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quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Correio do Leitor - Breve Retrato do Concelho de Ovar por Albertino Ferreira


Breve retrato do concelho de Ovar


O Instituto Nacional de Estatística acaba de publicar o Anuário Estatístico da Região Centro, de 2013, onde se podem recolher algumas informações respeitantes ao concelho de Ovar. 
Assim, ficamos a saber que, quanto à população, o município regista 54 919 habitantes, um número ligeiramente inferior aos 55 398, apurados nos Censos de 2011. 
Esta contração é reflexo do facto de o número de óbitos, 445, ter ultrapassado o dos nascimentos, 413. Por outras palavras, a taxa de mortalidade (8,1 ‰) é superior à taxa de natalidade (7,5 ‰). 
Infelizmente, esse é um panorama que se observa em todo o país. O que exige que os portugueses reajam ante presságios tão alarmantes para o seu futuro.
Outro dos fatores que contribuíram para a diminuição da população foi o saldo migratório negativo, isto é, o número de cidadãos que deixou de residir no concelho foi superior aos que se fixaram pela primeira vez. 
Pela magnitude dos nascimentos, 413, como se indicou, se conclui que, em regra, ocorreu um por dia em 2013, a maioria dos quais foi de meninos, 218. 
Dos nascidos, 123 foram em famílias não constituídas formalmente e 67 aconteceram em outras situações “ fora do casamento ”, na terminologia do INE. 
Quanto ao género, a maioria dos residentes – 52,2% - é do sexo feminino. No entanto, até aos 24 anos, os rapazes são mais do que as raparigas. Somente a partir os 25 anos, o número de mulheres começa a superar o dos homens. 
Por faixas etárias, os idosos – com 65 e mais anos – são em maior número do que os jovens até aos 14 anos. O que é um sintoma da evolução contraditória da sociedade: de um lado é capaz de garantir melhores condições aos seus membros, o que possibilita que as pessoas vivam mais; do outro, dificulta, ou não cria condições adequadas para a constituição de família e para o exercício da maternidade, principalmente pelos mais jovens. 
O resultado é o progressivo envelhecimento da sociedade, o que a coloca ante complexos problemas para resolver. 
Anote-se que, apesar disso, a população do concelho é das mais jovens do país. 
Ainda neste âmbito, observa-se que o índice de longevidade do município (45,9%) é nitidamente inferior ao seu congénere de Portugal (49,0%). O que não é bom, pois sugere que a mortalidade concelhia entre os idosos com 65 e mais anos é superior à média nacional. Creio que se deveria averiguar a razão de tão funesto acontecimento: qual o motivo para que, a partir dos 65 anos, se morra mais no município do que no país?
Continuando, o casamento formal destaca-se na hora de constituir família. No ano de referência, 2013, o seu total foi de 157, o que perfaz uma média de 3 casamentos por semana, aproximadamente.
 Contudo, o casamento católico, num total de 67, já não é o predominante. O civil, com 88 realizados, é que passou a ser. 
Como seria de esperar, praticamente todos os casamentos, 156, celebraram-se entre pessoas do sexo oposto. Apenas um se consumou entre nubentes do mesmo sexo. 
Mas os matrimónios também acabam. Neste caso, foram em número substancialmente superior aos que se constituíram. O INE indica que se dissolveram 329; sendo que, por morte, foram 211 e, por divórcio, 118. 
De resto, o número de divórcios corresponde a 75,2% das novas uniões conjugais, isto é, por cada 100 novos casamentos, 75 dos existentes chegaram ao fim por separação dos cônjuges. O que, talvez, seja razão para questionar se a instituição do casamento não está em crise. 
Finalmente, residem legalmente no concelho 735 estrangeiros, cujas comunidades mais significativas são a brasileira, 151 brasileiros, a romena, 114, a ucraniana, 102, e a chinesa, com 62 chineses.


Esmoriz, Dezembro de 2014

Albertino Pinto


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