domingo, 29 de janeiro de 2017

Pérolas Históricas de Esmoriz II - Os segredos dos nossos Palheiros


"Tem que se sair de casa para melhor querê-la e apreciá-la; os que se encerram em casa é mais para molestar aos seus e por falta de valor para lutar com os de fora".


Miguel Unamuno
Romancista, poeta e filósofo espanhol
(1864-1936)


O padre Aires de Amorim, na sua monografia "Esmoriz e a sua História", conta-nos que foram vários os estudiosos de outrora que chamaram "palheiros de luxo" àqueles que jaziam nas praias de Esmoriz e Cortegaça. 
De acordo com aquele autor, os palheiros "eram feitos de madeira, assentes em estacaria, circulando, ou não, o vento por debaixo". Além disso, poderiam alguns, certamente mais abastados, conter linhas verticais ou horizontais de diversas cores (azul, vermelho, verde...), assumindo assim uma faceta mais decorativa. Estas habitações continham uma pequena escada exterior que dava acesso a um patamar, onde estaria presente a porta de entrada. No interior, apresentavam, muitas vezes, uma configuração totalmente humilde - uma divisão que servia tanto para cozinha como para dormitório, existindo apenas uma ou duas janelas. No entanto, e com o rápido crescimento do número de elementos do agregado familiar (a natalidade antigamente era bem mais elevada!), era possível a recriação de mais divisões interiores (com recurso a um tabique de pranchas), o que poderia provocar igualmente a ampliação do espaço.
Em redor dos palheiros, poderiam vigorar determinadas plantações, caso o terreno favorecesse tais práticas. No caso dos Palheiros da Costa Nova (em Ílhavo - Aveiro), sabemos que existiam pequenos quintais destinados à produção de batatas, cebolas, alhos e couves. Normalmente, este papel seria reservado às mulheres, visto que os homens se aventuravam no alto mar ou até na Barrinha.
A madeira dos palheiros provinha muitas vezes dos pinheiros que ajudavam a fixar as dunas. Os moradores utilizavam ainda o sal como meio de defesa contra a bicharada que tentasse atingir a estacaria de suporte da habitação.
Estas estruturas primitivas davam assim guarida aos nossos "lobos do mar" que se lançavam no alto mar para capturar o tão desejado alimento (peixe) procurado pela comunidade. Além disso, os palheiros assumiriam uma segunda função - armazenar, no rés-do-chão, os apetrechos piscatórios (alfaias, redes, pequenos barcos, canas de pesca, etc.).





Imagem nº 1 - O  célebre Palheiro Amarelo, talvez o edifício tradicional mais carismático situado junto à Praia de Esmoriz. Como se poderá visionar, este palheiro também fora utilizado, no passado, para "abrigar" alguns materiais piscatórios.
Cartoon da autoria de Marco Joel Santos




A origem da construção destas habitações está envolta num grande manto de dúvidas. Não há uma data concreta para o seu aparecimento nas faixas litorais norte e centro. Sabemos sim que, a 29 de Janeiro de 1854, surgiria a primeira licença oficial para a construção de palheiros em Esmoriz. Mais de uma década depois, em 1868, a Câmara Municipal da Feira (à qual pertencia então a aldeia de Esmoriz) incumbiu o juiz eleito de Esmoriz de intimar todos os donos que haviam sido responsáveis pelo surgimento de construções então clandestinas (isto é, erguidas sem a dita licença) para que procedessem à sua demolição imediata. Em 1874, a nossa praia era já muito procurada pelos banhistas, e até as fotografias mais antigas, tendem a inferir uma era dourada dos palheiros em Esmoriz, estabelecida cronologicamente entre os finais do século XIX e a primeira metade do século XX.
Exposto isto, podemos ter, pelo menos, a certeza de que já existiriam palheiros em Esmoriz no século XIX, durante os tempos da Monarquia Constitucional. No entanto, é bem provável que estas habitações sejam ainda bem mais antigas porque, desde cedo, simbolizaram a relação íntima que o homem mantivera com o mar, facto que foi, por exemplo, parte integrante do desenvolvimento económico e social da nossa terra.





Imagem nº 2 - A Festa em honra do Nosso Senhor dos Aflitos e de Nossa Senhora da Boa Viagem em 1907. Destaque para a presença de vários palheiros "estacionados" na Praia de Esmoriz.
Galeria de Imagens - "Esmoriz Antigo" (Joaquim Fernando Reis)




Imagem nº 3 - Dois palheiros de formato distinto, lado a lado, em 1908.
Galeria de Imagens - "Esmoriz Antigo" (Joaquim Fernando Reis)





Imagem nº 4 - Linha de palheiros cuja construção foi ordenada pelas autoridades marítimas em 1942.
Galeria de Imagens - "Esmoriz Antigo" (Joaquim Fernando Reis)




Declínio e Realidade Actual


Em 1793, surge a primeira construção moderna, de pedra e cal, que viria a pertencer à família de Romão José da Silva Varela Souto Mayor, oriunda de São João de Ver. Em 1907, surge uma segunda construção daquela natureza. E de facto, o século XX irá testemunhar gradualmente uma avalanche de edifícios modernos que irão extinguir gradualmente a hegemonia dos palheiros na Praia de Esmoriz. Chegaremos ao ponto de ter prédios e grandes construções que, do ponto de vista histórico, nunca fizeram sentido. A zona à beira-mar sofreu uma revolução, sem obedecer a qualquer padrão organizativo, que comprometeu a identidade até então vigente.
O fim dos palheiros não se deveu somente à expansão do urbanismo e dos arquétipos recentes da arquitectura, mas também encontra eco na ameaça do avanço marítimo que tratou de reduzir o nosso areal ao longo dos tempos. Aliás, os palheiros sempre foram construções frágeis e pouco resistentes às ameaças de pendor natural.
Se há cerca de um século atrás, existiriam cerca de 50 palheiros (ou até mais) na nossa praia, hoje sobrarão apenas seis ou sete, e metade desses, encontram-se seriamente degradados, pelo que esta herança única do passado poderá estar hoje em vias de desaparecimento, se ninguém reagir a tempo.
Se em Aveiro, os palheiros conseguem captar alguma dimensão turística junto à ria, o mesmo não podemos aferir em relação a Esmoriz. Seria altura de repensar a estratégia, e nada melhor que recuperar a afirmação célebre do escritor espanhol Miguel Unamunu que citamos em cima. Da mesma forma que os nossos pescadores arriscaram as suas vidas no mar para "matar" a fome aos seus familiares, também é altura de salvaguardarmos este património, digno de ser contemplado pela sua fachada exterior singular. Até porque o povo de Esmoriz, virtus in labore, o merece, mais do que ninguém, visto que batalhou contra todas as adversidades que se lhe depararam! Os palheiros são testemunhos dessa luta, muitas vezes, desigual e inglória, perante um mar que tudo poderia oferecer, mas que também exigiria, em dias mais revoltos, o sacrifício de mártires inocentes que apenas procuravam garantir humildemente o seu sustento!





