O executivo da Junta de Freguesia de Paramos, liderado por Manuel Dias, decidiu colocar barreiras em algumas das ruas que faziam ligação directa até Esmoriz. Justificou a sua acção, alegando que alguns "habilidosos" estavam a desobedecer sistematicamente à quarentena geográfica que havia sido decretada para o concelho de Ovar.
Foram assim colocadas barreiras "Jersey" (cimento), de forma a travar potenciais abusos daqueles que não acataram ainda o novo regime restritivo implementado.
O problema é que esta solução pode resolver o problema original da ausência de vigilância nesses pontos, contudo, numa situação de emergência, as ambulâncias não poderão socorrer, de forma directa, as pessoas que ali vivem, sendo possivelmente obrigadas a realizar um trajecto mais longo e demorado. Por outro lado, poderão existir pessoas naquelas moradias que trabalhem em serviços essenciais que não podem fechar (nomeadamente hipermercados, hospitais, farmácias, indústria alimentar...) e que agora serão forçadas a ter que ir por outros caminhos.
Penso que a solução mais aceitável passaria sempre pela colocação de forças de autoridade no local, de forma a fazer a triagem necessária. Por isso, não concordamos com esta decisão da Junta de Freguesia de Paramos, embora respeitemos as suas preocupações.
Por outro lado, não percebo como é que estas vias de acesso não foram contempladas no plano de supervisão inserido no âmbito da Quarentena Geográfica. Penso que foi uma falha que poderia ter sido evitada.
Esperemos que isto não venha prejudicar as boas relações que sempre coexistiram entre estas duas terras.
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