de qualificação, passará imediatamente para as meias-finais, onde também estarão presentes os dois melhores classificados do Grupo B (aqui estarão África do Sul, Camarões, Senegal e Sudão).
A prova decorrerá entre finais de Fevereiro e o mês de Março.




Imagem nº 1 - Emmanuel Banda, de 19 anos, foi contratado pelo Sporting Clube de Esmoriz ao Nchanga Rangers (Zâmbia). Na sua primeira temporada em Portugal, tornou-se num dos pilares da equipa orientada por Narciso Ratinho. Agora foi chamado a representar a sua selecção.
Foto - CAF

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Candidatos a bombeiros aprenderam a utilizar os veículos de auxílio




Foto - BVE


Os Bombeiros Voluntários de Esmoriz estrearam recentemente o projecto da Escola de Bombeiros, de forma a proceder à formação dos seus novos recrutas. Neste ano de 2017, existe também uma grande novidade - a presença de elementos do sexo feminino, facto que irá implicar com que a corporação tenha de reservar a instalação de camaratas próprias e separadas destinadas ao seu acolhimento posterior.
Os candidatos a bombeiros voluntários do Corpo Activo já efectuaram provas físicas (nomeadamente atléticas) e psicotécnicas. 
No passado dia 18 de Fevereiro, a formação passou para outra etapa mais exigente relacionada com o módulo de manobras e veículos, no qual os futuros soldados da paz tiveram que saber manejar tais equipamentos de auxílio.
Esta fase da formação decorreu no campo de treinos dos soldados da paz junto à Feira da Revenda, nas imediações do rio Lambo.

Crianças do Centro de Assistência Social de Esmoriz desfrutaram do Carnaval das Crianças

Ao todo, foram mais de 2200 as crianças que fizeram parte do desfile do Carnaval das Crianças de Ovar na actual edição de 2017. Desse número, mais de 300 provinham dos estabelecimentos de ensino primário ou pré-primário situados na cidade de Esmoriz.
Pelo terceiro ano consecutivo, e a convite da Câmara Municipal de Ovar, o Centro de Assistência Social de Esmoriz fez questão de participar no evento, contribuindo para uma maior animação nas ruas da cidade vareira.
No final, o rescaldo foi inteiramente positivo, visto que os mais novos ficaram deliciados com a experiência.
















quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Cinco prismas de observação sobre o monumento mais recente de Esmoriz

O Mar de Esmoriz constitui talvez o património mais recente da cidade de Esmoriz. Durante vários anos, aquela embarcação emblemática dos nossos pescadores navegou destemidamente por entre mares revoltos, de forma a alcançar o tão desejado sustento alimentar para a sua comunidade. 
De facto, este barco não só sobreviveu a uma infinidade de sustos e calafrios em alto mar, como ainda manteve a sua natural ornamentalidade patenteada no seu formato tricolor, muito típico das embarcações da Arte Xávega.
Por intercessão da Junta de Freguesia de Esmoriz, em parceria com os proprietários daquele barco, foi finalmente possível a sua exibição física junto à Praia de Esmoriz, mais concretamente nas imediações dos actuais espaços de restauração al-Medina e Barramar's. Aliás, importa realçar que esta tinha sido então uma doação de Jacinto Marques da Silva Chilro, gesto que permitiu preencher um vazio que se registava evidentemente na Praceta João Santarém.
Foi uma aposta ganha na altura, e que ainda hoje é passível do nosso elogio. O barco ficava bem ali, e apesar da sua manutenção não poder ser descurada futuramente, é, sem dúvida, um cartão de visita para quem tenciona conhecer a nossa cultura e economia locais. É que, apesar de existirem dois valiosos monumentos à Arte Xávega no lugar da Praia de Esmoriz, a verdade é que um deles é uma escultura brilhante da autoria de Rui Anahory (inaugurada em 1997 por Armando França, então Presidente da Câmara Municipal de Ovar), enquanto este último, com um historial real de existência física, foi apenas instalado em finais de 2014, com o apoio da Junta de Freguesia de Esmoriz, liderada por António Bebiano. Efectivamente, são dois monumentos que se complementam e que enriquecem o papel de abnegação e sacrifício desempenhado pelos nossos lobos do mar. Estes dois monumentos motivam o nosso orgulho enquanto esmorizenses.
Como é nosso apanágio, fomos até ao local de forma a tirarmos fotos sobre a referida embarcação que agora goza da sua merecida reforma, após décadas de intenso labor. Tentamos, ao todo, apresentar cinco perspectivas diferentes sobre o mesmo monumento. 
Rodeado por frondosas palmeiras e apeado por uma infinidade de pedrinhas, e ainda abençoado por um sol que, no dia de ontem, se revelou primaveril, o barco fez ressaltar toda a sua beleza e magnificência. E nem mesmo o silêncio característico daquela zona (para o período em questão) impediu que ali ficássemos durante quinze minutos a contemplar aquele tesouro da nossa cidade.
O barco parecia então que estava a remar, aproveitando a aragem e a brisa que o empurravam para um passado nostálgico.





