Imagem nº 5 - Dois palheiros, minimamente bem conservados, localizados junto à actual Capela da Praia em Esmoriz.
Foto da autoria de Carlos Alexandre





Imagem nº 6 - Postal que exibe dois palheiros na praia de Esmoriz.
Autor - José Bastos

Seniores Femininas do EGC aspiram a subida à I Divisão Nacional

Uma tarde em cheio, este domingo, para as seniores femininas do Esmoriz Ginásio Clube, que venceram em casa o Ala Gondomar por 3-0 (25-21; 25-17; 25-12) no último jogo da série B, fase 1, da II Divisão.
A equipa do Prof. Leonel Gomes superou pela quarta vez em quatro rondas a formação gondomarense, enquanto no Pav. Luso Venozelano o AAS Mamede derrotou a AJM também pela margem máxima, 3-0.
A conjugação de ambos os resultados coloca o Esmoiz GC na segunda posição da série. Cumpridas todas as jornadas desta etapa, as esmorizenses conseguem assim o tão desejado apuramento para o grupo dos primeiros, objetivo assumido desde o início.


Classificação Final:

1º – AASM (30 pts); 2º – EGC (22 pts); 3º – AJM (19 pts); 4º – Ala Gondomar (0 pts)

Após o sorteio e definição de calendário, o Esmoriz Ginásio volta a jogar no fim-de-semana de 11-12 de fevereiro.

O sonho de chegar à I Divisão do campeonato nacional de voleibol mantém-se vivo, pelo que o clube congratula o feito alcançado pelas suas atletas.




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Texto e Foto - Página Oficial do Esmoriz Ginásio Clube

sábado, 28 de janeiro de 2017

Pista de Gelo Solidária em Ovar rendeu uma tonelada de alimentos

A iniciativa promovida no Parque Nossa Senhora da Graça pela Câmara Municipal de Ovar, durante a época natalícia, permitiu a recolha de uma tonelada de alimentos que reverteriam então para os agregados familiares mais necessitados. Os bens foram recolhidos pela associações sociais do concelho que procuram assim auxiliar mais de três mil pessoas que residem, com sérias dificuldades económicas, no município.


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Imagem nº 1 - A Pista de Gelo Solidária, instalada no Parque Nossa Senhora da Graça (Ovar), permitiu angariar uma tonelada de alimentos, durante a quadra natalícia.
Foto - CMO

Autarquia de Ovar quer obras prontas na Barrinha até Julho!

Visita à empreitada de Requalificação e valorização da Barrinha de Esmoriz
Obras avançam a bom ritmo e dentro dos prazos previstos
“Esperamos uma grande época balnear”


Decorreu recentemente uma visita às várias frentes da empreitada de Requalificação e Valorização da Barrinha de Esmoriz, que contou com as presenças dos presidentes das Câmaras Municipais de Ovar e Espinho, a Administração da Sociedade Polis Litoral Ria de Aveiro, responsáveis pela empreitada (ABB), e os presidentes das Juntas de Freguesia de Esmoriz e Paramos, tendo em vista a verificação in loco do desenvolvimentos dos trabalhos desta empreitada há muito ansiada.
No final da visita, Salvador Malheiro, presidente da Câmara Municipal de Ovar, mostrou-se satisfeito pelo desenrolar dos trabalhos, adiantando que “com esta visita, duas questões ficaram completamente clarificadas. Em primeiro lugar, temos a garantia de que o prazo da obra vai ser cumprido, na certeza de que o ligeiro atraso na operação de dragagem pode ser recuperado, sendo imperativo que os prazos se cumpram, na expetativa de uma grande época balnear. E, em segundo lugar, a altura dos passadiços é superior à cota do dique fusível pelo que os passadiços não serão alagados (salvo situações de inundação completamente excecionais)”.
O autarca adiantou ainda que “a Barrinha de Esmoriz vai ser um grande polo de atração turística, até porque percebemos que o sector do ambiente tem um grande potencial sob o ponto de vista económico e socia,l e tenho a certeza absoluta de que a realidade desta região será muito diferente, pela positiva, a curto e médio prazo”.
Recorde-se que a empreitada de Requalificação e Valorização da Barrinha de Esmoriz, adjudicada por 2.749.857,71 euros e cofinanciada pelo PO SEUR, tem como objetivo específico a proteção do litoral, através da execução de dragagens na Barrinha e utilização dos dragados para minimização dos efeitos da erosão costeira e reposição do equilíbrio na dinâmica sedimentar ao longo da costa, através do restabelecimento do fornecimento de sedimentos ao litoral.




Texto e Foto retirados da Página da Câmara Municipal de Ovar no Facebook


quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Esmoriz visto pela arte dos cartoons (Marco Joel)

Marco Joel tem uma página no Facebook onde apresenta variados cartoons temáticos. É um artista com um dom especial para o desenho.
Não poderíamos deixar de citar os seus trabalhos, quando os mesmos nos apresentam imagens memoráveis da nossa terra.
Porque isto é arte no seu expoente máximo, é fazer reavivar as memórias do passado e valorizar a identidade e o orgulho esmorizenses.
Poderá seguir os trabalhos deste talentoso esmorizense na seguinte página das redes sociais: https://www.facebook.com/RabiscosDeMarcoJoel/?fref=ts




Imagem nº 1 - O Palheiro Amarelo.




Imagem nº 2 - A Barrinha a ser alvo da poluição.





Imagem nº 3 - Monumento à Arte Xávega junto à Praia de Esmoriz.




Imagem nº 4 - Um barril a ser construído na Tanoaria Josafer.




Imagem nº 5 - Uma das figuras mais incontornáveis que vivera em Esmoriz antes do seu desaparecimento fatídico. Alguém sabe quem é?

Budas & Pestes apresentam o seu novo trabalho - "A Espera" com uma presença especial

A banda de rock constituída por Emanuel Pinto, Rui Silva, Tiago Palha e Ricardo Domingues apresentou mais um novo trabalho musical. Desta feita, o novo vídeo, intitulado "A Espera", tem a particularidade de incluir a presença de Rui Paixão, prodigioso artista esmorizense que integra os quadros da Companhia Internacional do Cirque du Soleil.
Emanuel Pinto canta as letras da nova música que veicula sentimentos nostálgicos de esperança e até de necessidade de mudança num mundo, cada vez menos acolhedor. O cantor pede a intercessão superior para que consiga ele mesmo encontrar um rumo mais feliz e justo.
Vale a pena ver o vídeo-clip (produção de Marco Jung) que, em abono de verdade, está muito bem conseguido. 




