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terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

No berço dos defensores e na mira dos detractores

Para uns, Salvador Malheiro é um herói da política que tem sido vítima de uma cabala indecente nos últimos tempos, enquanto que para outros, é apenas um alpinista político que tem sabido recorrer ao marketing pessoal e a estratégias pouco claras para subir dentro dos meandros. 
Na nossa opinião, é preciso saber encontrar o meio-termo, de forma a podermos separarmo-nos dos seus defensores ou detractores acérrimos. É necessário, nesta análise, contornar admirações e ódios de estimação. Não faremos esta abordagem para agradar a gregos e troianos, mas apenas para chegar mais próximo da verdade que é o que nos importa. Aí é que poderemos encontrar a fonte da imparcialidade sem comprometer as virtudes e os defeitos que lhe possam ser imputados. 
Salvador Malheiro não é um santo mas também não é nenhum demónio. É um presidente que tem realizado, no geral, um bom trabalho à frente da autarquia. No caso concreto de Esmoriz, o qual nos interessa abordar com maior rigor, realizou algumas obras relevantes, como por exemplo, a semi-reabilitação da Barrinha de Esmoriz, a futura requalificação do Esmoriztur, a repavimentação de ruas sitas a nascente da cidade, entre outras medidas. Se desfruta de uma enorme popularidade, é porque ele e a sua equipa trabalharam bem no sentido de defender o interesse das comunidades locais. Os acérrimos detractores, por muito que o detestem, não o podem condenar pela falta de empenho. As obras foram feitas, embora ainda haja muito por fazer. 
No entanto, também os mais fervorosos apoiantes não podem negar que há falhas, há lacunas sérias. E no campo da ética e da transparência, a situação é preocupante e exige uma radical mudança de atitude por parte do actual executivo. É necessário que a adjudicação de empreitadas tenha mais em conta os méritos do que as influências (um problema infelizmente transversal ao nosso país), e mais do que tudo, histórias pouco bonitas como a angariação e transporte de militantes com recurso a uma carrinha de uma colectividade têm forçosamente de acabar porque está em causa a imagem do nosso concelho. Na política, não pode valer tudo, e nem o lema de Maquiavel em que os "meios justificam os fins" deve ser utilizado como método de inspiração. E é aí que o edil e a sua equipa têm perdido sucessivas batalhas morais umas atrás das outras. Claro que para muitos as batalhas morais não interessam para nada e são apenas "desculpas dos derrotados", mas a verdade é que o país não avança por causa desta mentalidade de que tudo vale para vencer. 
Neste momento, Salvador Malheiro é um homem que está na ribalta dentro do próprio PSD. Tem méritos e conhecimentos que o levaram certamente até ao topo. É vice-presidente de Rui Rio, e claro, tal protagonismo atraiu a atenção de toda a comunicação social. O problema é que o nome do concelho de Ovar e da própria cidade de Esmoriz foram arrastados a reboque para todo o tipo de polémicas. E claro que, neste ponto, os que dizem ter existido uma cabala contra Salvador Malheiro não têm razão, visto que as falhas efectivamente cometidas fizeram com que este se pusesse a jeito. As polémicas poderiam ter sido facilmente evitadas se as trapalhadas não tivessem sido reais. 
Se Salvador Malheiro e restantes camaradas são as pessoas ideais para acompanhar o projecto de Rui Rio, temos as nossas dúvidas, mas isso já é uma questão afecta ao próprio PSD. E só o futuro poderá esclarecer este dilema, embora para já, António Costa tenha razões para estar optimista porque o Congresso não trouxe a união partidária que muitos reivindicam para o principal partido da oposição.
Em jeito de conclusão final, Salvador Malheiro é um presidente de Câmara que, em termos físicos e materiais, tem revelado uma gestão correcta e quase exemplar da autarquia, embora no plano ético e moral, seja necessária uma nova visão e disciplina que seja capaz de evitar novas polémicas desnecessárias.



Imagem relacionada

Imagem nº 1 - Apesar do bom trabalho à frente da autarquia, Salvador Malheiro e a sua equipa têm de impor uma nova disciplina que favoreça a ética e a moralidade.
Retirada do Jornal O Público

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