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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

GNR de Esmoriz impede assalto a uma ourivesaria

A história envolveu um trio de larápios que parecem ter partido de Matosinhos, onde tinham furtado uma viatura para tentar consumar um assalto, no final da manhã desta Terça-feira, numa ourivesaria, junto ao Posto de Correios em Esmoriz. De acordo com o Correio da Manhã, os assaltantes encontravam-se armados com uma pistola e uma caçadeira. 
Um militar da GNR, que se encontrava de folga e que circulava nas proximidades do posto dos Correios, apercebeu-se de movimentações sinistras e alertou de imediato os outros agentes que interceptaram então a viatura na rua Ramalho Ortigão em Esmoriz.
Mesmo assim, o trio tentou forçar a fuga, mas ao fazerem marcha-atrás acabaram por embater num veículo que ali se encontrava estacionado, além de terem causado ferimentos ligeiros na condutora que foi parcialmente colhida (pois estava de saída da viatura para ir aos Correios). Os homens tentaram fugir a pé, mas foram logo apanhados. 
Os suspeitos confessaram que preparavam naquele momento o assalto a uma ourivesaria, acto que nem chegaram a tentar porque atraíram, desde logo, a desconfiança de quem passava no lugar.
As fotos que se seguem são da autoria de Vítor Silva.









Consultem mais detalhes no seguinte endereço electrónico (artigo de Francisco Manuel): http://www.cmjornal.xl.pt/nacional/portugal/detalhe/militar_de_folga_impede_assalto.html.

PJ Aveiro atenua situação escaldante em Esmoriz...

Um segurança de 60 anos foi detido pela PJ de Aveiro por ter tentado cobrar uma pretensa dívida, ameaçando a vítima como uma arma de fogo. O homem dirigiu-se à mesma em tom de ameaça, foi depois detido, e agora é acusado dos crimes de extorsão agravada e de posse de arma proibida. A situação terá acontecido em Esmoriz, no passado Sábado. 
Posteriormente, decorreu uma busca domiciliária, onde foram apreendidas diversas armas e munições. 
O homem será presente a interrogatório judicial para que sejam depois aplicadas as medidas legais de coacção.




Bombeiros Voluntários de Esmoriz "resgataram" golfinho

A situação ocorreu pelas 14:30 desta passada Terça-feira, na Praia do Cantinho em Esmoriz. Infelizmente, desconhecemos mais pormenores, mas pela imagem exibida em baixo (golfinho sem cauda), é provável que o animal não tivesse sobrevivido aos ferimentos.
Os Bombeiros Voluntários de Esmoriz asseguraram a sua devida remoção.





Imagem nº 1 - Um golfinho deu à costa em Esmoriz sem cauda.
Foto retirada da Página Oficial dos BVE no Facebook

Extra-Esmoriz VIII- Porto de Aveiro bateu recorde histórico em 2014

De acordo com o Diário de Aveiro (artigo de Rui Cunha), o porto de Aveiro fechou o ano anterior com quase 4,5 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de cerca de 13% face ao ano de 2013, onde o resultado também fora bastante apelativo.
O Presidente da Administração José Luís Cacho vai mesmo mais longe e não hesita em afirmar que "é o porto que mais tem crescido no país".
A actividade naquela estrutura portuária tem sido então bastante intensa, ilustrando uma clara e admirável excepção face ao panorama nacional.




Imagem nº 1 - O Porto de Aveiro contorna a crise com resultados animadores.

Despojos do Mal (texto de Catarina Pires)


