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domingo, 14 de fevereiro de 2021

Restauração e Comércio em Apuros

O novo confinamento geral decretado entre os dias 15 e 30 de Janeiro, com a forte possibilidade de ser renovado sucessivamente até finais de Março (ou Abril), está a provocar um autêntico terramoto na restauração e comércio em Esmoriz, sendo que o mesmo se aplica ao restante país.

Os cafés fecharam portas sem os seus responsáveis terem noção se o futuro do seu negócio lhes será ou não promissor, os restaurantes têm apostado as suas fichas nos serviços de take-away (que na maior parte dos casos, não servem sequer para manter o equilíbrio das contas), e somente as pastelarias continuarão a laborar, embora cumprindo sérias restrições que impeçam cenários de potenciais enchentes. As lojas de rua também encerraram e, relativamente às feiras da cidade, apenas o Mercado da Praça pode funcionar, embora apenas na venda de produtos alimentares. Como se não bastasse, a “psicologia do medo” vai ser uma realidade no primeiro semestre de 2021, condicionando a futura retoma económica. 

Na verdade, Janeiro nunca iria ser um mês de grandes receitas. Na restauração, todos sabem que é o início da “época baixa” em termos de facturação mensal. No entanto, não deixa de ser mais uma contrariedade depois de um ano de 2020 que, para a maior parte esmagadora das casas, esteve longe de atingir os níveis de receita dos anos anteriores. O confinamento não traz apenas consigo um impacto económico terrível nas vendas e despesas, como provoca inevitavelmente um desgaste e desmotivação de ordem psicológica em quem gere um negócio. A incerteza e o pessimismo nunca são bons conselheiros para quem tem de tomar decisões. 

É certo que os apoios estatais poderão ajudar a aliviar muitas das situações, contudo não resolverão o problema de fundo – a crise implacável que a restauração, a hotelaria e o comércio locais hoje enfrentam.

Neste artigo, não colocamos em causa a necessidade do confinamento, o qual é fundamental para salvar vidas humanas e proteger as capacidades de resposta do Serviço Nacional de Saúde, mas não podemos ignorar o impacto económico e financeiro resultantes do actual regime de recolhimento domiciliário.

Quando a conjuntura se tornar mais favorável e o desconfinamento se evidenciar, é fundamental que as comunidades voltem a apoiar e a investir no comércio e na restauração locais. Só assim será possível fazer a economia circular e segurar os postos de trabalho. E mais do que nunca, Esmoriz precisa de ter “vida”!






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