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domingo, 31 de março de 2019

Festival dos Arautos entra na recta final (Texto baseado no Jornal A Voz de Esmoriz)

O IX Encontro de Teatro de Esmoriz, organizado pelo Grupo D’Arte e Cultura dos Arautos, teve início no passado dia 2 de Março. O Teatro de Balugas, grupo proveniente de Barcelos (Distrito de Braga), apresentaria a peça “Pão Nosso” no auditório da Junta de Freguesia de Esmoriz. Esta representação continha uma abordagem comediante, contudo também remetia o expectador para um contexto rural típico de uma aldeia. 
Assim sendo, a peça honrava os pergaminhos da aldeia de Balugães, de onde era natural o grupo convidado. O cenário decorreria numa seara, aludindo ao ciclo da produção do pão. A presença de três formosas ceifeiras reforçou tal visão. Além disso, os pedreiros e gameleiros (estes talhavam gamelas de pinho em tempos mais recuados) também integravam este cenário rústico. Por outro lado, a representação revelar-se-ia muito produtiva no que diz respeito ao recurso de ditados populares, superstições, tradições ancestrais, etc. 
A cenografia efectivamente merece da nossa parte o maior reconhecimento, dado que se improvisou uma seara com abundantes espigas de trigo ou centeio. Além disso, foram disponibilizados e manuseados em palco artefactos antigos, hoje caídos talvez em desuso. 
Além de tudo isto, a peça incluiria igualmente um romance, dado que as três ceifeiras eram pretendidas por quase todos os homens da aldeia (ao ponto de estes quase andarem ao milho!!!), dado que as mulheres jovens e fisicamente apreciáveis eram já escassas naquele lugar. Rosinha seria a mais bela de todas, contudo acabará por deixar a aldeia, partindo o coração do principal protagonista da peça que a amava verdadeiramente. Os gameleiros acabarão por falecer de velhice, os pedreiros tentarão a sorte nas cidades, e as outras duas ceifeiras enclausuram-se de desgosto nas suas moradias. O fenómeno do êxodo rural e do próprio envelhecimento nestas localidades mais isoladas são factores de risco observáveis ao longo do espectáculo.
Após a apresentação da peça, duas cantadeiras subiram ao palco e, com as suas vozes, elevaram as tradições musicais da região Minho. 
Findas as exibições artísticas, chegaria a altura de conhecer as reacções. Cândido Sobreiro, Director Artístico do Teatro de Balugas, recordou que esta peça pretendia ser fiel à história da sua terra – Balugães.  Além disso, salientou que hoje em dia tudo tende a acontecer muito depressa (devido ao uso das novas tecnologias e ao crescente avanço científico), contudo defende que a ideia passou por apresentar um espectáculo diferente, onde se pudesse trazer um pouco o cheiro da farinha ou da madeira, recordando assim outros tempos.
Por seu turno, Silvino Gomes, Presidente dos Arautos, entidade anfitriã que organizou este festival de Teatro, realçou o facto de até ter sido visível uma afluência razoável, tendo em conta a ocorrência, em simultâneo, de outros eventos culturais na região, e dirigiu ainda elogios à forma como o Teatro de Balugas se exibiu naquela noite. 












O Festival prosseguiu com novos espectáculos

Ao longo do mês de Março, decorreriam mais quatro espectáculos, praticamente todos eles com uma adesão aceitável por parte do público. No dia 9 de Março, o GETEPEPE Teatro Perafita apresentou a peça comediante “A Herança”, a qual provocou inúmeras gargalhadas. Seguiu-se no dia 16 de Março, a peça “Circo Mágico” da autoria colectiva dos Arautos que é especialmente reservada para os mais novos, tentando cativá-los através da magia e da fantasia. Tivemos ainda uma nova comédia apresentada pelo Grupo de Teatro TACCO, então denominada “A Mansão”, a qual foi exibida no passado dia 23 de Março. Por fim, a União Recreativa "Os Amigos da Terra" apresentou na peça "Karma" na noite do dia 30 de Março.
Falta agora apenas um espectáculo para encerrar o festival, algo que ocorrerá no dia 6 de Abril com a Juv-Setas Sanguedo a representar em palco a peça "Os Restos", um monólogo a seguir com atenção.


Reportagem do Jornal A Voz de Esmoriz
Edição do Mês de Março de 2019

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