quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Barrinha de Esmoriz gera debates entre especialistas

As obras de reabilitação da Barrinha de Esmoriz poderão arrancar muito em breve, contudo o projecto que está em cima da mesa poderá não originar consensos entre especialistas e membros de colectividades ambientais.
Em causa, não está só a necessidade fulcral de eliminar os focos poluentes, como é também essencial que as intervenções não provoquem a debandada de várias espécies inerentes à avifauna e que se encontram no meio envolvente.
Por outras palavras, existem biólogos e amantes da natureza que defendem acções que se concentrem exclusivamente na génese dos principais problemas da Barrinha (isto é, as pragas da poluição e do assoreamento), sem mexer muito na configuração exterior da lagoa, o que poderia afugentar, por exemplo, várias colónias de aves. As obras de reabilitação são necessárias, mas não devem transformar um "sítio ambiental repleto de biodiversidade" numa "lagoa turística" para consumo maioritariamente humano. Não é pois essa a essência da Barrinha. E é isto que gera imensas preocupações neste preciso momento. 
Arménio Moreira, Presidente do Movimento Cívico Pró-Barrinha, é uma das personalidades que não foge muito a esta opinião, alegando que é imperioso identificar e neutralizar as fontes poluentes, além de que os procedimentos na vertente exterior devem ser limitados, isto é, no seu entender, bastava apenas concretizar o projecto da ponte (conectada por passadiços de ambos os lados) que outrora chegou a garantir a ligação entre Esmoriz e Paramos. 
Também a nossa opinião é idêntica. As intervenções na Barrinha são essenciais (isso nem se discute!), mas é lógico que o seu impacto não deve comprometer a riqueza da fauna e da flora que ainda abundam no espaço. Isso seria destruir a essência da Barrinha, seria forçá-la a ser, a partir de agora, apenas "amante do homem". E a lagoa não poderá ser vassala do egoísmo humano. 
Façamos votos para que os mentores das obras demonstrem zelo e conhecimento de causa durante as intervenções que venham a ser colocadas em prática. Por vezes, é necessário saber encontrar um "meio-termo" e conciliar as vertentes propostas (a naturalista e a humana).


Foto da autoria de José Fangueiro

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