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quinta-feira, 2 de abril de 2020

À Conversa com Adérito Ferreira

A Comissão de Melhoramentos de Esmoriz lançou recentemente uma rubrica denominada "À Conversa com..." que tem vindo a ser publicada na sua página das redes sociais. Trata-se de um pequeno questionário (com 5 perguntas) onde são recolhidas as opiniões dos entrevistados nestes tempos de quarentena ou de estado de emergência nacional.
A instituição terá a prioridade natural e original das entrevistas, sendo cada uma destas replicadas posteriormente (isto é, um ou dois dias depois) no nosso blogue, de forma a que os leitores que não têm acesso às redes sociais, possam lê-las. É uma forma de alargar o seu testemunho a um público mais abrangente, e conceder mais visibilidade a esta iniciativa que vai de encontro às expectativas das comunidades de Esmoriz e do restante concelho.


"À CONVERSA COM..."

5 Perguntas de Rotina, 5 Respostas de Quarentena

Hoje é dia de falarmos com Adérito Ferreira, Presidente da Assembleia Geral da Comissão de Melhoramentos de Esmoriz. Vamos tentar saber o que anda ele a fazer através de um questionário que lhe enviamos.


1 – Olá Adérito. Que impacto sentiu quando foi decretado o Estado de Quarentena em Ovar? Acha que foi uma medida justa?

R: O impacto foi grande, todos ficaram sem saber o que fazer, foi gerado um caos momentâneo que rapidamente começou a desvanecer... Se a medida foi justa, só no final faremos o balanço. Pela informação dada pelo nosso Presidente de Câmara, era uma medida necessária senão seria e será muito pior. Acredito piamente que estão a ser tomadas as melhores determinações para proteger e salvar o povo vareiro.


2 – Sei que tem feito vídeos para ocupar o seu tempo e demonstrar os seus dotes musicais e culinários. Isso tem ajudado a sentir-se mais alegre e divertido?

R: Eu não considero dotes, mas sim necessidades para sobreviver. Não, não me sinto nem alegre nem divertido, mas é uma forma de me estar conectado com o mundo, e interagir com amigas e amigos. A experiência está a ser, para já, simpática.
Contudo, o meu estado de espírito atual é de medo, reflexão e ansiedade... Não podemos ignorar o momento difícil que vivemos.


3 – Sei que não é pessoa para estar parado por muito tempo. Juntamente com Miguel Coelho e Alzira Santos, lidera o processo de distribuição de sopa quente pelos mais idosos ou desfavorecidos, nesta conjuntura sabotada pelo COVID-19. Tem havido adesão da parte dos idosos?

R: A ideia surgiu após um telefonema da Alzira a relatar algumas situações. Ao almoço, a conversa que havia tido não me saía da cabeça. Fiz uma gravação e telefonei à Alzira para lhe perguntar se queria avançar e se achava que deveria publicar o vídeo e a resposta surgiu em consonância: disponibilizamo-nos para levar uma sopa quente a quem mais precisa, nesta conjuntura nefasta provocada pelo COVID-19. Assim nasceu o projecto e ela perguntou-me: “Olha posso convidar o Miguel Coelho?”, e eu retorqui: “Claro que sim”! Hoje, temos uma equipa forte com um sentido de humanismo muito grande… Começamos por apoiar dois cidadãos logo no dia seguinte à publicação, mas hoje são já 14. Ou seja, o nosso auxílio está a estender-se.


4 – Vocês actuam nas localidades de Esmoriz e Cortegaça, certo? Quem quiser uma sopa quente e integrar aqueles grupos de risco, como é que poderá entrar em contacto convosco?

R: Actuamos no concelho, no entanto, existem muitas instituições no terreno, estando toda a zona coberta, logicamente que existem casos pontuais que são os que estamos a apoiar. Esta iniciativa só foi para o terreno após uma conversa que mantive com a Dra. Jacinta Valente, Coordenadora do Centro Comunitário de Esmoriz. Estamos coordenados, e com mais uma equipa reforçada para se for necessário, irmos para o terreno. Agradeço a colaboração rápida da comunidade vareira que foi e continua a ser rápida… Um bem-haja para todos!


5- Você adora fotografia. Quantas exposições teve de cancelar por causa desta conjuntura? Tenciona regressar em força?

R: Esta pandemia parou o mundo. Neste momento, a fotografia está em segundo plano. Agora o foco prioritário assenta em salvar a humanidade. Foram duas exposições canceladas (poderão ser adiadas), tenho mais duas.
Quanto ao “regresso em força”, nunca tive objectivos pré-programados em relação à fotografia. Tiro fotos por prazer e por gosto pessoal. O “voltar em força”, depende dos convites que tiver. Nunca deixei de atender aos convites que me fazem para expor, ou melhor, sempre que me convidam, e se a resposta for afirmativa, poderei expor, cantar ou até participar de qualquer outra forma. Viver em comunidade exige o contributo de cada um, e eu já participei em várias iniciativas públicas.


Agradecemos o tempo que nos concedeu.
Um abraço!




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