Auschwitz foi libertado há 70 anos pelas tropas soviéticas


Ou a casa dos mortos. Também podia ser. Um milhão e meio. De gente, homens, mulheres, crianças, velhos, que quando morreram já tinham morrido. E dos outros, os que quando sobreviveram já estavam mortos. Auschwitz sentenciou-os ao extermínio pelo «crime» de serem judeus ou ciganos ou comunistas ou homossexuais ou qualquer outra identidade que não estivesse de acordo com as especificações do Terceiro Reich. Em 1940, a casa dos mortos abriu os portões e por cinco anos, nas barbas do mundo, reduziu homens a cinzas. Hoje continua lá, museu do que não pode ser esquecido. Mas, e é isso o mais terrível, do que não pode ser lembrado. Porque não se entende, não se esteve lá, não se viveu, não se morreu.
«Isto é o Inferno. Hoje nos nossos dias, o Inferno deve ser assim, um lugar grande e vazio, e nós cansados de estar de pé, com uma torneira a pingar água que não se pode beber, esperamos algo sem dúvida terrível e nada acontece e continua a não acontecer nada. Como pensar? Já não se pode pensar, é como estar já morto», Primo Levi, sobrevivente de Auschwitz, no seu livro testemunho Se isto é um homem.
Um lugar grande e vazio. Em 1939, a ocupação nazi estendia-se à Polónia. E em 1940, de um antigo quartel do exército polaco, na cidade de Oswiecim, a 60 km de Cracóvia, fazia-se o maior e mais terrível campo de concentração do III Reich: Auschwitz, às ordens do comandante Rudolph Höss. No ano seguinte, a três quilómetros, erguia-se Auschwitz II – Birkenau. Campos eleitos por Heinrich Himmler para a «solução final» da questão judia, um eufemismo que traduzido dá extermínio total.
O fim da linha para milhões de judeus de toda a Europa, que aqui chegavam após intermináveis dias de viagem em vagões de mercadorias apinhados, quando não morriam pelo caminho, às balas dos SS, à fome ou à sede. Para muitos um fim da linha imediato. Chegados, despojados de si, seleccionados para a morte no duche de gás. Aos considerados úteis para o trabalho era protelada a sentença. Até ver. Não só judeus. Também ciganos, também prisioneiros de guerra soviéticos, também presos políticos, também outros. As imagens já as vimos, ou reconstituições delas, em filmes, em documentários, as descrições do que era aquilo já as lemos, em livros de história, em testemunhos de quem sobreviveu.
Um lugar grande e vazio. O diabo dono deste inferno tinha requintes. «Arbeit Macht Frei» («O Trabalho Liberta») inscreve-se acima dos portões por onde se entrava e não se saía. A saída era outra. «Aqui entra-se pela porta e sai-se pela chaminé», dizia Mengele, o doutor da morte. A toda a volta os postes, restos das redes electrificadas, garantias da fuga impossível ou de uma libertação ainda mais rápida que a prometida pelo trabalho.
Um lugar grande e vazio. Hoje museu. Cinzento, sombrio. À entrada, a história do campo, as fotografias, o antes e o depois, como o daquela rapariga judia de vestido aprimorado e canudos castanhos a posar para o fotógrafo e depois cabeça rapada, pijama de riscas, perfil, frente, oblíqua. O destino escrito ao lado. Como quase todos, a morte. Ao fundo do corredor uma escultura, uma parte de homem, amputada por um indecifrável instrumento.
O museu passa depressa. A visita guiada ao campo também. Uma hora e meia não dá para ver. Se calhar não há nada para ver. Mas dá para olhar, os blocos sucessivos, onde dormiam, onde viviam (viviam?), onde comiam. A visita segue. Descemos umas escadas, às celas onde eram castigados, torturados, mortos. Há um cheiro que agonia, que persiste. Vem de onde? Lá fora o guia desfia a história, as histórias, no intervalo de longos silêncios. Agora são aquelas janelas lá em cima, escondidas atrás de tábuas, era ali que Mengele fazia as suas experiências científicas, com cobaias humanas, era ali que tornava estéreis as mulheres judias. Agora é o muro das execuções, um tiro na nuca — impossível olhar nos olhos de quem vai morrer às nossas mãos? — e acabou. Não era a pior das mortes. Havia a forca. Onde tantos morreram. E onde morreu Rudolph Höss, o comandante do campo, de olhos postos na sua obra. Teve tempo de se arrepender, diz o guia. Outros não. Havia as câmaras de gás. Entramos, a cena de A Lista de Schindler vem à memória. Mas quase nunca foi assim, em 15 a 20 minutos ia a esperança, a ilusão, e vinha a morte pelo gás Zyklon B. E depois os fornos crematórios, as malditas chaminés. E depois nada.
Um lugar grande e vazio. Mesmo que não existam fantasmas, eles estão aqui. Todos os que aqui morreram, todos os que aqui sobreviveram. Estão no ar, estão no chão, estão nas cinzas, estão no cheiro, estão naqueles montes do que restou deles, hoje atrás de um vidro de museu, para dar a ver, para fazer saber, sentir, doer, lembrar, não esquecer. Há as duas toneladas de cabelos, que não chegaram a ser vendidas — os nazis vendiam os cabelos das suas vítimas à indústria têxtil, a meio marco o quilo. «Business is business. Reciclagem de humanos», observa o guia, numa ironia resignada. As cinzas também. Usadas como fertilizante para a agricultura. E depois há os sapatos, milhares de sapatos, e os óculos, um emaranhado retorcido de óculos, quase uma instalação artística, e os pentes e as escovas de dentes e os mais variados objectos pessoais, um amontoado de penhores das vidas roubadas no momento em que aqui se entrou. E há as malas, tantas malas, com nomes e moradas daqueles a quem pertenceram, muitos riscados e tornados a escrever. A esperança não foi a última a morrer, não pode ter sido, mas estas malas dizem-nos que é verdade, custa muito matá-la.
A visita acaba num filme, da libertação do campo pelos russos, das valas comuns cheias dos cadáveres que não houve tempo de queimar, dos rostos sem expressão, sem um único vestígio de salvação, dos corpos vivos de pele e osso, das crianças cobaias, dos velhos de 30 ou 40 anos. Como foi possível? O mundo sabia e não fez nada, acusava o guia há pouco diante de uma fotografia aérea do campo tirada pelos aliados, muito antes do fim da guerra. O que é que o mundo sabia? Por que não fez nada?
Um lugar grande e vazio. Ainda é assim Auschwitz. Mas agora já se pode pensar. Aliás, nada mais há a fazer senão pensar. Ou talvez não. Talvez, como dizia o filósofo alemão Theodor W. Adorno, após Auschwitz não seja mais possível pensar. Porque pensar é saber que sim, que isto é o homem.


Um artigo da autoria de Catarina Pires



 

Imagem nº 1 - A libertação de Auschwitz aconteceu há 70 anos com a chegada do exército soviético.

Foto do Mês - Jan. 2015

Mais uma rubrica que estreamos a partir de agora, que consistirá na publicação duma foto, que consideramos marcante, para cada mês.



Ekaterina Bilyik, 68, undergoes automatic weapons training during an army drill in the snow

O seu nome é Ekaterina Bilyik, uma idosa ucraniana de 68 anos, que acabou de completar um intenso treino militar ao lado dos cadetes do exército ucraniano, e não teme em ir para a frente de batalha combater os separatistas pró-russos do leste da Ucrânia. Uma prova de que quando se trata de defender a integridade territorial do seu país, as idades pouco importam.


Os direitos da foto pertencem ao Central European News. A imagem foi directamente extraída a partir de: http://www.dailymail.co.uk/news/article-2918503/Granbo-Ukrainian-grandmother-68-signs-train-alongside-army-cadets-nickname-Punisher-passes-military-tests.html




quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Mais um feito inolvidável de André Sá!

O técnico de voleibol de naturalidade esmorizense almejou uma nova façanha prestigiante, ao conseguir com que o Stod Volley, equipa profissional norueguesa de voleibol feminino, se qualificasse para os quartos de final da Challenge Cup - prova internacional de considerável reputação. Nunca uma equipa norueguesa havia chegado tão longe nesta competição europeia! 
André Sá é o rosto do novo sucesso. Há a destacar ainda os seus adjuntos, também portugueses, Pedro Santos e David Sousa. Também Carlos Jorge Ferreira foi outro esmorizense que terá passado pelo Stod Volley, uma turma que tem alcançado títulos importantes nos últimos anos.
Na primeira mão, o Stod Volley derrotou o Azerrail Baku do Azerbaijão por 3-1 em sets, mas na segunda mão, perdeu por 3-0 em sets. Com uma vitória para cada lado, o meio de desempate foi feito através do fatídico "golden set" (ou set de ouro), no qual a equipa de André Sá conseguiu recuperar o ânimo e vencer o referido set decisivo por 18-16, num jogo que foi seguramente bastante exigente e adverso dada a qualidade do adversário.
Nos quartos de final, o Stod Volley vai defrontar o Khimik Yuzhny da Ucrânia.
Quanto a André Sá, tem realizado um trabalho bastante produtivo na sua aventura pela ancestral terra dos vikings, depois de no passado ter sido jogador e técnico no Esmoriz Ginásio Clube, isto é, na Universidade do Voleibol, onde decerto assimilou as valências e os conhecimentos necessários para concretizar uma carreira de sucesso. É ainda um dos adjuntos da selecção masculina de Portugal.
Desejamos a melhor das sortes à equipa para os restantes jogos da prova! Que consigam ir o mais longe possível!




