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quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Entrevistas com Memória XVI


Natural do Porto, mas residente em Esmoriz, Carla Madureira está na sexta posição da lista de candidatos do círculo de Aveiro do PSD às próximas legislativas. Professora do 1.º Ciclo e de Educação Especial, Carla tem imprimido um importante papel cívico no concelho de Ovar, e em particular, na cidade de Esmoriz


1-  Olá Carla. Como reagiu à sua integração na lista de candidatos pelo PSD Aveiro? Sentiu-se surpreendida ou já esperava por essa possibilidade?


R: Confesso que não estava nos meus horizontes pessoais imediatos o desempenho de qualquer atividade inconciliável com a minha carreira no ensino, mas não me perdoaria dizer «não» ao apelo para ser a voz do Concelho e uma voz do Distrito de Aveiro no Parlamento, quando estava em causa a representação de Ovar numa posição digna na lista de candidatos do PSD.
Não ficaria de bem com a minha consciência, também, por ter batalhado tanto no seio do partido pela igualdade de género e pela inclusão de mulheres nas candidaturas, e depois ser a primeira a estar indisponível. Estaria a defraudar quem me acompanha e acompanhou nas Mulheres Social Democratas.
Aceitei, honrada, o convite que me foi formulado e acredito que poderei ser útil ao meu País, ao meu Distrito e ao meu Concelho.



2-  Sente que tal nomeação teve em conta o seu trabalho em prol do partido e das comunidades locais?

R: Imagino que esses fatores tenham pesado na decisão. O meu trabalho no PSD é anterior a 2005, quando integrei, em lugar inelegível, pela primeira vez, uma lista do partido à Assembleia de Freguesia de Esmoriz. Orgulho-me de ter dado o meu contributo, entretanto, na construção de uma alternativa política na cidade e, depois, enquanto membro da Junta de Freguesia, de ter estado envolvida em vários projetos, dos quais destacaria a criação da Universidade Sénior e do Gabinete de Apoio Psicossocial, que foi pioneiro no Concelho, e no lançamento das bases do que viria a ser o Arraial da Barrinha.
No final de 2013, a convite de Salvador Malheiro, passei a desenvolver funções no apoio à vereação, nomeadamente ao Pelouro da Educação e Ação Social, que sob a liderança de Ana Cunha, rompeu com a política de serviços mínimos na Educação, introduzindo o programa de natação nas escolas, a oferta dos manuais escolares do 1.º Ciclo, a generalização dos programas de apoio à família e de ocupação das crianças nas férias escolares, o leque variado de projetos educativos e de programas de combate ao insucesso escolar colocados à disposição das escolas. No plano da Ação Social, o notável trabalho que está a ser desenvolvido fala por si.
Acredito que tudo, aliado à experiência no ambiente escolar, enquanto professora e dirigente de Associações de Pais, e à experiência autárquica do terreno, terão levado o PSD a considerar que reunia o perfil para integrar a lista.



3- Caso o PSD consiga um bom resultado em Aveiro, está preparada para o desafio que se avizinha para os próximos quatro anos?

R: O PSD vai ter um bom resultado no Distrito e no País. Os partidos que habitualmente elegem em Aveiro não reconheceram a importância de Ovar no contexto distrital. Já o PSD tem na sua lista uma candidata de Ovar em lugar elegível. O Concelho tem a oportunidade de ter uma voz na Assembleia da República para o representar e defender e acredito que vai levar isso em linha de conta na hora de votar.
O meu percurso de vida tem sido feito de desafios e superação e este será mais um. Obviamente que, se tivesse dúvidas sobre a minha preparação para o exercício e a exigência das funções de deputada, não aceitaria o convite.



4- Se for eleita deputada, o que pode prometer aos portugueses? Quais serão os temas sociais mais importantes a abordar?

R: O meu primeiro compromisso é o da proximidade com as pessoas e as organizações do concelho e do distrito, dedicando, pelo menos um dia por semana, para reunir com cidadãos, autarcas e instituições.
No plano social, temos que assumir o combate à pobreza extrema, à pobreza infantil e à exclusão social como um desígnio de todos e, perante o envelhecimento da população, somos desafiados a antecipar novas respostas que privilegiem a permanência dos idosos na sua casa, com a sua retaguarda familiar.
Mas o programa do PSD e dos candidatos de Aveiro cruza muitas outras áreas. Naqueles que são os pontos de contacto com o concelho de Ovar, destacaria por exemplo, as obras do Hospital de Ovar e a exigência de uma melhor organização da rede de cuidados primários de saúde, a reabilitação da Escola Secundária de Esmoriz e António Dias Simões (Ovar), a requalificação das estações e apeadeiros entre Ovar e Espinho, requalificação da EN-109 e o acompanhamento persistente do desassoreamento da Ria e das intervenções de defesa da costa.



