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sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Necrópole do Chão do Grilo - para quando a sua valorização e reaproveitamento históricos? (Artigo de Opinião)

Já muito falámos aqui da Necrópole do Chão do Grilo, situada algures na mancha florestal que vai desde o lugar da Torre até Gondesende. O melhor ponto de acesso dá-se pela rua da Saibreira. Para os leitores que não estão familiarizados, podemos traçar a seguinte síntese da estrutura: trata-se de um antigo cemitério que, possivelmente, existiu entre os séculos V-VIII d. C., coincidindo em grande parte com a era dos suevos e visigodos. O espaço só seria redescoberto em 1931, tendo motivado Rui de Serpa Pinto e a restante equipa erudita daquela altura a empreender os procedimentos arqueológicos que se impunham. Ao todo, foram detectadas 24 sepulturas, mas julga-se que muitas outras estariam ainda por descortinar, dado que só havia sido explorada uma parte do terreno. Só numa [sepultura] apareceram ossos, restos do crânio "casco" e "duas canas das pernas ao lado de outra". 

No entanto, a grande descoberta que, na altura, tinha causado surpresa na comunidade esmorizense, acabaria por cair gradualmente no esquecimento. É certo que a Junta de Freguesia de Esmoriz teve a oportunidade de convidar, há três ou quatro anos, o arqueólogo Gabriel Rocha Pereira para que este realizasse sondagens no local, tendo sido relatadas mais novidades ou conclusões interessantes, nomeadamente a existência de um antigo povoado da Idade do Ferro que teria vivido nas imediações da necrópole (embora não tenha provavelmente grande ligação à estrutura fúnebre porque a existência desta é muito posterior). Todavia, podemos, desde já, verificar que o espaço tem, sem dúvida, potencial arqueológico!

A verdade é que, exceptuando a primeira exploração de 1931 (de proporções aceitáveis, mas incompleta), nunca houve mais uma grande investigação em torno do local. Como é lógico, e para que tal acontecesse, teria que ser canalizada uma verba ambiciosa, e todos sabemos que Esmoriz enfrenta problemas/desafios mais sérios neste momento. Todavia, compete aos organismos públicos locais pressionarem o Ministério da Cultura e as suas Direcções-Gerais para que possam obter comparticipação num futuro projecto global de investigação arqueológica deste espaço que parece ter um potencial histórico relevante. Também envolver as universidades seria uma excelente ideia.

Acreditamos que, se as escavações avançarem, serão encontrados artefactos com valor histórico. Aliás, não é muito comum detectarmos por aí necrópoles ou cemitérios antigos que possam conter largas dezenas de sepulturas. Alguma "manifestação social" ocorreu ali, embora não se conheça o seu contexto particular e as suas vicissitudes.

Sabemos que, por entre aqueles séculos (V-VIII d. C.), e após a era da ocupação romana, Esmoriz esteve incluído primeiramente no reino suevo, e depois, no reino visigodo (a partir de 585). Por outro lado, o nome da nossa cidade poderá advir de Hermerico I, rei que trouxe o povo suevo desde o Reno até à Península Ibérica, e que instalou a sua capital na antiga cidade romana de Bracara Augusta, assumindo o domínio do Noroeste Peninsular. Alguns autores lançaram a hipótese de que as terras que herdaram o nome deste rei ("terras de Hermerico"), eram localidades "privilegiadas" pelos soberanos suevos. Não sabemos se isto é verdade porque efectivamente a informação existente para os tempos dos suevos e visigodos é bastante escassa, pelo que estes raciocínios e teorias são meramente especulativos.

Mas quando não há documentos suficientes para encontrar as respostas que procuramos, isso não quer dizer que não existam outros métodos (ou formas) de chegar ao conhecimento - e a arqueologia é um deles.

A Necrópole do Chão de Grilo pode ter segredos importantes que estão ocultados por debaixo da terra. Talvez um dia, quando a conjuntura for mais próspera, se possa tirar a "prova dos nove"! E se as descobertas forem consideráveis, a ideia da criação de um Centro Interpretativo seria certamente algo a considerar!



quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Teresa Ferreira, primeira mulher eleita para a direcção dos BVE

Teresa Ferreira foi a principal entrevistada do Boletim Informativo desenvolvido pelo Grupo de Comunicação e Imagem dos Bombeiros Voluntários de Esmoriz relativo ao mês de Novembro. 

Natural de Espinho, Teresa Ferreira tornou-se na primeira mulher eleita para um cargo de direcção (vogal) em 89 anos de história da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Esmoriz.

Com uma licenciatura em Economia, Teresa acabaria mesmo por se revelar economista de profissão e trabalho, desde 1997, no IAPMEI, nas instalações do Porto. Actualmente vive em Cortegaça, mas já faz igualmente parte da Associação de Pais da Escola Secundária de Esmoriz. Em 2019, foi convidada para abraçar o projecto de integrar a Direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Esmoriz. Ao início, ficaria apreensiva e até hesitante, mas depois acabou por aceitar o repto como um desafio. 

Teresa Ferreira assume que o seu trabalho tem sido de uma grande responsabilidade, partilhando que tem de “dar o seu melhor para que as mulheres fiquem bem representadas”, além de que é uma honra fazer parte de uma boa equipa. A dirigente acredita que os tempos estão a mudar, e se anteriormente a actividade dos bombeiros se encontrava praticamente destinada ao mundo masculino, hoje as oportunidades começam a ser diferentes, pelo que daqui a alguns anos deverão existir mais mulheres a abraçar a causa da Protecção Civil. Teresa confia nas capacidades e virtudes das mulheres, descrevendo-as como “guerreiras, multifacetadas e lutadoras, que em muitas situações dão muito de si sem receber nada em troca, ou seja, de forma inata são voluntárias”. 

A nova dirigente confidenciou que a realidade desta Instituição não é comparável a muitas que já teve a oportunidade de conhecer e com as quais trabalha diariamente. De acordo com o seu testemunho, todos os dias há situações novas, novos problemas, mas que com dedicação e empenho tudo se resolve.

Teresa Ferreira deixou ainda clara a ideia de que a actual Direcção liderada por Fernando Cardoso tem procurado uma maior aproximação à população, não só ao nível das necessidades fundamentais de socorro urgente (as quais continuam a ser decisivas no dia-a-dia), como ainda no envolvimento da comunidade no apoio à Associação Humanitária através de campanhas de angariação de novos sócios como ainda no estabelecimento de acordos/parcerias com empresas de forma a disponibilizar um conjunto de benefícios futuros para sócios e bombeiros. Recordamos que a corporação sofreu bastante, ao nível das receitas, com os efeitos da pandemia, embora no capítulo humano, tenha ajudado a salvar muitas vidas. 







