sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Poema do Mês de Novembro de 2018


Quando Está Frio no Tempo do Frio
(Poema da autoria de Alberto Caeiro, heterónimo de Fernando Pessoa)


Quando está frio no tempo do frio, para mim é como se estivesse agradável, 
Porque para o meu ser adequado à existência das cousas 
O natural é o agradável só por ser natural. 

Aceito as dificuldades da vida porque são o destino, 
Como aceito o frio excessivo no alto do Inverno — 
Calmamente, sem me queixar, como quem meramente aceita, 
E encontra uma alegria no fato de aceitar — 
No fato sublimemente científico e difícil de aceitar o natural inevitável. 

Que são para mim as doenças que tenho e o mal que me acontece 
Senão o Inverno da minha pessoa e da minha vida? 
O Inverno irregular, cujas leis de aparecimento desconheço, 
Mas que existe para mim em virtude da mesma fatalidade sublime, 
Da mesma inevitável exterioridade a mim, 
Que o calor da terra no alto do Verão 
E o frio da terra no cimo do Inverno. 

Aceito por personalidade. 
Nasci sujeito como os outros a erros e a defeitos, 
Mas nunca ao erro de querer compreender demais, 
Nunca ao erro de querer compreender só corri a inteligência, 
Nunca ao defeito de exigir do Mundo 
Que fosse qualquer cousa que não fosse o Mundo. 




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Retrato de Fernando Pessoa, célebre poeta e escritor português que viveu entre 1888 e 1935.
Poema extraído da Página Citador.

Cartoon do Mês de Novembro 2018



Imagem nº 1 - A atitude autoritária de Donald Trump, presidente dos EUA, perante os jornalistas do seu país em plena Casa Branca tem dado muito que alar. O facto de um jornalista da CNN ter sido banido daquele lugar motivou mesmo uma reacção enérgica da parte dos Media Norte-Americanos. 
A CNN processou Trump e exigiu, de imediato, o regresso do jornalista suspenso, sendo apoiada pela Fox News.
Cartoon da autoria de Steve Sack (artista norte-americano que venceu o Prémio Pullitzer em 2013) no Jornal "Daily Courier".

Foto do Mês de Novembro de 2018




Imagem nº 1 - O colapso da estrada de Borba ditou a morte de cinco pessoas, sendo que o corpo de uma das vítimas ainda está por encontrar. As buscas já duram há vários dias. A tragédia ocorrera no passado dia 19 de Novembro. Autarquia de Borba e Estado/Governo Português não querem assumir responsabilidades, trocando acusações. 
Foto da autoria de Nuno Ferreira Santos (Jornal Público).

Começam as obras na rua dos Tanoeiros

Começaram, em meados deste mês de Novembro as intervenções de requalificação urbana da Rua dos Tanoeiros. Com um investimento a rondar os 200 mil euros, as obras deverão conhecer uma duração de seis meses. 
Além da repavimentação da rua e das empreitadas ao nível do saneamento e instalação de redes de drenagem de águas pluviais, está prevista a construção de um espaço ou corredor apropriado para a passagem pedonal (isto é, o respectivo passeio).
A rua dos Tanoeiros era uma das vias que apresentava um maior estado de degradação dentro da cidade de Esmoriz, não sendo alvo de intervenção profunda já há várias décadas.




Foto da nossa autoria

MarAnimais associa-se a “Cãominhada”

A Associação Maranimais, sediada em Cortegaça e detentora de um abrigo instalado em Esmoriz, participou na “Cãominhada” de São Martinho que teve lugar nos passadiços de Arcozelo, Vila Nova de Gaia, durante a tarde do passado dia 17 de Novembro.
O evento contou com o desfile de dezenas de cães, de diferentes raças, supervisionados pelos próprios donos. A própria entidade trouxe alguns patudos que assim usufruíram de um dia especial, bem diferente daquele que enfrentam diariamente nos seus abrigos. 
A tradição de São Martinho chegou assim também aos animais de quatro patas.




