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segunda-feira, 22 de junho de 2020

Serviços que necessitam de ser reavaliados (Artigo de Opinião)

O desconfinamento no concelho de Ovar está a ser um exemplo. Neste momento, existem cerca de 10 casos activos e aqui podemos reconhecer os méritos da autarquia e do gabinete de crise na gestão do processo na área da saúde. É claro que houve críticas da oposição quanto ao elevado investimento no Hospital de Campanha Anjo D'Ovar, mas aqui pensamos que a necessidade de salvar vidas humanas implica sempre um custo. Obviamente que a autarquia poderá ter cometido alguns erros, mas estávamos diante de uma realidade nova, nunca antes visível, e é lógico que ninguém tinha a poção perfeita para resolver tudo da melhor forma. Por isso, pensamos que o executivo municipal liderado por Salvador Malheiro esteve bem no que concerne ao alinhamento de uma estratégia firme tendo em vista a contenção da pandemia.
No entanto, estamos neste momento numa fase de desconfinamento, e apesar de tudo estar a correr bem ao nível da diminuição clara do número de infectados, a verdade é que não fica muito bem ao edil pedir uma cerca sanitária para Lisboa. Aliás, esse não é um problema nosso, nem somos propriamente as pessoas mais bem posicionadas no plano científico para determinar se seria exequível ou funcional uma Cerca Sanitária em Lisboa, já para não falar que se a região fosse alvo dessa medida, isso voltaria a acarretar uma eventual paragem da economia portuguesa. Isso tanto aconteceria se Lisboa ou Porto tivessem uma cerca sanitária rígida. E as consequências económicas afectariam todo o país. Neste momento, só existem cerca de 70 pessoas nos cuidados intensivos, e temos que nos habituar - estes surtos vão acontecer sempre até que se encontre uma vacina ou um tratamento eficaz.
Mas regressemos ao município de Ovar, e na verdade, há situações preocupantes que, embora não sendo da responsabilidade directa da autarquia, devem ser abordados através de uma pressão dialogante junto das entidades que tutelam tais serviços. 
As Unidades de Saúde Familiares de Maceda, São Vicente Pereira e Arada estão encerradas e não há uma data prevista para o seu regresso. O mesmo se passa com a Extensão do Furadouro, e até a Unidade de Saúde Familiar da Barrinha (em Esmoriz), tem funcionado com muitas restrições e condicionalismos. Sabemos ainda que as farmácias e as consultas abertas em Ovar deixaram de ser realizadas durante o período nocturno. É claro que isto é competência do Ministério da Saúde, mas compete à autarquia (executivo e oposição) agir e reivindicar uma reabertura urgente destes espaços. É isto que devemos exigir de Lisboa! As nossas comunidades têm o direito de serem atendidas em caso de doença, seja ela qual for.
Um outro problema está relacionado com a capacidade de resposta dos CTT, cujos atrasos na entrega da correspondência parecem estar a bater recordes negativos. Pelo que apuramos, esta não é apenas uma situação local, mas nacional. Há atrasos de correspondência que superam um mês, quando a correspondência supostamente é trocada dentro do mesmo concelho ou entre municípios vizinhos. Sabemos que há pessoas de Esmoriz que têm ido directamente a Ovar para acederem à correspondência que está lá armazenada. A autarquia (executivo e oposição) tem de pedir explicações porque os correios estão no caos total, e nisto não culpo os funcionários de cada repartição (fazem o que podem!), mas sim os supervisores de âmbito nacional.
Claro o terceiro problema, e também ele muito importante, está relacionado com a necessidade de se aumentarem as exigências junto da Segurança Social (há trabalhadores que ainda não receberam o seu ordenado a 100% inerente aos tempos da Cerca Sanitária) e do Governo (para que sejam aplicadas medidas excepcionais de apoio aos pequenos e médios empresários e zelando pela preservação de postos de trabalho no concelho).
Por outro lado, é imperioso construir uma forte campanha de promoção turística de forma a atrair mais pessoas ao território e reanimar o comércio e restauração locais. Uma estratégia que passaria sempre pela colocação de grandes cartazes para sensibilizar as populações a comprar/apoiar o que é nosso, pela redacção de roteiros e flyers turísticos (a distribuir pelas grandes cidades do país), divulgação da informação sobre os ex-libris do concelho nas principais plataformas online do sector (nacionais e internacionais), etc.
Claro que as festividades seriam sempre um trunfo importante, mas a verdade é que não haverá espaço para elas no contexto actual, contudo há sempre formas de valorizar as tradições do município.



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Imagem meramente exemplificativa retirada de: https://portalfns.saude.gov.br/

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