Natural do Porto, mas residente
em Esmoriz, Carla Madureira está na sexta posição da lista de candidatos do
círculo de Aveiro do PSD às próximas legislativas. Professora do 1.º Ciclo e de
Educação Especial, Carla tem imprimido um importante papel cívico no concelho
de Ovar, e em particular, na cidade de Esmoriz
1- Olá Carla. Como reagiu à sua integração na lista de
candidatos pelo PSD Aveiro? Sentiu-se surpreendida ou já esperava por essa
possibilidade?
R: Confesso que não estava nos
meus horizontes pessoais imediatos o desempenho de qualquer atividade
inconciliável com a minha carreira no ensino, mas não me perdoaria dizer «não»
ao apelo para ser a voz do Concelho e uma voz do Distrito de Aveiro no Parlamento,
quando estava em causa a representação de Ovar numa posição digna na lista de
candidatos do PSD.
Não ficaria de bem com a minha
consciência, também, por ter batalhado tanto no seio do partido pela igualdade
de género e pela inclusão de mulheres nas candidaturas, e depois ser a primeira
a estar indisponível. Estaria a defraudar quem me acompanha e acompanhou nas
Mulheres Social Democratas.
Aceitei, honrada, o convite que
me foi formulado e acredito que poderei ser útil ao meu País, ao meu Distrito e
ao meu Concelho.
2- Sente que tal nomeação teve em conta o seu trabalho em
prol do partido e das comunidades locais?
R: Imagino que esses fatores
tenham pesado na decisão. O meu trabalho no PSD é anterior a 2005, quando
integrei, em lugar inelegível, pela primeira vez, uma lista do partido à
Assembleia de Freguesia de Esmoriz. Orgulho-me de ter dado o meu contributo,
entretanto, na construção de uma alternativa política na cidade e, depois,
enquanto membro da Junta de Freguesia, de ter estado envolvida em vários
projetos, dos quais destacaria a criação da Universidade Sénior e do Gabinete
de Apoio Psicossocial, que foi pioneiro no Concelho, e no lançamento das bases
do que viria a ser o Arraial da Barrinha.
No final de 2013, a convite de
Salvador Malheiro, passei a desenvolver funções no apoio à vereação,
nomeadamente ao Pelouro da Educação e Ação Social, que sob a liderança de Ana
Cunha, rompeu com a política de serviços mínimos na Educação, introduzindo o
programa de natação nas escolas, a oferta dos manuais escolares do 1.º Ciclo, a
generalização dos programas de apoio à família e de ocupação das crianças nas
férias escolares, o leque variado de projetos educativos e de programas de
combate ao insucesso escolar colocados à disposição das escolas. No plano da
Ação Social, o notável trabalho que está a ser desenvolvido fala por si.
Acredito que tudo, aliado à
experiência no ambiente escolar, enquanto professora e dirigente de Associações
de Pais, e à experiência autárquica do terreno, terão levado o PSD a considerar
que reunia o perfil para integrar a lista.
3- Caso o PSD consiga um bom resultado em Aveiro, está
preparada para o desafio que se avizinha para os próximos quatro anos?
R: O PSD vai ter um bom resultado
no Distrito e no País. Os partidos que habitualmente elegem em Aveiro não
reconheceram a importância de Ovar no contexto distrital. Já o PSD tem na sua
lista uma candidata de Ovar em lugar elegível. O Concelho tem a oportunidade de
ter uma voz na Assembleia da República para o representar e defender e acredito
que vai levar isso em linha de conta na hora de votar.
O meu percurso de vida tem sido
feito de desafios e superação e este será mais um. Obviamente que, se tivesse
dúvidas sobre a minha preparação para o exercício e a exigência das funções de
deputada, não aceitaria o convite.
4- Se for eleita deputada, o que pode prometer aos
portugueses? Quais serão os temas sociais mais importantes a abordar?
R: O meu primeiro compromisso é o
da proximidade com as pessoas e as organizações do concelho e do distrito,
dedicando, pelo menos um dia por semana, para reunir com cidadãos, autarcas e
instituições.
No plano social, temos que
assumir o combate à pobreza extrema, à pobreza infantil e à exclusão social como
um desígnio de todos e, perante o envelhecimento da população, somos desafiados
a antecipar novas respostas que privilegiem a permanência dos idosos na sua
casa, com a sua retaguarda familiar.
Mas o programa do PSD e dos
candidatos de Aveiro cruza muitas outras áreas. Naqueles que são os pontos de contacto
com o concelho de Ovar, destacaria por exemplo, as obras do Hospital de Ovar e
a exigência de uma melhor organização da rede de cuidados primários de saúde, a
reabilitação da Escola Secundária de Esmoriz e António Dias Simões (Ovar), a
requalificação das estações e apeadeiros entre Ovar e Espinho, requalificação
da EN-109 e o acompanhamento persistente do desassoreamento da Ria e das
intervenções de defesa da costa.