Imagem nº 1 - A Cãominhada de São Martinho decorreu em Arcozelo.
Direitos da Foto - Studio4Patas & Patas Errantes 

Plantações do Campo das Vacas tombadas devido aos temporais

A tempestade Leslie em Outubro, juntamente com outros temporais ocorridos em Novembro, terá feito com que algumas árvores tivessem ficado tombadas, ou semi-caídas, no Campo das Vacas. Tratam-se de plantações realizadas em 2013 através da iniciativa conjunta da Junta de Freguesia de Esmoriz e das colectividades locais. Na altura, projectou-se o nascimento de amieiros, pilriteiros, salgueiros, carvalhos, choupos e freixos de forma a reabilitar aquele espaço verde. Todavia, o mau tempo recente fez com que algumas destas árvores, ainda em fase de crescimento (houve outras que não singraram!), tivessem ficado em mau estado, pelo que seria do maior interesse público o recurso a um jardineiro que pudesse endireitá-las e salvá-las, até porque, daqui a uns anos, quando atingirem a sua “maturidade”, irão ser uma parte integrante da paisagem envolvente no acesso sul aos passadiços da Barrinha de Esmoriz.





Foto da nossa autoria

Alunos da Universidade Sénior visitam ex-libris da Cidade do Porto

No passado dia 16 de Novembro, alguns alunos da Universidade Sénior de Esmoriz ficaram a conhecer vários edifícios da cidade do Porto que se pautavam pela sua simbologia histórica e artística. A visita de estudo decorreu no âmbito da disciplina de “História da Arte”. Dentro deste contexto, os seniores visitaram a Estação de São Bento, a Igreja dos Congregados, a Avenida dos Aliados, a Igreja e Museu da Misericórdia, a subida e a panorâmica oferecidas pelo elevador dos Guindais, a Igreja de Santa Clara e a Igreja de Santo Ildefonso. 
Os seniores puderam contemplar a arquitectura exterior destes espaços, além das esculturas e pinturas que os mesmos poderiam albergar. No caso dos templos cristãos, os ornamentos da arte sacra mereceriam especial atenção. 
Além disso, os alunos reforçaram os seus conhecimentos em torno da história cultural da cidade invicta e dos seus ex-libris.




Foto - Universidade Sénior de Esmoriz

Centro Comunitário de Esmoriz promoveu seminário sobre as dependências

No passado dia 9 de Novembro, o Centro Comunitário de Esmoriz promoveu o seminário “Às Voltas com as Dependências” que teve assim lugar na Escola de Artes e Ofícios de Ovar. A iniciativa pretendia assinalar o décimo aniversário do projecto “Dá a Volta” que a entidade esmorizense havia concebido, no concelho de Ovar, para minimizar eventuais riscos ou danos junto de pessoas que revelem comportamentos aditivos ou que manifestem outro tipo de dependências nefastas. 
O auditório daquele estabelecimento contou com uma boa assistência, embora não tenha ficado lotado.  
No seminário foram debatidos inúmeros temas tais como o Modelo Português de Intervenção nas Dependências, a importância das equipas de Redução de Riscos e Minimização de Danos (RRMD) no tratamento, o futuro da RRMD em Portugal, as dependências sem substâncias e as novas substâncias e consumidores, assim como a problemática do álcool e metodologias de intervenção da RRMD na mesma. Por fim, foi ainda realizado um debate sobre a intervenção em contextos recreativos e discutiu-se igualmente o trabalho em torno do drama da prostituição e o futuro das políticas nos comportamentos aditivos na perspectiva dos consumidores. 
O seminário contaria ainda com a presença do Dr. Manuel Cardoso, sub-director geral do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD). Além disso, foram partilhados testemunhos por parte dos técnicos das equipas de tratamento de Aveiro e das equipas de rua do Porto, Barcelos e Lisboa, de professoras universitárias da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto e do Instituto Superior de Psicologia Aplicada de Lisboa, e de um representante da Associação CASO - Consumidores Associados Sobrevivem Organizados. 
O evento serviu naturalmente para passar a mensagem de que o combate às drogas, aos vícios na bebida (álcool), às dependências virtuais e à prostituição/exploração sexual deve continuar a todo o custo, até porque os resultados obtidos, embora ainda estando longe dos patamares de perfeição, pelo menos, já foram suficientes para mudar a vida de algumas pessoas para bem melhor. As equipas de rua e de acompanhamento são vitais na reinserção social dessas pessoas na vida familiar e laboral. 
O Centro Comunitário de Esmoriz é uma das instituições mais atentas da região ao problema das dependências, tendo já realizado seminários, workshops e acções de sensibilização sobre o tema, isto já, para não mencionar o seu próprio projecto “Dá a Volta”, cuja designação é bastante elucidativa quanto aos seus propósitos. 













