Estão oficialmente abertas as cortinas do XX Festival de Teatro de Esmoriz, organizado pelo Grupo de Teatro Renascer. O certame cultural iniciou-se no passado sábado à noite (dia 19 de Outubro) através da apresentação do musical “Rapunzel”, cuja qualidade artística surpreendeu tudo e todos.
Apesar de ter sido em parte inspirado nas produções da Walt Disney (que cedeu os direitos que autorizavam a sua apresentação), a verdade é que a colectividade esmorizense, contando com a imprescindível encenação de Felipe Silva, soube moldar e recriar, de forma original, a história da princesa Rapunzel que era pretendida por Flynn Ridder (nome de disfarce adoptado por Eugene Fitzherbert), ladrão que era procurado pela justiça real. A princesa abandonará a sua torre, contrariando os conselhos da sua mãe, e irá assim deixar-se levar por uma aventura em que os encantos de Flynn falarão mais alto. Este amor improvável irá sobreviver a todas as peripécias, umas mais dramáticas outras certamente insólitas!
O Renascer apresentou um musical repleto de diálogos, danças e canções. Os 10 cenários apresentados remetiam para tradições e culturas originárias das Idades Média e Moderna que estavam em voga na Alemanha. Ao todo, participaram 13 jovens actores e 40 figurinos, num espectáculo que contou com uma excelente iluminação e sonoplastia, isto já para não falar do vestuário diversificado utilizado nas sucessivas representações.
É justo ainda salientar o papel fundamental do actor e encenador brasileiro Felipe Silva que, em muito, contribuiu para que a peça atingisse uma excelente performance diante de uma moldura humana que bateu os recordes de estreias dos últimos anos. Mais de 250 pessoas estiveram presentes, abarrotando o auditório do Antigo Quartel dos Bombeiros Voluntários de Esmoriz e obrigando o Renascer a reagendar uma segunda apresentação do espectáculo que deverá então realizar-se no próximo dia 27 de Outubro, pelas 16 horas.
Não há dúvidas de que este musical foi um dos melhores a ser produzidos em Portugal no decurso da última década, e caso imprima um nível máximo de aperfeiçoamento, poderá mesmo alcançar prémios relevantes no universo do Teatro.
Após a apresentação do musical, seguiu-se a tradicional sessão solene onde discursariam João Gomes (Presidente do Grupo de Teatro Renascer), Alcides Alves (Presidente da Assembleia Geral do Grupo de Teatro Renascer), Valdemar Mota (Representante da Federação Portuguesa de Teatro), António Bebiano (Presidente da Junta de Freguesia de Esmoriz), Salvador Malheiro (Presidente da Câmara Municipal de Ovar) e Luísa Ortigoso (Actriz conceituada e Madrinha deste Festival). Todos ficaram agradados com a moldura humana que esteve presente e deixaram rasgados elogios ao crescimento do Grupo de Teatro Renascer no panorama cultural, e apelaram para que a adesão se mantenha elevada nos próximos espectáculos do festival. Ficou também em cima da mesa a possibilidade do referido musical, que causou uma excelente impressão, ser apresentado nas escolas, de forma a proporcionar um evento agradável e dinâmico diante das crianças.
Registamos ainda novos apelos para que o Esmoriztur seja oficialmente reabilitado e reutilizado, pedidos que foram atendidos por Salvador Malheiro, presidente da autarquia, que demonstrou optimismo quanto à resolução desse dossier num futuro breve.
Registamos ainda novos apelos para que o Esmoriztur seja oficialmente reabilitado e reutilizado, pedidos que foram atendidos por Salvador Malheiro, presidente da autarquia, que demonstrou optimismo quanto à resolução desse dossier num futuro breve.
Por sua vez, a Madrinha do Festival, Luísa Ortigoso, agradeceu o carinho e a hospitalidade dos esmorizenses, enalteceu o espírito de sacrifício de todos os grupos amadores de teatro e felicitou o Renascer por já ter realizado 20 edições do seu festival. A actriz afirmou inclusivamente que as pessoas da região devem acarinhar os grupos de teatro da sua terra, de forma a que a cultura perdure por muito mais tempo.
Por fim, destacamos ainda as presenças de Roberto Godinho (encenador brasileiro responsável pela peça "As Minhas Sogras") e de Saúlo Vasconcelos (respeitado cantor brasileiro que subiu ao palco no fim para cantar uma melodia).
Foram ainda trocadas lembranças entre os protagonistas do evento.
Os espectadores puderam ainda contemplar uma exposição de pintura da autoria de Marianazinha Taveira e Marco Baptista, inserida no âmbito do III Festival Set’Artes.
Segue-se agora a foto-reportagem da autoria colectiva da Comissão de Melhoramentos de Esmoriz.
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