segunda-feira, 31 de julho de 2017

Poema do Mês de Julho de 2017



Se Eu Pudesse Trincar a Terra Toda
(Poema de Alberto Caeiro, Heterónimo de Fernando Pessoa)


Se eu pudesse trincar a terra toda 
E sentir-lhe um paladar, 
Seria mais feliz um momento ... 
Mas eu nem sempre quero ser feliz. 
É preciso ser de vez em quando infeliz 
Para se poder ser natural... 
Nem tudo é dias de sol, 
E a chuva, quando falta muito, pede-se. 
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade 
Naturalmente, como quem não estranha 
Que haja montanhas e planícies 
E que haja rochedos e erva ... 
O que é preciso é ser-se natural e calmo 
Na felicidade ou na infelicidade, 
Sentir como quem olha, 
Pensar como quem anda, 
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre, 
E que o poente é belo e é bela a noite que fica... 
Assim é e assim seja ... 

Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema XXI" 
Heterónimo de Fernando Pessoa



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Cartoon do Mês de Julho de 2017



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Imagem nº 1 - Não resistimos em partilhar este cartoon até porque aí se avizinham novas eleições. 

Foto do Mês de Julho de 2017



Imagem relacionada

Imagem nº 1 - Protestos intensificam-se contra o presidente venezuelano Nicolás Maduro. A oposição ao regime queixa-se da ausência de liberdade. Várias pessoas têm morrido desde Abril na sequência de manifestações ruidosas e tumultuosas. 

Continente Bom Dia será mesmo uma realidade em Esmoriz

Se até então Esmoriz já era servido por superfícies comerciais como o Intermarché, o Pingo Doce e o Minipreço (além de muitos supermercados locais), eis que surge um novo concorrente de peso que irá disputar o mercado esmorizense - referimo-nos à plataforma do Continente Bom Dia que em breve nascerá perto da Avenida 29 de Março/EN 109.
Após uma etapa repleta de burocracias, o Grupo Sonae vai mesmo tentar a sorte na cidade da Tanoaria. 





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Imagem nº 1 - Continente Bom Dia irá ser uma realidade em Esmoriz muito em breve.

Esmoriz Ginásio Clube anuncia renovações

Após ter terminado a época anterior num promissor sexto lugar na fase regular, o Esmoriz Ginásio Clube está agora a preparar a próxima temporada de 2017/2018, tendo já anunciado algumas renovações de atletas. Dentro deste contexto, há a realçar as permanências de Paulo Gomes (central), Ricardo Alvar (zona quatro), Bruno Gonçalves (distribuidor), José Pedro (oposto), André Rosa (zona quatro) e Diogo Neto (líbero) que continuarão sob as ordens do técnico Bruno Lima (este último permanecerá ao leme da equipa, sendo coadjuvado por João Rocha).
É provável que nos próximos tempos surjam mais notícias de renovações e eventuais aquisições que permitam o fortalecimento do plantel do Esmoriz Ginásio Clube para a próxima época desportiva.




Imagem nº 1 - André Rosa e Diogo Neto continuarão no clube, após terem renovado contrato.


Rui Paixão actua em festivais internacionais

Julho parece ter sido um mês intenso para o jovem animador esmorizense Rui Paixão que continua a evidenciar os seus dotes de representação um pouco por toda a Europa, tendo apresentado o seu novo espectáculo “Lullaby”. O artista esteve na Suécia, onde participou no Festival de Rua de Estocolmo 2017, realizado nos dias 1 e 2 de Julho. Seguiu-se posteriormente a França, onde participou em La Flèche no festival Les Affranchis, realizado entre os dias 7, 8 e 9 de Julho. Também estaria presente no Renc’Arts Festival que teve lugar em Pornichet (França) no dia 18 de Julho.
Rui Paixão é um prodígio do entretenimento popular que se tem vindo a afirmar com notoriedade a uma escala cada vez mais internacional.




Imagem nº 1 - Rui Paixão a interpretar o papel de Palhaço-Aranha no Festival de Rua de Estocolmo. 