Iluminações Festivas decoram o centro da cidade

 À semelhança de anos anteriores, a Junta de Freguesia de Esmoriz já instalou as decorações inerentes à época festiva que irá assinalar, em breve, a chegada do Natal e do Ano Novo. É certo que, desta vez, a entidade implementou mais cedo do que é costume as iluminações, contudo as mesmas são já um cartão de visita abonatório para condutores e peões que circulem pela EN 109.

Não obstante, aferimos que esta iluminação nocturna não terá o mesmo impacto visual/social que se vislumbrou nos anos anteriores, dado que agora subsiste o dever de recolhimento domiciliário a partir das 23 horas, pelo que apenas um menor número de cidadãos contemplará tais acções decorativas.

Aliás, na hora em que tiramos estas fotos, denotamos que haviam circulado poucos carros pela Avenida 29 de Março. Sinais dos novos tempos e da conjuntura pandémica conturbada que vivenciamos nos dias de hoje.

Ainda assim, é sempre um gesto que dignifica a imagem de hospitalidade e generosidade que a nossa comunidade tem para oferecer a todos que, em algum momento, chegam à nossa cidade, seja de uma forma intencionada ou acidental.

Relativamente às decorações já vislumbradas, podemos encontrar iluminações que contemplam desejos de “boas festas”, uma árvore de Natal e os enfeites da Avenida 29 de Março e da Igreja Matriz de Esmoriz.






Câmara Oculta LXV

 Nesta fotografia, possivelmente datada das décadas de 50 ou 60, observamos o mítico restaurante Gaivota (onde muitas gerações foram felizes), o qual tinha já a companhia de uma habitação vizinha nas imediações. Ao longe, no lado esquerdo, temos a célebre Casa da Condessa que, de acordo com alguns populares, teria pertencido outrora à família nobre dos Corte-Real, embora tal informação esteja ainda dependente de uma confirmação exacta da nossa parte. 

Não havia prédios, e as dunas se amontoavam - eram elas: as senhoras do areal. Por outro lado, denotamos tanto carro estacionado na então vila de Esmoriz. Deveríamos estar na época balnear. Ia tudo tomar café à beira-mar ou desfrutar dos melhores banhos na Barrinha.




Correio dos Comunicados Políticos - PSD Ovar reage às críticas dos socialistas vareiros sobre a auditoria às contas da Cerca Sanitária

 


Política com Verdade: Saúde como Prioridade


1. As Comissões Políticas do PSD e da JSD Ovar recordam que, perante a maior tragédia social e humana de que há memória no Município, por iniciativa do Presidente da Câmara Municipal, Salvador Malheiro, foi criado o Gabinete de Crise, composto pela Câmara Municipal, Juntas de Freguesia, Autoridades de Saúde, Hospital de Ovar, Cruz Vermelha, Bombeiros, Força Aérea, GNR, PSP, ASAE, Segurança Social e diversos voluntários, num esforço conjunto de pessoas e entidades que colocaram as suas vidas em risco para ajudar a salvar a vida de todos.

2. No entender das Comissões Políticas do PSD e da JSD Ovar, o sucesso do Gabinete de Crise deve-se ao empenho altruísta de cada uma das personalidades que o integram, mas também à capacidade de liderança demonstrada pelo Executivo Municipal, que encontrou as soluções necessárias para ultrapassar as dificuldades consideráveis que se apresentaram, encarou os problemas sem se refugiar no conforto da distância e demonstrou a coragem de tomar decisões exigentes, sempre em benefício da população.

3. O sucesso desta linha de atuação foi comprovado não só pelos milhares de agradecimentos da comunidade e pelo amplo destaque na comunicação social nacional, bem como aquando da visita do Presidente da República, do Primeiro-Ministro e de diversos membros do Governo PS, que se deslocaram a Ovar com o propósito de enaltecer o trabalho efetuado pelo Executivo Municipal e o Gabinete de Crise.

4. Por outro lado, as Comissões Políticas do PSD e da JSD Ovar sublinham ainda o significativo esforço que a generalidade da população tem vindo a fazer na adaptação a esta nova realidade, numa atitude que merece ser louvada, agradecida e incentivada.

5. Com base no exposto, as Comissões Políticas do PSD e da JSD Ovar só podem lamentar que, num contexto em que o Presidente da República enalteceu, o Primeiro-Ministro reconheceu e a População agradeceu, um conjunto de vozes discordantes, no seio do Partido Socialista de Ovar, tenha resolvido pôr em causa a atuação do Gabinete de Crise, de uma forma que evidencia um desconhecimento significativo da realidade, próprio de quem não esteve no terreno.

6. As Comissões Políticas do PSD e da JSD Ovar rejeitam e reprovam a pretensão dos Vereadores do Partido Socialista de procurarem tirar proveito político da situação com pseudo-auditorias enviesadas, e relevam o trabalho desempenhado por todos os autarcas – incluindo os do PS – que deram o melhor de si no combate à pandemia, na certeza que, no que depender dos autarcas social-democratas acima dos mesquinhos interesses partidários estará sempre a salvaguarda da vida de cada pessoa.

7. Para as Comissões Políticas do PSD e da JSD Ovar, a Política é feita de verdade. E, neste contexto, a Saúde da População será sempre a prioridade.

Correio dos Comunicados Políticos - PCP dá voz aos pescadores e consegue reverter valores da licença para a pesca com majoeira

 



Comissão Concelhia de Ovar

Nota de Imprensa: Em Esmoriz, vitória dos pescadores!


A Comissão Concelhia de Ovar do PCP saúda a importante vitória da luta dos pescadores.

A luta dos pescadores, juntamente com a intervenção do PCP na Assembleia da República, deu resposta às suas legítimas preocupações no que ao aumento do valor da licença para a pesca com majoeira diz respeito.

Ao contrário de anos anteriores em que as licenças foram atribuídas por um período de seis meses (outubro a março) com um custo de 9.98€, este ano foi cobrado aos pescadores pela mesma licença valores entre os 75 e 100€ e por um período de apenas três meses, devido ao pagamento de um suposto estudo.

De facto, após questionado pelo PCP, o Governo veio admitir ter sido um lapso o exorbitante valor cobrado para a obtenção da licença para a pesca com majoeira. E assume estar a contactar os pescadores para corrigir a situação.

Para o PCP é essencial que os pescadores sejam ressarcidos do valor erradamente cobrado sob a rubrica "emissão de parecer/estudo".

