sábado, 14 de janeiro de 2017

António Bebiano e Salvador Malheiro favoritos à reeleição em 2017

Olhando para a realidade actual, tudo parece apontar para um "passeio" dos eleitos em 2013 pelo PSD nas próximas eleições autárquicas de 2017, tanto em Esmoriz como em Ovar.
Por um lado, é imprescindível reconhecermos o mérito de ambos os executivos. Na Junta de Freguesia de Esmoriz, e apesar dos limitados recursos financeiros, a equipa liderada por António Bebiano promoveu alguns empreendimentos interessantes - criou e geriu a Universidade Sénior de Esmoriz, dinamizou as festas da cidade com o memorável Arraial da Barrinha, interveio na pavimentação de algumas ruas, promoveu encontros de urbanismo, inaugurou o átrio na Junta de Freguesia para eventos culturais (nomeadamente exposições ou tertúlias), criou gabinetes de apoio psicológico e de incentivo ao emprego. Ou seja, podemos afirmar inequivocamente que este executivo tem trabalhado bem. É verdade que, nos últimos tempos, parece ter estado um pouco parado, mas o balanço destes quatro (ou cinco!) anos é claramente positivo. 
No entanto, se o mérito é claro do actual executivo encabeçado por António Bebiano, também não é menos verdade que a oposição desilude em Esmoriz. E isso também me preocupa. Sem uma oposição activa ou interventiva, a cidade terá mais entraves ao seu crescimento. Contaram-me que, nas últimas assembleias de freguesia, a bancada da oposição tem-se remetido a um silêncio que considero, com todo respeito, incompreensível e prejudicial. Não nos podemos esquecer que todos os "deputados" da nossa assembleia recebem um apoio de 15 euros por cada sessão, e esta espécie de "black-out" não é a melhor forma de defenderem os interesses da cidade, mesmo que existam divergências profundas com o actual executivo. Por outras palavras, espero muito sinceramente que, nos próximos sete ou oito meses, se possam esgrimir argumentos e projectos, porque isto nos últimos tempos tem estado muito fraquinho. Esmoriz precisa de um bom executivo (que até já tem!), mas também necessita de uma oposição que saiba afirmar-se e debater o futuro da cidade. Aliás, a oposição que é feita em Esmoriz, nem sempre da forma mais diplomática ou politicamente correcta, é apenas exercida por dois ou três cidadãos que comparecem na plateia da assembleia, sem qualquer representação partidária.
Em Ovar, a história não é muito diferente. Como já uma personalidade bem conhecida de Ovar já havia afirmado anteriormente, Salvador Malheiro reinou à vontade nos últimos tempos. Por um lado, voltamos à questão do mérito. O edil concretizou o projecto do Bairro Social na Praia de Esmoriz, pressionou para que as obras arrancassem finalmente na Barrinha de Esmoriz, fez rejuvenescer a Praça dos Combatentes do Ultramar em Esmoriz, procedeu à repavimentação de várias vias na zona nascente da cidade, garantiu que iria reabilitar o Esmoriztur, apostou na requalificação da sede de freguesia de Cortegaça, ergueu um monumento aos combatentes do Ultramar em Ovar, lançou o Orçamento Participativo de forma a envolver a comunidade nas questões da cidadania, etc. 
Se nos parece ser consensual o seu bom trabalho à frente da autarquia, também não é menos verdade que o Presidente da Câmara não me parece ter resolvido bem alguns dossiers, como por exemplo o do Cine-Teatro de Ovar ou o caso actual dos plátanos centenários de Cortegaça (cuja transplantação poderá ser um desastre). E aqui aproveito também para dirigir as culpas para os partidos da oposição porque a sua passividade tem sido uma realidade. No caso concreto da transplantação forçada dos plátanos centenários (no âmbito das intervenções a decorrer no Largo do Campo), custa-me a compreender como é que os partidos ditos amigos do ambiente (PCP, Verdes e BE) não tomaram ainda uma posição verdadeiramente activa. Estarão distraídos? Lá está, tem de ser sempre uma minoria de cidadãos (sem conotações partidárias) a tomar a dianteira e a fazer a verdadeira oposição.
O PS tem dois bons presidentes de freguesia neste concelho vareiro - Jaime Almeida em Válega e Bruno Oliveira na União de Freguesias de Ovar, mas será um risco enorme deslocá-los para uma candidatura à Câmara Municipal de Ovar, ao invés de cumprirem um terceiro e segundo mandatos respectivamente (partem como favoritos para os respectivos sufrágios) à frente das suas freguesias. Os nomes de Manuel Oliveira e Armando França, condecorados recentemente pela autarquia, seriam apostas credíveis e até sonantes, mas parece-nos improvável o seu regresso às lutas políticas concelhias, onde já estiveram por vários anos. Não sobram assim muitas opções, e o tempo não joga a favor do principal partido da oposição em Ovar.
Apenas o CDS-PP parece ser, neste momento, a única força que não hesita em propor desafios e a efectuar críticas, sempre que considere convenientes, ao actual executivo municipal. Aliás, o partido centrista já apresentou os seus candidatos - Filipe Marques Gonçalves à assembleia municipal, Fernando Almeida procura avançar para o executivo municipal, e Carlos Alexandre será o candidato do partido à Junta de Freguesia de Esmoriz. Esta estratégia de planeamento antecipado parece-nos prudente e assertiva, e poderá permitir ao partido um crescimento que permita ao referido partido obter finalmente representação em ambas as autarquias. Mas de resto, mais nenhum partido da oposição apresentou os seus candidatos e os seus projectos, e isso preocupa-nos, pelas mesmas razões que já elencamos em cima. Quanto mais tarde avançarem, cada vez mais fica na retina a ideia de que o PSD de Salvador Malheiro irá alcançar facilmente a maioria absoluta em 2017. No entanto, gostaríamos também de ouvir o presidente da Câmara a garantir publicamente que, anunciada a sua recandidatura, se compromete a cumprir o próximo mandato até ao fim, caso seja eleito. Isso será determinante para questões de estabilidade e honestidade democrática.
Espero que 2017 seja bem diferente face aos anos anteriores, e que todos possam lançar e debater novos projectos porque isso é essencial para o futuro das terras em questão. Caso contrário, isto tornar-se-à monótono, e sem a riqueza derivada do afluir das ideias, o mais natural é isto ficar uma verdadeira pasmaceira, o que decerto não favorecerá a nossa visibilidade no exterior.
É necessário também envolver os mais jovens nestas questões. Muitas vezes, a sua criatividade e imaginação ajudam a fazer a diferença.



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Imagem nº 1 - Serão as eleições autárquicas de 2017, um passeio para os actuais presidentes da Junta de Freguesia de Esmoriz e da Câmara Municipal de Ovar? Ou haverá surpresas?

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