5- Estava no sétimo lugar da lista, mas com a saída de Vítor
Martins, da concelhia de Aveiro, ascendeu ao sexto lugar. Há convulsão no
partido a nível distrital?
R: Tanto quanto é dado saber, a
saída de Vítor Martins da lista não esteve relacionada com questões
político-partidárias. Estes processos de escolha de pessoas são, por natureza,
sensíveis e complexos e no final há sempre quem se sinta frustrado. No PSD e em
qualquer outro partido. Ou alguém acredita que o PS de Ovar esteja satisfeito
por ter o seu candidato no 14.º lugar em 16? Ou que o CDS lance foguetes porque
não tem qualquer nome de Ovar indicado na lista? Independentemente das
discordâncias que foram públicas, os verdadeiros social-democratas estão, hoje,
focados no que realmente interessa: o País e o Distrito… E, obviamente, num bom
resultado do PSD nestas eleições.
6- Considera que o projecto do PSD é superior aos dos outros
partidos?
R: Eu diria que é o projeto que
Portugal precisa. Que concilia a prudência com a ambição. Que não embarca na
aventura de dar tudo a todos e que acautela o futuro do país. Dentro do rigor
que todos lhe reconhecem, Rui Rio propõe-se afetar a folga prevista no quadro
macroeconómico na redução gradual de impostos às famílias e às empresas e ao
aumento do investimento público. Tudo isto combinado com a contenção da despesa
corrente.
É um programa focado no
crescimento. O PSD não sacrifica o país e o seu futuro à geometria partidária
de conveniência. Está disponível para trabalhar nas reformas estruturais que
Portugal precisa e em reformar o sistema político que está cada vez mais
descredibilizado perante os cidadãos. O PS criticou muito o programa do PSD,
mas, como se tem visto, vai acomodando muitas das medidas aí apresentadas no
seu próprio programa.
7- António Bebiano elogiou a sua nomeação. Como é a sua
relação com a actual equipa da Junta de Freguesia de Esmoriz?
R: É uma relação que continua
muito próxima e cooperante. Estive com a equipa desde o início deste ciclo de
desenvolvimento da cidade, primeiro como secretária da Junta, depois na
Assembleia de Freguesia e agora dinamizando a Comissão Social de Freguesia.
Refletimos regularmente sobre variados aspetos da vida da Cidade, do Concelho e
da política nacional. Apraz-me registar o seu apoio incondicional neste
desafio. Seu e dos Presidentes de Junta de Cortegaça e Maceda, da grande maioria
dos autarcas social-democratas de norte a sul do Concelho, nas freguesias e nos
órgãos municipais.
8- Relativamente à Câmara Municipal de Ovar, como avalia o
trabalho de Salvador Malheiro, presidente da autarquia, e dos restantes
vereadores?
R: A avaliação mais independente
que conheço até agora foi aquela que foi feita pela população do Concelho nas
últimas eleições autárquicas, que deu ao PSD e a Salvador Malheiro a vitória
mais expressiva de sempre da história autárquica de Ovar. Haverá melhor avaliação
do que essa?
9- Foi uma das personalidades que deu a cara pelo Núcleo das
Mulheres Sociais-Democratas de Ovar. Como viveu esta experiência? Que tipo de
eventos este grupo chegou a realizar?
R: Foi uma causa que abracei e
tem sido uma experiência enriquecedora. No âmbito das Mulheres Social
Democratas de Ovar, de Aveiro e Nacional, tem sido realizado um trabalho
persistente no sentido de valorizar o papel e a participação da mulher na
política.
É com alguma satisfação que
constatamos que a última Comissão Política de Pedro Passos Coelho foi
paritária, que a lista de Rui Rio para as eleições europeias foi paritária e
que as listas para as Legislativas foram mais além do que exige a lei em
matéria de paridade. São sinais positivos.
Para além do trabalho de
sensibilização junto dos órgãos nacionais, distritais e concelhios do partido,
andámos no terreno. Fomos perceber como é o desporto no feminino, no futebol e
nas modalidades, promovemos tertúlias, jornadas de formação política, entre
muitas outras atividades.
10- Acredita num bom resultado do PSD a nível distrital e a
nível nacional? Confia nas ideias e no projecto de Rui Rio?
R: O PSD tem estado sempre ao
lado dos aveirenses e a população do distrito tem sabido reconhecê-lo. Estou
convicta de que o PSD vai surpreender quem faz muita fé em sondagens. Rui Rio é
o Primeiro-Ministro que Portugal precisa. É rigoroso, homem de contas certas,
que coloca o País acima das estratégias pessoais e partidárias.
Muito obrigado, Carla Madureira, por nos ter
concedido a honra de responder ao nosso questionário.
Imagem nº 1 - Carla Madureira encontra-se em posição elegível para a Assembleia da República
Imagem nº 2 - A candidata do PSD tem demonstrado uma presença activa nas campanhas.
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