Época balnear atrai multidões

A época balnear foi sentida, de uma forma especial, em Esmoriz no decurso do mês de Julho. Vários cidadãos (entre locais, visitantes de outras regiões, imigrantes recém-chegados e turistas estrangeiros) usufruíram assim de banhos de sol nas praias da Barrinha, do Cantinho e dos Pescadores.
As praias de Esmoriz pautam-se pela qualidade e extensão do seu areal, pelos adequados serviços de vigilância (garantidos por equipas de nadadores-salvadores), pela prática de desportos (como o surf ou o vólei de praia) e pelos espaços de lazer e restauração que se situam nas imediações, reconfortando assim os almejos de inúmeros veraneantes.
No Verão, Esmoriz é feliz – um justo slogan que pode ser comprovado a partir da imagem que apresentamos em baixo e que retrata a forte presença de banhistas na Praia do Cantinho, durante os dias iniciais do mês de Julho.



Bombeiros Voluntários de Esmoriz continuam a salvar animais

Depois de nos meses anteriores já terem salvo um passarinho de estimação e um cachorro, eis que os nossos bombeiros voltaram a socorrer um animal, revelando a sua nobreza de carácter. Desta feita, um gato de apenas dois meses foi retirado de um tubo de canalização onde estava preso há já 2 dias na rua do Jugal – Arada.
Após o salvamento, o animal foi levado para a clínica veterinária de Esmoriz onde foi devidamente examinado. Está bem de saúde, encontra-se apenas um pouco pisado e a precisar de um banho. Neste momento, a clínica tenta encontrar um novo lar para o animal.





Foto - BVE

Renascer organizou o I Festival Set’Artes

Foi no decurso dos dias 21 e 22 de Julho que o Grupo de Teatro Renascer organizou o I Festival Set’Artes que culminou na realização de diversas iniciativas culturais que tiveram lugar no interior e no exterior do edifício da Junta de Freguesia de Esmoriz.
O evento traduziu-se numa incessante vocação multicultural, tendo congregado várias artes: teatro, cinema, música, dança, pintura, escultura, arquitectura, literatura e fotografia.
No dia 21 de Julho, decorreria então a abertura do festival com música-ambiente artística. Seguiu-se posteriormente a abertura de exposições de pintura, escultura, arquitectura e fotografia da autoria de Alzira Relvas, Aurora Bernardo, Juma Bastos, Laura Bártolo, Olívia Nogueira, João Gil da Costa e Juliana Oliveira. Ocorreria igualmente a apresentação da curta-metragem “Boémios” programada por Jotta Dúbio. A primeira noite do festival encerraria com os concertos das bandas “.Três.Pontos.” e “Budas&Pestes”.
No dia 22 de Julho, os destaques iriam para a actuação do grupo Percutarufar, para a realização do workshop de “Caracterização” que seria viabilizado por Jéssica Beatriz Pereira, para uma demonstração de “live painting” da artista Juma Bastos, para o espectáculo “João Pateta” proporcionado pelo grupo da Contacto de Ovar, para a exibição do workshop “Carimbos” assegurado pelo Imaginar do Gigante, para a performance ao vivo da artista Ana Guimbra, para o espectáculo de danças de salão apresentado pela Academia de Dança, para o teatro de rua e performance de fogo - ambos espelhados nos dotes do artista José Luís, e ainda para os concertos de “Maria Manuel – Acústico ao Vivo” e da banda “Meio-Irmão”.
Como nos relatou João Gomes, Presidente do Grupo de Teatro de Renascer, a programação foi muito ambiciosa, realçando que a adesão e a participação do público foi considerável ao longo deste evento multicultural. O evento foi, em boa parte, dirigido para a juventude, esperando a colectividade atrair, em breve, a integração de novas jovens promessas para a arte da representação. João Gomes enalteceu ainda o contributo prestado pelo Centro de Assistência Social de Esmoriz, pelo Grupo de Danças e Cantares de Esmoriz e por todos os grupos convidados para a realização deste Festival Set’Artes, cuja estreia foi um sucesso, embora tenha exigido uma árdua preparação logística.














Nota-extra - Artigo reproduzido integralmente a partir da edição do mês de Julho do Jornal A Voz de Esmoriz.

