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sábado, 28 de março de 2020

Vigilância reforçada ao máximo no concelho

O Jornal Público e a Revista Visão trouxeram-nos recentemente mais notícias sobre o concelho de Ovar.
A primeira informação a que tivemos acesso é a de que GNR irá recorrer a drones para encetar uma vigilância apertada sobre as populações isoladas pela cerca sanitária do concelho de Ovar. Esta metodologia será igualmente adoptada noutras povoações do país. Os drones servirão para observar e vigiar os comportamentos das comunidades bem como emitirão avisos sonoros em caso de transgressões. O pedido terá sido feito pela própria GNR que poderá assim utilizar as vantagens proporcionadas por aquele equipamento. 
Neste momento conturbado e claramente excepcional, esta parece-nos ser uma medida acertada que claramente se justifica. As autoridades terão que dispor de mais meios e apoios para fazer com que o isolamento social seja totalmente eficaz. 
Por outro lado, também tivemos conhecimento de que os jornalistas estão impedidos de entrar e sair do concelho de Ovar desde o dia 18 de Março. Apesar do Estado de Emergência Nacional não comprometer o exercício da liberdade de imprensa, a verdade é que, no estado de Quarentena Geográfica e Calamidade Pública decretado pelo Governo e DGS para o concelho de Ovar, os jornalistas não fazem parte das excepções e, por isso, a sua liberdade de movimento no município vareiro é restringida ao máximo. 
Claro que esta situação gera sempre dúvidas. Denotamos alguma falta de consenso entre os constitucionalistas sobre este assunto. Uns alegam que a liberdade de informação não deve ser limitada porque esse serviço é essencial para informar as comunidades e sensibilizá-las ainda mais para os perigos que se avizinham derivados da propagação do COVID-19, outros afirmam que os jornalistas também não estão imunes ao contágio tal como os demais cidadãos, pelo que a medida restritiva protege a sua integridade bem como das pessoas que os rodeiam.
Na nossa opinião, cremos que deveria ser permitida a entrada e saída de jornalistas, desde que estes fossem sujeitos a testes de despistagem sempre que entrassem ou saíssem do concelho. Não sei se isto é realisticamente alcançável e se existem testes suficientes para garantir este procedimento (poderá permitir-se uma entrada mínima de jornalistas por dia no concelho), contudo achamos que valeria a pena tentar encontrar uma solução justa porque o bom jornalismo não deve ser excluído em momentos críticos como este.




Direitos da Foto - Andreia Fernandes Silva

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