Ucrânia reduzida a uma espécie de matraquilhos

Autocarro atingido por bombardeamento em Donetsk, Ucrânia. Pelo menos 13 mortos
Um conflito que não parece ter fim à vista e que promete aumentar a "fileira de mortos".
Ninguém pode negar que a Rússia apoia os separatistas do Leste da Ucrânia (sediados em Donetsk), se é que não tem mesmo efectivos militares no terreno. Do outro lado, a NATO está do lado de Kiev e apresenta uma postura mais defensiva, sem querer envolver-se directamente na guerra, procurando apenas fomentar sanções económicas à Rússia (causando mesmo a desvalorização drástica do rublo) e dirigir discursos nada amigáveis contra Moscovo.
O que sabemos é que um avião foi abatido durante a guerra, gerando centenas de mortos, e nas últimas horas, um autocarro civil também acabou por ser destruído, causando mais de uma dezena de mortes. Como já é natural, ambas as facções acusam-se mutuamente, instrumentalizando os órgãos de comunicação social mundiais que lhes são mais afectos. 
O Kremlin do sr. Vladimir Putin (o tal que trocou de cargo com Dmitri Medvedev para se manter no poder) alimenta todo este separatismo, e já se apoderou inclusive da Crimeia, e parece que não quer ficar por aqui. As provocações aéreas que até chegaram a visar o território português demonstram bem que a Rússia quer mostrar o seu poderio bélico ao mundo. Não nos iludimos, o arsenal russo foi reforçado desde que aquele senhor chegou ao poder, invertendo o anterior declínio militar. Se estamos a recomeçar uma nova "Guerra Fria" é porque a Rússia voltou a dar-se ao respeito a nível mundial. Uns anos antes, tinha sido a Geórgia a ser invadida pelo exército russo, um episódio que causou um número considerável de mortes, mas que acabou ao fim de pouco tempo por traduzir-se num acordo diplomático.
Entretanto, a NATO garantiu um maior patrulhamento nos Estados Bálticos e noutros espaços do leste europeu, mas relativamente à Ucrânia (estado não-membro daquela organização ocidental), julga que as sanções económicas farão o Kremlin pagar uma factura bastante cara. Mas não chega, é preciso fazer ver ao povo russo que o ciclo de Putin já terminou, e que é necessário um novo rumo da política até porque a pobreza naquele extenso país é enorme, e isso é que deveria ser a prioridade dos futuros governantes, e não as questões belicistas que farão com que a Rússia ganhe mais inimigos no exterior. O isolamento não trará boas notícias para a economia russa, aliás só extremará a miséria que será paga pelos mais pobres e pela classe média.
De acordo com a OCDE, a guerra da Ucrânia já causou mais de 5 mil mortos e 10 mil feridos, além de um milhão de civis que tiveram de abandonar as suas casas por causa do conflito. Em termos económicos, cidade, vilas e aldeias encontram-se arrasadas. A economia ucraniana está nas ruas da amargura, pelo que a sua recuperação, no futuro, será penosa.
Nesta história, não há santos, mas os protagonistas são invariavelmente quase sempre os mesmos. Já as vítimas inocentes, os civis indefesos, esses são os matraquilhos de máquinas de interesses maiores e intocáveis. 
Que a paz volte um dia à Ucrânia, é o que desejamos!


Fotografia: Um soldado ucraniano em acção de combate. Direitos da Foto: Reuters (Diário de Notícias).

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Obrigado Aníbal Leça!

O Professor Aníbal Leça, assim recordado por muitos, partiu no dia 28 de Dezembro de 2014, mas deixou uma vasta herança cultural à nossa terra.
Um homem respeitado do coleccionismo português e um dos fundadores do Clube Ornitológico de Esmoriz (20 de Janeiro de 1980). Participou em inúmeras reuniões e exposições. Desempenhava aquelas funções por amor à camisola, o que lhe granjeava prestígio e mérito aos olhos dos demais. 
As pessoas que lidaram com ele de perto, realçam as suas qualidades humanas. O Professor Leça era pois alguém com variadas virtudes, além de evidenciar uma notável sabedoria. Possuía ainda uma enorme de colecção de Kinders, talvez das maiores a nível internacional. Sabia receber com generosidade e simpatia os seus convidados.
Aníbal não procurava o protagonismo fácil, era uma pessoa honesta e reservada. Um exemplo de vida que desejamos aqui homenagear. 
O professor Aníbal Leça adorou sempre esta nossa terra que o acolheu com carinho.
A sua perda será pois irreparável para a nossa comunidade. Enviamos as mais sentidas condolências aos familiares que decerto ainda hoje fazem o seu luto.
Até sempre, Prof. Aníbal Leça!




Imagem: Wikipédia

Esmoriz Ginásio Clube no centro da investigação...


Ovar: Patrocínio alegadamente simulado ao Esmoriz Ginásio leva antigo dono da Investvar a tribunal. Artur Duarte, empresário de Ovar que liderou o grupo de calçado Investvar, responde em tribunal por fraude fiscal.

O processo resulta de uma investigação das Finanças a um suposto patrocínio desportivo simulado ao Esmoriz Ginásio Clube.
A defesa garante que existiu "um negócio jurídico", contestando a acusação por não concretizar os valores do prejuízo eventualmente causado ao Estado.
Estão acusados outros 21 arguidos, entre sociedades,  pessoas individuais, dirigentes desportivos à data dos factos e a própria coletividade presumivelmente no centro da alegada fraude fiscal, que remonta ao período 1996 a 2004.
O coletivo de juizes decidiu avançar com o julgamento deixando para um processo autónomo três sociedades que faziam parte do grupo liderado por Artur Duarte, mas que foram incorporadas numa mesma por fusão.
Segundo a acusação do Ministério Público (MP), no âmbito da angariação de publicidade os dirigentes do Esmoriz Ginásio Clube contactavam empresas, propondo contratos com valores reais e fictícios.
"A mando" da direção da coletividade, os patrocinadores entregavam cheques com determinada quantia. Depois de feito o levantamento, era devolvida uma parte.
A factura fictícia permitia à empresa apresentar mais custos e beneficiar de vantagens fiscais, nomeadamente em sede de IVA e IRC "já que entregava as quantias ao Estado".
No caso da Investvar, é apontado um apoio fitício de 80.000 euros. Um outro patrocinador, que entretanto viu o processo suspenso, facturou 50 mil euros de patrocínios.
A Investvar ficou conhecida pela associação à marca americana Aerosoles, tendo chegado a ser o maior fabricante nacional de calçado com unidades industriais em Esmoriz, Castelo de Paiva e Índia. O grupo chegou a integrar como acionista, e principal patrocinador, da SAD da Ovarense Basquetebol.
Dificuldades financeiras levaram Artur Duarte a perder a gestão do grupo em 2009 para fundos de investimento que criaram uma nova empresa, a Move On, depois vendida aos indianos da Tata. As várias unidades comercias e fabris da Investvar declararam a insolvência, correndo processos de liquidação.


Notícia retirada na íntegra a partir de: http://www.noticiasdeaveiro.pt/noticias/Print.aspx?idcont=34508, (Notícias de Aveiro). 