Fica mais uma vez claro que só a luta dos trabalhadores é o caminho para a resolução dos seus problemas e concretização das suas aspirações. Por isso, a Comissão Concelhia de Ovar do PCP apela a todos os pescadores que prossigam a luta pela transformação das suas justas reivindicações em vida, como a da fixação de preços mínimos na primeira venda, por uma melhor gestão dos dias de pesca e pela igualdade na emissão de licenças.

Os pescadores sabem que podem sempre contar com o PCP!


Ovar, 22 de Novembro de 2020

A Comissão Concelhia de Ovar do PCP




Correio dos Comunicados Políticos - Vereadores socialistas acusam autarquia de despesismo e descontrolo





Auditoria dos Vereadores do PS às contas da Covid-19 revelou o despesismo, descontrolo e falta de transparência da Câmara de Ovar

Os Vereadores do PS na Câmara Municipal de Ovar, Artur Duarte e Fátima Bento, realizaram, ao longo das últimas semanas, um detalhado trabalho de Auditoria às contas das medidas de combate à pandemia da doença Covid-19, no Município de Ovar.

Concluído o trabalho de análise da documentação disponibilizada pela CMO, os Vereadores do PS/Ovar elaboraram o Relatório Final que pode ser consultado nesta ligação: http://bit.do/psovar_auditoria.

Das conclusões da Auditoria realizada pelos Vereadores do PS/Ovar percebe-se que, não obstante a gravidade da situação ao nível da saúde pública, bem como a actuação preventiva no que a novos contágios diz respeito, o empolamento das acções voluntaristas do actual executivo municipal, liderado por Salvador Malheiro, tiveram consequências despesistas e descontroladas, assentes numa clara falta de rigor e de orientação, particularmente no que aos procedimentos que deveriam ter sido adoptados diz respeito.

A extemporaneidade de algumas medidas, que não acautelaram o enquadramento na respectiva tutela – substituindo-se o Executivo em permanência aos ministérios correspondentes, fazendo disso bandeira publicitária de autopromoção – conduziu não só à assunção de custos cuja razoabilidade é extremamente questionável, como evidenciou uma falta de transparência na justificação dos mesmos.

Entre outras conclusões, os vereadores socialistas verificaram:

- que não existem autos de recepção que evidenciem a confirmação das quantidades encomendadas, recebidas e faturadas, e a qualidade e conformidade dessas com os requisitos das notas de encomenda;

- que existiram situações onde o descritivo da factura, por ser demasiado genérico, não evidencia a quantidade dos bens e serviços prestados nem a entidade por quem são usufruídos;

- que carece de uma boa explicação o facto de a Câmara ter selecionado sete empresas do concelho de Águeda para o fornecimento de máscaras e outros equipamentos de protecção individual, sem exceder a facturação a cada uma delas dos € 20.000,00 permitidos pelo ajuste directo simplificado;

- que ao verificar o objecto social de cada um dos fornecedores que foram contratados para o fornecimento de máscaras se assume estranho o facto de se tratarem de Empresas que se dedicam uma ao fabrico e comercialização de gelados, duas à indústria de construção civil, outra ao aluguer e venda de cadeiras de rodas, outra ao fabrico de peças e acessórios de metal para a construção civil, uma outra à contabilidade e consultoria, e até uma que se dedica à remoção e transporte de cadáveres;

- que uma das empresas contratadas foi fundada na segunda quinzena do mês de Abril de 2020 e a 7 de Maio já facturou ao Município de Ovar € 19.250,00 + IVA.

Os Vereadores do PS já solicitaram esclarecimento sobre a escolha dessas sete firmas de Águeda e declararam: "Não conseguimos vislumbrar a razão pela qual essas encomendas foram encaminhadas para tais empresas e manifestamos a nossa estranheza sobre a forma como a existência desses fornecedores, tantos e com tanta capacidade, chegou ao conhecimento dos serviços da Câmara".

Após a elaboração deste Relatório e das suas conclusões é perceptível a falta de interesse do Executivo em permanência, desde a primeira hora, em envolver os Vereadores eleitos pelo Partido Socialista em todas as tomadas de decisão e, consequentemente, nas respectivas acções diligenciadas.

Certo é que este Executivo e a sua liderança estarão, até ao último dia do seu mandato, sob escrutínio, porque o Partido Socialista enquanto oposição, será sempre solidário quando justificável, como foi o caso, desde que acompanhado do rigor que se impõe na gestão do erário público.


Ovar, 11 de Novembro de 2020

Pelo Secretariado da Concelhia de Ovar do Partido Socialista,

Luís Vieira Pinto

Presidente da Concelhia

Correio dos Comunicados Políticos - Município de Ovar inaugura «Ciclo Potencia-te!» com live training de liderança para jovens




Município de Ovar inaugura «Ciclo Potencia-te!» com live training de liderança para jovens


1.ª edição do «Ciclo Potencia-te!» decorreu em formato digital com o objetivo de ajudar os jovens do município a desenvolverem competências socioemocionais que melhorem a sua vida pessoal, escolar e profissional.

Após o desenvolvimento do «Ciclo Prepara-te!» destinado a melhorar as competências de empregabilidade dos jovens do concelho, através do seu Serviço de Juventude a Câmara Municipal de Ovar iniciou, de seguida, o «Ciclo Potencia-te!», com o objetivo de auxiliar os jovens do município a desenvolverem competências socioemocionais indispensáveis para a sua vida pessoal, escolar e profissional.

O «Ciclo Potencia-te!» arrancou esta segunda-feira, 9 de novembro, com um workshop digital sobre “Liderança”, que contou com a participação de cerca de 40 jovens.

“Apesar do contexto adverso em que vivemos, não baixamos os braços e, sensíveis ao apelo dos jovens para que continuássemos a proporcionar-lhes formações, apostámos numa atividade digital, gratuita e de qualidade, que permitiu aos jovens, no conforto e segurança das suas casas, poderem continuar a desenvolver o seu potencial”, explica Ruben Ferreira, Vereador da Juventude da Câmara Municipal de Ovar. 

O autarca destacou ainda o caráter gratuito da iniciativa: “Os jovens não tiveram qualquer custo com esta formação. Os custos foram assumidos pela Câmara de Ovar, sendo um investimento que fazemos, de bom grado, a potenciar os nossos jovens”, referiu Ruben Ferreira.

Com o título “Sê o Líder que Sonhas Ser”, o workshop baseou-se num formato “aprender-fazendo”, no qual os jovens puseram em prática os conhecimentos obtidos através de exercícios individuais e de grupo. No final, cada jovem recebeu feedback personalizado dos formadores, facto que vários jovens presentes consideraram “uma enorme mais-valia”.

