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segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Desde 2012 até 2019 (Ponto de Situação)

Quando fundamos este blogue em 2012, procurámos combater, através da informação digital, o alheamento social que, na altura, se verificava na cidade de Esmoriz. Comparativamente com a realidade há 7 anos, Esmoriz está hoje melhor, do ponto de vista urbano e demográfico, mas nada terá mudado em relação à adesão associativa que não parece ter sido significativa nos últimos tempos. E isto não é uma crítica às nossas associações que hoje estão mais empreendedoras do que nunca, mas que do outro lado, parecem ainda não ser tão valorizadas pelos públicos local e regional. O alheamento social continua a ser bastante considerável. Atrevo-me a referir que mais de 60 % da nossa população persiste em revelar grande desinteresse sobre o que se passa na cidade, a nível cultural, social, artístico, desportivo, etc. Muitos destes 60% nem sequer se dignam a votar no sufrágios.
Nos dias de hoje, várias associações da nossa terra, algumas delas proeminentes, encontram-se com sérios problemas de sucessão directiva porque ninguém se quer chegar à frente. E existem pessoas que se multiplicam por várias entidades porque o associativismo é um trabalho voluntário (ou semi-voluntário) que poucos querem fazer. Pode dar currículo, mas não dá fortunas e obriga que os associativistas tenham de despender tempo considerável das suas vidas. O amor à camisola tem de ser trabalhado para que novas pessoas possam aderir aos projectos colectivos.
Exposto tudo isto, o nosso blogue reconhece hoje que ainda está longe de ajudar a vencer definitivamente o alheamento bem como essa ideia pouco abonatória (mas que infelizmente não é um mito!) de que Esmoriz, exceptuando a época de Verão, é apenas visto como um dormitório para muitas famílias. A cultura do Esmorizismo terá que ser cada vez mais valorizada nos próximos tempos. E assim sendo, desejamos que a reabilitação do Esmoriztur implique o reiniciar de um novo ciclo, tornando-se num factor aglutinador de uma comunidade dispersa nas suas motivações.
Este site que conta com mais de 1 milhão de visualizações alcançou também vitórias, ou meias-vitórias, ao longo das inúmeras reivindicações que acompanharam o seu trajecto. Como indicáramos nos primeiros textos de 2012, as requalificações da Barrinha de Esmoriz e do Esmoriztur (casa da cultura) nortearam as causas do blogue e dos esmorizenses. Hoje, a Barrinha foi parcialmente reabilitada e reintegrada no meio social através de passadiços e de uma ponte. Falta ainda combater o flagelo da poluição, algo que continuará a merecer da nossa parte alertas futuros. Relativamente ao Esmoriztur, a reabilitação está em curso e temos muitas esperanças de que a vida cultural em Esmoriz poderá finalmente alcançar novos patamares. Apoiámos também a estratégia da construção do Parque Ambiental do Buçaquinho em 2013, assegurando uma reportagem de grande qualidade no dia 25 de Abril, altura em que ocorreu a sua inauguração. Estes méritos foram todos dos últimos executivos da Câmara Municipal de Ovar de Salvador Malheiro e Manuel Oliveira, mas a verdade é que, desde cedo, pressionámos constantemente as entidades públicas através de sucessivos textos (aqui publicados) para a necessidade destes empreendimentos. 
Embora não tenhamos apoiado de forma evidente, também reconhecemos como positivas as decisões da Junta de Freguesia de Esmoriz, liderada por António Bebiano, em criar uma Universidade Sénior e gabinetes de apoio (psicossocial e de reinserção profissional) ao cidadão.
Mas ainda há muito por fazer: ruas por requalificar, palheiros em ruína, uma arte Xávega a preservar, tanques e fontanários por arranjar, etc.
Continuaremos a reivindicar o que é o melhor para a cidade. Não podemos fazer a obra aparecer no terreno, mas acreditamos que podemos defender neste espaço electrónico tudo aquilo que é do interesse comum. Porque só assim contribuímos para que o crescimento urbano não estagne. 
Por outro lado, divulgámos neste blogue o melhor da história e da cultura locais, um trabalho que exigiu horas intermináveis de investigação. Valorizar a identidade, o bairrismo saudável e as tradições da nossa comunidade constituíram sempre metas prioritárias. Dar a conhecer novos factos sobre a evolução local foi algo que também nos deu um grande gozo.
O nosso blogue não é perfeito, cometeu erros, certamente, sofreu as suas amarguras e acusou também dores de crescimento. Erros humanos que possivelmente se repercutem em quase todas as pessoas que iniciaram um projecto similar a este.
Mas o tempo e as experiências vividas ajudam-nos a melhorar o serviço que prestamos! E dentro deste contexto, iremos procurar continuar a marcar a diferença pela positiva. Em breve, voltaremos com um rol de entrevistas. Os nossos leitores merecem. E nós aqui estamos para zelar para que o blogue continue a ser uma das referências do distrito de Aveiro. 



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