Ex-jogador do Esmoriz Ginásio Clube mudou de sexo e causa furor em Itália




Imagem nº 1 - Tiffany joga hoje na II Divisão Italiana de Voleibol Feminino, mas já foi Rodrigo e representou os masculinos do Esmoriz Ginásio Clube em 2008/2009.
Foto retirada do Diário de Notícias



Rodrigo chegou a representar os seniores masculinos do Esmoriz Ginásio Clube durante a temporada de 2008-2009, onde desempenhara as funções de atacante. No entanto, só cá esteve um ano, antes de empreender um novo rumo para a sua carreira. Não se imaginaria porém que tal se traduzisse numa mudança tão drástica.
De facto, Rodrigo deixou de existir e deu lugar à Tiffany, a primeira jogadora transexual que está a causar furor na segunda divisão italiana de voleibol feminino. 
Segundo o Diário de Notícias, "após ter concluído no ano passado o processo de mudança de sexo, a atleta estreou-se no domingo pelo Golem Palmi da Série A2 (segunda divisão) transalpina".
Ainda de acordo com a mesma fonte, "estes casos não são totalmente inéditos - a pioneira foi, em 2016, Alessia Ameri, nascida Alessio mas com a síndrome de Morris, que limita ou inibe o desenvolvimento de características masculinas (...) no entanto, é emblemático: são raros os casos de atletas ou ex--desportistas que mudaram de sexo, como fizeram Caitlyn/Bruce Jenner (ouro olímpico de decatlo em 1976), Andreas/Heidi Krieger (campeã europeia de lançamento do peso em 1986) e Philippa York/Robert Millar (figura de topo do ciclismo nos anos 80) (...) e são ainda mais incomuns os episódios de transexuais que competem pelo novo género após a mudança de sexo - fê-lo a tenista Renée Richards (nascida Richard Raskin) nos anos 70 do século passado."
Rodrigo/Tiffany conta com 32 anos de idade, é brasileira, e durante a sua carreira, havia jogado nos campeonatos masculinos de Portugal, Indonésia, Espanha, França, Holanda e Bélgica.
Quando completou a mudança de sexo, representava o JTV Dero Zele-Berlare (da segunda liga belga) e recebeu então a autorização final da Federação Internacional de Voleibol (FIBV) para assim poder competir em provas femininas. 
A sua estreia pelo Golem Palmi decorreu no passado Domingo contra o Delta Informatica Trentino! E que estreia!!! A atleta foi responsável por 28 pontos e ajudou na reviravolta da equipa (vitória por 3-1 em sets) e foi mesmo considerada a melhor jogadora (MVP) em campo.
Neste momento, as opiniões dividem-se. Há quem aplauda a decisão internacional de legitimar a sua presença na Segunda Liga Italiana de forma a gerar mais competitividade, no entanto, existem também aqueles que desconfiam da sua presumível vantagem física de origem masculina que pode colocar em causa a verdadeira concorrência desportiva.



terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Meia Década de Existência