“Este acompanhamento personalizado a cada jovem começa a ser a nossa imagem de marca”, sublinha o Vereador Ruben Ferreira, “sendo uma garantia que cada jovem recebe conselhos específicos que lhe vão permitir evoluir no futuro”.

O evento deu início à primeira edição do «Ciclo Potencia-te!», que continuará em dezembro, com um live training intensivo em “Comunicar em Público”.




quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Só falta um ano para as autárquicas

2021 vai ser um ano decisivo para o futuro de muitas terras deste país. As eleições autárquicas prometem coroar novos presidentes e manter muitos outros à frente das autarquias e juntas de freguesia deste país. 
Muitos dos candidatos que se apresentarão às urnas no próximo ano já estarão por esta altura definidos, esperando-se que venham a ser revelados a partir de Abril ou Maio. Olhando para a realidade de Esmoriz, e depois de dois primeiros bons mandatos (2013; 2013-2017) e de um mandato mais razoável (2017-2021), António Bebiano cumpriu a sua missão de forma globalmente positiva. Claro que cometeu erros ao longo do percurso, mas cremos que a criação da Universidade Sénior de Esmoriz, dos gabinetes de apoio social, a dinamização do Arraial da Barrinha e o apoio às colectividades foram apostas ganhas. Também a pressão que exerceu junto da autarquia para a reabilitação de alguns arruamentos foi determinante. Foi igualmente no decurso do seu mandato que se inaugurou o Parque Ambiental do Buçaquinho e a nova versão da Barrinha de Esmoriz (embora não reabilitada totalmente como todos desejaríamos). No entanto, pensamos que as acções de manutenção/limpeza da cidade deveriam ter sido mais reforçadas nos últimos anos, sobretudo na altura do Verão.
Com a saída esperada de António Bebiano, o candidato do PSD à Junta de Freguesia de Esmoriz já deverá estar definido, e se não estivermos enganados, cremos que recai numa solução interna credível e de aposta na continuidade, sendo a personalidade em questão uma pessoa conhecedora da realidade local, estando inteirada sobre os vários dossiers e tendo já um historial muito significativo pelas associações que já representou.
No PS, não sabemos se Rogério Ferreira voltará a ser aposta, mas a oposição que fez nos últimos tempos tornou-se mais eficaz, tocando nalguns pontos essenciais como é o caso do Esmoriztur ou a necessidade de maior investimento por parte da autarquia de Ovar na cidade de Esmoriz. O Partido Socialista pode conquistar mais votos nas próximas autárquicas e voltar a ser uma força partidária com considerável expressão. No entanto, terá que realizar uma campanha forte e apelativa com projectos que cativem a população até porque o favoritismo costuma ser sempre do partido que está no poder, neste caso, o PSD que ganhou as eleições gerais de 2013 e 2017 com uma vantagem folgada.
Os restantes partidos deverão lutar por um lugar na Assembleia de Freguesia. No Bloco de Esquerda, a incógnita permanece - acreditamos num jovem candidato com ideias inovadoras, no CDS-PP, Aurélio Gomes parece reunir mais consenso (o líder da estrutura local de Esmoriz tem estado bem nas redes sociais, apontando críticas certeiras sobre lacunas existentes na cidade, como por exemplo, o estado lamentável do Palacete dos Castanheiros de Esmoriz) e, no PCP, há a possibilidade de Albino Silva ou Carlos Ramos voltarem a ser hipóteses (os comunistas têm estado muito atentos às dificuldades vividas pela comunidade piscatória e prometem pressionar a Tutela).
Como é lógico, este exercício de opinião é apenas especulativo porque nenhum nome foi ainda oficializado. No entanto, o debate de ideias permitirá que Esmoriz possa crescer a todos os níveis, dado que podem surgir novos projectos que favoreçam o crescimento da urbe e decerto que a comunidade ficaria a ganhar com isso.
Gostaríamos ainda que a Assembleia de Freguesia fosse mais multipartidária com 3 ou 4 partidos a terem assento neste órgão, o que decerto acrescentaria mais equilíbrio e dinamismo.
Prometemos seguir todas as candidaturas com igualdade e isenção, difundindo as suas ideias e convidando posteriormente cada cabeça-de-lista a responder a um questionário que enviaremos atempadamente. 








Esmoriz Ginásio Clube vence após remontada na Maia

Em jogo da 13ª jornada da Fase Regular do Campeonato Nacional de Voleibol, o Esmoriz Ginásio Clube venceu no reduto do Castelo da Maia por parciais de 3-2 em sets (parciais de 25-22, 25-23, 18-25, 24-26, 10-15; representando-se nesta ordem de resultados a turma da Barrinha como visitante).

A turma orientada por Bruno Lima não começou bem a partida, tendo perdido os dois primeiros sets iniciais. Contudo, a reacção fez-se sentir a partir do terceiro set e os jogadores começaram a ganhar duelos sucessivos junto às redes, o que permitiu a reviravolta final.

Este triunfo arrancado fora de portas diante de um adversário com argumentos similares reforça o estatuto do Esmoriz Ginásio Clube como uma das seis melhores equipas do actual voleibol nacional.

Com esta vitória, o Esmoriz Ginásio Clube encontra-se no sexto lugar da competição, passando a somar 19 pontos.

Recordamos que apenas os oito primeiros classificados se qualificam para a Série/Playoff dos Primeiros.




Direitos: Carlos Baptista Fotos

Unidade de Saúde Familiar da Barrinha continua com dificuldades no atendimento telefónico

Apesar de algumas melhorias ao nível do atendimento generalizado durante as últimas semanas, a verdade é que continuam a chegar até ao nosso conhecimento sucessivas reclamações sobre o estado das comunicações telefónicas da Unidade de Saúde Familiar da Barrinha. Alguns utentes continuam a lamentar que, apesar de inúmeras tentativas, ninguém lhes atende as chamadas. É essencial perceber se tal se sucede por sobrecarga do número de telefonemas (é natural que o número de pessoas adoentadas aumente nesta época do ano) ou se antes por limitações ao nível da organização interna que precisam de ser supridas através de novas optimizações dos serviços.

Cremos que seria importante uma liderança mais presente e eficaz no centro de saúde, motivando os funcionários mais desgastados (para que continuem na senda do bom trabalho) e exigindo mais resultados àqueles (caso existam!) que possivelmente não têm estado à altura dos acontecimentos nos últimos tempos.

No entanto, houve uma clara melhoria ao nível dos contactos por via e-mail. Através desse meio, muitos cidadãos conseguem marcar consultas e obter recomendações junto dos seus médicos de família.