Nota-extra - O artigo informativo foi extraído totalmente do site em cima indicado. Como é nosso dever informar, não poderíamos deixar de transcrever esta notícia, embora nos custe a fazê-lo, porque gostaríamos de dar notícias melhores aos nossos leitores.
Até prova clara em contrário, todos os cidadãos são inocentes perante a lei, e espero mais do que nunca que o Esmoriz Ginásio Clube não seja arrastado para a lama devido a este caso judicial, pois o clube merece respeito e credibilidade. Aliás, é necessário ter confiança nas pessoas que, em regime de voluntariado, têm comandado a instituição desportiva nos últimos anos! Não podemos deixar este clube histórico morrer... Seria uma machadada muito dura para a terra, porque o Esmoriz Ginásio Clube é o nosso principal embaixador no exterior.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Extra-Esmoriz VII - Maceda viveu momentos de pavor

Três homens armados assaltaram BANIF de MacedaNa manhã desta terça-feira, talvez pelas 11:30, três assaltantes, munidos de armas de fogo, assaltaram uma dependência do banco BANIF, em Maceda, no concelho de Ovar, tendo conseguido levar consigo uma quantia de dinheiro ainda não especificada. 
Tudo aconteceu à luz do dia, nas proximidades da Estrada Nacional 109 cujo tráfego de veículos até é minimamente considerável. Houve ameaças aos funcionários e clientes que se encontravam no sítio errado à hora errada. Felizmente, não houve disparos nem pessoas feridas. 
Depois do assalto consumado no banco, os homens encapuçados colocaram-se em fuga numa viatura, talvez em direcção à auto-estrada A29. 
Este acontecimento foi mesmo notícia nos principais órgãos de comunicação social a nível nacional. 
O caso está agora a ser investigado pelas autoridades.


Notícia e Foto retiradas de: http://www.pontovirgula.pt/sociedade/assaltobanifmaceda - artigo de João Filipe Oliveira, (LUSA).





Urgências sem dignidade...

Não vale a pena negar - há uma crise instalada no domínio do atendimento dos Hospitais Públicos (não digo que não existam felizes excepções!). Não estamos sequer a falar dum ou doutro registo isolado. Amontoam-se pois os casos de ocorrências em que pessoas morrem após várias horas de espera nas Urgências.  O relato mais grave registou-se no hospital da Garcia da Orta, em Almada, onde uma idosa esteve 9 horas para ser atendida nas urgências!!! De acordo com o filho da referida idosa, a sua mãe teria sido deixada ao abandono numa maca de um corredor sem comer. Uma história muito triste que merece a minha total indignação!
É este o nosso direito à saúde? Não, não e não! Não posso ver pessoas a morrerem em macas, sozinhas e sem serem vistas! Isto é desumano, uma vergonha que deveria fazer corar muitos dos responsáveis! Oxalá que estes nunca passem pelo mesmo! Não sabem a dor e o desespero que estes pacientes sentem nos momentos derradeiros, sem terem acesso a qualquer ajuda ou sem usufruírem dos últimos afectos. 
Fecharam-se tantas urgências, e eu pergunto - porquê? 
Se há falta de médicos, contratem-nos! Se há má gestão dos recursos humanos, aprestem-se à eficiente reorganização estrutural!
Agora isto não pode continuar assim. Se o sr. ministro da saúde - Paulo Macedo não conseguir fazer abrandar esta saga aberrante de mortes alegadamente negligentes nos hospitais, então terá de abandonar as suas funções. Fiquem já a saber que o direito à saúde é universal, mesmo para aqueles que não têm dinheiro para andarem em hospitais privados!




Imagem nº 1 - As mortes bizarras de pacientes após várias horas de espera é um tema que está a marcar a actualidade informativa nacional.

Nigéria: um pesadelo sem fim à vista

Rachel Daniel com a foto da filha Rose Daniel, sequestrada pelo Boko Haram, na casa da família em MaiduguriNão vale a pena negarmos as atrocidades que têm vindo a suceder-se dia após dia neste país africano. 
A mortandade semeada pelo grupo radical islâmico Boko Haram só é possível graças à complacência e passividade das principais organizações internacionais que deveriam interceder pela defesa intransigente dos direitos humanos. 
A Nigéria alberga uma população cifrada em quase 175 milhões de pessoas. Em termos religiosos, cerca de 50% dos nigerianos são muçulmanos, e 40% são cristãos. A restante percentagem deverá corresponder a minorias tribais. Esta ponderação poderá estar em risco nas próximas décadas se o rumo negro não se inverter.
No início do ano, aquela organização terrorista dizimou toda a região que envolve a cidade de Baga (Nordeste da Nigéria), queimando edifícios e fazendo mira sobre civis indefesos. Há mais de 2 mil mortos registados. Além da chacina, estão documentados novos raptos de jovens mulheres que não escaparam ao desfecho fatídico. As imagens até hoje disponibilizadas nos órgãos de comunicação social não desmentem o rasto de destruição. 
O Boko Haram quer fazer da Nigéria um país essencialmente islâmico com a instalação de tribunais que imponham as leis mais extremistas. Através de sequestros e consequente obtenção de resgates avultados, assaltos a bancos, delegacias e bases militares, o grupo consegue reunir as verbas e o armamento necessários para alimentar a sua causa fútil. 
A Nigéria afundou-se hoje numa profunda rivalidade religiosa entre cristãos e muçulmanos, além da brutalidade policial e da miséria que não parece ter limites. O exército não tem condições nem meios suficientes sequer para garantir a segurança das populações em todo o seu território. 
Uma intervenção militar externa pode ser a única solução para repor a estabilidade. Esperemos pois é que o Mundo não feche os olhos como já o fez em relação a outras situações dramáticas! 





quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Extra-Esmoriz VI - Acidente fatal na A29 - Cortegaça

Cortegaça: Um morto e 3 feridos em colisão na A29
Um morto e três feridos (um dos quais em estado grave que foi transportado para o Hospital de São João no Porto). É este o balanço negro duma colisão que envolveu um camião cisterna e dois ligeiros na auto-estrada A29, na área do trajecto correspondente a Cortegaça. Os bombeiros voluntários de Esmoriz e da Feira acorreram ao local para tentar atenuar as consequências da situação fatídica, mas infelizmente, uma das pessoas envolvidas no acidente não escaparia com vida. 
O acidente terá ocorrido pelas 11 horas desta quinta-feira, e o trânsito esteve por algum tempo condicionado no sentido sul/norte da auto-estrada. 
Esperemos pois que os três feridos consigam recuperar das suas lesões físicas. Aproveitamos ainda por enviar condolências aos familiares da vítima mortal.
Nesta época em que a chuva parece regressar, recomendamos máxima cautela a todos os condutores, de forma a que sejam evitados acidentes.


Foto: Site do OvarNews

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Parabéns Ronaldo...