Até parece que tinha sido ontem!
Mas foi, de facto, no dia 21 de Fevereiro de 2012 que este blogue nasceu através da produção de quatro artigos de entrada. O primeiro residiu numa espécie de apresentação sintetizada do nosso projecto, o segundo visou a criação de uma sondagem para tentar apurar o que fazia mais falta na cidade, e depois adicionámos um terceiro e quarto texto históricos relacionados com as origens dos nomes das terras de Esmoriz e Gondesende e com a importância da Barrinha de Esmoriz ao longo dos tempos, embora visando em particular a sua existência durante o período medieval.
Ao início, não sabíamos o que poderia sair daqui. Se este projecto iria singrar ou se cairia rapidamente no esquecimento, eram certamente os únicos dois cenários possíveis que se colocavam em cima da mesa. 
Os primeiros tempos não foram fáceis até porque, nos primeiros dois ou três meses, não conseguíamos ter mais de cinquenta ou sessenta visitantes por dia, salvo uma ou outra rara excepção. Se 2012 não foi um ano fácil, então 2013 poderia ter sido fatal porque o blogue, por motivos profissionais do seu autor, teve de ser gerido a partir do Alentejo. Mesmo com o distanciamento que poderia ter sido prejudicial, conseguimos manter o blogue activo à distância. Foi a perseverança, a perspicácia e a persistência que nos fizeram crescer e seguir em frente, ultrapassando as dificuldades dos dois primeiros anos. Aprendemos também muito com as críticas, positivas ou negativas, dos nossos leitores, e claro, procurámos trazer as notícias mais apelativas, valorizando a realidade social, cultural, ambiental, política e económica da cidade de Esmoriz.
Quando criámos este blogue, o objectivo era colocar a Cidade da Tanoaria no mapa do mundo com informação minimamente actualizada. De facto, temos internautas que nos visitam semanalmente a partir da América do Norte e de outros pontos da Europa.
Claro que, nos primeiros tempos, cometemos erros e imprecisões. Não sabíamos tudo (como hoje também não sabemos) mas fomos aprendendo gradualmente a corrigir tais precipitações naturais num principiante esforçado que se iniciava no jornalismo local (e amador) sem qualquer experiência.
Hoje, 21 de Fevereiro de 2017, podemos afirmar que este blogue reúne um arquivo com mais de 2 mil textos, tendo já merecido mais de meio milhão de visitas, o que revela um considerável reconhecimento por parte da comunidade. Pensamos que só por isso já valeu a pena ter desperdiçado tantas horas de voluntariado em prol deste projecto. 
Foram criadas rubricas culturais, divulgaram-se inúmeros talentos da nossa terra, noticiaram-se notáveis feitos desportivos, narraram-se obras infra-estruturais relevantes e, acima de tudo, demos a conhecer a nossa terra ao mundo.
Não sabemos até que ponto este blogue poderá ter sido determinante na evolução dos acontecimentos da cidade durante os últimos cinco anos, mas o que é certo é que sempre o seu autor, o Cusco de Esmoriz, sempre procurou ser frontal, isento e correcto, não caindo na tentação de difamar ou injuriar quem quer que fosse. Nunca usamos este site para fomentar perseguições individuais: elogiámos quando era necessário e criticámos quando achávamos que algo tinha sido feito ou pensado de forma errada. Apresentámos sempre as mais variadas perspectivas, enriquecendo o debate que, tantas vezes, promovemos neste blogue e nas redes sociais. Informar e envolver a comunidade esmorizense foi uma das grandes vitórias deste projecto, talvez até a mais importante, porque sempre desejámos despertar os nossos cidadãos contra qualquer tendência de alheamento face ao panorama local.
Além de tudo isso, este site procurou proceder à difusão das qualidades ambientais, históricas e culturais da cidade de Esmoriz, tentando assim contribuir para o potenciamento do seu número de visitantes ou turistas, sobretudo durante a época balnear.
Lutámos também pela reabilitação da Barrinha de Esmoriz, e nunca nos calaremos enquanto tal não se tornar uma realidade a 100%! Porque a Barrinha é o futuro da nossa terra (e também de Paramos)!
Foram pois cinco anos repletos de memórias, a maior parte, sem dúvida, boas! E mesmo as más fizeram-nos amadurecer e melhorar o nosso trabalho.
Esperamos estar aqui em 2022 para celebrar a primeira década deste blogue.
Agradecemos, mais uma vez, a todos os nossos leitores o voto de confiança bem como as felicitações que recebemos nas redes sociais pelo quinto aniversário.




