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domingo, 14 de fevereiro de 2021

Os números começam a baixar, mas confinamento continua em Março (Opinião)

Apesar de ser cada vez mais um facto que o desconfinamento só acontecerá em Abril, a verdade é que este é um artigo de reflexão. Não colocamos em causa a necessidade do confinamento até finais deste mês. No entanto, parece-me excessivo a ideia de que só em Abril poderemos voltar gradualmente à normalidade. 

Na verdade, os números de infecções diárias estão a abrandar no panorama nacional (ontem foram mais 2856 infectados) e no prisma local (o concelho de Ovar tem, de acordo com o último balanço, 229 casos activos). 

Concordamos que a derradeira quinzena de Fevereiro é essencial para consolidar esta tendência, e até aceitamos a ideia de um confinamento parcial na primeira quinzena de Março, mas acreditamos que a chegada da Primavera com temperaturas mais quentes e o avançar gradual da vacinação são factores que poderiam permitir uma reabertura a partir do dia 15 de Março. 

Como é lógico, o fim do confinamento não implicaria a anulação das restricções, horários delimitados e regras já emanadas pela Direcção Geral de Saúde. No entanto, arrastar até Abril a reabertura de cafés, restaurantes, cabeleireiros e mais ofícios prejudicará, no nosso entender, as fontes de receita destes negócios durante a época da Páscoa. Na verdade, é um duro golpe para quem gere um negócio porque o impacto nefasto irá além da época baixa, normalmente acentuada nos meses de Janeiro e de Fevereiro. 

O Governo de António Costa aprendeu a lição do Natal, e pelos vistos, quer agora agir da forma mais cautelosa, mas desta feita, parece-nos que é possível aliviar em breve o cenário hoje vivido, nem que seja necessário impor restricções à circulação nos fins-de-semana de Março e Abril, e apertar as regras e a vigilância no dia de Páscoa, fazendo que só nesse dia seja observado exclusivamente o confinamento. 

Na nossa opinião, não faz sentido um confinamento que se possa arrastar por três meses, sobretudo quando ao final de um mês, as estatísticas parecem estar a regressar a níveis moderados. Na nossa opinião, dois meses seriam uma meta sensata. A terceira onda da pandemia da COVID-19 está a perder força, e essa é a boa notícia que podemos constatar.

No entanto, é fundamental, como sempre, que todos continuem a cumprir as normas de confinamento e os deveres de uso obrigatório de máscara e de distanciamento social de segurança.




Créditos da Imagem: Rafael Marchante/Reuters

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