Foi a sua terceira Bola de Ouro (2008, 2013 e 2014), após ter sido bota de ouro (melhor marcador dos campeonatos europeus) e o artilheiro a apontar mais golos numa edição da Champions League, cujo ceptro foi conquistado pelo seu clube - o Real Madrid.
Cristiano Ronaldo, avançado português já na casa dos 29 anos, promete trabalhar para igualar o recorde de Lionel Messi, avançado argentino do Barcelona que ostenta 4 bolas de ouro e o qual terminou em 2º lugar nesta gala, ainda à frente de Manuel Neuer (3º), guarda-redes do Bayern de Munique e da selecção germânica que conquistaria o Mundial de 2014 realizado no Brasil.
A única coisa que não se percebeu tão bem na gala foi o tal grito de Ronaldo que apanhou muitos despercebidos, algo que até terá assustado Joseph Blatter. 
Já agora uma curiosidade - José Milhazes, correspondente da SIC na Rússia, anunciou no seu perfil do Facebook com algumas horas de antecedência, e alicerçando-se em fontes de Moscovo, os resultados percentuais da votação, os quais vieram depois a ser confirmados quando foram oficialmente apresentados na Gala da FIFA. Sim, pelos vistos, há fugas de informação e já havia quem soubesse dos resultados oficiais antes da gala.
Todavia, este facto não retira todo o mérito que é devido a Ronaldo, um campeão por excelência e enorme embaixador de Portugal no estrangeiro! As suas obras de arte resumem-se a golos, e os há para todos os gostos! 
Muitos Parabéns!

Cantaram-se as Janeiras em Esmoriz...

O Grupo de Danças e Cantares de Santa Maria de Esmoriz organizou o III Encontro de Cantares das Janeiras no auditório da Junta de Freguesia de Esmoriz, no passado sábado à noite. Além da colectividade anfitriã, participaram ainda grupos de Guilhovai, Rio Meão e Argoncilhe que assim animaram e aqueceram uma noite naturalmente gélida. 
Reinou a alegria e a boa disposição diante duma casa minimamente bem composta. Cantou-se o nascimento do Menino Jesus e dirigiram-se votos de boas festas.
O Grupo de Danças e Cantares de Santa Maria de Esmoriz, colectividade fundada em 1986 e que se dedica ao folclore, voltou a estar à altura dos acontecimentos, proporcionando assim mais um relevante serviço cultural à comunidade.
Encerrava-se assim a programação do cartaz festivo da Junta de Freguesia de Esmoriz para os meses de Dezembro e Janeiro. 




Imagem nº 1 - Um dos grupos folclóricos convidados em actuação neste encontro cultural.
Foto: Comissão de Melhoramentos de Esmoriz



Nota extra - No passado sábado à tarde, tivemos mais uma edição do programa de entretenimento "Aqui Portugal" (RTP) que se realizou directamente a partir de Ovar. Além da presença do apresentador esmorizense Hélder Reis que manifestou a sua satisfação pelo regresso às origens, é de ressalvar uma demonstração ou exposição de Tanoaria que foi assegurada pela JOSAFER. Recorde-se que nesse programa foram ainda abordadas as tradições vareiras do Cante dos Reis (candidato a Património Imaterial Nacional) e do Carnaval.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

O pior desfecho...

Não bastava a morte de 12 pessoas no ataque terrorista contra a revista satírica Charlie Hebdo e o abatimento no dia seguinte de 1 mulher-polícia (que se tinha iniciado a profissão há menos de 2 semanas), pelo que infelizmente voltamos a encontrar o registo de mais 4 civis mortos nesta sexta-feira, no âmbito dum sequestro fatal em Paris.
Pelos vistos, existia uma clara sincronização entre os promotores dos dois diferentes atentados que marcaram os dias de quarta e quinta-feira respectivamente. 
Os irmãos Kouachi que semearam o terror na sede da revista já citada, procuraram barricar-se numa gráfica em Dammartin-en-Goële. Supostamente nunca chegaram a  ter propriamente um refém (como foi inicialmente noticiado), visto que a pessoa que se encontrava dentro das instalações, terá conseguido driblar os terroristas sem que estes dessem sequer pela sua presença. Acabaram ambos os terroristas por ser abatidos pelas autoridades francesas quando alegadamente tentavam a fuga. A pessoa que se encontrava lá dentro suspirou de alívio e escaparia então ilesa.
Já o sequestro num supermercado judaico em Paris culminou fatidicamente com o falecimento de 4 reféns, além da morte do seu sequestrador - Amedy Coulibaly. Há ainda registo de 4 feridos graves. O assalto foi violento com intenso tiroteio e explosões. Tal desfecho poderá ter sido precipitado pela ocorrência anterior porque Amedy Coulibaly estaria alegadamente em contacto permanente com os irmãos Kouachi, e caso soubesse da prévia morte destes, poderia descarregar imediatamente a sua fúria nos reféns. Provavelmente, esta situação terá ditado que as duas operações tivessem de decorrer praticamente em simultâneo. Suspeita-se ainda que Amedy Coulibaly estaria acompanhado pela sua companheira e cúmplice que teria conseguido escapulir-se entre os reféns e furado assim o cerco policial. Todavia, esta última informação ainda não foi confirmada e, por isso, continua a caça à mencionada mulher que poderá estar, de certa forma, envolvida neste episódio.
O que se pode adiantar é que terminou hoje uma saga negra que se iniciou na quarta-feira (12 vítimas mortais), prolongou-se na quinta (1 vítima mortal) e só parou na sexta-feira (4 vítimas mortais). 
Foram 17 mortes, e o primeiro ministro francês Manuel Valls já prometeu encetar um duro combate contra o terrorismo. Admitiu igualmente falhas ao nível da segurança.
É agora altura de chorar as mortes, zelar pela recuperação dos feridos, e acima de tudo, não instigar, no futuro, um clima de ódio e represálias. A vingança só gerará mais vingança, e temos que nos afastar desse potencial espiral recessivo. 
Contudo, isto não impede que o Ocidente tome decisões importantes, mas que devem ser bem reflectidas.
O Estado Islâmico (o único que apoiou o atentado!) e o Boko Haram (grupo radicalista que causou a morte de 2 000 pessoas nos últimos 5 dias na Nigéria) não podem ter lugar neste mundo que deve abraçar definitivamente a liberdade e os direitos humanos.
É igualmente essencial que o povo francês não caia na tentação de ir na cantiga de Marine Le Pen. Não necessitamos de extremismos nem a nível religioso nem no panorama político!



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Imagem nº 1 - O assalto final ao supermercado judaico em Porte de Vincennes (Paris).
Foto: CNN 

"A vingança certa" - artigo de opinião de Miguel Esteves Cardoso in Público

Quando apanharem os assassinos que entraram na redacção do Charlie Hebdo para assassinar aqueles que tinham feito desenhos satíricos sobre Maomé, consola-me saber que não passarão mais de 25 anos na cadeia.