Plebeus Avintenses brilharam no encerramento do VII Encontro de Teatro

Após ter sido proporcionado um interessante cartaz de espectáculos de teatro que vigorou durante mais de dois meses, o VII Encontro de Teatro de Esmoriz, organizado pelo Grupo D’Arte e Cultura dos Arautos, chegou ao fim no passado dia 3 de Junho.
No evento de encerramento, o grupo convidado seria os Plebeus Avintenses, cuja vocação para a arte da representação já era consideravelmente apreciada em Esmoriz, visto que já aqui actuaram por mais do que uma ocasião.
A colectividade natural de Avintes (Vila Nova de Gaia) apresentaria a peça humorística “Aqui há fantasmas”. O enredo desenvolvia-se a partir de um palácio alegadamente assombrado, onde os móveis se arrastavam bizarramente e as portas se abriam sozinhas. Todavia, os “fantasmas” não eram verdadeiros, mas apenas interpretados por personagens, sendo que as encenações virtuais poderiam ter dois fins diferentes a atingir. Dentro deste contexto, o Professor Hermes recorreria ao ardil dos fantasmas para testar cobaias (como viria a ser, por exemplo, o imprevisível Chico Mota), visto que o cientista ansiava criar uma pílula contra o medo, além de ter a intenção de demonstrar que o medo era apenas um preconceito dos nervos. Contudo, também o procurador Cardoso, representante da proprietária do palácio, recorreria a tais métodos fantasmagóricos dissimulados, de forma a tentar convencer desonestamente a dona de que o palácio estava a ganhar uma péssima fama, pelo que a vasta propriedade deveria ser vendida o mais depressa possível, com Cardoso a reservar discretamente para si uma parte choruda dum futuro contrato já alinhavado com um presumível comprador.
Contudo, Chico Mota que seria a cobaia contratada para apanhar sustos conseguiu, em breve, chegar à conclusão de que os fantasmas eram apenas seres humanos que assim se equipavam para causar o medo de quem por ali passava. De raciocínio rápido e perspicaz, e com o apoio de duas inspectoras, o protagonista da peça acabaria por resolver o dilema e desvendar de forma corajosa os jogos de bastidores ali implícitos. 
Após a apresentação desta peça, é de realçar o discurso final de Silvino Gomes, Presidente da Direcção dos Arautos. Este recordou que a sétima edição do Encontro de Teatro de Esmoriz proporcionou oito sessões de teatro repletas de qualidade. Prestou agradecimentos aos grupos convidados que actuaram no festival e às entidades indispensáveis na concessão dos apoios necessários, como por exemplo, a Câmara Municipal de Ovar, a Junta de Freguesia de Esmoriz, a Comissão de Melhoramentos de Esmoriz e a Foto GrafiReflexo. 
Depois de mais uma programação cultural bem-sucedida, os Arautos esperam agora voltar em força, participando no arranque de mais uma edição do Arraial da Barrinha.






Nota-extra - Artigo retirado da edição do Jornal A Voz de Esmoriz referente a Junho.

Universidade Sénior voltou a promover exposição no Átrio

Entre os dias 13 e 23 de Junho, o Átrio da Junta de Freguesia de Esmoriz voltou a ser palco de mais uma exposição concebida pelos alunos da Universidade Sénior de Esmoriz. Desta feita, foi proporcionada uma amostra colectiva heterogénea que congregou artes decorativas, fotografia e pintura. 
No âmbito das artes decorativas, iriam ser expostos os trabalhos realizados ao longo do ano lectivo de 2016/17, sendo que estes incidiriam essencialmente na decoração de garrafas e frascos através de diversos materiais, tentando tirar proveito dos recursos existentes na natureza ou daqueles que são facilmente dispensados no dia-a-dia pelo ser humano. Neste ponto, temos de realçar a dinâmica e a originalidade das seguintes alunas: Célia Rodrigues, Helena Monteiro, Lucília Ramalho, Maria Helena Soares, Maria Lurdes Ferreira, Maria Margarida Pereira, Maria Olívia Monteiro, Maria da Conceição Pereira, Rosa Amélia Rola e Salvina Alves. Todas elas seriam devidamente orientadas pela Professora Helena Gomes.
Na vertente fotográfica, temos de destacar a iniciativa “Imagens Sentidas”. Sob a batuta do professor António Sá, vários alunos da Universidade Sénior de Esmoriz apresentaram as suas melhores imagens, algumas das quais relacionadas com a temática ambiental e ex-libris da cidade de Esmoriz, embora o tema fosse livre. Os autores lograram atingir o objectivo de demonstrar um apurado sentido estético e criativo, obedecendo ao lema de que a “fotografia é a arte de escrever com luz”. Neste contexto, é justo elencar as fotografias obtidas por António Gomes, António Teixeira, Estela Carreira, Fernanda Tarujo, Helena Monteiro e Manuela Rola.
Por fim, a exposição reuniria ainda uns belos quadros que foram desenvolvidos na disciplina de Pintura ministrada pela docente Helena Gomes. Mais uma vez, o tema era livre, contudo evidenciou-se novamente um interessante contraste de cores e um foco peculiar para as expressões ambientalistas. Os trabalhos disponibilizados seriam da autoria das seguintes alunas: Adelaide Soares, Lucília Ramalho, Maria da Luz Coelho, Helena Monteiro, Helena Soares, Maria José Freitas, Rosa Amélia Rola e Salvina Alves. 
Foi sem, dúvida, uma exposição digna de merecer da nossa parte rasgados elogios, visto que fez confluir vários dotes e talentos dos alunos seniores, os quais julgávamos inexistentes, além de demonstrar a pluralidade da própria arte em campos como a decoração, a pintura ou a fotografia.




