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quarta-feira, 8 de abril de 2020

Em diálogo com Fernando Almeida


Em diálogo com um convidado especial
5 Perguntas de Rotina, 5 Respostas de Quarentena
(Questionário originalmente publicado na página da Comissão de Melhoramentos de Esmoriz nas redes sociais)

Hoje é dia de falarmos com Fernando Almeida, Deputado da Assembleia Municipal eleito pelo CDS-PP. Vamos tentar saber como ele tem encarado este contexto adverso provocado pela propagação do COVID-19.


1 – Olá Fernando. Que impacto sentiu quando foi decretado o Estado de Quarentena em Ovar? Acha que o seu prolongamento recente por mais quinze dias foi uma medida sensata?

R: Olá, senti que estávamos perante uma situação dramática e preocupante.
Em relação ao prolongamento do cerco, tenho muitas dúvidas, desde logo entendo que, pelo menos, o norte do concelho deveria ter ficado fora do mesmo, devido ao número de casos registados.
São medidas que têm um preço elevado que todos vamos pagar, a saúde e vida das pessoas deve ser colocada em primeiro lugar mas sem descurar a subsistência das famílias.
Convém não esquecer que as restrições impostas pelo estado de calamidade não são muito diferentes das do estado de emergência e nessa medida cabia pesar se é justificável manter o cerco ao Município com todas as limitações que isso implica.



2 – Ficou indignado quando o Governo decretou, através de um despacho recente, o regresso à actividade laboral de algumas empresas não-essenciais?

R: Claro que sim. Não faz sentido haver estas excepções que originam uma discriminação intolerável relativamente às pequenas e médias empresas. Estas excepções denotam a inutilidade do cerco actualmente, não é coerente nem sério defender-se o cerco e simultaneamente a laboração de algumas empresas. Impõe-se o levantamento do cerco de imediato ou o encerramento de todas as empresas que não produzem bens essenciais como são exemplo a indústria alimentar e farmacêutica.



3 – Considera então que a Cerca Sanitária não deverá perdurar por muito mais tempo?

R: Como referi anteriormente não faz sentido manter o cerco sanitário e permitir que várias empresas continuem a laborar. É necessário optar por uma das medidas, o cerco com todas as indústrias encerradas à excepção das preconizadas na lei como no primeiro período do cerco ou o levantamento do cerco permitindo a laboração normal das empresas e colocando-nos em circunstâncias de igualdade com o resto do país.
Medidas dúbias não nos conduzem a um bom caminho.



4 – Sei que faz parte da equipa que fundou a GACEMO - Grupo de Apoio a Comerciantes e Empresários do Município de Ovar. Como se irá pautar a vossa missão?

R: A GACEMO surgiu com o intuito de ajudar o tecido empresarial de forma a mitigar os efeitos da crise económica e social que aí vem.
A inexistência de uma verdadeira associação comercial e empresarial no Município de Ovar, deixou os nossos empresários e comerciantes órfãos do apoio que é imprescindível numa fase destas, daí ter surgido a GACEMO que é constituída por voluntários que desinteressadamente se disponibilizaram a assumir este papel.



5 – Acha que os empresários irão ser devidamente apoiados pelo Governo? Ou os apoios pecarão por serem escassos? Os esclarecimentos das altas instâncias têm sido suficientes?

R: Temo que o apoio seja insuficiente. No caso particular do Município de Ovar impõem-se apoios excepcionais, tendo em conta a circunstância excepcional que vivenciamos. Somos o único Município do continente em estado de calamidade, o Estado não pode nem deve tratar de igual forma o que é diferente. Quer a nível nacional, quer a nível local é notória a falta de esclarecimentos e reina até alguma confusão dispensável neste momento.


Agradecemos o tempo que nos concedeu.
Um abraço





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