Foto da autoria de Daniel Rodrigues Ferreira in "Olhares Sapo"

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Professor Eduardo Ferreira é destaque no Jornal Online da Universidade de Aveiro

Professor UA – Eduardo Ferreira, Departamento de Biologia
Uma ponte chamada Ecologia em direção ao futuro do planeta


Inspira Biologia, expira Ecologia, inspira conservação da vida selvagem e expira gestão da biodiversidade. Eduardo Ferreira respira Natureza. Professor no Departamento de Biologia (DBio) da Universidade de Aveiro (UA), amante de caminhadas ao ar livre e apaixonado pela observação das espécies que acompanham o Homem na viagem da vida, não se cansa de lembrar aos estudantes que “os humanos são apenas uma das incontáveis espécies do planeta” e que todas estão ligadas e interdependentes. Por isso, conservá-las é conservar a própria Humanidade.
No DBio concluiu a Licenciatura em Biologia em 2002 e o Programa Doutoral em Biologia em 2011. Pelo meio fez o Mestrado em Ecologia, na Universidade de Coimbra, tendo como foco a diversidade e estrutura genética do javali, em Portugal. Realizado no âmbito da colaboração entre o DBio e a Universidade Federal do Tocantins (Brasil), o trabalho de doutoramento de Eduardo Ferreira centrou-se na biodiversidade e conservação de répteis e anfíbios que habitam entre as zonas do Cerrado e da Amazónia, mais precisamente da região do Rio Araguaia.

Depois do doutoramento, rumou para a Universidade de Cabo Verde onde foi professor, coordenador-adjunto dos cursos da área da Biologia e membro do Conselho Científico. Regressou há 4 anos à UA onde, para além da docência no Mestrado de Ecologia Aplicada, faz investigação no Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) nas áreas de conservação e gestão de vida selvagem e da biodiversidade e a aplicação das ferramentas da ecologia molecular a este contexto. Tem também colaborado em projetos ligados à educação e sensibilização ambiental.




Ricardo Ferreira



Qual é o segredo para se ser bom professor?

Não sei responder a esta pergunta. Mas penso que é algo que se vai trabalhando, aprendendo. Penso que passará sempre por manter uma relação franca e honesta com os alunos e conseguir cativá-los e despertar paixão, ou pelo menos interesse, por aquilo que ensinamos. Penso que passará também por ser exigente e ensiná-los a estudar e trabalhar de forma independente. Lembro-me que enquanto aluno, não necessariamente os melhores professores que tive foram os que lecionavam as disciplinas com que me identificava mais. Houve muitas disciplinas que foram uma agradável surpresa para mim e muito por causa da abordagem interessada e interessante que os professores faziam aos temas. Hoje em dia, fico particularmente preocupado quando as aulas que dou não resultam em perguntas. Não sei se bem ou se mal, mas assumo que foi porque não consegui despertar a curiosidade.


O que mais o fascina no ensino?

Gosto de aprender e uma das coisas que mais me fascina no ensino é a necessidade e a possibilidade de aprendizagem constante. Gosto de pensar no ensino como um processo de ensino-aprendizagem com dois sentidos. É verdade que a função do docente e do aluno neste processo são, por definição, distintas. No entanto penso que há também espaço à aprendizagem por parte do docente. Esta aprendizagem pode resultar quer da necessidade constante de atualização, quer da interação com os alunos. Antes de lecionar, já fazia investigação e esta continua a ser a minha principal ocupação. É frequente dizer-se que, no caso do ensino universitário, a nossa investigação deve refletir-se nas aulas que damos, e eu concordo. Contudo, considero que esta é também uma via de dois sentidos e que as aulas que lecionamos, e a aprendizagem a que atividade lectiva obriga, também tem um impacto muito positivo na investigação que fazemos. Em suma, o que mais me fascina no ensino, em particular o universitário, é a íntima relação entre ensino e investigação e a busca constante de conhecimento a que ambas as atividades obrigam.


Como qualifica a formação que é dada aos estudantes no(s) curso(s) a que está (esteve) ligado?