Barrinha deverá dispor de painéis informativos

Com o fim da construção da ponte, dos passadiços e do respectivo processo de desassoreamento, ultimam-se agora os derradeiros retoques. Neste preciso momento, está a ser ponderada a criação de painéis informativos que deverão ficar dispersos por aquele sítio ambiental. Os mesmos deverão reflectir conteúdos relacionados com a história e a biodiversidade (ao nível da fauna e flora) da Barrinha de Esmoriz. 
O objectivo passará certamente por informar os visitantes, independentemente da sua proveniência, para que possam inteirar-se da importância daquele espaço.
Recorde-se que a colocação de painéis informativos não é inédita na cidade de Esmoriz, visto que o mesmo se sucedeu aquando da inauguração do Parque Ambiental do Buçaquinho.





Foto - Magda Moreira


Adérito Ferreira integrou reputada Exposição Colectiva de Fotografia

No passado dia 9 de Junho, foi inaugurada a Exposição Colectiva de Fotografia “… de vista!”, iniciativa que teve lugar no salão nobre da União de Freguesias de Lordelo do Ouro e Massarelos (Porto) e que juntou trabalhos de nomes conceituados como Paulo Silva, Eugénio da Silva, Adérito Ferreira, Maximino Costa e José Oliveira. 
É de relevar em particular a presença do fotógrafo esmorizense Adérito Ferreira que apresentou um trabalho de fotografia analógica, utilizando rolos de 35mm, cuja validade havia expirado há 18 anos.
Por seu turno, Paulo Silva (natural do Porto) apresentou exemplares de natureza digital exterior, enquanto Maximino Costa (oriundo de São Paio de Oleiros) evidenciou-se no digital interior. Já José Oliveira (também proveniente de São Paio de Oleiros) destacou-se na vertente de pin hole soligrafia, e por fim, Eugénio da Silva (residente em Santa Maria da Feira) trabalhou no arrastamento em foto digital.




domingo, 30 de julho de 2017

Mário Saxe será o nº 2 da Candidatura do Bloco a Esmoriz

João Santos, candidato do Bloco de Esquerda à Junta de Freguesia de Esmoriz, contará na sua equipa com Mário Saxe que será o número dois da sua lista. 
Mário Saxe tem 42 anos de idade, tendo vivido 30 destes em Esmoriz. Directamente ligado ao surf, Mário promete dedicação total e espírito de criatividade, embora sem nunca prometer o impossível. Os bloquistas defendem a introdução de novas políticas na cidade.
João Santos teceu entretanto rasgados elogios a Mário Saxe, salientando que este é um "exemplo de que lutar pelos objectivos e persistir contra as adversidades vale a pena".





Maceda inaugura novo sistema de águas residuais

Os macedenses têm motivos para festejar. Ao fim de vinte anos de espera, a comunidade de Maceda viu ser inaugurada um sistema moderno de saneamento. A obra pertenceu à ADRA, embora contando ainda com o apoio da autarquia de Ovar e da junta de Maceda. Grande parte da vila foi assim coberta com um novo sistema de águas residuais, resolvendo assim muitos dos problemas que até então subsistiam a esse nível.





Foto - CMO

Movimento Cívico Pró-Barrinha deixa recado...

Os dirigentes do Movimento Cívico Pró-Barrinha não têm dúvidas - as águas da Barrinha de Esmoriz não reúnem ainda as condições mínimas para viabilizar o tão desejado usufruto humano, considerando mesmo tratar-se de uma matéria de saúde pública. No entender desta equipa ambientalista, a lagoa continua a ser contaminada consideravelmente pela poluição industrial e doméstica, salientando ainda que o contacto com a água poderá resultar em doenças nocivas de pele para aqueles que ali se aventurem.
O Movimento Cívico Pró-Barrinha pretende sensibilizar os cidadãos para esta realidade, de forma a que todos tenham noção dos riscos ali jazentes.
Uma fonte ligada ao Movimento defende ainda a instauração de sinalização que impeça o uso humano das águas. Além disso, a Associação Ambiental está preocupada com o afugentamento das aves devido a uma sólida presença humana local, contrariando tudo aquilo que é desejável numa reserva ambiental.