Pensamos igualmente que a Associação de Amigos da Unidade de Saúde Familiar da Barrinha, criada há poucos anos, deveria inteirar-se da situação existente naquele meio, apresentar sugestões e inclusivamente pressionar as entidades competentes a recrutar temporariamente mais recursos humanos e técnicos, de forma a salvaguardar o interesse superior dos cidadãos. 

Acredita-se que, no decurso dos próximos meses, comecem a chegar as primeiras vacinas contra a COVID-19, pelo que é provável que, pelo menos, a partir do próximo Verão, a normalização comece a ser gradual, cenário que permitirá melhorar a capacidade de resposta dos centros de saúde locais.

Tal como muitos centros de saúde do nosso país, a Unidade de Saúde Familiar da Barrinha não vive hoje dias fáceis, mas a situação ao que tudo indica deverá melhorar em 2021, como todos esperamos!


Câmara Oculta LXIV

O mar está bravo. As ondas rebentam contra as rochas do paredão, e depois rebolam em sentido contrário, batendo contra as demais, e fazendo levantar toda uma imensidão de espuma. Na verdade, a natureza até nos parece mais bela quando observada com tranquilidade e serenidade. E a Praia de Esmoriz é um lugar com bastante potencial em termos de miradouros.



terça-feira, 10 de novembro de 2020

Câmara Oculta LXIII

Nesta altura do ano, é sempre fascinante publicar uma imagem do nosso mar, e logo no âmbito de um pôr do sol outonal. Partilhamos este registo da autoria de Magda Moreira, o qual vale a pena ser contemplado pelos nossos leitores.




Sporting Clube de Esmoriz consegue "ponto" importante em reduto difícil


O Sporting Clube de Esmoriz segurou um ponto importante na deslocação ao reduto do Fiães SC, equipa que militava, durante a época anterior, no Campeonato Nacional de Seniores. A partida foi emotiva e houve algumas jogadas ofensivas de interesse proporcionadas por ambas as formações, todavia prevaleceu a coesão defensiva e as boas intervenções dos guarda-redes das duas equipas. O nulo acabou por permanecer numa partida em que a vitória poderia ter pendido para qualquer lado. 

Nos descontos, o Sporting Clube de Esmoriz queixou-se de um golo mal anulado, contudo o lance não permite retirar ilacções concretas sobre se o jogador Ibrahim (um dos melhores em campo pela turma da Barrinha) ajeitou a bola com a mão ou com a barriga antes de a bola terminar no fundo da baliza adversária.

Com este resultado, o Sporting Clube de Esmoriz mantém a quarta posição na Zona Norte do Campeonato Sabseg, passando a somar 11 pontos. A equipa receberá, no próximo fim de semana, o Paços de Brandão, partida que estava em atraso e na qual só a vitória importa para consolidar a intenção de terminar esta fase regular numa das primeiras quatro posições de forma a disputar o playoff do título/promoção.




Imagem nº 1 - Fiães SC e SC Esmoriz empataram 0-0.
Foto: Site da Voz de Esmoriz & Comissão de Melhoramentos de Esmoriz

Vereadores Socialistas criticam despesas "ambíguas" da autarquia durante a crise pandémica

Os vereadores socialistas da Câmara Municipal de Ovar vieram a público criticar algumas das despesas viabilizadas pelo executivo social-democrata da mencionada autarquia no âmbito do combate à propagação da pandemia do COVID-19. Em causa está o período da Cerca Sanitária, mais concretamente verificado entre os dias 18 de Março e 17 de Abril. 

Artur Duarte e Fátima Bento analisaram as contas e criticam o facto de se terem comprado máscaras a gelatarias, construtoras e a empresas criadas dias antes.

Os vereadores socialistas não compreendem ainda porque a aquisição de máscaras foi feita junto de 7 firmas do concelho de Águeda. E ainda pedem explicações devido ao facto da autarquia ter gasto 120 mil euros durante aquele período de um mês só em alojamento e nas refeições dos elementos do Gabinete de Crise.  Os socialistas admitem que algumas encomendas de serviços e equipamentos poderão ter acabado por conhecer valores inflaccionados. 

O relatório compilado pelos socialistas vareiros conclui que poderão ter existido "práticas ambíguas e desguarnecidas de bases protocolares", sendo que nalguns casos alegam inclusivamente a insuficiência de dados descritivos sobre as encomendas (sobretudo no que diz respeito à quantidade e aos serviços prestados). 

Salvador Malheiro, Presidente da Câmara Municipal de Ovar, já reagiu a estas críticas, afirmando que está de consciência tranquila e recordou que o concelho enfrentava naquela conjuntura um contágio comunitário que exigia uma resposta imediata e determinada. O edil remeteu para mais tarde os esclarecimentos técnicos que serão dados por parte do seu Departamento Administrativo, Jurídico e Financeiro e lamentou por outro lado a falta de solidariedade e o distanciamento dos vereadores socialistas durante a crise pandémica. 




Foto da autoria de Octávio Passos (Agência Lusa/Observador)

CM Ovar investe mais 450 mil euros na reabilitação da Rede Viária de Esmoriz

 A Câmara Municipal de Ovar tem em curso um conjunto de obras de Reabilitação da Rede Viária de Esmoriz e ainda algumas empreitadas prestes a arrancar no terreno, preconizando um investimento de 450 mil euros, e que vão melhorar as condições de circulação, mobilidade e segurança em quase 30 arruamentos. 

As ruas 31 de Janeiro, 5 de Outubro, Travessas 31 de Janeiro e 5 de Outubro, Rua da Seara, Rua Cais da Estação, Rua da Iria (parcial) e Travessa da Iria, Rua Eça de Queiroz, Travessa do Outeiro e Rua dos Tojais (que se prolonga até à freguesia de Cortegaça) já se encontram em fase de execução. 

Deverão ainda arrancar brevemente, estando já consignadas, as obras de Beneficiação da travessa do Forno da Telha e Travessa Dr. Garcia de Brito, que inclui reparações pontuais nos passeios existentes e a implementação de infraestruturas de drenagem de águas pluviais até agora inexistente; a construção de acesso às traseiras do edifício dos Bombeiros Voluntários de Esmoriz e o Caminho Público na Av. da Praia; bem como a requalificação da Rua da Casela, uma obra mais complexa numa zona fortemente urbana e caracterizada por fazer a ligação de importantes equipamentos escolares (Escola EB 2/3 Florbela Espanca, Agrupamento de Escolas Esmoriz Ovar Norte e a Escola Secundária de Esmoriz). Esta intervenção visa a criação de um canal capaz de conciliar a circulação pedonal, a circulação automóvel e o estacionamento em espaços devidamente definidos e organizados e simultaneamente mais bonitos, seguros e confortáveis.