Nos últimos anos, tenho lecionado disciplinas (e orientado alunos) maioritariamente no âmbito do mestrado de Ecologia Aplicada. Na minha opinião, este curso de mestrado tem vários pontos fortes e seria um mestrado que teria ponderado seguir no final da minha licenciatura. Em primeiro lugar – e de acordo com o que penso ser uma filosofia muito semelhante à da licenciatura em Biologia – o curso tem uma forte componente de disciplinas optativas. Em cinco das unidades curriculares do primeiro ano (ou seja, 50%), o aluno pode optar pelas disciplinas que considerar mais adequadas aos seus objetivos. Esta abordagem transfere uma parte substancial da responsabilidade na definição do percurso de formação para o aluno, responsabilizando-o. Considero isso muito positivo e diferenciador.
Outro ponto que considero muito positivo é o foco na aquisição de competências. Na verdade, além da informação que é fornecida aos alunos, há uma preocupação em desenvolver neles competências, tais como: busca e análise crítica de literatura científica; identificação de problemas e desenvolvimento de hipóteses; desenho de projetos de investigação e de monitorização; gestão e de dados, análise estatística e interpretação de resultados; escrita científica; etc. Penso que estas competências, que fazem parte da formação oferecida no primeiro ano, ajudam a educar para uma cultura científica e serão muito úteis logo no desenvolvimento das suas teses de mestrado. Numa perspectiva mais lata, irão dotar os alunos de ferramentas para a sua vida profissional e para que possam, também, dar continuidade ao seu percurso de formação.
Por fim, um terceiro ponto que considero importante é o foco no estudo da ecologia num mundo em uso, fortemente influenciado pelo Homem. Na verdade, no programa curricular de várias disciplinas, está presente o foco na relação Homem-Natureza (que pode ser sinérgica ou antagónica), nos impactos antropogénicos e na forma como as outras espécies lidam (melhor ou pior) com a “omnipresença humana”.


Que grande conselho daria aos alunos?

Com 37 anos de idade e apenas cinco anos de ensino, penso que me falta a autoridade para grandes conselhos. Mas posso partilhar uma linha pela qual tentei pautar-me durante o percurso que ainda vou construindo, na esperança que possa ser útil. Dentro do possível, façam o que vos apaixona e coloquem essa paixão no que fazem. Penso que esse é meio caminho para serem felizes e serem bons profissionais. Quando escolhi o curso de Biologia, ouvi muitas vezes as perguntas que certamente muitos estudantes de Biologia ouviram: Para que serve esse curso? Onde é que vais arranjar trabalho? Não era melhor escolheres algo que garanta um emprego a sério? Felizmente, sempre tive o apoio incondicional para poder escolher o meu percurso com a liberdade possível. E se há algum pensamento que pode apaziguar as dúvidas dos futuros biólogos sobre o seu papel no mundo, penso que poderá ser este: há tanta gente a estudar a espécie humana e as mais diversas questões relevantes para a espécie humana, mas os humanos são apenas uma das incontáveis espécies do planeta. Alguém tem que estudar as outras espécies e aquilo que afeta as suas vidas! De um ponto de vista evolutivo, estamos todos ligados e somos interdependentes. Mesmo de uma perspectiva antropocêntrica, estudar as outras espécies e promover a sua conservação e gestão adequada será sempre útil para a humanidade.


Houve alguma turma que mais o tivesse marcado? Porquê?

Assim à primeira vista, não tenho nenhuma turma que me tenha marcado mais do que as outras, pois guardo boas recordações de praticamente todos os alunos. No geral, prefiro dar aulas a turmas pequenas, pois gosto da dinâmica que se gera quando conseguimos ir conhecendo os alunos durante as aulas. Nesse sentido, guardo um carinho especial pela primeira turma a quem dei aulas. O primeiro ano em que lecionei de forma regular foi 2011, na Universidade de Cabo Verde, no Mindelo. Antes tinha apenas colaborado pontualmente na lecionação. A turma do segundo ano do curso de Biologia Marinha e Pescas tinha cerca de 35 alunos e lecionei duas disciplinas em cada semestre a esta turma. No início do primeiro semestre, fizemos um acordo: eu aprenderia a falar crioulo e eles aprenderiam biologia. Mal ou bem, até hoje o crioulo de “Soncent”, que aprendi em grande parte com eles, não ficou esquecido mas espero que eles tenham aprendido mais biologia do que eu aprendi crioulo.  Ainda hoje me lembro de todos pelo nome e vou conseguindo ir acompanhando o percurso de vários. A relação que ficou com esses alunos, hoje em dia muitos deles colegas biólogos, é para a vida.
Mais recentemente, tenho gostado muito da dinâmica que se tem criado com as turmas da disciplina de Biologia e Ecologia Tropical. A ideia desta disciplina de mestrado é abrir os horizontes dos nossos alunos para aquela que é uma das últimas fronteiras terrestres na descoberta da biodiversidade: os trópicos. Além disso, tentamos – tanto quanto possível – introduzir os alunos à prática científica, ao desenho e execução de projetos de investigação e à redação e apresentação de resultados científicos. A receptividade dos alunos tem sido muito boa e alguns têm agarrado o desafio com muita garra. Por exemplo, no início de 2017 está prevista a publicação, numa revista científica, do trabalho que três alunas desenvolveram durante a segunda edição da disciplina, no qual trabalharam mais cerca de um ano após concluírem a unidade curricular e que conseguiram submeter com sucesso.