Imagem nº 1 - O Movimento Cívico Pró-Barrinha desconfia do estado actual das água da lagoa.
Foto - Magda Moreira (MCPB)

CDU apresenta Carlos Ramos como candidato a Esmoriz

Carlos Ramos é o cabeça de lista da CDU para a Assembleia de Freguesia de Esmoriz. Com 46 anos, e licenciado em Engenharia Mecânica pelo Instituto Superior de Engenharia de Coimbra, Carlos Ramos pretende liderar uma equipa que pugne pelo progresso e inovação ao nível da gestão local. A CDU compromete-se ainda a velar pela transparência da actividade do executivo da freguesia de Esmoriz e pela defesa incondicional dos interesses da sua população.




Imagem nº 1 - Carlos Ramos é o candidato da CDU à Junta de Freguesia de Esmoriz. Integra a Comissão Concelhia de Ovar do PCP e o seu Executivo bem como a Direcção da Organização Regional de Aveiro do PCP. É ainda Dirigente Associativo na Área Ambiental.
Foto - PCP Ovar

Pérolas Históricas de Esmoriz XVI - O Advento da Cordoaria em Esmoriz


"Às vezes, o homem tem que soltar algumas cordas para poder agarrar outras. Afinal todos nós temos apenas duas mãos, não dá para se ter tudo".

