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sábado, 25 de maio de 2019

Entrevistas com Memória VII


O nosso convidado especial do mês de Maio para uma entrevista é Adérito Ferreira. Com 55 anos de idade, Adérito conta com uma forte participação no associativismo esmorizense, revelando um carinho especial pelo lugar de Gondesende. É ainda um fotógrafo já com provas dadas em diversas iniciativas.



1– Boa tarde, Adérito. Como é que nasceu a sua paixão pela fotografia?

Adérito: Desde muito novo que tenho a paixão pela fotografia. Aos 10 anos pedi à minha mãe uma máquina fotográfica e foi o meu primo (o Engenheiro Ferreira da Silva), a pedido dela,  que ma comprou em Ovar. Uma Kodak  Regula Sprinty 300 que ainda hoje a guardo e está imaculada como nova. Desde aí o bichinho nunca parou!



2 – Sabemos que já participou em exposições. Quais foram as exposições mais célebres em que participou? E que prémios já coleccionou?

Adérito: Para mim as exposições são todas célebres.Só participei num concurso e obtive o 2º Prémio (Raid pelas Ruas de Gaia).



3- Já agora quais serão os próximos eventos de fotografia em que irá estar presente?

Adérito: Neste momento tenho duas exposições a decorrer: a de Pinhole no Cine-Teatro António Lamoso - Stª Mª da Feira, inserida nas comemorações do Ano Mundial da Fotografia Pinhole, e uma outra "Paleta", que está exposta na sede da Crecor em Cortegaça, no âmbito das celebrações do 34º aniversário desta associação. 
A próxima exposição que irei apresentar ocorrerá no próximo dia 7 de Julho, no Átrio da Junta de Freguesia de Esmoriz.



4- Na sua opinião, quais devem ser as características de um bom fotógrafo?

Adérito: Cada um tem as suas características, é difícil a resposta. Para mim, uma das mais importantes é, sem dúvida, a aptidão com que se domina a luz na perfeição. A fotografia é a escrita da luz.



5– Muitos pessoas da terra o designam em jeito de brincadeira como o “regedor de Gondesende”. Conte-nos o que é que inspira a ser um dos grandes defensores da cultura e das tradições desse lugar?!

Adérito: Eu sou um defensor das tradições, e tenho muito respeito dos costumes dos nossos antepassados. Para mim não há futuro se não mantivermos o passado presente. Sinto uma satisfação enorme quando culturalmente recriamos a vida e os costumes das nossas gentes. Sou um defensor acérrimo da preservação dos costumes esmorizenses.



6- Se alguém viesse de fora e chegasse aleatoriamente a Gondesende, o que é que recomendaria a visitar nesse lugar?

Adérito: Há muito pouco a recomendar...A Igreja e a gastronomia... Aliás, Gondesende até tem potencial mas para que possa evoluir tem de se tornar num espaço prioritário de intervenção. 



7- Considera que Gondesende tem potencial para crescer ainda mais no plano urbanístico, demográfico, histórico e económico?

Adérito: Não considero, aliás, tenho a certeza que sim. Tem muito potencial urbanístico (é necessário começar a olhar Gondesende como um dos primeiros lugares de passagem ...),economicamente estão a fazer-se alguns investimentos que são muito importantes e já há pessoas não-naturais de Esmoriz a  comprar casa e também a procurar aqui. É bom relembrar que Gondesende com a A29 está perto de tudo.



8 – Uma das tradições que conheceu, mais de perto, foi certamente a “Macaca Rambóia”. Poderá explicar-nos em que consistiu tal momento de convívio que juntou vários profissionais da terra noutros tempos?

Adérito: A macaca ramboia era uma forma que um grupo de amigos tinham de festejar o seu aniversário. Era feita todos os sábados na oficina do meu pai, mais tarde, também do meu tio e padrinho, e consistia em comer "bifes do vazio", feitos numa chapa de aço inox, no meio de um pão, a bebida era vinho. No final, o ponto alto do ajuntamento fazia-se através da macaca dos mudos, só iam homens e os filhos daí que desde que me conheço ia a macaca ramboia.



9- Na sua opinião, e na qualidade de membro do PSD da Assembleia de Freguesia de Esmoriz, como avalia o actual estado da cidade?

Adérito: Esmoriz tem tido obra, mas precisa de muito mais. Temos o nosso parque escolar, as vias de comunicação, edifícios "c" de referência, nomeadamente o palacete dos Castanheiros num estado que necessita de intervenção urgente .Esmoriz tem que ser olhado como cidade, é urgente haver um planeamento de toda a cidade. Esmoriz não pode ter obras só para remediar, temos que ter obras estruturais e a pensar no futuro. Temos que lutar por uma cidade moderna com infraestruturas e equipamentos que sirvam para cativar ainda mais o apetite das gentes de fora para que possam escolher Esmoriz para viver.  



10- Por fim, quais serão, na sua opinião, os principais desafios que Esmoriz (e Gondesende) poderá enfrentar no futuro? 

Adérito: O objectivo passa por transformar Esmoriz numa cidade organizada e apetecível com espaços culturais,hoteleiros,equipamentos lúdicos, equipamentos residenciais de apoio à terceira idade, rede de transportes. Por outro lado, é imperioso começar a ver Esmoriz como "um todo" desde Gondesende até a praia, e que haja mais equilíbrio nos investimentos ,tendo sempre presente  que a cidade é um todo .


Muito obrigado pela disponibilidade em responder às dez perguntas que elaboramos nesta entrevista.





Imagem nº 1 - Adérito Ferreira vive a paixão da fotografia, tendo participado já em várias exposições.





Imagem nº 2 - Adérito Ferreira é um dos defensores acérrimos das tradições de Gondesende.






Imagem nº 3 - A primeira máquina fotográfica que Adérito Ferreira teve quando tinha 10 anos de idade.



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