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segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Marcelo Rebelo de Sousa ganhou, mas a abstenção voltou a ser alarmante

Confirmou-se o cenário que tinha sido previsto por quase todas as sondagens. Marcelo Rebelo de Sousa ganhou à primeira volta com 52% dos votos. No nosso entender, a sua vitória deve-se essencialmente a quatro factores:
 
 
  1. Marcelo Rebelo de Sousa era o candidato com maior experiência política, além de deter elevadas capacidades intelectuais.
  2. O ex-líder do PSD soube aproximar-se do eleitorado de esquerda, deixando no ar a ideia de uma campanha neutra ou independente. Não há dúvidas de que houve muitos socialistas a votarem em Marcelo.
  3. Foi o candidato mais "favorecido" pela comunicação social. A sua participação enquanto comentador político da TVI (e diga-se que aí realizou um bom trabalho) granjeou-lhe muita popularidade. Também durante a campanha, contou com uma visibilidade privilegiada.
  4. A divisão total da esquerda com diversos candidatos na linha da frente colidiu com a unidade da direita em torno de um só candidato. Se além de Marcelo Rebelo de Sousa, tivessem avançado Rui Rio ou Santana Lopes, provavelmente teríamos uma segunda volta. No entanto, a coesão à direita foi determinante, além da expressiva popularidade do candidato apresentado.
 
Atrás do vitorioso Marcelo Rebelo de Sousa, seguiram-se Sampaio da Nóvoa (com quase 23%), Marisa Matias (com uns surpreendentes 10%), Maria de Belém e Edgar Silva (ambos a rondar uns decepcionantes 4%), Vitorino Silva (3% - Tino de Rans surpreendeu ao ser o terceiro mais votado no distrito do Porto) e Paulo Morais (2 %).
A abstenção ficou no limiar dos 50%, o que confirma a ideia de que metade dos eleitores não foi votar em forma de protesto contra a actual classe política. A história recente (e absolutamente lamentável) da reposição das subvenções políticas a ex-políticos poderá ter "incentivado" esta tendência que reflecte a falta de confiança no actual rumo do país.
Ao futuro Presidente da República, pede-se um papel mais activo nos dossiers do país, contrastando com a monotonia e o "exagerado" silêncio do presidente cessante.
Apesar de tudo, Marcelo Rebelo de Sousa tem condições e capacidades para fazer mais do que o seu iminente antecessor. As expectativas são elevadas. E a distância entre o Céu e o Inferno é mais reduzida do que se julga. Marcelo não pode falhar para bem do país!
 
 
Imagem nº1 - Marcelo Rebelo de Sousa ganhou as eleições presidenciais à primeira volta.
Foto - Jornal "O Público"/AFP/ Francisco Leong

 
 


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