Brenda Gomes


O nascimento do advento da cordoaria em Esmoriz deu-se, numa primeira fase, como uma resposta necessária para suportar os interesses de uma comunidade piscatória. Eram necessárias cordas e redes para viabilizar aquela actividade que seria praticada na Barrinha de Esmoriz e no alto mar. Estava efectivamente em causa toda uma estratégia de sustento, pelo que era necessário accionar mecanismos complementares. 
Dentro deste contexto, encontramos os primeiros registos escritos sobre a presença desta indústria na nossa terra já desde o século XVII. Por exemplo, António Luís, do lugar do Arrabalde, seria detentor de um pequeno estabelecimento de cordoaria na nossa terra, pelo que foi chamado, no ano de 1646, a pagar de décima (imposto que existia na altura e que correspondia à cobrança de um décimo dos rendimentos) 750 reis. Terá sido ele o primeiro cordoeiro da nossa ilustre terra? Ou outros o antecederam naquela missão, não fazendo os manuscritos menção aos seus legados?
Através deste facto, podemos facilmente concluir que a cordoaria em Esmoriz é mais antiga que a própria tanoaria (os primeiros tanoeiros naturais de Esmoriz - a trabalhar noutras terras - encontram-se datados para os séculos XVIII-XIX, e a indústria dos barris apenas se instalou praticamente na nossa terra a partir dos inícios do século XX). No entanto, a cordoaria esmorizense apesar de manter actualmente uma tradição relevante não parece ter, ainda assim, alcançado o prestígio da tanoaria que continua a ser considerada por muitos como a actividade carismática da nossa terra. 
Nos séculos XVIII e XIX, as referências à presença da cordoaria em Esmoriz intensificam-se, o que comprova o seu crescimento. De acordo com Aires de Amorim, autor da monografia, "Esmoriz e a sua História", o cordoeiro Manuel Martinho solveu 1 500 reis de décima em 1718. Em 1792, o Rato e o Leandro, cordoeiros assim designados popularmente, forneceram à Companha Nova (de Esmoriz) várias cordas bem como o saco da rede. 
De acordo com os decretos de finais de 1807 e de inícios de 1808, e para efeitos de pagamento de contribuições extraordinárias, sabe-se que em Esmoriz existiam cinco alfaiates, seis carpinteiros, três pedreiros, um sapateiro, quatro padeiras, dois ferreiros, dois vendeiros e, finalmente, sete cordoeiros. Em 1812, o senado da Câmara da Feira (à qual pertencia, na altura, a aldeia de Esmoriz) não hesitará mesmo em nomear Francisco Pinto Ferreira, de Quintãs, como juiz de cordoeiro. Ao interpretarmos novamente tais dados, verificamos que, no dealbar do século XIX, a cordoaria parecia ser ainda a indústria-mãe de Esmoriz, antes de ser definitivamente destronada pela tanoaria no século seguinte.
Francisco Pinto Ferreira parece ter sido um vulto que se evidenciaria na arte da cordoaria. Em 1815, iria contrair matrimónio, pelo que terá investido 500$000 reis, adquiridos pelo seu labor em torno do seu ofício da cordoaria, situando-se a sua praça, em casa do sogro, Manuel António Rato, da Seara.
No ano de 1820, João António Rato, do lugar da Vinha, foi credor da Companha do Ala, da praia de Espinho, por lhe ter fiado e vendido 30 cordas.
Em 1850, nasce a primeira sociedade de cordoeiros - Castro, Leça & Ferreira, da qual não conseguimos obter muitas informações. Dois anos depois, o esmorizense Agostinho de Oliveira Leite surge como credor de fio e cordas nas companhas da Nazaré. No ano de 1853, a cordoaria de Manuel Pinto Fernandes Júnior (Romeira), instalada nos Castanheiros, volta a dar alguns sinais de vida, sendo considerada uma das mais antigas da terra. Em 1886, os seus filhos José Pinto Romeira e Manuel Pinto Fernandes da Silva fundaram a sociedade Romeira & Irmão que conheceria algum sucesso visto que seria fornecedora das companhas de Ílhavo, Mira, Tocha, Quiaios, Lagos, Buarcos, Esmoriz e Espinho.
Em 1867, sabemos que José de Oliveira Caleiro, do Campo Grande, seria mais um industrial da cordoaria, embora não tivesse prosperado muito. Dez anos depois, encontramos no lugar de Matosinhos em Esmoriz - Joaquim Marques de Sá (apelidado de o "Ganhavida"), cordoeiro que seria natural da Murtosa. O seu filho, Manuel José Marques de Sá, haveria de fazer história visto que seria ele a instalar em Esmoriz, no lugar de Quintãs, no século XX, a primeira cordoaria a vapor da localidade. Outra família ilustre que se dedicou à cordoaria foi a "Ramalho" - nomes como Agostinho Fernandes Ramalho, Francisco Fernandes Ramalho (filho do anterior) e António Fernandes Ramalho pontificaram nesta arte.
De acordo com números avançados por Aires de Amorim, foram detectados em Esmoriz, entre os anos de 1820 e 1897, 140 operários cordoeiros, sendo os lugares do Campo Grande, Paço e Matosinhos os mais citados (os quais albergariam respectivamente 40, 34 e 18 cordoeiros).
No entanto, uma grande data para a história da cordoaria em Esmoriz seria certamente o dia 11 de Outubro de 1969 que assinalaria a fundação da Cordex, a qual assumiria a hegemonia no sector. Em 1979, esta empresa ganharia inclusive a distinção do Troféo Internacional à La Exportation então atribuída na cidade de Paris. O volume das suas exportações tornou-se bastante expressivo, e em 1984, a Cordex já contava com 240 operários. É conhecida por fabricar, com qualidade, cordas e cabos em sisal e sintéticos, espumas flexível e rígida e componente (isolamento de câmaras frigoríficas), exportando assim para países como a França, a Inglaterra, os EUA e a Alemanha. Actualmente, a empresa encontra-se em expansão, crescendo tanto a nível nacional como internacional.
Outra cordoaria conhecida é a Frecol que, em 1986, contava com 48 operários, produzindo cordas em polietilene e nylon bem como redes.
Claro que a cordoaria já não se restringe, nos dias de hoje, quase exclusivamente ao objectivo inicial de equipar os desígnios inerentes à pesca e arte xávega, respondendo também diante das necessidades dos sectores agrícola e industrial, bem como em áreas de segurança e lazer - náutica, vela, escalada ou outras actividades radicais.
Em jeito de balanço final, a cordoaria ocupa igualmente um capítulo importante na própria história de Esmoriz.



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Imagem nº 1 - A arte da cordoaria é muito antiga em Esmoriz, remontando, pelo menos, ao século XVII. 




