Ontem, 10 de Outubro de 2019, a Assembleia Municipal de Aveiro reuniu para a
discussão e votação do lançamento do concurso público para a requalificação
do Jardim do Rossio, que contempla a realização de um parque automóvel
subterrâneo, tendo a mesma sido aprovada pela maioria CDS/PSD, apesar do
evidente sinal de discordância da população, que ontem, mais uma vez, se fez
ouvir.
O PAN manteve a sua posição de sempre e votou contra esta obra, que constitui
uma grave contradição quando a confrontamos com as directivas europeias que
recomendam o investimento na mobilidade suave e em redes sustentáveis de
transportes colectivos, com o objectivo de retirar os automóveis dos centros das
cidades. A redução de CO2 está entre as medidas mais significativas de um
compromisso sério para a sustentabilidade ambiental das cidades. Esconder os
carros é um acto de ilusionismo que não permite reduzir o total de quilómetros
percorridos em áreas congestionadas. As ruas João Mendonça, dos Galitos, do
Batalhão de Caçadores e a Avenida Dr. Lourenço Peixinho continuarão a ter
circulação automóvel e acreditamos que irá mesmo aumentar. A falácia das
viaturas escondidas, repetida várias vezes e dita com o arrebatamento partidário,
quase que parece sensata. Mas não é.
A decisão sobre este tipo de projectos, em virtude do impacto social e económico
que produzem, devia ser determinada por um desígnio comum que buscasse o
melhor para a nossa cidade e para as nossas vidas. Era importante que estivesse
associada a uma visão coerente sobre o que realmente pretendemos projectar
para o futuro de Aveiro. Contudo, na história recente da gestão autárquica
aveirense, temos constatado que estas grandes iniciativas emergem sem nexo e
se apresentam sempre revestidas de uma incompreensível ausência de reflexão.
Cada Executivo surge com uma empreitada salomónica sem que se vislumbre
nenhuma ligação identitária com o território e com as suas gentes.
Entendemos que o Parque de Estacionamento no Rossio é um equívoco do
calibre do Estádio Municipal, ou da ponte que se cogitou construir no canal
central, surgindo como mais um impetuoso gesto de governação impositiva que
destruirá o nosso Jardim do Rossio.
A responsabilidade política deste equívoco incide no Senhor Presidente da
Câmara, que habilmente soube conduzir um processo ilusório e muito pouco
democrático e converter os mais cépticos da bancada da maioria, mas também
para todos os que, ontem, ousaram votar a favor desta proposta.
Grupo Municipal do PAN -Pessoas-Animais-Natureza de Aveiro
11/10/2019
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