Pode contar-nos um episódio curioso que se tenha passado em contexto de sala de aula ou com estudantes?

Já passei por situações mais e menos desagradáveis em sala de aula, mas não me lembro de nenhuma que tenha sido particularmente memorável (pelo menos enquanto docente!).


Traço principal do seu carácter

De que me acusam mais frequentemente? De ser teimoso e falador.


Ocupação preferida nos tempos livres

Ar livre! Caminhar, observar, fazer desporto ou outra atividade qualquer... Mas ao ar livre!
O que não dispensa no dia-a-dia.
Durante a semana, estando bom tempo e havendo tempo, gosto da caminhada da estação para a UA e da caminhada de regresso.


O desejo que ainda está por realizar

Não tenho nenhum desejo em especial. Nas palavras de um grande amigo, há a realidade que projetamos e aquela que vamos construindo, que nem sempre são a mesma e, nesses casos, temos que fazer opções. Tenho sido feliz com a realidade que vou construindo e com as opções que tenho feito. Gosto de pensar na vida como um passeio aleatório, pelo que o meu maior desejo é continuar neste passeio aleatório, de preferência com muitos máximos locais pelo caminho, por muitos e bons anos.




descrição para leitores de ecrã

Reportagem e Fotos retirados integralmente do Jornal Online da Universidade de Aveiro



Nota-Extra - É uma honra ver um esmorizense a dar cartas no panorama nacional. Esmoriz é arte, cultura e ciência. Já agora excelente reportagem e entrevista realizados pelo Jornal Online da Universidade de Aveiro.

Alunos do Agrupamento de Escolas de Esmoriz foram ver a peça "Os Maias"

"Os Maias" é um clássico da literatura portuguesa que foi composto por Eça de Queirós (1845-1900). Naturalmente, uma obra desta dimensão seria naturalmente adaptada aos palcos. Neste caso em concreto, este trabalho pertenceria ao grupo teatral ETCetera.
Tendo em conta que esta obra é bastante citada em testes e exames, nada melhor que consolidar os conhecimentos dos estudantes através de uma modalidade cultural distinta e certamente mais interactiva. É que ler 600 páginas daquela narração não é nada fácil, pelo que o teatro tem a magia de sintetizar e aflorar a sua relevância.
Dentro deste contexto, e no passado dia 10 de Fevereiro, os alunos do ensino profissional do 11º ano, turmas D e E, deslocaram-se ao Porto para assistirem à  peça de teatro -“Os Maias” da então companhia ETCetera . Ao todo, foram 42 alunos do nosso Agrupamento, acompanhados por uma professora da disciplina de Português e mais dois docentes. No auditório,  também se encontravam alunos de outros estabelecimentos de ensino, ocasionando assim uma sala cheia. A peça contou com duas horas de duração.
Além disso, houve uma pequena representação relacionada com as profissões que existiam na época de Eça de Queirós, isto é, no século XIX. A Escola Secundária de Esmoriz fez-se representar pela aluna Inês Correia (11º D) que desempenhou o papel de ardina.
No final, houve momento para a já habitual foto de grupo.
O balanço final da iniciativa foi extremamente positivo.