Vídeo Musical - "A Espera" dos Budas & Pestes
Retirado no Youtube
Poderá seguir a página da banda em: https://www.facebook.com/budasepestes/

Paragens de Autocarro em estado lastimável no Centro da Cidade

Nas proximidades do edifício da Junta de Freguesia de Esmoriz, existem três paragens de autocarro. Até aqui tudo bem. O problema é que nenhuma delas se apresenta num estado condigno. As protecções estão todas elas danificadas, além das paragens terem sido vandalizadas através de grafítis ridículos. 
Estivemos na passada segunda-feira de manhã, bem cedo, à conversa com a Dona Maria, mulher-adias que afirma trabalhar numa moradia situada em Ovar, pelo que tem de apanhar o autocarro para chegar até ao destino. Contactada por nós, a mulher confessou-nos que "durante o Verão, não há problema em apanhar o autocarro, visto que o frio não se sente na paragem, mas que no Inverno, tal não acontece visto que as correntes de ar gélido penetram pelas protecções degradadas e que por vezes, até a chuva entra movida pelo vento". 
Efectivamente, não há qualquer comodidade reservada para pessoas como a Dona Maria que pagam um bilhete ou até mesmo passe para usufruírem dum serviço minimamente digno. Além disso, o estado daquelas três paragens de autocarro não se pode coadunar com a realidade urbana de um centro citadino. 
Não sabemos a quem caberá a responsabilidade de actuar neste dossier, mas a verdade é que esta situação já se arrasta há muitos anos. Penso que seria altura de agir e conferir uma melhor imagem aos espaços citados.
As Donas Marias de Esmoriz merecem!
E o conserto não deverá ser, certamente, assim tão caro...








terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Ideias para a criação de um Movimento Cultural em Esmoriz

Concordamos quando os nossos dirigentes políticos enaltecem o actual período dourado que se vislumbra em termos de produção associativa na cidade de Esmoriz. As nossas colectividades têm estado, no geral, em bom plano, servindo a comunidade nas mais diversas áreas artísticas ou sociais. A requalificação em breve do Esmoriztur (orçamentada em 1,8 milhões de euros) terá certamente o condão de consolidar esta tendência profícua. 
Por isso mesmo, achamos que faria sentido a criação de um Movimento Cultural em Esmoriz, isto é, uma associação apartidária sem fins lucrativos que teria, como objectivo principal, zelar pela promoção dos desígnios culturais na nossa cidade. Logicamente, seria interessante que nos seus quadros pudessem confluir altos representantes das diversas colectividades da cidade, visto que já conhecem bem a realidade associativa e cultural da terra. Esse conhecimento prévio é essencial, embora seja também importante abrir espaço para novas ideias.
Um Movimento Cultural em Esmoriz poderia propor diversos objectivos a concretizar, sendo que estes poderiam nascer de parcerias com as estruturas autárquicas, até porque algumas das metas envolvem certamente um elevado investimento que não poderá ser suportado obviamente por uma colectividade sem fins lucrativos.
Esta nova iniciativa poderia propor, por exemplo, a prossecução dos seguintes intentos:

  • Zelar pela criação de um Museu da Tanoaria.
  • Interceder pela divulgação e publicação de novos estudos em torno da Necrópole Suevo-Visigótica do Chão do Grilo. 
  • Propor a rocha magmática de Gondesende a património imóvel público ou de interesse municipal.
  • Criar roteiros turísticos sobre a cidade em português e inglês, a distribuir durante a época balnear.
  • Organizar algumas visitas guiadas entre Maio e Setembro, compreendendo vários pontos históricos ou naturais da localidade - Capela da Penha, Tanoaria Josafer, Parque Ambiental do Buçaquinho, Barrinha de Esmoriz, Monumento ao Tanoeiro, Monumento à Arte Xávega, Praia de Esmoriz, Palheiros...
  • Dialogar com os proprietários da casa onde vivera Florbela Espanca (lugar da Casela) com o intuito de fixar uma pequena lápide (em forma de azulejo) para assinalar a sua passagem por Esmoriz, facto que infelizmente ainda hoje passa despercebido a muita gente.
  • Priorizar uma boa gestão do futuro espaço Esmoriztur ou Cine-Teatro de Esmoriz. Propor à autarquia determinados eventos que devam constar nos programas culturais anuais reservados àquele espaço.
  • Criar uma newsletter com o intuito de notificar todos os esmorizenses (que cedam o seu e-mail) dos espectáculos que decorrerão a cada fim de semana na nossa cidade.
  • Proceder à criação do Prémio Florbela Espanca destinado a distinguir anualmente o melhor poeta a nível nacional. Também poderia ser criado o Prémio António Maria, um segundo prémio que visaria o reconhecimento anual do melhor poeta ou prosador do concelho de Ovar ou, caso seja necessário, do distrito de Aveiro. Os prémios seriam entregues no decurso duma cerimónia organizada pelo referido Movimento Cultural.
  • Intermediar e conhecer as necessidades das colectividades. Tentar contribuir para a resolução de diferendos e evitar sobreposição de espectáculos às mesmas horas dum mesmo dia.
  • Defender a preservação dos poucos palheiros ainda existentes em Esmoriz.
  • Propor nomes de esmorizenses que se evidenciaram culturalmente para uma actualização da toponímia.
  • Adquirir, com a ajuda da autarquia, um autocarro para as colectividades que, muitas vezes, têm de se deslocar até terras muito distanciadas.
  • Propor melhorias estruturais na biblioteca instalada no Palacete dos Castanheiros.
  • Organizar recolhas de livros velhos, de forma a que possam ainda reforçar a capacidade literária da mencionada biblioteca.
  • Estimular pequenos concursos de escrita, desenho e pintura no Agrupamento de Escolas de Esmoriz, envolvendo assim a participação dos alunos.
  • Incentivar a reutilização dos manuais escolares.
  • Entrar em contacto com artistas e tentar convencê-los a expor os seus trabalhos no átrio da Junta de Freguesia de Esmoriz ou numa das salas do "renascido" Esmoriztur.

Não faltarão pois ideias. 
Um Movimento Cultural em Esmoriz decerto ajudaria a incutir sentimentos de maior bairrismo (no sentido positivo) ou de pertença afectuosa a Esmoriz.
Por conseguinte, é necessário valorizar o que é nosso, e envolver a comunidade.



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Manuel Oliveira, o Sr. Buçaquinho

Manuel Oliveira foi um dos mais notáveis presidentes da história da Câmara Municipal de Ovar. No que diz respeito a Esmoriz, requalificou a Avenida da Praia, a Avenida dos Correios, o Bairro Social da Praia de Esmoriz (embora concluído no mandato posterior), foi uma das personalidades que acompanhou o processo de estudos da requalificação da Barrinha que remonta a 2011, e criou ainda a Ecopista do Atlântico que hoje estabelece a ligação entre Esmoriz e o Furadouro. Mas a sua obra mais importante custou apenas 1,2 milhões de euros e visou transformar uma antiga ETAR, de péssimo funcionamento, situada entre Esmoriz e Cortegaça, num parque ambiental de cinco estrelas que viria a traduzir-se num sonante sítio de lazer desfrutado por vários visitantes provenientes de Norte a Sul do País, e até estrangeiros. Claro que também não podemos esquecer o papel determinante de José Américo, antigo vereador do ambiente, para a prossecução de todo este projecto que, no dia 23 de Janeiro de 2017, seria alvo de uma distinção sonante no concurso dos "Green Project Awards", mais concretamente na categoria de Cidades Sustentáveis.
A obra inaugurada a 25 de Abril de 2013 foi uma aposta ganha. O mérito também se deve aos actuais proprietários do parque (os irmãos Maia) que souberam proceder à manutenção e incentivar à realização de actividades lúdicas ou concertos, trazendo assim mais visibilidade a este tesouro natural que começa a ser, cada vez mais, conhecido e visitado. Pelos melhores motivos, claro está!
Por outro lado, os executivos da Junta de Freguesia de Esmoriz, liderados sucessivamente por Rosário Relva e António Bebiano, e da Junta de Freguesia de Cortegaça, representada por Sérgio Vicente Prata, prestaram igualmente uma colaboração indispensável em todo este processo.
Não menos importantes foram os apoios prestados por algumas organizações ambientais que denunciaram o estado horripilante da antiga ETAR e que deram força à sua substituição por um parque sustentável. Aqui é justo realçar o papel do Movimento Cívico Pró-Barrinha que integrou essa lista. Arménio Moreira, também ele com o coração dividido entre Esmoriz e Cortegaça, foi uma das personalidades que deu a cara por este projecto, e hoje numa conversa telefónica, confidenciou-nos que "este era um dia de grande orgulho para as duas comunidades".
Por detrás do êxito na nona edição do Green Project Awards (iniciativa organizada pela Agência Portuguesa do Ambiente e Quercus), existem vários rostos, mas se tivéssemos que atribuir a denominação honrosa de "Sr. Buçaquinho", creio que Manuel Oliveira a merecerá, porque foi ele quem promoveu este projecto visionário!