5-  Estava no sétimo lugar da lista, mas com a saída de Vítor Martins, da concelhia de Aveiro, ascendeu ao sexto lugar. Há convulsão no partido a nível distrital?

R: Tanto quanto é dado saber, a saída de Vítor Martins da lista não esteve relacionada com questões político-partidárias. Estes processos de escolha de pessoas são, por natureza, sensíveis e complexos e no final há sempre quem se sinta frustrado. No PSD e em qualquer outro partido. Ou alguém acredita que o PS de Ovar esteja satisfeito por ter o seu candidato no 14.º lugar em 16? Ou que o CDS lance foguetes porque não tem qualquer nome de Ovar indicado na lista? Independentemente das discordâncias que foram públicas, os verdadeiros social-democratas estão, hoje, focados no que realmente interessa: o País e o Distrito… E, obviamente, num bom resultado do PSD nestas eleições.



6-  Considera que o projecto do PSD é superior aos dos outros partidos?

R: Eu diria que é o projeto que Portugal precisa. Que concilia a prudência com a ambição. Que não embarca na aventura de dar tudo a todos e que acautela o futuro do país. Dentro do rigor que todos lhe reconhecem, Rui Rio propõe-se afetar a folga prevista no quadro macroeconómico na redução gradual de impostos às famílias e às empresas e ao aumento do investimento público. Tudo isto combinado com a contenção da despesa corrente.
É um programa focado no crescimento. O PSD não sacrifica o país e o seu futuro à geometria partidária de conveniência. Está disponível para trabalhar nas reformas estruturais que Portugal precisa e em reformar o sistema político que está cada vez mais descredibilizado perante os cidadãos. O PS criticou muito o programa do PSD, mas, como se tem visto, vai acomodando muitas das medidas aí apresentadas no seu próprio programa.



7-  António Bebiano elogiou a sua nomeação. Como é a sua relação com a actual equipa da Junta de Freguesia de Esmoriz?

R: É uma relação que continua muito próxima e cooperante. Estive com a equipa desde o início deste ciclo de desenvolvimento da cidade, primeiro como secretária da Junta, depois na Assembleia de Freguesia e agora dinamizando a Comissão Social de Freguesia. Refletimos regularmente sobre variados aspetos da vida da Cidade, do Concelho e da política nacional. Apraz-me registar o seu apoio incondicional neste desafio. Seu e dos Presidentes de Junta de Cortegaça e Maceda, da grande maioria dos autarcas social-democratas de norte a sul do Concelho, nas freguesias e nos órgãos municipais.   



8- Relativamente à Câmara Municipal de Ovar, como avalia o trabalho de Salvador Malheiro, presidente da autarquia, e dos restantes vereadores?

R: A avaliação mais independente que conheço até agora foi aquela que foi feita pela população do Concelho nas últimas eleições autárquicas, que deu ao PSD e a Salvador Malheiro a vitória mais expressiva de sempre da história autárquica de Ovar. Haverá melhor avaliação do que essa?



9- Foi uma das personalidades que deu a cara pelo Núcleo das Mulheres Sociais-Democratas de Ovar. Como viveu esta experiência? Que tipo de eventos este grupo chegou a realizar?
 
R: Foi uma causa que abracei e tem sido uma experiência enriquecedora. No âmbito das Mulheres Social Democratas de Ovar, de Aveiro e Nacional, tem sido realizado um trabalho persistente no sentido de valorizar o papel e a participação da mulher na política.
É com alguma satisfação que constatamos que a última Comissão Política de Pedro Passos Coelho foi paritária, que a lista de Rui Rio para as eleições europeias foi paritária e que as listas para as Legislativas foram mais além do que exige a lei em matéria de paridade. São sinais positivos.
Para além do trabalho de sensibilização junto dos órgãos nacionais, distritais e concelhios do partido, andámos no terreno. Fomos perceber como é o desporto no feminino, no futebol e nas modalidades, promovemos tertúlias, jornadas de formação política, entre muitas outras atividades.



10-  Acredita num bom resultado do PSD a nível distrital e a nível nacional? Confia nas ideias e no projecto de Rui Rio? 

R: O PSD tem estado sempre ao lado dos aveirenses e a população do distrito tem sabido reconhecê-lo. Estou convicta de que o PSD vai surpreender quem faz muita fé em sondagens. Rui Rio é o Primeiro-Ministro que Portugal precisa. É rigoroso, homem de contas certas, que coloca o País acima das estratégias pessoais e partidárias.


Muito obrigado, Carla Madureira, por nos ter concedido a honra de responder ao nosso questionário.





 Imagem nº 1 - Carla Madureira encontra-se em posição elegível para a Assembleia da República




Imagem nº 2 - A candidata do PSD tem demonstrado uma presença activa nas campanhas.

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