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Imagem nº 2 - Carlos Pereira, representante máximo da Cordex, foi recentemente homenageado pela Rotary. A Cordex, sediada em Esmoriz, conhece igualmente ramificações importantes em Ovar e São Salvador da Baía (Brasil).
Retirada do Site OvarNews

quarta-feira, 26 de julho de 2017

Harleys Davidson trouxeram inspiração à cidade

Como é já apanágio, a Comissão de Melhoramentos de Esmoriz e a Porto Chapter voltaram a organizar o evento "Harley Não se Esgota", o qual decorreu neste passado domingo, dia 23 de Julho. A edição referente ao ano de 2017 contou com a participação de mais de meia centena de motards que eram então proprietários da célebre marca norte-americana Harley Davidson. É importante salientar que o número de aderentes não foi tão expressivo face às derradeiras edições dos anos anteriores, visto que naquele dia decorreria igualmente uma concentração de motards em Faro, o que decerto retirou algum protagonismo ao evento que decorreria em Esmoriz. Ainda assim, o evento pautou-se novamente pelo sucesso.
A concentração deu-se bem cedo pela manhã na rejuvenescida Praça dos Combatentes do Ultramar de Esmoriz. Naquele ponto de encontro, ouviram-se os primeiros discursos. Agostinho Fardilha, Presidente da Comissão de Melhoramentos de Esmoriz, agradeceu a presença dos motards, explicou o trajecto e o programa do evento e fez votos para que "este dia fosse repleto de boas recordações". Por seu turno, António Bebiano, Presidente da Junta de Freguesia de Esmoriz, valorizou a iniciativa empreendida, realçando que Esmoriz tem muitos cartões-de-visita para oferecer, desejando que os participantes se sintam mais motivados a visitarem a cidade no futuro.  
Além dos discursos, temos de realçar um outro detalhe - a presença de uma antiquíssima moto Harley Davidson, datada de 1942 (isto é, dos tempos da 2ª Guerra Mundial), ladeada por bandeiras norte-americanas (tendo em conta a sua origem), e que se achava à entrada do Hotel La Fontaine. Esta mesma moto seria depois transportada para a Avenida Joaquim Oliveira e Silva, onde acabaria por ficar exibida à frente do palco do concerto que se realizaria da parte da tarde.


















Depois da concentração junto à nova praça de Esmoriz, seguiu-se a visita à empresa Jacinto Marques Oliveira Sucrs. Lda que se dedica à construção de veículos de combate a incêndios. Esta firma esmorizense consegue exportar 80% da sua produção. Ali os motards e demais organizadores puderam conhecer as suas multifacetadas instalações industriais, nomeadamente os pavilhões de produção de super-estruturas, de pintura, de manutenção e de projectos, o laboratório de tecnologia automóvel (onde se procede à verificação e homologação dos veículos de forma a certificar-se do cumprimento rigoroso dos requisitos), gabinetes administrativos e toda uma diversidade de viaturas de combate a incêndios que deverá ser "escoada" para países como França, Omã, Camarões, Uruguai, Chile, Dubai, Jordânia, etc.
O veículo Lusitano, avaliado em meio milhão de euros, foi aquele que mais terá impressionado os visitantes que se deixaram cativar pelo seu design moderno e pela sua capacidade de albergar 8 mil litros de água, atingindo os 80 km em apenas 26 segundos. Ficámos ainda a saber que esta empresa trabalha com todos os instrumentos metálicos - alumínio, aço, inox, carvão, latão. Por outro lado, a empresa Jacinto é a única fábrica no mundo que produz cisternas em que os compartimentos são todos soldados, garantindo assim outra fiabilidade ao sistema. A empresa é ainda alvo frequente de controlos de qualidade, visto que há muitos critérios a serem cumpridos visto que os veículos se destinam às missões exigentes da Protecção Civil. Por exemplo, há testes rígidos de resistência que são feitos às cabines das viaturas, de forma a que estas não cedam posteriormente nos piores cenários. Foram ainda apresentados projectos em 2D e 3D de futuros veículos que deverão ser construídos nos próximos tempos. Jacinto Oliveira não tem dúvidas - é no "departamento de projectos" que a empresa terá de crescer mais no futuro. Além da venda dos veículos, é entregue às entidades compradoras, os respectivos manuais dos carros que são redigidos nas línguas vernáculas dos países de destino. Por outras palavras, a empresa Jacinto tem apostado na qualidade e na internacionalização, não deixando de premiar e motivar os seus funcionários quando os prazos de entrega de veículos são integralmente cumpridos. 
Os motards ficaram impressionados com a dimensão e a própria visão institucional da empresa, e desfrutaram ainda de alguns aperitivos que ali foram servidos (sumos, vinhos, miniaturas de bolos, fiambre, queijo, regueifa...).
































































