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Imagem nº 1 - No dia da inauguração (25 de Abril de 2013), o então Presidente da Câmara Municipal de Ovar, Manuel Oliveira, discursava, demonstrando a sua confiança no novo empreendimento inaugurado.
Foto da nossa autoria

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Parque Ambiental do Buçaquinho alcança distinção prestigiante

Os resultados do Green Project Awards foram hoje oficializados na Fundação Serralves, no Porto. Na cerimónia pública, o Parque Ambiental do Buçaquinho triunfou na Categoria Cidades Sustentáveis. Esta distinção sonante premeia o facto deste sítio natural munir-se de fontes de energia renovável, através da utilização de geradores eólicos e painéis fotovoltaicos. A sustentabilidade era pois a palavra-chave em todo este processo!
Além desta categoria, foram premiadas outras também avaliadas por este concurso internacional que já conta com edições dispersas por Portugal, Brasil e Cabo Verde.
Resta-nos felicitar os responsáveis do Parque Ambiental do Buçaquinho, pela manutenção e visão reveladas. Este é, sem dúvida, um dos espaços de lazer mais agradáveis do país.
Esmoriz e Cortegaça devem estar hoje orgulhosos por este reconhecimento!



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Foto - Nelson Granda

domingo, 22 de janeiro de 2017

Versos Cá da Terra II


"Triste Barrinha"
(Poema da autoria de Armando Marinheiro em 2013)


Sentei-me junto de ti
Fiz-te caricias sobre o teu olhar
Respondeste-me baixinho e triste:
"Não me toques, deixa-me estar".

Limpei-te o canto do olho
Retirando uma lágrima suja
Olhastes no meu rosto 
Com o teu cheio de amargura.

Sim, escrevo com mágoa
Tudo aquilo estive a ver
Com toda aquela podridão
A barrinha vai morrer.

Esmoriz sofre porque te abandonaram
Hoje já não te chamam barrinha
Fostes uma chama da cidade
Será que ainda és rainha?

Não sou nenhum poeta
Nem tão simples escritor
Fiz estes versos por ti
Porque por ti barrinha tenho amor!




Grupo de Teatro Renascer teve casa cheia em Oiã

Oiã é uma freguesia do município de Oliveira do Bairro que conta com mais de 7 mil habitantes. A vila destaca-se pelo seu crescimento industrial, pelo movimento associativo profícuo e por alguns templos religiosos que revelam uma notável ornamentalidade.
Neste passado sábado à noite, dia 21 de Janeiro, a terra viria a ser agraciada pela presença de um dos dez grupos de Teatro candidatos ao prémio Ruy de Carvalho, organizado anualmente pela Federação Portuguesa de Teatro para distinguir a melhor representação nacional. Referimo-nos ao Grupo de Teatro Renascer que apresentou ali a peça comediante "As Minhas Sogras" cujo enredo já havíamos descrito em artigos anteriores. 
A sala encheu, os aplausos multiplicaram-se, e o Renascer reforçou a qualidade da sua candidatura a voos maiores. 
Os responsáveis da companhia teatral esmorizense agradeceram ainda o apoio do público, e até já fazem questão de um dia voltar a Oiã, de forma a retribuir todo o carinho e hospitalidade com que foram recebidos.
O próximo grande desafio do Renascer decorre a 10 de Fevereiro, quando a colectividade levar a peça "Flor Alma Espanca" (redigida por Leandro Vale e encenada por Vera Gomes) até Póvoa de Lanhoso, localidade anfitriã do Concurso Nacional de Teatro organizado pela Federação Portuguesa de Teatro.
A celebrar 25 anos de existência em 2017, o Renascer eleva bem alto a fasquia.





Imagem nº 1 - O Grupo de Teatro Renascer apresentou a peça "As Minhas Sogras" no auditório de Oiã diante de uma casa totalmente cheia.
Foto - Alberto Tavares



sábado, 21 de janeiro de 2017

O CDS mostrou que é alternativa para levar a sério...

O CDS-PP tem vindo, no decurso das últimos meses, a apresentar sugestões e a denunciar alguns descuidos que se vislumbram no concelho de Ovar. Hoje estiveram em Esmoriz. Visitaram a feira da Revenda (já que o mercado da Praça dos Combatentes ainda está longe de ser uma realidade), e houve também tempo para uma visita à Barrinha, de forma a acompanhar o estado das obras.
Estas acções de proximidade só poderão trazer frutos, visto que os centristas preferem jogar na antecipação, e mesmo estando a sete meses das eleições autárquicas, sabem que o tempo é precioso e que 2017 poderá representar um ponto de viragem para o partido, cujos resultados nas últimas eleições autárquicas de 2009 e 2013 deixaram muito a desejar.
É certo que os populares não são realisticamente candidatos ao triunfo, tanto em Esmoriz como em Ovar, mas podem finalmente alcançar a tão desejava representação, através da eleição de um ou dois dos seus elementos. 
Filipe Marques Gonçalves, advogado, é um homem que conhece bem a realidade do concelho e que revela uma postura bastante ponderada. Fernando Almeida, mais irreverente, pauta-se pela sua frontalidade e capacidade de dizer o que lhe vai na alma, sem qualquer rodeio ou hipocrisia. Por seu turno, Carlos Alexandre já foi presidente da Comissão de Melhoramentos e é um fervoroso adepto do Sporting Clube de Esmoriz, reunindo ainda um portefólio fotográfico interessante sobre a cidade da Tanoaria. Ao lado destes vultos, existem ainda outras pessoas de valor que têm vindo a demonstrar o seu envolvimento na causa pública.
O CDS-PP, apesar de não ter hoje qualquer representação municipal, é o partido da oposição mais interventivo neste momento. É a alternativa mais interessada em explorar novos rumos e ideias. 
E isso parecendo que não, é uma agradável surpresa perante tanto marasmo que se tem vindo a verificar em termos de debate político. 
Fazemos votos para que os restantes partidos sigam o exemplo do CDS-PP, possibilitando todo um esgrimir de ideias que certamente serão úteis e enriquecedoras no panorama local.




Imagem nº 1 - Principais representantes do CDS concelhio estiveram à conversa com comerciantes na Feira da Revenda, situada junto ao estádio do Sporting Clube de Esmoriz.

