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quinta-feira, 26 de março de 2020

Rubrica "Perspectivas Descomprometidas" (Tema VI - Reflexão em quarentena sobre o Covid-19)



Reflexão em quarentena sobre o Covid-19


Toda esta situação é complicada para toda a gente: antes e depois desta situação em que vivemos, sobretudo nós que moramos no concelho de Ovar. No entanto, é bem complicado para todos os portugueses; enfim, para todas as pessoas espalhadas por esse mundo fora.                        
Para mim, este período, começou atribulado. Trabalho numa escola, mas como assistente operacional. Ainda as escolas não haviam fechado e já me debatia com o facto de finalmente, entender, no meio disto, que o meu filho já tem 12 feitos este ano e, já não estaria incluída na situação dos pais a ter direito à "famosa" baixa da Segurança Social. Mas também é bom que se entenda, que a forma como se comunica é muito importante. Pois, quando se escreveu: "menores de 12", tem um significado. Até 12, tem outro. O primeiro, exclui os 12 anos; o segundo, inclui. É uma questão lógica e de Português.
Por isso, quem " manda", quem escreve, que pense primeiro. Fiquei com o problema de ter de ir trabalhar para uma escola fechada, com um filho que não tem 11, mas tem 12 e não deixa de ser novo para ficar tantas horas sozinho. Sim,  porque, ficar com os avós, nesta situação, nem pensar.  A conjuntura no concelho de Ovar começava a ficar preocupante e eu estava, igualmente, preocupada. Para não ir trabalhar, teria de recorrer a uma baixa. Não, não se pense que não quero trabalhar: só que o meu filho é mais importante do que tudo. Talvez até se desenrascasse. Talvez até me surpreendesse. Talvez sim, talvez não. Conquanto, não deixa de ser uma criança ainda, mesmo que já se note, o aparecimento da adolescência.  
Sim, preferiria estar com as minhas crianças, mesmo quando testam a minha paciência. Sim, preferiria, ouvir e ver os seus disparates infantis, os seus radiosos sorrisos. Preferiria estar com todas as minhas colegas e amigas, com todos os professores, com a gatinha Xaninha. O meu filho, preferia ir à escola. Mas, até podermos estar todos juntos, finalmente, terá de ser assim.  O correto é ficar em casa, o mais possível. Esta é a nossa parte. Sem nunca esquecer todos os outros profissionais, que muitas vezes, aos quais não demos o devido valor: médicos, enfermeiros, todo o pessoal auxiliar, pessoal da limpeza, aqueles que recolhem o lixo, professores, bombeiros, todos aqueles que nos trazem a correspondência,  todos aqueles que são trabalhadores dos bens essenciais, os camionistas e todos os que trabalham nas empresas consideradas essenciais. 
São tempos novos para os quais ninguém estava preparado, mas aprendamos que, mais do que nunca, a união faz a força. Quem tem de ficar em casa, que só saia para o essencial e com as devidas precauções. Temos todos de fazer o que as autoridades competentes nos aconselham. Temos que respeitar e entender que mais do que nunca deveremos pensar no outro e não só em nós. Porque todos nós poderemos ser vítimas deste vírus invisível. 
Em breve, escreverei, outra reflexão. Por agora, por aqui me fico e: #fiqueemcasa! 


Ana Roxo
Licenciada em Estudos Portugueses e Germânicos
Escritora natural de Esmoriz



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