De acordo com a entrevista concedida pelo Presidente da Câmara Municipal de Ovar, Salvador Malheiro, à Rádio Voz de Esmoriz (a entrevista pode ser lida integralmente na edição de Novembro do jornal local), as obras de valorização ou reabilitação da Barrinha deverão ocorrer até ao final do próximo ano de 2015. Devido à pressão dialogante exercida nos últimos anos pela edilidade sobre a Polis Litoral - Ria de Aveiro e outras entidades ambientais, parece que agora finalmente vão arrancar obras na lagoa que começou por conhecer os seus primeiros nefastos focos de poluição industrial e doméstica nas décadas de 70 e 80.
O investimento para as obras de requalificação da Barrinha rondarão os 2 milhões de euros, embora suportadas, em considerável parte, por fundos comunitários.
O projecto complexto prevê:
- A dragagem da Barrinha de Esmoriz, de forma a acabar com areias e lamas armazenadas nas profundidades da lagoa.
- A reconstrução da antiga passagem/ponte que garantia outrora a ligação entre Esmoriz e Paramos.
- A construção duma área de circulação em volta do perímetro da Barrinha.
- A conjugação estratégica de novos passadiços de madeira em toda esta interface exterior.
- A criação de algumas infra-estruturas de apoio, como por ex: postos de observação ou quiosques.
Ao nível da interface exterior, isto é, no meio envolvente da lagoa, confesso que as expectativas são claramente elevadas. A Barrinha tornar-se-à mais convidativa aos núcleos populacionais. Efectivamente, as pessoas terão a oportunidade de encetar caminhadas, corridas ou até contemplar em jeito de miradouro o maior sistema lagunar do Norte do País. Não há-que negar - a imagem da Barrinha terá tudo para melhorar, se os procedimentos descritos em cima forem exemplarmente concretizados. Neste ponto, temos de saudar os esforços da Câmara Municipal de Ovar e da Junta de Freguesia de Esmoriz no sentido pressionante de se materializar alguma coisa em prol da lagoa, votada até então a um estado mórbido.
No que diz respeito à vertente interior, leia-se - intervenção directa nas águas da lagoa, não partilho do mesmo optimismo. Embora a acção prevista de dragagem seja útil, é de acordo com alguns profissionais versados na área ambiental, insuficiente para devolver os níveis de desassoreamento que, por exemplo, se vislumbravam na lagoa no âmbito das décadas de 60 e 70. Há quem, de forma depreciativa, fale mesmo numa operação de cosmética, termo que consideramos exagerado pois essa leitura só seria lógica se, efectivamente, a obra se traduzisse numa nulidade autêntica, o que não aparenta ser o caso.
É claro que todos os problemas da Barrinha não serão resolvidos em 2015, mas não é menos verdade que finalmente, alguma entidade vai colocar mãos à obra, e dignificar um pouco mais a lagoa cuja glória repousa perdidamente nos registos na década de 60, ou até nas páginas da obra marcante de Júlio Dinis do século XIX.
Nos últimos anos, também não poderia deixar de salientar o facto do rio Lambo estar praticamente despoluído e já não descarregar resíduos poluentes na lagoa como outrora acontecia com clara relevância.
As derradeiras análises à qualidade de água da Barrinha revelam uma melhoria, embora que ínfima.
Todavia, ainda subsistem focos poluentes activos, e a sua neutralização, deverá ser pois a principal meta a alcançar no futuro. E tem sido essa a tónica do Movimento Cívico Pró-Barrinha nos últimos tempos.
Esperemos pois que a autarquia e a junta de freguesia continuem pois atentas às questões da lagoa tanto no pré-obra como no pós-obra...
Foto: MCPB
Foto: MCPB
Para que fique registado (pois existem provas oficiais) o exmo Sr Vereador do ambiente do antigo executivo ovarense Sr Prof José Américo, deu uma entrevista a um suplemento do JN de nome "Cidades" em que numa abordagem (sempre pertinente) em relação à poluição ou despoluição da nossa querida, desprezada e tão gozada Barrinha de Esmoriz, referindo e gabando-se de que agora é que era! Agora é que finalmente a Barrinha vai sofrer obras a sério e que as pessoas vão passar a acreditar mesmo na palavra dos políticos que andaram décadas a prometer coisas e mais coisas para a Barrinha e nada! Eu só questiono: Esta entrevista data (salvo erro) de outubro de 2012 e a promessa era para o respectivo e mencionado arranque das obras para janeiro a seguir! Essas obras começaram alguma vez!? Essas obras foram concluidas e eu não sei!? Que palhaçada é esta afinal!? Que falta de respeito e de vergonha é esta afinal de contas!? Já nem sequer um próprio ciadão de Esmoriz respeita a própria terra e a dos seus conterrâneos!? Vamos acabar de vez com demagogias, dezenas e dezenas de promessas falsas ou em vão (que na minha terra são a mesma coias) e vamos lá limpar de uma vez aquela que já foi a praia referência e maior de todo um norte de Portugal! O mundo avança, evolui e hoje a tecnologia trata os lixos e agentes poluentes como nunca a sociedade viu ou sonhou sequer ser um dia possível de concretizar. Assim, porque se demora tantos e tantos anos, tantas e tantas gerações a resolver um problema que é grave (eu sei bem) mas que é possível de resolver!? Não sou de Esmoriz, mas amo Esmoriz. Aqui vivi os melhores momentos e memórias da minha infância e com Esmoriz continuo a estar sempre de coração quanto mais não seja nos amigos e no SCE e gostava (ainda na minha geração) de vêr os meus filhos e de tantos outros voltarem a ter uma Barrinha linda e bela como sempre foi! Tomei banho nela, lembro-me dela e não aceito que "políticos de meia tijela" andem anos a fio a gozar com o povo de Esmoriz e de tantos outros milhares de cidadão e turistas que apreciam afinal este que é um "Jardim à beira mar plantado" como tão bem canta José Reis na Marcha de Esmoriz! Saudações.
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