Esmoriz Ginásio Clube entra com o pé direito na segunda volta

O Esmoriz Ginásio Clube arrancou bem a segunda volta do campeonato nacional de voleibol, triunfando este sábado, 21 de janeiro, sobre o CA Madalena na 12ª jornada.
Com esta vitória expressiva, fixada em 3-0 (25-18; 25-15; 25-15), o Esmoriz carimba também a primeira vitória no único jogo em casa que disputou até agora em 2017.
O Prof. Bruno Lima fez alinhar a equipa habitual, indiferente à classificação modesta do adversário (o CA Madalena é último classificado, não tendo averbado ainda qualquer vitória).

Equipa: Bruno Gonçalves; André Rosa; Mário Fortes; Ricardo Alvar; Rui Moreira; Marco Sousa; Diogo Neto (L).
Suplentes: Pedro Ribeiro; José Pinto; Daniel Marques; Paulo Gomes; David Marques.

O próximo desafio é contra o SC Caldas, dia 28 de janeiro, no Pavilhão Rainha D. Leonor, às 17h.
Neste momento, a equipa consolida o quinto posto na classificativa, o que dá boas perspectivas de qualificação para o playoff dos melhores.


Reportagem retirada do Site Oficial do EGC



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Correio dos Comunicados Políticos - CDS-PP esteve em Esmoriz para ouvir a comunidade


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O CDS esteve este Sábado de manhã em Esmoriz. O grupo liderado pelo candidato à Assembleia de Freguesia de Esmoriz Carlos Alexandre e acompanhado pelos candidatos à Câmara Municipal e Assembleia Municipal de Ovar, Filipe Marques Gonçalves e Fernando Camelo de Almeida, respectivamente, visitou, entre outros locais, o mercado e as obras de requalificação da barrinha de Esmoriz, cujo processo está a cargo do programa Polis Litoral Ria de Aveiro e que, se tudo correr como previsto tornar-se-à, já no próximo Verão, numa zona lúdica e ambiental de excelência para a nossa região.
O CDS de Ovar está próximo da população, junto dos cidadãos, sendo evidenciado que os nossos candidatos são cada vez mais bem acolhidos e acarinhados por inúmeras pessoas. É centrado nas pessoas que o CDS de Ovar está a preparar um projecto alternativo, forte, credível e, acima de tudo, assertivo e assente no prévio debate de ideias e políticas com vista a um concelho de futuro!




Portugal precisa de candidaturas independentes!

Em Portugal, vêm aí as eleições autárquicas neste ano de 2017... 
Os cinco partidos do costume financiarão, por completo, os seus candidatos, e contam ainda com uma visibilidade privilegiada na comunicação social. Cartazes, folhetos, boletins, tudo pago pelos seus partidos que, por seu turno, são financiados por receitas do Estado, leia-se lesados contribuintes. 
E é triste porque em Portugal, o direito a exercer a cidadania não é igual para todos. Se não pertences a um partido, tens de pagar e suportar a tua candidatura (e os custos pessoais não são nada baratos!) porque simplesmente não arranjas apoios assim tão facilmente. É uma concorrência desigual, uma corrida onde alguns já partem com uns bons metros de avanço aquando do tiro de partida. É esta a melhor forma de desempenharmos os desígnios da democracia local?
Neste país, o que importa é que ganhem sempre os mesmos do costume, nem que daqui a 700 anos tenhamos ainda estes partidos a "desgovernar" Portugal rumo a novas bancarrotas. 
São estes partidos que não pagam IMI e que conservam todo um leque de mordomias que nos fazem lembrar a era da nobreza ou fidalguia. Caso não saibam, 1 voto em cada partido numas legislativas dá direito a 3 euros para este (veja-se artigo publicado há tempos pelo Diário de Notícias). Um milhão de votos dá direito a três milhões de euros! Pois, ninguém gosta de fazer contas.
Os actuais partidos regem-se ainda pelos conluios empresariais, e isto explica porque é que tivemos tantas crises nos últimos 30 anos. Porque somos mal governados e porque o povo, então conservador, tem medo de mudar. 
Dizem que os pequenos partidos e as candidaturas independentes são populistas, mas demagogia é aquilo que temos visto nos nossos políticos que, em plena campanha eleitoral, são capazes de prometer o impossível só para caçar votos. 
Defendemos pois que as candidaturas independentes (não me refiro aqui a alternativas dissidentes) deveriam ser beneficiadas em 20% ou 25% na liquidação das suas despesas (devidamente comprovadas por factura) no âmbito do seu projecto eleitoralista, o qual deve ser aprovado devidamente por um tribunal administrativo. 
Era pois uma forma de incentivar a cidadania livre e espontânea, e até de diminuir a abstenção. Poderiam daqui nascer novas ideias, alternativas e caminhos que favoreceriam a dinâmica local.
Mas não, a muitos não interessa mudar as regras de jogo porque o que importa é preservar a sua hegemonia a nível nacional, regional e local.



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Imagem nº 1 - Em Portugal, as candidaturas independentes não usufruem das mesmas vantagens que as candidaturas partidárias. O Estado Português deveria rever tal processo.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

B-Joy continua a crescer...

A B-Joy é uma marca em crescimento, dedicando-se a produzir malas e carteiras para o público feminino. Esta empresa sediada em Esmoriz tem vindo a dar cartas a nível nacional e no estrangeiro, reivindicando uma notável evolução a nível comercial.
Tendo em conta o seu desenvolvimento, os seus responsáveis optaram por criar uma unidade fabril em Esmoriz, de forma a aumentar a produção e a rentabilizar os lucros.
A empresa tenciona ainda apresentar novas colecções, e já revelou publicamente a sua intenção em participar numa feira internacional de moda e acessórios, a Who’s Next – Premiere Classe, que decorrerá em Paris, entre os dias 20 e 23 de Janeiro.
Mais uma prova de que existe muito empreendedorismo em Esmoriz!





Visite o site da marca em: http://bjoy.pt/index.php/about-us/

(Quase) Meia Década Depois...

Se há algo que nos orgulha neste projecto, é de não elaborarmos os textos com a finalidade de tentar agradar a alguém. Elogiamos de forma genuína, como criticamos da mesma maneira. Sim, bem sabemos que as nossas opiniões podem não gerar consenso, e claro que aceitamos naturalmente quem possa discordar de nós. Aliás, cidadania é mesmo isto - trocar e debater ideias. E ao fim de cinco anos, poderemos dizer que, a esse respeito, o blogue e a página nas redes sociais cumpriram o seu papel, envolvendo a comunidade na discussão de várias temáticas. Também nós aprendemos muito com essa experiência - ficamos também a conhecer melhor a cidade em que vivemos.
Sim, muitas vezes, levamos por tabela e somos alvo fácil de críticas duras, como também já fomos agraciados por elogios de quem admira o nosso trabalho. Tudo isto faz parte do processo, mesmo quando este trabalho é realizado de forma exclusivamente voluntária. Para que fique claro, não temos sequer nenhum protocolo assinado com qualquer entidade pública ou privada, ao contrário do que já ouvimos por aí, algo que nos obriga a desmentir prontamente tal rumor infundado. Somos livres de ingerência, e esse será sempre o nosso estilo redactorial.
No entanto, vincamos o aspecto genuíno da nossa frontalidade - afirmamos sempre o que nos vai na alma. Não cedemos a pressões, sobretudo agora que estão a avizinhar-se as eleições autárquicas. Ninguém é, nem será, dono do nosso pensamento, e isso deixamos bem claro! 
A isenção, neste país, tem infelizmente um preço caro, mas ainda assim, não iremos abdicar dela enquanto este projecto existir. Nem que isso seja motivo de "segregação social" do seu autor. 
Deixamos bem claro estes detalhes para tentar evitar ou minimizar males-entendidos que infelizmente são típicos de uma época já quase pré-eleitoral, em que muitos tendem a ficar enervados. Mas calma, não vale a pena!
O Cusco está aqui para dizer o que pensa, e não para dizer o que os outros querem que se pense! 