Foram também já assinados os contratos para intervenção em mais 13 arruamentos – Rua de Santo António, Rua Padre Gradim, Rua do Bairro Social, Rua da Camboa, Rua Aquilino Ribeiro, Rua da Agricultura, Rua António José de Almeida, Rua João Vaz Corte Real, Rua Tristão Vaz Teixeiras, Travessa Vasco da Gama, Rua Afonso de Albuquerque, Rua Clube de Campismo do Porto e Rua Diogo Cão. 

Salvador Malheiro, presidente da Câmara Municipal de Ovar, refere que a “Reabilitação da Rede Viária é prioritária e está a acontecer por todo o território do concelho de Ovar”, recordando que, no caso concreto de Esmoriz, “já foram efetuadas dezenas de intervenções, ao nível da Rede Viária, nos últimos anos, entre as quais, as Ruas da Escola de Gondesende, Pia dos Cavalos e Tanoeiros, representando um investimento superior a 700 mil euros, a que acrescem agora estes 450 mil euros. Trata-se de incrementar as condições de circulação nestes arruamentos e fundamentalmente melhorar a segurança de viaturas e peões, contribuindo para a promoção da qualidade de vida no nosso município.”



sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Concelho de Ovar vai ter que travar mais uma batalha (esta ainda mais dura) contra o vírus

O round 2 ou a segunda vaga da Pandemia está aí, e não vale a pena negar - vêm aí tempos difíceis. Apesar do abrandamento do número de contágios no Verão, a verdade é que a chegada do clima mais frio tem vindo a repercutir-se num cenário mais propício para a disseminação (ou alastramento) do COVID-19, tirando ainda proveito de uma menor imunidade comunitária, durante esta fase do ano. Mas vamos fazer esta análise de forma faseada, priorizando a realidade vivida no concelho de Ovar.

A primeira vaga ocorrida entre Março e Abril traduziu-se numa vitória da comunidade e das entidades públicas contra o vírus. Não foi uma vitória inequívoca e categórica, diga-se, afinal sempre se registaram cerca de 40 óbitos e muitas empresas sofreram as consequências na pele, sendo que algumas delas tiveram mesmo que cortar na despesa e despedir funcionários (cenário que também trouxe dificuldades financeiras às famílias). Debate-se ainda hoje se as duas Cercas Sanitárias foram medidas assertivas ou se acabaram por se tornar procedimentos excessivos da parte da autarquia (embora com a autorização superior do Governo e da DGS), contudo consideramos que a primeira Cerca se justificou e foi importante para conter um vírus que, na altura, era um "inimigo" completamente desconhecido e que actuava de forma descontrolada. Já a segunda Cerca teve efeitos mais limitados até porque algumas empresas começaram a receber vistos para poderem laborar e escoar as suas mercadorias. Mas a verdade é que o Gabinete de Crise de Ovar (autarquia, bombeiros, autoridades policiais, Hospital de Ovar, Força Aérea, etc.) esteve à altura dos acontecimentos e conseguiu dar uma resposta meritória, montando inclusivamente um hospital de campanha no Arena Dolce Vita que, apesar de não ter sido muito utilizado, sempre lá estaria como recurso caso o contexto se agravasse. Penso que se salvaram vidas humanas, embora o preço "económico" das Cercas tenha sido considerável.

Como já dissemos, seguiu-se o Verão. Os números começaram a abrandar, mesmo quando alguns temiam que uma maior adesão turística às nossas praias pudesse fazer ressurgir o fantasma já omnipresente do vírus. Mas assim não foi. Penso que houve responsabilidade social, e o vírus perdeu força talvez também porque as temperaturas mais quentes não favoreceram tanto a sua propagação.

Mas o intervalo do Verão que poderia ser aproveitado para reforçar os meios humanos e técnicos do Serviço Nacional de Saúde já passou, e agora vem aí a temível segunda parte. No caso do município de Ovar, o Hospital Francisco Zagalo não tem serviço de urgências, a Unidade Saúde Familiar da Barrinha não consegue dar capacidade de resposta, e outros centros de saúde (Maceda, Arada, Furadouro e São Vicente Pereira) estão ingloriamente encerrados. 

A segunda vaga irá ser mais dura do que a primeira, e a razão é simples, é que esta vai perdurar por mais tempo. Pelo menos, entre Outubro e Maio (7 ou 8 meses!), a pandemia estará cá para nos infernizar a vida e condicionar as dinâmicas sociais, económicas e culturais. Recordo que a primeira vaga só tinha chegado cá em Março (ou Fevereiro) e começou a perder força em Maio. Tinham sido apenas cerca de três meses. Contudo, agora é diferente. O vírus estará cá o Outono, o Inverno e a Primavera, e nem sequer sabemos, se a vacina virá em 2021, 2022 ou 2023...

Por outro lado, também vai haver muita gente a contrair outras patologias típicas desta altura: gripes, pneumonias, bronquites... E as Unidades de Saúde Familiar bem como a maior parte dos nossos Hospitais não estão preparados, neste momento, para responder a essa realidade visto que o COVID-19, detentor do estatuto de "doença protagonista e mediática", tem vindo a silenciar o impacto das outras enfermidades que também irão ceifar vidas, sobretudo as dos mais idosos ou vulneráveis. E isso é igualmente preocupante. Seria importante que o concelho de Ovar pudesse apurar durante cada vaga o número de pessoas que faleceram de COVID-19 e também de outras patologias para que possam existir comparações. Porque infelizmente creio que o número de óbitos por Coronavírus e por outras patologias vai aumentar face às realidades anteriormente visíveis. 

Em Ovar, um dos 121 concelhos com medidas restritivas especiais, o número de casos tem aumentado claramente desde Outubro, e hoje, dia 6 de Novembro, já contabilizamos 314 casos activos de infecções por Coronavírus (com a seguinte distribuição por freguesias: Ovar - 78, Válega - 50, Cortegaça - 43, Esmoriz - 39, São João - 29, São Vicente Pereira - 28, Arada - 24 e Maceda - 23). 

Salvador Malheiro, Presidente da Câmara Municipal de Ovar, admite que a situação começa a ser grave, apesar de assumir que ainda não é completamente alarmante. O edil tem apelado (e bem!) para que os munícipes usem sempre máscara e evitem os ajuntamentos sociais. Todavia, temos dúvidas quando o autarca menciona que a situação ainda não é alarmante. Os números que partilhou revelam que o vírus já está bem presente em todas as freguesias, não se limitando a focos maiores numa ou duas localidades como aconteceu na primeira vaga. A pandemia está enraizada no norte como no sul do concelho, e há ainda a realidade transversal (a todo o país!) dos assintomáticos. Além disso, têm surgido notícias de que há cidadãos conscientemente infectados que, de forma criminosa, se aventuram na via pública (desrespeitando o dever de confinamento), colocando em causa a saúde e a integridade de todos os outros populares do concelho. 

