Em Portugal, vêm aí as eleições autárquicas neste ano de 2017...
Os cinco partidos do costume financiarão, por completo, os seus candidatos, e contam ainda com uma visibilidade privilegiada na comunicação social. Cartazes, folhetos, boletins, tudo pago pelos seus partidos que, por seu turno, são financiados por receitas do Estado, leia-se lesados contribuintes.
E é triste porque em Portugal, o direito a exercer a cidadania não é igual para todos. Se não pertences a um partido, tens de pagar e suportar a tua candidatura (e os custos pessoais não são nada baratos!) porque simplesmente não arranjas apoios assim tão facilmente. É uma concorrência desigual, uma corrida onde alguns já partem com uns bons metros de avanço aquando do tiro de partida. É esta a melhor forma de desempenharmos os desígnios da democracia local?
Neste país, o que importa é que ganhem sempre os mesmos do costume, nem que daqui a 700 anos tenhamos ainda estes partidos a "desgovernar" Portugal rumo a novas bancarrotas.
São estes partidos que não pagam IMI e que conservam todo um leque de mordomias que nos fazem lembrar a era da nobreza ou fidalguia. Caso não saibam, 1 voto em cada partido numas legislativas dá direito a 3 euros para este (veja-se artigo publicado há tempos pelo Diário de Notícias). Um milhão de votos dá direito a três milhões de euros! Pois, ninguém gosta de fazer contas.
Os actuais partidos regem-se ainda pelos conluios empresariais, e isto explica porque é que tivemos tantas crises nos últimos 30 anos. Porque somos mal governados e porque o povo, então conservador, tem medo de mudar.
Dizem que os pequenos partidos e as candidaturas independentes são populistas, mas demagogia é aquilo que temos visto nos nossos políticos que, em plena campanha eleitoral, são capazes de prometer o impossível só para caçar votos.
Defendemos pois que as candidaturas independentes (não me refiro aqui a alternativas dissidentes) deveriam ser beneficiadas em 20% ou 25% na liquidação das suas despesas (devidamente comprovadas por factura) no âmbito do seu projecto eleitoralista, o qual deve ser aprovado devidamente por um tribunal administrativo.
Era pois uma forma de incentivar a cidadania livre e espontânea, e até de diminuir a abstenção. Poderiam daqui nascer novas ideias, alternativas e caminhos que favoreceriam a dinâmica local.
Mas não, a muitos não interessa mudar as regras de jogo porque o que importa é preservar a sua hegemonia a nível nacional, regional e local.
Imagem nº 1 - Em Portugal, as candidaturas independentes não usufruem das mesmas vantagens que as candidaturas partidárias. O Estado Português deveria rever tal processo.
Retirada de: http://www.expressodasilhas.sapo.cv/autarquicas-2016/item/48661-candidaturas-independentes-entram-na-corrida-as-cm
não há político algum que não prometa, mesmo sabendo de antemão que não vai cumprir. Já viu alguém ganhar se não prometer? Política é isso mesmo.
ResponderExcluir