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Extra-Esmoriz LII - Árvores centenárias de Cortegaça já foram transplantadas

Os plátanos centenários já foram transplantados para o Largo da Igreja Matriz de Cortegaça, deixando de jazer junto ao Largo do Campo em Cortegaça. De nada valeram os esforços de um grupo de cidadãos que tentou evitar o desenrolar do processo, tendo lançado inclusive uma petição que agora já não terá qualquer efeito prático.
De facto, o risco destas árvores não singrarem naquele habitat diferenciado é deveras considerável. Infelizmente, hoje é muito fácil passar por cima daquilo que deveria ser conservado. Esperávamos mais visão e atenção de quem projectou estas obras.
E sim, é verdade - "nós não herdamos a terra de nossos pais, mas sim a pedimos emprestada aos nossos filhos".



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2017 é um ano simbólico para muitas instituições...

2017 pode não ser um número redondo para a matemática em geral, mas no que diz respeito a Esmoriz, tem a particularidade de obedecer a um marco celebrativo aplicável a várias instituições.
Ora vejamos, o Sporting Clube de Esmoriz fará 85 anos de história, Esmoriz Ginásio Clube assinalará 50 anos de êxitos desportivos, a Rádio Voz de Esmoriz contabilizará 30 anos de existência, o Grupo de Teatro Renascer festejará 25 anos de actividades culturais, e este blogue contará 5 anos de papel informativo.
Esmoriz terá pois motivos para se sentir satisfeito com o trabalho até então produzido por estas entidades. Podemos até afirmar que, quase todas elas, sobrevivem por "amor à camisola e à terra", e não por propósitos financeiros.
2017 será assim um ano muito activo com diversos eventos a realizar, e claro, espera-se ainda a concretização das obras na Barrinha de Esmoriz e o início da empreitada de requalificação do Esmoriztur!
Nunca Esmoriz vivera um ano tão determinante. 



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quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Novo ponto de Situação na Barrinha

Conforme nos comprometemos com os nossos leitores, efectuamos uma nova visita à lagoa, de forma a inteirar-mo-nos do progresso das obras. Desta vez, saímos um pouco mais satisfeitos. Algumas partes do passadiço já podem ser visualizadas. É certo que a estrutura mais próxima do campo de futebol do Sporting Clube de Esmoriz se encontra demasiado baixa (o que deveria motivar uma reflexão), mas a verdade é que, à medida que nos vamos aproximando da lagoa, o passadiço vai aumentando de altura, chegando a ter mais de 1 metro (ou até cerca de 2 metros) de diferença em relação ao solo, e isso, sim é o que se pretende, visto que estamos a falar de uma área pantanosa que, por vezes, é ainda alvo de cheias, sobretudo na época das intempéries. 
No entanto, há outras reflexões que devemos, ainda assim, partilhar com os nossos seguidores. Em primeiro lugar, os passadiços na zona nascente parecem-me cada vez mais inviáveis no que diz respeito à sua concretização, e irei expor as três razões que legitimam este raciocínio:

  1. Trata-se de uma área super-pantanosa e de péssima aderência, e que ainda compreende linhas de água com pendor irregular. Será que um passadiço de madeira se irá aguentar muito tempo com um solo tão instável?
  2. A área nascente concentra a maior parte da avifauna residente na Barrinha. É ali que garças-reais, corvos marinhos, cegonhas e águias nidificam ou se instalam. A futura presença humana nas proximidades poderá provocar a sua migração definitiva.
  3. Privacidade das casas vizinhas. Perto da área nascente, existem moradias (sem qualquer protecção ou muro erguido para o lado da Barrinha) que poderão agora ser incomodadas pela proximidade dos passadiços que deverão passar nas traseiras desprotegidas das suas moradias. Sabemos que existem habitantes dessas casas que já demonstram alguma preocupação face a esse cenário.

Expostas estas considerações, podemos ainda afirmar que logramos observar a presença da draga e de muita maquinaria junto aos pegões da ponte. Ao contrário do que pensávamos inicialmente, os alicerces datados do século XIX não serão reaproveitados, visto que a nova ponte irá erguer-se mesmo ao lado daqueles. E deverá ser também nas imediações que surgirá um futuro cais.
Mas um cais exige um excelente trabalho de desassoreamento para que os barcos possam usufruir de índices razoáveis de navegabilidade. Pelo que testemunhámos hoje, isso é algo que ainda está longe de ser uma realidade. O assoreamento continua a atingir dimensões terríveis na zona nascente (ver a última imagem apresentada neste artigo), uma dura constatação para quem tem visitado a lagoa nos últimos dez anos. 
No entanto, e pelo que tivemos oportunidade de visualizar hoje, os trabalhos parecem estar agora a seguir um rumo interessante, dotando a lagoa de algumas ligações pedonais que decerto trarão outra acessibilidade e comodidade aos visitantes. Destaco ainda a plantação de novas árvores que se enquadram neste ecossistema, bem como a remoção de muitas espécies infestantes. A reabilitação do dique fusível também parece estar a decorrer dentro da normalidade. Pensamos que, no plano da configuração exterior, as obras irão cumprir, dentro dos possíveis, aquilo que está contemplado no projecto, e claro, em nenhum momento, pretenderemos responsabilizar a empresa que ficou com a adjudicação da obra. Só estão a concretizar aquilo que lhes foi mandatado.
Agora fico com a ideia de que quem concebeu este projecto (leia-se técnicos ambientais e demais eruditos), descurou alguns pontos e não teve em consideração algumas vicissitudes que afectam a lagoa. O trabalho de gabinete de nada vale, se não for acompanhado por uma observação prática da realidade e pelo contacto estabelecido com cidadãos experimentados nestas matérias (e com conhecimento de causa).
No nosso entender, achamos que bastava apenas efectuar um passadiço pela praia que fosse desembocar nos pegões da ponte, e daí sim, ligar àquele já existente em Paramos (claro que a ponte também seria uma mais-valia nessa comunicação pedonal). Poderia colocar-se efectivamente o posto de observação de avifauna ali bem perto, de forma a que todos pudessem mirar melhor a paisagem e a vida selvagem da lagoa.
No entanto, era escusado implementar passadiços na zona nascente, porque não só será inviável em termos de fraca aderência do solo, como ainda irá afugentar as aves que ali vivem. Por outro lado, a presença de um cais na Barrinha também só fará sentido pelas razões que já enunciamos. Sem condições para uma navegabilidade minimamente regular, e sem uma lagoa verdadeiramente despoluída (leia-se, presença de peixes contaminados), então de que é que servirá termos barcos? Neste caso em concreto, não me satisfaço com procedimentos exclusivamente decorativos. Um investimento de três ou quatro milhões de euros merece mais resultados do que isto!
A Barrinha de Esmoriz só voltará a ser Barrinha, quando acabarem com as fontes poluidoras. Já disse isso mil e uma vezes, mas continuo a barafustar contra a parede, porque prego sozinho no deserto e ninguém me ouve!
Além disso, saliento que não basta que as obras fiquem minimamente bem feitas, é pois necessária uma manutenção posterior ao mais alto nível - ou será que é para deixar os passadiços apodrecer? Ou deixaremos morrer as árvores recém-plantadas? É que ambas as situações já aconteceram aqui em Esmoriz, a primeira na zona à beira-mar (passadiços) e segunda no Campo das Vacas (as plantações realizadas em 2013 já se sumiram quase todas).
Se isto não tiver manutenção ou até mesmo alguma vigilância, será meio-caminho andado para o fiasco a médio prazo. 
A culpa não será da empresa que está a concretizar no terreno o projecto (aliás, estão a ser competentes e a cumprir o que lhes foi pedido pelo que observamos hoje no terreno, e da nossa parte merecem para já o benefício da dúvida), mas sim de quem o esboçou (com lacunas) ou, até mesmo, de quem não soube preservar, no futuro, as vantagens que dali poderão resultar para a comunidade.










































