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segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Sabe os nomes dos candidatos presidenciais? Um chama-se "Manuel do Facebook"

"Podem escolher o presidente da República pela primeira vez, mas não querem ter voto na matéria nestas eleições, nem sequer querem "saber de política". Esta república ainda é para jovens?
São jovens, a maioria estudantes e têm a oportunidade de votar pela primeira vez para eleger o mais alto representante do Estado. Ainda assim, muitos não valorizam a oportunidade de escolher o próximo presidente da República.
A três semanas do ato eleitoral, os debates entre os candidatos já começaram, mas as presidenciais ainda mexem pouco com o país, sobretudo entre os mais jovens são raros os casos de entusiasmo com as eleições. Bem mais frequentes são os casos de desinteresse ou ignorância sobre o tema.
Há pouco quem tenha ouvido falar sobre os dez candidatos e mesmo Marcelo Rebelo de Sousa, uma das figuras mais mediáticas do país, tem dificuldades em ser reconhecido por este eleitorado".



Vamos lá ver se nos entendemos! Uma coisa é os jovens portugueses não votarem porque não acreditam no sistema político, agora outra é revelar uma suprema ignorância quando confrontados com perguntas sobre a actualidade das presidenciais. É inadmissível que um jovem de 18 ou 19 anos não saiba sequer identificar o nome de um dos candidatos às presidenciais de 2016. Não me venham com histórias de que estão muito ocupados nos seus estudos ou de que não têm tempo para se inteirarem da realidade que os rodeia. Quem vê os telejornais nos canais de televisão, quem lê jornais e revistas tem a obrigação de estar minimamente atento ao que se passa no actual sistema político. A agravante nalguns casos é que estamos perante estudantes universitários, o que me faz corar ainda mais de vergonha. 
Agora se a notícia fosse sobre o Manuel do Facebook (nome fictício) que participou em reality shows e que irá animar a noite numa discoteca qualquer cá do burgo, aí já todos manifestariam um maior interesse.
O desinteresse dos jovens não dará azo a qualquer mudança positiva (e necessária!) no que diz respeito ao futuro do país. Esta é a geração das redes sociais que só sabe valorizar as futilidades, enquanto o país jaz no decadentismo. O "analfabetismo" moderno é isto, meus senhores - o que é que interessa saber ler e escrever, se ignoramos os assuntos da nossa sociedade?
Mas vamos com calma - a culpa não reside só na educação limitada desta juventude (falo evidentemente no geral, porque sei que existem boas excepções). Também a classe política, afundada numa plena mediocridade, tratou de desmobilizar os mais jovens para as questões nacionais. Tudo isto deveria motivar uma reflexão profunda por parte dos nossos governantes ou representantes políticos, mas pelos vistos, penso que, neste país, é mais importante falar-se de futebol, reality shows e fofoquices do mundo cor-de-rosa. 
Já uma vez me disseram - "temos o país que merecemos" - e eu, cada vez mais, e apesar das injustiças sociais, estou tendente a corroborar essa afirmação. 
Enquanto a indiferença e a ignorância totais cegarem as prioridades verdadeiras, não ocorrerão milagres que possam reerguer este país rumo ao progresso ambicionado.




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