Barrinha, Flor de Bronze
(Soneto da autoria de Manuel Francisco Pinho)
Filha de pescador que morreu na guerra,
E duma bela varina, mas muito infeliz.
O teu olhar cintilante até de noite encerra
Todo o luar das grandes lendas de Esmoriz.
Ó flor estranha, já não tens o bom consolo,
A tua mágoa, a tua dor, nesta boa terra.
Ó flor estranha do febril e luzidio Apolo,
Neta dum rei que perdeu uma brava guerra.
Estátua ardente em bronzeadas chamas,
Que tentação e perdição tu derramas,
Por sobre a história negra, quase finda!
Neta de um rei que acabou chorando,
Filha de pescador que morreu lutando,
E de uma bela vareira, tristemente linda!
Foto - Magda Moreira
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