Foto - Agrupamento de Escolas de Esmoriz

A Escola da Relva abraçou o Teatro

No passado dia 14 de Fevereiro, os alunos da Escola da Relva puderam desfrutar da peça infantil “João e o Pé de Feijão”, iniciativa protagonizada pela companhia Animateatro, entidade que tem encetado um percurso itinerante por várias escolas do nosso país.
A peça inspirava-se na obra de Benjamim Tabart (1767–1833), escritor inglês que deixou uma obra literária destinada a moralizar o público infantil. 
A personagem principal da peça era naturalmente o João, um rapaz que se deixava levar pelos sonhos e fantasias, e que, ao longo da encenação em palco, procurava interagir com o público infantil, questionando e solicitando opiniões. 
Os valores da amizade e da felicidade foram cultivados ao longo da peça. Dezenas de crianças da Escola da Relva ficaram deliciadas com aquele evento cultural, e os professores enalteceram a pertinência da iniciativa.
Por fim, seguem-se fotos retiradas da página do Agrupamento de Escolas de Esmoriz.





domingo, 19 de fevereiro de 2017

Versos Cá da Terra IV



Onda da Barrinha 
(Soneto da autoria de Manuel Francisco Pinho)


Corpo de onda, bailando, vogando à beira-mar
Lá vai ela provocando e dominando o seu par
Seus olhos são diamantes, são maravilhas
Seus seios são dominantes, como duas ilhas.

Seu traje é um lindo e provocante vestido azul,
E o vento está agitando a brisa, quente do sul. 
Sussurrando uma canção, como um alívio,
Lembrando seu belo par num horrível exílio.

Agiganta-se e foge à própria e infeliz vida
Procurando seu bom e tão rico e ditoso lar,
Pois a nuvem lá no céu está desprendida...

Onda da Barrinha, ao seu amor não resiste,
E parte efervescente, morrendo no mar,
Deixando aqui na terra a saudade mais triste...




Imagem nº 1 - Barrinha ao Nascer do Sol.
Poema e Quadro da autoria de Manuel Francisco Gomes Pinho
Ambos retirados da obra - "Barrinha ao Entardecer"

Novas sondagens...

A dois dias do blogue completar meia década de existência, lançamos 7 sondagens com duração superior a dois meses para aferirmos a opinião dos nossos leitores sobre temáticas pertinentes.
Esperamos, por isso, a vossa participação. 
Aliás, este site sempre teve a virtude de envolver a comunidade na discussão de todas as vicissitudes que afectam a realidade local, lançando sondagens e propiciando intercâmbio de ideias nas redes sociais.
Alertamos ainda os nossos leitores que poderão enviar textos de opinião, devidamente assinados e cumprindo as regras gerais da boa educação, para cuscodeesmoriz@hotmail.com.
Convidamos assim todos aí em casa a exercer uma consciente cidadania.
Contamos convosco!



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sábado, 18 de fevereiro de 2017

Candidatos às autárquicas deveriam fazer uma semana de voluntariado antes do sufrágio?

Quando não há notícias assim tão flagrantes na nossa cidade, confesso que gosto de ir ao café ouvir as conversas do nosso povo. E hoje o debate foi deveras produtivo.
Dizia um senhor de bigode, com semblante carregado e algo revoltado com os políticos do país, que qualquer candidato, seja ele qual fosse, deveria fazer uma semana de voluntariado em prol da comunidade da terra a que se candidata. Seria um acto de humildade e de preocupação social, dizia o referido homem.  
E aqui voluntariado - pode ser muita coisa: ajudar a limpar as ruas, dar uma pequena formação gratuita num sítio público, alistar-se por uma semana no Corpo Activo dos Bombeiros ou numa entidade de cariz social da sua área de residência, recolher fundos ou alimentos nas superfícies comerciais para causas nobres, ajudar a remover plantas infestantes, pintar muros vandalizados, etc.
Claro que aqueles que já prestaram alguma forma de voluntariado nos 12 meses que precedem as eleições estariam isentos de tal chamamento. Chegámos também a essa conclusão após longa conversa. Quem já faz voluntariado e apoia causas, escusava de se prontificar a tal experiência que afinal já conhece tão bem.
A minha opinião não difere muito do senhor que ostentava um bigode autoritário, até porque penso que o voluntariado é a maior prova de amor que se pode declarar à povoação que pretendemos servir.
Eu já fiz voluntariado, e digo-vos, que não nos pode encher os bolsos de dinheiro, mas enriquece certamente a nossa alma. Além disso, o voluntariado obriga-nos a conhecer muito bem a realidade local, o que até acaba por favorecer, em termos de preparação, os futuros candidatos.
É certo que esta ideia nunca se tornará numa medida obrigatória, o que é pena. Mas penso que aqueles que fazem voluntariado e se apresentam às urnas, devem ser tidos em melhor consideração do que os demais que nunca fizeram.
Por isso, fica aqui a nossa visão sobre este assunto.



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