Na verdade, temo que a segunda vaga do vírus venha a ser pior do que a primeira. O Hospital de Santa Maria da Feira já está perto da saturação e ainda não chegamos sequer ao Inverno. Neste momento, o concelho vizinho de Santa Maria da Feira já tem mais de mil casos (sim, leu bem!) e o município de Espinho tem mais de quatrocentos. Ou seja, o que acontece na vizinhança também nos afecta, não só ao nível das inúmeras cadeias de transmissão (há circulação normal entre os concelhos), mas como no âmbito do acesso aos internamentos hospitalares, nos casos mais graves de infecção.

A Câmara Municipal de Ovar fez bem em activar novamente o Gabinete de Crise, mas terá que estar preparada para a possibilidade de ter de montar um novo Hospital de Campanha porque o número de infecções irá aumentar inevitavelmente. Pensamos que, com o andar da carruagem, chegaremos ao ponto de termos mais de mil casos em Dezembro/Janeiro, e nessa altura, confessamos a nossa renitência se o Hospital São Sebastião (Santa Maria da Feira) conseguirá ter capacidade de resposta. É claro que isto são tudo projecções e hipóteses lançadas da nossa parte, mas a autarquia tem de estar preparada para o pior cenário. Não defendemos a aplicação de uma terceira Cerca Sanitária nem o encerramento forçado das empresas e indústrias (porque isso implicaria a insolvência de várias empresas/negócios e uma maior pobreza dos agregados familiares vulneráveis que veriam alguns dos seus membros a perderem os seus empregos), mas cremos que terão de haver mais acções de fiscalização e monitorização, e em último caso, cancelar todo o tipo de eventos sociais/culturais públicos. 

Também a população terá de assumir a responsabilidade social de cumprir as regras da DGS e de denunciar potenciais transgressões junto das autoridades. 

Por seu turno, o Governo terá de investir mais no Serviço Nacional de Saúde e na formação técnica de novos profissionais para que possam saber trabalhar com ventiladores e tratar doentes de COVID-19, sem descurar o apoio a todos os outros utentes que sofram das demais patologias. O drama das Unidades de Saúde Familiar também não pode ser ignorado. 




Direitos da Imagem: Adriano Miranda (Jornal "Público")

Correio dos Comunicados Políticos - Deputada Carla Madureira (PSD) exige reabertura de três extensões de saúde no concelho de Ovar e quer intervenção na EN109





Audição à ministra da Saúde: Deputada Carla Madureira quer garantias sobre reabertura de três extensões de saúde do concelho de Ovar

A deputada do PSD Carla Madureira denunciou esta quinta-feira, no Parlamento, o estado “preocupante” dos cuidados de saúde primários, destacando o caso do concelho de Ovar. Numa audição à ministra da Saúde, a parlamentar aveirense exigiu garantias de que as extensões encerradas provisoriamente verão as portas abertas.

“Os portugueses sentem há muito que o seu centro de saúde está cada vez mais longe” – vincou Carla Madureira na sua intervenção, dando o exemplo do Município de Ovar, onde três das oito unidades de cuidados de saúde primários foram encerradas nestes meses, sendo que “as que ainda funcionam têm a porta entreaberta desde a primeira vaga pandémica e os utentes, até pelo telefone, não conseguem aceder”.

Carla Madureira fez notar que para reabrir as três unidades de saúde fechadas – Arada, Furadouro e S. Vicente de Pereira –, o Ministério da Saúde exige que seja a Câmara Municipal a promover obras de adaptação às normas da DGS, pelo que questionou a ministra sobre se está em condições de garantir que, “uma vez concluídas as obras, as unidades de saúde reabrirão de imediato”.

A parlamentar aveirense quis ver garantido que não sucederia o mesmo que aconteceu em Maceda, também no concelho de Ovar, onde “o mesmo Ministério fechou a unidade de saúde depois de o Município ter investido mais de 400 mil euros nas suas instalações”. O edifício deveria receber a Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados, em dezembro de 2019, mas “continua no plano das intenções”.

Recordando que o Ministério mantém encerrada a urgência do Hospital de Ovar e reabriu a urgência básica no concelho de São João da Madeira, com menos de metade da população de Ovar, Carla Madureira reiterou uma das questões colocadas à governante em 2019, relativa à requalificação do bloco operatório do Hospital de Ovar, “que é sucessivamente adiada há cinco anos, e que deveria estar em execução nesta altura”, nomeadamente para saber-se se vai avançar em 2021


Aveiro, 6 de novembro de 2020


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Audição ao ministro das Infraestruturas: Deputada Carla Madureira reclama reabilitação da EN109 entre Espinho e Ovar já em 2020


A deputada do PSD Carla Madureira denunciou esta quarta-feira no Parlamento que o governo quer passar a Estrada Nacional 109 (EN109) para a jurisdição do Município de Ovar com um envelope financeiro de um milhão de euros. Numa interpelação ao ministro das Infraestruturas, a parlamentar aveirense recordou que o próprio governante anunciara obras no troço entre Espinho e Ovar, no valor de sete milhões.

“Não obstante o esclarecimento que me prestou em sequência de uma pergunta que lhe formulei, tivemos conhecimento de que, entretanto, a Infraestruturas de Portugal terá proposto à Câmara de Ovar a transferência da responsabilidade da via e da sua requalificação para o Município, com um envelope financeiro de um milhão de euros” – referiu, na ocasião, Carla Madureira, dirigindo-se ao ministro Pedro Nuno Santos.

A deputada do PSD comentou a situação referindo que “depois, há quem se admire da resistência que os municípios estão a oferecer à transferência de competências da administração central”. Carla Madureira recordou, depois, que o próprio ministro já tivera “oportunidade de nos esclarecer que se torna necessário intervencionar este troço da EN109 e que está prevista, no plano de proximidade 2020-2024 da Infraestruturas de Portugal, a beneficiação entre Espinho e o limite do concelho de Ovar com Estarreja, num investimento estimado de 6,9 milhões de euros”.

Carla Madureira vincou, na sua intervenção, que “o troço da Estrada Nacional 109 entre Espinho, Ovar e Avanca constitui um eixo fundamental para o desenvolvimento desta região do norte do distrito de Aveiro e é a única alternativa à Autoestrada A29 de que os automobilistas dispõem”.

Na interpelação ao governante, a parlamentar aveirense fez notar que este troço atravessa o centro de várias freguesias e é crucial para a mobilidade das pessoas, assim como para o desenvolvimento económico e turístico destes municípios do norte do distrito.