Os fanáticos desprezarão o sistema francês que não só não mata os assassinos como lhes restitui a liberdade após vinte e poucos anos. Todos estarão cá fora antes de fazerem 60 anos, não obstante terem tirado as vidas a (pelo menos) doze pessoas.

Tal como fizeram os noruegueses com o assassino de massas que foi condenado a 21 anos de prisão preventiva os franceses serão igualmente indiferentes à lei de talião.

O "olho por olho, dente por dente" é um castigo estúpido. Não matar assassinos é um castigo inteligente. Os psicopatas assassinos que invocam o Islão para passarem por pessoas religiosas podem achar que a nossa misericórdia é um sinal de fraqueza.

Não é. É uma prova de força. Tal como já não se sacrificam animais, não se matam pessoas. Pelo menos na Europa que, por muitos problemas que tenha, está sempre à frente dos países mais antigos (como a China) ou mais novos (como os E.U.A) que continuam a tolerar as penas de morte.

Com o desprezo dos assassinos e dos intolerantes podemos nós bem. As pessoas que acham que está certo matar pessoas que matam já são desprezíveis. Mas não é preciso matá-las por causa disso.

A vingança certa é ser condescendente com os assassinos. É tirar-lhes a razão. É não termos pena deles. Nunca.


Miguel Esteves Cardoso
(In Jornal O Público online)



Imagem nº 1 - Cartoon de homenagem às vítimas.



Muito sinceramente, é isto que eu penso exactamente, e por decidi citar este sábio artigo da autoria de Miguel Esteves Cardoso. 
Nós europeus, pese os nossos defeitos (que também os possuímos!), somos diferentes, e adoptamos o pensamento mais respeitador das liberdades humanas. É isso que faz com que a nossa civilização seja cobiçada por muitos! Podemos viver num velho continente, mas igualmente experiente e com uma história singular e que assim aprendeu com os erros do passado, abolindo a pena de morte e pugnando pela defesa dos direitos humanos. 
Por várias vezes, me queixei da falta de solidariedade entre os países da União Europeia em momentos de crise económica, mas nestas alturas, apetece-me gritar bem alto - tenho orgulho em ser europeu! Aqui não condenamos ninguém por ter preferências religiosas, sexuais ou partidárias distintas. Afinal, todos cabem neste mosaico tolerante de culturas. 
VIVA A EUROPA! 

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Pelo direito à vida e à liberdade...




Imagem nº 1 - Uma vítima a ser socorrida em Paris, depois do atentado contra as instalações centrais da revista satírica Charlie Hebdo.



É repugnante quando o terrorismo abomina, com total desconsideração, o maior bem que detemos - o direito à vida. O atentado dirigido à sede da revista satírica Charlie Hebdo (fundada em 1969) em Paris resultou em 12 mortos, entre os quais 8 jornalistas (incluindo cartoonistas e o director da publicação - Stephane Charbonnier), 2 polícias, 1 visitante e 1 funcionário da redacção. Há ainda cerca de 20 feridos, alguns em estado grave.
Mesmo que as publicações satíricas desta revista tivessem ultrapassado, por vezes, os limites eticamente aceitáveis (parece ser por exemplo o caso dos cartoons editados que zombavam sobre Maomé), a verdade é que nada justifica o derramamento de sangue. 
Apesar de não me rever na política editorial da revista em questão, repudio qualquer acto de terrorismo apenas veiculado por extremistas que querem difundir o medo no nosso velho continente, o qual é para todos os efeitos, aquele que mais valoriza o direito à vida. Sim, porque nós abolimos a pena de morte que se calhar até era bem aplicada em casos excepcionais e monstruosos como este. 
A Europa tem de defender urgentemente a sua identidade. Por exemplo, é altura pois de combater o Estado Islâmico (o único que aplaudiu este atentado desumano, ao contrário de todos os outros que condenaram), enviando exércitos multinacionais que defendam a dignidade humana e terminem com a barbárie. Além da luta contra o terrorismo e o necessário controlo da imigração (que deve ser mais apertado em relação às gentes provenientes de países mais extremistas), é necessário igualmente pugnar por um jornalismo isento que promova a paz e o entendimento mútuos, e que não alimente a discórdia e a provocação gratuitas.
Se todos conseguirmos remar para o mesmo fim, acredito piamente que o futuro poderá ser mais risonho, com menos guerras e ataques terroristas.
Uma coisa é certa - 2015 começou da pior forma, com mais derramamento de sangue... O clima de boas festas, assente na harmonia e na paz, já terminou, desta vez, mais cedo até do que é costume. 
Enquanto o ódio se manifestar, irá continuar a haver muita gente inocente a ser morta em nome dum Deus (o verdadeiro ama a paz e a compaixão) ou duma política extremista completamente deturpados por mentores maquiavélicos.
Exposto tudo isto, envio condolências aos familiares das vítimas e espero que as 12 almas possam agora repousar em paz. 