Esmoriztur custa quase 2 milhões de euros

De acordo com o OvarNews, a obra de reabilitação do Esmoriztur poderá custar 1,8 milhões de euros. Segundo aquele órgão de comunicação social, não será apenas reabilitada a sala de espectáculos (para actividades de teatro, música, cinema, conferências, formações...), como ainda serão materializadas novas estruturas no interior do edifício. 
Dentro deste contexto, poderá existir um gabinete administrativo, um posto de segurança, uma sala de reuniões, foyer, uma cabine de projeção, camarins, um bar/cafetaria, e na cave uma outra sala para atividades culturais e formação, entre outros compartimentos. Ou seja, haverá uma componente multi-funcional naquele espaço complexo.
A sala deverá ter uma capacidade total para 500 pessoas, e o palco deverá ver a sua profundidade aumentada.  
Da nossa parte, e olhando à primeira vista para estes dados (embora ainda gerais), parece que estamos diante de um projecto ambicioso que, a ser bem concretizado e gerido, poderá fazer do Esmoriztur um dos principais pólos culturais do distrito de Aveiro.
E claro isso merece o nosso sincero aplauso!



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quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Entrevistas com Memória I - Poeta António Maria recordou o seu percurso

Hoje decidimos lançar uma nova rubrica (esta obedecerá a uma periodicidade mensal) que se intitula "Entrevistas com Memória". O objectivo passará por transcrever entrevistas antigas que merecem ser recordadas porque mantêm ainda a sua actualidade e as quais consideramos minimamente interessantes para que sejam do conhecimento dos nossos leitores. Por outro lado, também poderemos efectuar directamente entrevistas que sejam dignas dos rigores de qualidade. Esta iniciativa junta-se a duas rubricas que já existem (embora estas de regularidade quinzenal), nomeadamente - os "Versos cá da Terra" e as "Pérolas Históricas de Esmoriz". O blogue celebrará, em finais de Fevereiro, cinco anos de existência, pelo que decidimos assinalar 2017 com novos conteúdos que favoreçam a promoção da cultura local e que possam revestir de orgulho todos aqueles que sempre afirmaram o seu sentimento de pertença a Esmoriz.
Dentro deste contexto, António Maria deixou uma herança notável à cultura esmorizense. Foi aqui um professor memorável, mas a sua contribuição não se ficou por aqui. Esta personalidade deixou-nos livros de poesia e um vasto conhecimento histórico sobre a terra que o viu nascer. 
Recentemente, atribuímos-lhe a distinção de "Legado de Ouro" em 2016 (reconhecimento póstumo) pela forma como serviu a nossa cidade. 
Neste Domingo, recuperamos uma entrevista deste homem que, apesar de ter falecido no ano passado, merece ser relembrado para a posteridade. O seu percurso fala por si.
A entrevista que se segue foi publicada pelo Jornal A Voz de Esmoriz, na edição de 27 de Julho de 2015. A iniciativa foi conduzida por Agostinho Fardilha, Presidente da Comissão de Melhoramentos de Esmoriz, e a redacção foi assegurada por Lília Marques, então Directora do Jornal.


Com 80 anos, António Maria Ferreira da Silva, mais conhecido por Dr António Maria, é uma figura incontornável de Esmoriz, a terra que o viu nascer, crescer e na qual sempre viveu. O esmorizense é uma pessoa multifacetada, tendo os diversos empregos que ocupou ao longo da vida e a escrita da poesia como exemplos dessa dedicação a várias áreas.



Nasceu, cresceu e sempre viveu em Esmoriz. Gostaria de ter nascido ou vivido noutro local?

AM - Não. Eu acho que é um privilégio ser de Esmoriz, ter nascido cá. É uma terra bonita, de um povo agradável e bom. Sinto que é um benefício, porque a cidade tem uma localização geográfica excelente e é um cantinho muito bom. Nós também temos a sorte de terem vindo muitas pessoas de fora para Esmoriz, que têm ajudado e colaborado com o progresso de Esmoriz. A cidade tem crescido graças a muita gente que tem vindo para cá e que tem sabido estimar a terra. Uma terra sem gente não é nada.


Esmoriz tem muito para dar e as pessoas que, para cá vêm, também têm vontade de ajudar a construir...

AM - Dá-me a impressão que essas pessoas sentem prazer em tomar parte da vida de Esmoriz. Mesmo de uma maneira muito discreta, ajudam no progresso, porque essas famílias que vêm para cá têm comprado muitos apartamentos... E isso é que faz a cidade. No geral, esta gente é gente boa, que fica a gostar de Esmoriz, que se integra. Temos uma praia magnífica, é uma cidade muito sossegada, tranquila. Esse é o maior elogio que se pode ouvir actualmente.


Foi comerciante, professor, presidente de Junta e ainda é [foi] empresário imobiliário. Deste trajecto, o que lhe agradou mais?

AM - Quando o meu pai faleceu, eu fui muito novinho trabalhar para a tanoaria dele. Eu queria muito ter ido estudar, mas tive que ir trabalhar. Depois, fui voluntário, ainda bastante novo também, para a aviação. Entretanto, vim e fui comerciante. Gostei muito do trato com as pessoas, aprendi bastante nesse aspecto. Mesmo nas outras actividades sempre gostei do que fiz e isso é meio caminho andado para o êxito. Mas também é preciso ter sorte, podemos trabalhar muito, mas, se não tivermos uma pontinha de sorte, nada aparece. Numa altura, disse à minha esposa que gostava muito de estudar e ela disse que eu fosse. Assim, fui fazer o primeiro e segundo ano de liceu. Depois fiz o segundo e o terceiro ciclos e fui para a faculdade. Gostei muito, a faculdade marcou-me a vida. Estive, depois, no ensino. Adorei... Entretanto, como tinha uma empresa imobiliária de construção, comecei também a trabalhar nisso. Apanhei uma fase boa, nada comparada com a de agora... Gostei muito de todas as profissões.


