Após ter sido proporcionado um interessante cartaz de espectáculos de teatro que vigorou durante mais de dois meses, o VII Encontro de Teatro de Esmoriz, organizado pelo Grupo D’Arte e Cultura dos Arautos, chegou ao fim no passado dia 3 de Junho.
No evento de encerramento, o grupo convidado seria os Plebeus Avintenses, cuja vocação para a arte da representação já era consideravelmente apreciada em Esmoriz, visto que já aqui actuaram por mais do que uma ocasião.
A colectividade natural de Avintes (Vila Nova de Gaia) apresentaria a peça humorística “Aqui há fantasmas”. O enredo desenvolvia-se a partir de um palácio alegadamente assombrado, onde os móveis se arrastavam bizarramente e as portas se abriam sozinhas. Todavia, os “fantasmas” não eram verdadeiros, mas apenas interpretados por personagens, sendo que as encenações virtuais poderiam ter dois fins diferentes a atingir. Dentro deste contexto, o Professor Hermes recorreria ao ardil dos fantasmas para testar cobaias (como viria a ser, por exemplo, o imprevisível Chico Mota), visto que o cientista ansiava criar uma pílula contra o medo, além de ter a intenção de demonstrar que o medo era apenas um preconceito dos nervos. Contudo, também o procurador Cardoso, representante da proprietária do palácio, recorreria a tais métodos fantasmagóricos dissimulados, de forma a tentar convencer desonestamente a dona de que o palácio estava a ganhar uma péssima fama, pelo que a vasta propriedade deveria ser vendida o mais depressa possível, com Cardoso a reservar discretamente para si uma parte choruda dum futuro contrato já alinhavado com um presumível comprador.
Contudo, Chico Mota que seria a cobaia contratada para apanhar sustos conseguiu, em breve, chegar à conclusão de que os fantasmas eram apenas seres humanos que assim se equipavam para causar o medo de quem por ali passava. De raciocínio rápido e perspicaz, e com o apoio de duas inspectoras, o protagonista da peça acabaria por resolver o dilema e desvendar de forma corajosa os jogos de bastidores ali implícitos.
Após a apresentação desta peça, é de realçar o discurso final de Silvino Gomes, Presidente da Direcção dos Arautos. Este recordou que a sétima edição do Encontro de Teatro de Esmoriz proporcionou oito sessões de teatro repletas de qualidade. Prestou agradecimentos aos grupos convidados que actuaram no festival e às entidades indispensáveis na concessão dos apoios necessários, como por exemplo, a Câmara Municipal de Ovar, a Junta de Freguesia de Esmoriz, a Comissão de Melhoramentos de Esmoriz e a Foto GrafiReflexo.
Depois de mais uma programação cultural bem-sucedida, os Arautos esperam agora voltar em força, participando no arranque de mais uma edição do Arraial da Barrinha.
Nota-extra - Artigo retirado da edição do Jornal A Voz de Esmoriz referente a Junho.
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