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terça-feira, 2 de outubro de 2018

O estranho caso do tiro

Muito se tem escrito nas redes socais e em órgãos de comunicação social sobre o episódio do tiro no Centro de Ovar, ocorrido numa noite da semana anterior. Na altura, caminhava mesmo ali Fernando Almeida, líder do CDS-PP Ovar e deputado municipal, que é uma das principais vozes opositoras ao executivo municipal liderado por Salvador Malheiro. Fernando sentiu a aproximação de um carro, onde estava presente o atirador. O dirigente centrista não descarta a possibilidade de ter sido o alvo de tal acto lamentável, embora nesta versão dos acontecimentos, o atirador não quisesse acertar no caminhante, apenas assustá-lo ou intimidá-lo, e daí ter falhado propositadamente. 
Antes demais, é preciso cautela. É urgente identificar o autor de tal disparo (mesmo que estejamos a falar de pistolas de alarme ou de balas de borracha) porque não pode ser admissível que numa cidade ande por aí alguém a brincar aos tiros. Porque as tragédias acontecem e alguém pode magoar-se a sério. 
Se o alvo foi escolhido ao acaso (isto é, brincadeira de mau gosto) ou por "ódio" político, não deixa de ser um acto muito grave.
Fernando Almeida é um homem que tem direito às suas ideias, e é frontal e espontâneo, algo que considero ser algo muito respeitável na política.
Dito isto, também sublinho que não acredito que alguém do executivo municipal liderado por Salvador Malheiro tivesse armado esta cilada (devo esclarecer que sou contra as insinuações que já li em sentido contrário nas redes sociais até porque não vi quaisquer evidências nesse sentido), penso que, a haver alguma "conotação política", isto terá sido obra apenas de "fanáticos" ou "lobos solitários"que agiram de forma individual. Mas lá está, isto é apenas uma das possíveis explicações para o sucedido, e nada deve ser descartado durante as investigações.
Por outro lado, se foi para brincar aos tiros durante a noite ou para tentar acertar em pombas, mantenho a mesma opinião. Brincadeiras perigosas como estas, numa zona onde vivem muitos idosos (os quais podem sofrer sustos de morte), não podem ser admissíveis. E acabaram mesmo por causar esta confusão que ganhou substância política e chegou aos meios de órgão comunicação nacional. 
A noite no concelho de Ovar tem de oferecer condições de segurança senão o retrocesso económico e comercial (sobretudo ao nível da restauração) será ainda maior.
Este tiro, felizmente, não feriu ninguém, mas pode ter ferido a "imagem política" (por via da dúvida) e a "vida nocturna" em Ovar. 



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