Posteriormente, os motards deixaram a empresa Jacinto e percorreram as ruas de Esmoriz e Cortegaça, conhecendo ainda uma pequena passagem pela A29, até que acabaram por estacionar as suas mágicas motos no Parque da Feira da Revenda em Esmoriz. Era pois altura de dar um passeio pelos novos passadiços da Barrinha de Esmoriz. À sua espera, estavam Rubim Almeida, botânico e professor da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, e José Marinho, geólogo, eruditos que seriam responsáveis pela realização de uma visita guiada. 
Rubim Almeida começou por sublinhar que a lagoa é protegida pela legislação muito devido à sua biodiversidade, aludindo à presença de inúmeras aves (citou o exemplo da águia sapeira) e de duas espécies de flora pouco comuns no país - a jasione lusitanica e uma pequena orquídea. Apesar de reconhecer que a poluição diminuiu um pouco nos últimos anos, Rubim defende que a água ainda não está em condições aceitáveis (contrariando as conclusões dos recentes estudos de impacto ambiental), alicerçando-se para isso nas análises frequentes de peixes dali extraídos que apresentam lesões fatais nas brânquias e nos fígados, muito por influência da presença de metais pesados no fundo da lagoa. O Professor da Faculdade de Ciências do Porto alega que a despoluição da Barrinha deveria ter sido a primeira coisa a ser feita e confessa ter sérias dúvidas de que o material utilizado na construção dos passadiços possa ser durável para os próximos anos, se não houver uma manutenção contínua. Rubim lamenta que se tenha investido tanto dinheiro em estudos ambientais, embora reconheça que, pelo menos, para já, a obra tem o mérito de fazer com que a Barrinha deixe de estar de costas viradas para a população.
Por seu turno, o geólogo José Marinho recordou que a Barrinha tem uma dimensão de 396 hectares, inserindo-se numa região com grande pressão urbanística, onde predominam espaços industriais, domésticos, agrícolas e vacarias, o que se traduz em recorrentes ameaças de poluição. A Barrinha enquadra-se ainda na percentagem de 5% de lagoas que se localizam no litoral do continente europeu. A formação da lagoa terá começado há 5 mil anos, embora há 3500 anos atrás, a nossa costa já assumiria uma proporção algo similar à actual. Marinho traçou quatro potenciais cenários para o futuro:


  1. O desaparecimento da lagoa devido ao assoreamento e sedimentação.
  2. O desaparecimento da lagoa devido ao avanço do mar.
  3. Uma Barrinha em condições agradáveis com o fim da poluição e com uma subida mais controlada das águas marítimas. Cenário mais idílico. 
  4. Uma Barrinha a manter o actual status quo apenas com intervenções de longe a longe.

Apesar destes avisos pertinentes e de se vislumbrar um diálogo assíduo entre palestrantes e convidados (uns com visões mais optimistas, enquanto outros nem por isso), os motards apreciaram o contacto com a natureza e não hesitaram em tirar uma foto em conjunto na nova ponte construída sobre a Barrinha de Esmoriz.






















Posteriormente, decorreria o almoço conjunto na esplanada do Estádio da Barrinha com visão directa sobre o relvado onde actua o Sporting Clube de Esmoriz. Ali, seriam servidos novos aperitivos, sopa e arroz de feijoada com carne. Os motards puderam conhecer as instalações do clube e visualizar a taça distrital de Aveiro recém-conquistada pelo clube. É de enaltecer a simpatia e a atenção das funcionárias do clube que receberam muito bem os visitantes.















Por fim, e da parte da tarde, decorreria a tradicional animação musical na Avenida Joaquim Oliveira e Silva, no lugar da Praia de Esmoriz. Uma vez mais, a banda Selvis Prestley fez as delícias do público, ao fazer reviver canções épicas do rei do rock and roll Elvis Presley (1935-1977). Os motards dançaram, bateram palmas e sorriram frequentemente. As suas motos expostas ao longo da avenida atraíram a atenção de muitos cidadãos que por ali se deslocaram e que também assistiram ao concerto. 
Como recordação, a Comissão de Melhoramentos de Esmoriz entregou uma lembrança a cada motard - um emblema referente ao evento em questão o qual poderá ser implementado nos trajes típicos dos próprios proprietários. 
Em jeito de balanço final, foi um dia de muita alegria e entusiasmo na cidade de Esmoriz.