Correio do Leitor - Breve Retrato do Concelho de Ovar por Albertino Ferreira


Breve retrato do concelho de Ovar


O Instituto Nacional de Estatística acaba de publicar o Anuário Estatístico da Região Centro, de 2013, onde se podem recolher algumas informações respeitantes ao concelho de Ovar. 
Assim, ficamos a saber que, quanto à população, o município regista 54 919 habitantes, um número ligeiramente inferior aos 55 398, apurados nos Censos de 2011. 
Esta contração é reflexo do facto de o número de óbitos, 445, ter ultrapassado o dos nascimentos, 413. Por outras palavras, a taxa de mortalidade (8,1 ‰) é superior à taxa de natalidade (7,5 ‰). 
Infelizmente, esse é um panorama que se observa em todo o país. O que exige que os portugueses reajam ante presságios tão alarmantes para o seu futuro.
Outro dos fatores que contribuíram para a diminuição da população foi o saldo migratório negativo, isto é, o número de cidadãos que deixou de residir no concelho foi superior aos que se fixaram pela primeira vez. 
Pela magnitude dos nascimentos, 413, como se indicou, se conclui que, em regra, ocorreu um por dia em 2013, a maioria dos quais foi de meninos, 218. 
Dos nascidos, 123 foram em famílias não constituídas formalmente e 67 aconteceram em outras situações “ fora do casamento ”, na terminologia do INE. 
Quanto ao género, a maioria dos residentes – 52,2% - é do sexo feminino. No entanto, até aos 24 anos, os rapazes são mais do que as raparigas. Somente a partir os 25 anos, o número de mulheres começa a superar o dos homens. 
Por faixas etárias, os idosos – com 65 e mais anos – são em maior número do que os jovens até aos 14 anos. O que é um sintoma da evolução contraditória da sociedade: de um lado é capaz de garantir melhores condições aos seus membros, o que possibilita que as pessoas vivam mais; do outro, dificulta, ou não cria condições adequadas para a constituição de família e para o exercício da maternidade, principalmente pelos mais jovens. 
O resultado é o progressivo envelhecimento da sociedade, o que a coloca ante complexos problemas para resolver. 
Anote-se que, apesar disso, a população do concelho é das mais jovens do país. 
Ainda neste âmbito, observa-se que o índice de longevidade do município (45,9%) é nitidamente inferior ao seu congénere de Portugal (49,0%). O que não é bom, pois sugere que a mortalidade concelhia entre os idosos com 65 e mais anos é superior à média nacional. Creio que se deveria averiguar a razão de tão funesto acontecimento: qual o motivo para que, a partir dos 65 anos, se morra mais no município do que no país?
Continuando, o casamento formal destaca-se na hora de constituir família. No ano de referência, 2013, o seu total foi de 157, o que perfaz uma média de 3 casamentos por semana, aproximadamente.
 Contudo, o casamento católico, num total de 67, já não é o predominante. O civil, com 88 realizados, é que passou a ser. 
Como seria de esperar, praticamente todos os casamentos, 156, celebraram-se entre pessoas do sexo oposto. Apenas um se consumou entre nubentes do mesmo sexo. 
Mas os matrimónios também acabam. Neste caso, foram em número substancialmente superior aos que se constituíram. O INE indica que se dissolveram 329; sendo que, por morte, foram 211 e, por divórcio, 118. 
De resto, o número de divórcios corresponde a 75,2% das novas uniões conjugais, isto é, por cada 100 novos casamentos, 75 dos existentes chegaram ao fim por separação dos cônjuges. O que, talvez, seja razão para questionar se a instituição do casamento não está em crise. 
Finalmente, residem legalmente no concelho 735 estrangeiros, cujas comunidades mais significativas são a brasileira, 151 brasileiros, a romena, 114, a ucraniana, 102, e a chinesa, com 62 chineses.


Esmoriz, Dezembro de 2014

Albertino Pinto


Correio dos Comunicados Políticos - PCP defende responsabilização do governo na Pousada de Juventude de Ovar

   

Comissão Concelhia do PCP-CDU Ovar



A Comissão Concelhia de Ovar do PCP saúda o recuo na decisão governamental relativamente ao processo de "lay-off" na Pousada de Juventude de Ovar no ano de 2015. 
A ameaça de lay-off foi avançada em Novembro e estendia-se a um total de 16 pousadas de Juventude a nível nacional, incluindo a de Ovar, invocando baixa sazonalidade. Isto significava que durante meses estes trabalhadores, já em dificuldades financeiras, receberiam um brutal corte no salário reduzindo-o a apenas um salário mínimo.
O PCP foi a única força política local a denunciar este processo, quer através de nota à comunicação social dando conta da evolução preocupante quanto à Rede Nacional de Turismo Juvenil e ao processo de lay-off, quer na Assembleia Municipal, através do seu deputado Miguel Jeri, na sessão ordinária de Dezembro deste órgão. Foi nesta mesma reunião, e na sequência da interpelação de uma das trabalhadoras da Pousada, que o Presidente da Câmara informaria pela primeira vez a população sobre esta questão de vital importância, anunciando estar em estudo uma solução que incluiria um “crédito de alojamento” por parte da CMO à MOVIJOVEM, que garantiria o recurso da CMO à Rede Nacional de Turismo Juvenil (RNTJ) ao longo do ano, no valor de 30.000€.
O eleito do PCP, considerando ser a viabilidade da RNTJ uma competência da administração central e não das câmaras municipais, questionou a CMO sobre as consequências do não cumprimento deste “crédito”, questionando igualmente sobre a existência de algum plano de valorização da Pousada de Juventude no âmbito das competências municipais, nomeadamente quanto a acessibilidades e promoção do equipamento, sem resposta satisfatória do Presidente da Câmara.
Na mesma reunião, e na sequência de uma exposição sobre a situação financeira da Pousada de Juventude, o Presidente da Câmara assumiria como plausível, entre outras soluções, um cenário de privatização da mesma. 
Apenas na reunião de câmara do dia 18 de Dezembro a CMO viria a aprovar uma proposta de protocolo de colaboração com a MOVIJOVEM, referindo através de nota de imprensa que iria “adquirir um pacote anual de reservas de alojamento e salas de reunião, no valor de 30 mil euros, que servirá para minimizar as várias despesas de alojamento suportadas pela autarquia ao longo do ano.”
Posto isto, a Comissão Concelhia de Ovar do PCP:
Realça a função abrangente e de utilidade pública da RNTJ para a promoção e garantia de direitos constitucionais juntos dos jovens, função eminentemente social e estratégica para o futuro do País;
Salienta que a Pousada de Juventude de Ovar constitui um factor de desenvolvimento económico e social de inegável importância para o concelho como um todo, interessando a sua viabilidade não apenas aos seus trabalhadores e utentes, mas também às pequenas e médias empresas, pelo dinamismo económico que promove na economia local com garantia de mais postos de trabalho;
Reafirma que a sustentabilidade financeira da Movijovem é competência da administração central, entendendo que os trabalhadores, os utentes, a população e os órgãos autárquicos (nomeadamente a Câmara Municipal) deverão lutar para que o governo assuma as suas responsabilidades nesta matéria - função da qual a CMO se demitiu, mantendo a mesma linha de conivência com o governo nas situações em que este lesa o interesse dos cidadãos;
Realça que, dada a sua função de utilidade pública, a sustentabilidade financeira da RNTJ não depende obrigatória e exclusivamente das receitas do alojamento, devendo o governo transferir as verbas necessárias através do Orçamento de Estado (OE) que assegurem o normal funcionamento da RNTJ;
Lembra que este é um governo que, por opção própria, tem sucessivamente desinvestido em políticas públicas, incluindo políticas de promoção dos direitos da juventude, ao mesmo tempo que mantém as mesmas benesses ao grande capital, alocando, por exemplo, cerca de 8.200 milhões de euros no OE para 2015 só para pagamentos de juros de uma dívida que se recusa a renegociar;
Considera positivo que a autarquia tenha decidido priorizar o alojamento neste equipamento, como apoio às actividades que realiza, lamentando apenas que até agora isso não tenha sido feito;
Considera no entanto inaceitável que a solução encontrada obrigue a autarquia ao cumprimento de um valor de 30.000€, transferindo para ela, em caso de o não utilizar totalmente, um ónus financeiro que deveria ser do governo, e não da autarquia;
Considera que, para além do atrás exposto, esta é uma solução meramente temporária e que se abstém de exigir junto do governo a verba necessária à viabilidade da Pousada de Juventude, bem como de garantias de longo prazo;
Considera preocupantes as declarações do Presidente da Câmara de aceitação de um cenário de ulterior privatização do equipamento, assumida na última Assembleia Municipal, na linha de posições anteriormente assumidas de apoio implícito às políticas governamentais da mesma cor política;
Defende que, no âmbito das suas competências, a autarquia estude uma solução estratégica de longo prazo, que passe pela i) priorização do alojamento na Pousada de Juventude nas actividades realizadas pelas CMO, Juntas de Freguesia e outras entidades ii) pela promoção deste equipamento através dos serviços de turismo do município; iii) pelo estudo de soluções de mobilidade que a valorizem iv) pela defesa do seu carácter público para prossecução do interesse colectivo;
Alerta uma vez mais para as movimentações governamentais que apontam para a privatização deste equipamento, descritas no Decreto-Lei 132/2014.
Sobre esta matéria, o PCP questionará a Câmara Municipal sobre os termos deste protocolo, comprometendo-se ainda a questionar o governo sobre o futuro da Pousada de Juventude de Ovar.
Os comunistas, saudando o recuo do governo nesta matéria, apelam aos interessados, nomeadamente trabalhadores, população e utentes, para estarem atentos aos desenvolvimentos preocupantes no que respeita à RNTJ, com a certeza de que apenas a sua luta poderá travar.