“Estamos a falar de uma via que regista um volume de tráfego significativo, que se apresenta em estado de degradação acentuada, sem passeios em boa parte do seu percurso, e que, por isso, coloca em risco não só a segurança dos automobilistas como dos peões” – vincou Carla Madureira, para questionar o ministro sobre se a beneficiação da Estrada Nacional 109, no troço que atravessa o Município de Ovar, avançará em 2020.

Aveiro, 5 de novembro de 2021




quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Correio dos Comunicados Políticos - JS Ovar organizou videoconferência sobre a desigualdade de género em tempo de COVID

No passado dia 30 de Outubro, pelas 21h00, a Juventude Socialista organizou uma videoconferência intitulada “A Desigualdade de Género: o Vírus”. Através desta iniciativa, pretendeu-se diagnosticar as principais causas da desigualdade de género, discutir soluções para este problema, com principal ênfase no atual contexto de pandemia e a forma como se agravaram as desigualdades laborais e as relações no espaço doméstico. 

Aproveitando a vasta experiência das palestrantes, seriam abordados alguns temas sensíveis que ganharam maior notoriedade durante a pandemia, tal como as assimetrias no acesso ao ensino superior, as relações no espaço doméstico, o agravamento da violência doméstica, os impactos do ambiente familiar no sucesso curricular, a revisão do Código do Trabalho e propostas a apresentar em Parlamento para corrigir as assimetrias detetadas.

A iniciativa contou com a participação da Dra. Elza Pais, Deputada à Assembleia da República e anterior Secretária de Estado da Igualdade; a Dra. Carla Eliana Tavares, Presidente para a Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE) e Deputada durante a XIII Legislatura e a Engª Rosa Venâncio, docente do Ensino Superior e Presidente do Departamento das Mulheres Socialistas – Igualdade e Direitos da Federação Distrital de Aveiro.

A Conferência foi transmitida em direto na Página do Facebook da JS Ovar e no Youtube.



segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Qual será o impacto das novas medidas? (Artigo de Opinião)

Ovar é um dos 121 concelhos que vai ter, a partir desta quarta-feira (dia 4 de Novembro), medidas mais restritivas (veja-se a lista das regras em baixo). Exceptuando o caso das feiras/mercados que terão de encerrar forçosamente e os horários nocturnos mais limitados para estabelecimentos comerciais e restaurantes, a verdade é que as restantes medidas não passam praticamente de recomendações, mesmo que se fale num "dever cívico de recolhimento domiciliário" ou numa maior sensibilização a favor do teletrabalho. Por outras palavras, não antecipo um grande impacto destas medidas, embora o mesmo não se possa dizer dos feirantes e responsáveis de estabelecimentos com maior potencial nocturno que irão enfrentar sérias dificuldades de subsistência. 

Aliás, penso que a proibição das feiras (ou mercados) não faz qualquer sentido, dado que são realizadas ao ar livre, e por isso, não deveriam ser discriminadas desta forma, enquanto os centros comerciais (edifícios fechados) continuarão a laborar. Parece-nos que o comércio tradicional caminha para as ruas da amargura e nenhum dos nossos governantes tem feito o suficiente para travar esse declínio visível nos últimos anos.

No que concerne aos estabelecimentos de funcionamento nocturno, pensamos que é uma medida que terá mais impacto nos grandes centros urbanos do que propriamente em concelhos de pequena ou média dimensão. Cremos que terão de ser as próprias autoridades a fiscalizar e a autuar quem não respeitar as normas. E já agora que se multem, não só os proprietários desses estabelecimentos, mas também as pessoas ou convidados que estiverem presentes em festas ilegais.

Mas o Governo e a DGS também têm de dar o exemplo. Não podem compactuar, neste contexto atribulado, com Festividades Políticas (como a Festa do Avante ou o Jantar do Chega), com grandes prémios de Fórmula 1 ou espectáculos de touradas recheados de público! O que é para uns, é para todos! Sem ceder a pressões ou a interesses de poderosos!

António Costa, Primeiro-Ministro, pediu hoje a Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República Portuguesa, para que decretasse o Estado de Emergência Nacional, embora numa versão mais condescendente ou "soft" em relação ao regime que foi determinado aquando do primeiro surto da pandemia em Portugal entre Março e Maio. 

Na nossa opinião, e se tal pedido for viabilizado (o que acreditamos que acontecerá!), achamos que se trata sobretudo de uma acção preventiva, de modo a evitar que a situação se descontrole e não se hipoteque a capacidade de resposta das unidades hospitalares. Mas talvez, o Governo não esteja, neste caso em concreto, a tomar as medidas mais cirúrgicas e eficazes para o futuro, embora tenha lidado bem com a contenção da pandemia até hoje. 

Entendemos que, mais do que nunca, é essencial investir em meios humanos e técnicos no Serviço Nacional de Saúde, reabrir as Unidades de Saúde Familiar que estiveram encerradas e atribuir mais poderes às autoridades para monitorizarem o cumprimento da lei. 

Neste momento, voltar a fazer parar a economia teria consequências irreversíveis e desmedidas para o país inteiro, tanto ao nível de insolvências de empresas, como no que diz respeito ao aumento substancial do número de desempregados. Entre Fevereiro e Setembro, desapareceram 83 mil empregos, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística. 

Além disso, o Estado Português perderia muitas das suas fontes de receita, o que a breve prazo (dois ou três anos) resultaria na implementação de uma maior carga fiscal (para recuperar a receita) e no encerramento de serviços ou redução dos quadros da Função Pública (diminuição da despesa estatal).

Em jeito de conclusão, a estratégia passa por saber conciliar as medidas de maior confinamento e protecção social com a integridade (possível) da economia, mas para isso resultar: a população tem de cumprir as normas (usar máscara e evitar ajuntamentos), as autoridades devem actuar no terreno e o Governo e a DGS não podem permitir público em grandes eventos, sem esquecer que é necessário investir categoricamente, nem que seja só durante um ano (até surgir a vacina ou um tratamento eficaz), no Serviço Nacional de Saúde.




Imagem nº 1 - As medidas restritivas para 121 concelhos do País, em que Ovar está incluído.
Direitos: Governo de Portugal





Imagem nº 2 - O Primeiro-Ministro António Costa pediu ao Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa para que seja decretado o Estado de Emergência Nacional.
Direitos da Foto: AFP


Nota Adicional: Felizmente, o Governo recuou na intenção inicial de encerramento das feiras/mercados, deixando essa decisão ao critério de cada autarquia. Pensamos que foi uma decisão adequada ou sensata.