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quinta-feira, 7 de março de 2019

Pro Meritis Civitatem III


"Interrogado sobre a diferença existente entre os homens cultos e os incultos, disse: 'A mesma diferença que existe entre os vivos e os mortos"



Aristóteles
(Filósofo da Grécia Antiga, 384 a. C. - 322 a. C.) 



O Esmoriztur foi oficialmente inaugurado a 28 de Fevereiro de 1981, tendo o Jornal A Voz de Esmoriz acompanhado tal efeméride na altura. O novo centro cultural tinha nascido com a função inicial de cinema, embora pudesse albergar outras manifestações de índole social e cultural. A nova sala de espectáculos pretendia não somente servir a comunidade esmorizense, mas também as gentes de terras vizinhas. Ao todo, a construção do novo edifício custaria 35 mil contos, e muitos acreditavam, desde cedo, que este novo pólo gerador de sabedoria poderia tornar-se num dos mais importantes do Distrito de Aveiro.
A nova casa ficaria então situada na Avenida da Praia (parte nascente, isto é, na zona já para cima da passagem ferroviária) já nas imediações do centro da então vila de Esmoriz (estatuto detido naquele momento).
Na inauguração, estiveram presentes administradores da Empresa “Esmoriztur” (nome que o edifício cultural viria curiosamente a herdar) bem como representantes autárquicos e regionais. 
Dentro deste contexto, e de forma a assinalar este marco, discursariam alguns protagonistas políticos, a saber: António M. Santos, vereador da Câmara Municipal de Ovar, Hernâni de Castro, Presidente da Junta de Freguesia de Esmoriz, Fernando Rodrigues, Governador Civil de Aveiro, Fernando Campos, Pároco de Esmoriz e Manuel Fernandes da Silva, Presidente da Câmara Municipal de Ovar. Todos estes oradores não precisaram de muitas palavras para exaltar o valor do empreendimento, o qual se tornara numa “aposta optimista para o futuro de Esmoriz e da região”. Foi ainda realçado o mérito da Administração do Esmoriztur (Empreendimentos Turisticos De Esmoriz S.A.) que deu o melhor de si para que a iniciativa fosse coroada de sucesso. 
A nova sala de espectáculos havia sido projectada pelos arquitectos Eduardo e Rui Lacerda, e demorou oito anos até ser finalmente concretizada (a construção do novo espaço físico constituiu certamente um processo árduo!), tendo em conta avanços e recuos. O edifício teria uma capacidade de lotação para 649 lugares distribuídos por duas plateias e duas frisas. Havia ainda um amplo palco, bons camarins, sistema de ar condicionado, bar e uma cabine de projecção bem apetrechada. Existia ainda um parque de estacionamento privativo. Esperava-se, em breve, a construção de uma zona residencial e de um restaurante dotado de boas ementas. 
De início, determinou-se que o cinema funcionaria ali em três sessões semanais: às quintas-feiras, sábados e domingos.   
Nascia assim uma casa que, nas décadas seguintes, iria acolher grandes sessões, filmes ou películas do cinema internacional, mas também grandes nomes do teatro, televisão e música (fado) nacionais. Foram certamente os casos de Amália Rodrigues, Carlos do Carmo, Maria da Fé, Cidália Moreira, Luís Aleluia, entre outros, que por cá espalharam a sua magia, encantando plateias repletas de largas centenas de espectadores. 
O novo edifício cultural do Esmoriztur tinha sido inequivocamente uma grande prenda oferecida ao nosso povo, revelando-se imprescindível para a formação social, cultural e pedagógica de muitos cidadãos que ali assistiram aos mais diversos eventos, durante as décadas de 80 e 90.





Imagem nº 1 - O Esmoriztur tinha sido inaugurado em 1981. Não encontramos fotos do espaço aquando da inauguração. A imagem que exibimos em cima encontra-se datada para o ano de 1993.
Direitos da Foto - Jornal A Voz de Esmoriz

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