Apesar de todas estas ocupações, ficou-lhe sempre um espaço para a poesia. Como é que conseguia conciliar o tempo para a poesia?

AM - O tempo dá sempre. O gosto pela poesia surgiu-me em pequeno... Fiz uns versinhos, mostrei ao meu pai que disse que estavam muito bonitos. Eu pensei que até percebia daquilo. A crítica positiva tem uma força fantástica. Mesmo no ensino, se os alunos forem tratados de uma forma positiva e respeitosa, têm outro rendimento... Nós conseguimos convencer com uma conversa serena. Isto acontece com as crianças e com os adultos. Na vida real, isto também acontece muito.


Tem já quatro livros publicados. Como é que ganha inspiração para os seus poemas, sendo você uma pessoa bem disposta, descontraída... Como é que concilia o António Maria lírico com o António Maria que está no café?

AM - A gente vai escrevendo, mas um poema só é completo quando é lido. Deve-se procurar escrever de forma a que qualquer pessoa entenda. Devemos escrever com palavras simples, da maneira mais clara possível e com sentimento, de maneira a que este próprio sentir vá para a pessoa que lê.


Tem, nos seus livros, muitos poemas dedicados a Esmoriz. Sente que Esmoriz é, efectivamente, tudo aquilo que canta?

AM - Eu acho que sim. Não estou a ser excessivo, qualquer um de nós que nasceu e cresceu cá deve muito à terra e cria um sentimento de afecto, uma ligação sentimental e, depois, é muito fácil transmitir esse afecto nos versos, para o poema.


Como é que estamos de produção poética? A veia poética não estancou...

AM - Sim. Tenho, de facto, um livro que já está quase concluído e era para sair no meu aniversário. Mas isto dá muito trabalho, como fazer a correcção e ver as gralhas... Embora já esteja quase pronto, só deve sair em Agosto. Era para sair em Julho como eu faço 80 anos...


Também esteve na Comissão de Melhoramentos durante uns tempos, foi director do jornal "A Voz de Esmoriz". O que lhe ficou desses tempos?

AM - A Comissão de Melhoramentos e o jornal foram uma conquista muito grande em Esmoriz. Esmoriz ter um jornal foi uma vitória e ainda conta. No Brasil, por exemplo, tenho familiares que estão sempre à espera do jornal, lêem tudo, não falha nada. A rádio foi também uma conquista muito grande. Em Esmoriz, sempre houve gente que queria o melhor para a sua terra e trabalhavam. Tinham aquele bairrismo e só estavam bem a conseguir o melhor possível para a terra. Esse espírito continua. Eu vejo gente que trabalha por amor à causa, fazem-me lembrar pessoas já falecidas que trabalharam e não havia compensação nenhuma...


Actualmente, a Comissão de Melhoramentos não será igual à da sua altura, até porque as condições não são as mesmas, mas corresponde ao que poderia ter imaginado?

AM - Sim... Eu acho que corresponde. É muito difícil manter as coisas a funcionar, é um trabalho diário e que nunca mais acaba. Só isso é uma vitória para quem consegue que isto funcione da maneira que está a funcionar. Quase que passa despercebido, mas dá muito trabalho... É um trabalho quase invisível e ignorado.


Também foi presidente da Junta. Acha que, dentro das competências que tem hoje, a Junta de Freguesia está a conduzir os destinos da cidade da melhor maneira? 

AM - As mais recentes, estão sim. Conseguem fazer coisas que nós não conseguíamos, não havia dinheiro. Ainda sou do tempo que Portugal não podia gastar para equilibrar a balança comercial, as autarquias não recebiam, era o povo que ajudava... Toda a gente gostava de ajudar. A Junta tinha muito poder político, não se podia tratar mal o presidente da Junta, se ele fizesse queixa, era um sarilho... Hoje há mais liberdade. Nunca se fez tanto como nos últimos anos.


A nível cultural, Esmoriz tem uma panóplia de associações. O que pensa que pode faltar para nos assumirmos culturalmente?

AM - Nós já tivemos uma tentativa muito séria de fundarmos, em Esmoriz, uma universidade. Estava tudo mais ou menos preparado, chegámos a fazer sociedade para a fundação, chegámos a dar dinheiro, mas a uma certa altura, encravou. Seria muito bom para Esmoriz a criação do Instituto do Mar, teria sido um passo muito importante, tornava-se um pólo muito forte, mas, a uma certa altura, não andou para a frente.


De que maneira poderíamos rentabilizar a presença de Florbela Espanca em Esmoriz? O que deveria ser feito? 

AM - Sabe, os poetas nem sempre têm a sorte de verem as suas poesias declamadas, cantadas ou estudadas. O que se canta agora não é nada do que Florbela Espanca escreveu... O bons poetas não são reconhecidos. A Florbela esteve muito ligada a Esmoriz, gostava muito da nossa terra e até tem um poema que me parece que foi inspirado na paisagem da nossa terra. Ela era espectacular, uma pessoa de uma sensibilidade extraordinária. Esmoriz deveria promovê-la mais, mas é assim... Há uma espécie de desvalorização relativamente à poesia, há muita gente que não consegue sentir o subjectivo da poesia. Um centro cultural Florbela Espanca seria uma valorização para Esmoriz e para o povo todo, e seria um acto de justiça para uma grande poetisa que esteve cá a viver e a escrever. É apenas uma proposta, mas era bom. Seria um enriquecimento cultural para Esmoriz.



Excerto da Entrevista feita a António Maria da Silva na Rádio Voz de Esmoriz, realizada na manhã do dia 19 de Junho de 2015, e conduzida por Agostinho Fardilha. A transcrição da entrevista sairia posteriormente no Jornal A Voz de Esmoriz, na edição referente a 27 de Julho de 2015.





Imagem nº 1 - António Maria foi entrevistado em 2015 pelo Jornal "A Voz de Esmoriz".



Por fim, deixamos um poema marcante da autoria do entrevistado:



"Procuro-te"
(Poema da autoria do Prof. António Maria)


Procuro-te na mágoa do meu ser,
Nas marés vivas, pela beira-mar
No céu estrelado busco o teu olhar
E o teu amor, num sonho por viver.

Procuro-te nas formas ideais
Na solidão das coisas invisíveis
Na vastidão repleta de impossíveis,
Na realidade amarga do jamais.

Até no vento, que à tardinha chora
Pelos pinhais da mata sussurrante
Te procurei. O frio, vento errante
Chegou, correu, parou e foi-se embora.

Em tudo te procuro e não consigo
Achar-te em parte alguma, como almejo 
Excepto no meu peito onde te vejo
Com teu sorriso lindo e sempre amigo!




Imagem nº 2 - António Maria exerceu várias funções determinantes, contribuindo para a evolução da cidade que foi o seu berço.



Nota-Extra - Este foi oficialmente o texto nº 2000 a ser publicado no blogue.