Ovar, 28 de Dezembro de 2014
A Comissão Concelhia de Ovar do PCP

Correio dos Comunicados Políticos - A União de Freguesias de Ovar organizou em Dezembro o concurso "Postal de Natal"

A Exposição dos Postais do Concurso “Postal de Natal 2014”, uma iniciativa da União das Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira Jusã dirigida aos alunos do ensino básico e pré-primário foi inaugurada no dia 15 de dezembro, pelas 18 horas, nas instalações de Ovar.
Aderiram à iniciativa “Postal de Natal 2014” da União das Freguesias de Ovar: o Jardim de Infância de São Vicente de Pereira Jusã, Jardim de Infância de São João, Jardim de Infância do Furadouro, Jardim de Infância da Habitovar, Jardim de Infância da Oliveirinha, Jardim de Infância São Donato, Jardim de Infância Ponte Nova, Centro Escolar dos Combatentes, EB Outeiral, EB São Vicente de Pereira Jusã, EB São João, Centro Social de São João, EB Furadouro, EB Habitovar, EB Oliveirinha, EB Carregal, EB Cabanões, EB São Donato, EB Murteira, EB Ponte Nova, Grupo de Acção Social de São Vicente de Pereira Jusã, Ensino Estruturado de Autismo São Donato, Centro Social da Habitovar, Externato São Miguel, Associação de Pais do Infantário e Jardim de Infância da Escola Preparatória de Ovar.
A União das Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira Jusã agradece toda a colaboração prestada pelos agrupamentos, professores, educadores, associação de pais e a todos os alunos que participaram no 2.º Concurso “Postal de Natal 2014”.






sábado, 3 de janeiro de 2015

Reportagem Cultural III - O Cemitério de Esmoriz

Antigamente, os enterramentos eram realizados no interior ou em redor dos templos cristãos. Como refere Aires de Amorim "o povo de outros tempos, alheio a problemas de higiene, queria-se, vivo ou morto, junto de um altar". Em 1861, o panorama começa a mudar, com os falecidos a serem sepultados no adro da Igreja, mas as invasões constantes por parte dos animais e as paredes do templo que começaram a fender (devido à proximidade de alguns enterramentos), fez então com que a Junta de Paróquia de Esmoriz tomasse uma decisão em 1865, solicitando à Câmara Municipal da Feira a construção imediata dum cemitério. 
As obras arrancaram em 1869 e foram concluídas em 1875. Ao longo dos tempos, o cemitério sofreu ainda alargamentos para abranger mais moradas para aqueles que tinham partido entretanto para o outro mundo. Neste âmbito, decorreram obras de expansão em 1918-1925, 1941, 1960 e 1979.
Actualmente o Cemitério de Esmoriz encontra-se muito próximo da Igreja Matriz local e da Capela da Penha, onde se realizam funerais da gente da terra, e ainda pisca um olho, nas suas traseiras, ao edifício da Junta de Freguesia de Esmoriz e à EN 109.
Estima-se que anualmente receba centenas ou até milhares de visitas daqueles que vêm para orar pela salvação das almas dos seus entes queridos, e procurando igualmente a sua intercessão no outro mundo para que a vida terrena se possa desenvolver em paz e harmonia.
O nosso cemitério apresenta ainda alguns jazigos que se pautam pela arte do azulejo, modelo bastante comum nesta região.
Recorde-se que este não terá sido o primeiro cemitério a existir em Esmoriz, visto que há uma necrópole antiga, presumivelmente do período suevo-visigótico (séculos V-VIII), soterrada em Gondesende. O dever de honrar os mortos, ora no Mundo ora em Esmoriz, já reivindicava um legado deveras ancestral.




Imagem nº 1 - O Cemitério de Esmoriz.
Retirada de: http://www.eurekabooking.com/en/guide/portugal/esmoriz/photos.html, (foto de Belmiro Teixeira).



Citamos ainda um poema magistral de Antero Quental dedicado àqueles que já partiram, e muito provavelmente, àqueles que se seguirão no futuro, pois é certo e seguro que todos nós também para lá caminhamos inevitavelmente...



Com os Mortos
(Poema da autoria de Antero Quental in "Sonetos")


Os que amei, onde estão? Idos, dispersos, 
Arrastados no giro dos tufões, 
Levados, como em sonho, entre visões, 
Na fuga, no ruir dos universos... 


E eu mesmo, com os pés também imersos 
Na corrente e à mercê dos turbilhões, 
Só vejo espuma lívida, em cachões, 
E entre ela, aqui e ali, vultos submersos... 


Mas se paro um momento, se consigo 
Fechar os olhos, sinto-os a meu lado 
De novo, esses que amei vivem comigo, 


Vejo-os, ouço-os e ouvem-me também, 
Juntos no antigo amor, no amor sagrado, 
Na comunhão ideal do eterno Bem. 




Imagem nº 2 - Retrato de Antero Quental (1842-1891) que homenageou aqueles que já partiram neste seu belo soneto.



Nota extra: É de elogiar o papel da Comissão de Melhoramentos de Esmoriz (na sua página do Facebook) e do Jornal O Malho Tanoeiro que prontamente divulgam os nomes daqueles que deixaram o nosso mundo, depois duma estadia fugaz por esta esbelta terra à beira-mar.


Referência Bibliográfica Consultada: AMORIM, Aires de - Esmoriz e a sua História. Esmoriz: Comissão de Melhoramentos de Esmoriz, 1986.