Fotos enviadas pelo Centro Comunitário de Esmoriz

terça-feira, 27 de novembro de 2018

Sporting Clube de Esmoriz esmagou Mansores

Num jogo entre equipas que têm actuado a bom nível, o Sporting Clube de Esmoriz assumiu o favoritismo derivado do factor casa e derrotou o Mansores por 3-0. Os golos foram apontados por Bilu (bisou aos 48 e 68 minutos) e Maxence Parente (nos descontos finais da partida). A equipa orientada por Sérgio Machado recuperou lugares, estando agora no sexto posto com 20 pontos somados. No topo, o Beira-Mar continua imparável somando 28 pontos em 10 jogos realizados (isto é, só desperdiçou 2 pontos até agora; tem ainda um jogo a menos) e afigura-se como grande candidato à subida ao Campeonato Nacional de Seniores.
Na próxima partida, agendada para 9 de Dezembro, o Sporting Clube de Esmoriz irá ao terreno do São João de Ver (5º classificado).
Antes disso, no dia 2 de Dezembro, a equipa da Tanoaria disputa uma eliminatória da Taça Distrital de Aveiro, deslocando-se assim à Carregosa.



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Foto meramente exemplificativa retirada do Site Maisfutebol


Esmoriz Ginásio Clube vence Caldas

O Esmoriz Ginásio Clube recebeu e venceu, de forma contundente, o Sporting Clube das Caldas por 3-0 em sets (25-22, 25-18, 25-20). Com a aproximação do final da primeira volta, a equipa da Barrinha manteve a sexta posição, passando agora a contabilizar 18 pontos. Espera-se uma época tranquila até porque os dois últimos classificados, Associação Académica de Espinho e Clube K, só contam respectivamente com 1 e 0 pontos.
Seguem-se agora duas visitas - uma à do campeão em título, o Sporting, e outra ao reduto do Famalicense (10º classificado).



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Direitos da Foto - Esmoriz Ginásio Clube

A Comissão Social de Freguesia vai voltar a dinamizar a atividade da Árvore Solidária.

🎁 Esta ação tem o intuito de angariar presentes de natal para as crianças (e seus irmãos), até aos 14 anos, residentes na Freguesia de Esmoriz, que têm processo ativo na Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Ovar.
A pessoa que tenha interesse em colaborar terá de recolher uma bola ou estrela da Árvore Solidária, que contem a identificação do sexo e idade da criança, para posteriormente comprar um presente e entregar na Junta de freguesia de Esmoriz até ao próximo dia 17 de dezembro.
A Junta de Freguesia de Esmoriz fará chegar os presentes angariados à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Ovar.
⛪️ Neste sentido, a Árvore estará na entrada da Igreja da Praia, no próximo domingo, dia 2 de dezembro, durante e após a Missa das 10h00m e a 9 de dezembro, na Missa das 11h00m na Igreja Matriz.




Direitos do Texto e do Cartaz - Página da Cidade de Esmoriz no Facebook

Esmoriz também precisa de um quebra-mar

Em primeiro lugar, é de louvar o facto de a Câmara Municipal de Ovar ter decidido avançar com o projecto de criação de dois quebras-mares no concelho que servirão assim as praias de Cortegaça e do Furadouro. Acções legítimas, sem dúvida. 
No entanto, continuamos a achar que este é um processo muito complexo e cujos resultados serão sempre uma incógnita, pese o investimento avultado (o qual não andará muito longe dos 20 milhões de euros, segundo adiantou a SIC Notícias) que a autarquia vareira estará disposta a fazer, sem contar com grandes apoios da tutela. 
O facto de este método nunca ter sido anteriormente aplicado em Portugal não ajuda a credibilizar a ideia de que esta será a estratégia messiânica mais adequada para evitar o avanço do mar nas próximas décadas, e é disso que estamos a falar, décadas, ou na pior das hipóteses, uma dúzia de anos. 
O exemplo espanhol de Alicante (talvez o único caso peninsular) não nos serve de muito. Esta localidade da província valenciana é banhada pelo Mar Mediterrâneo. Se olharmos bem para as imagens do quebra-mar, vemos que esta é a única barreira às investidas da ondulação, existindo depois o areal e até prédios. O Mar Mediterrâneo não é tão agitado como o Atlântico, como todos sabem. A realidade é completamente diferente. 
Os engenheiros da Universidade de Aveiro terão que adaptar os quebra-mares à realidade local que não é nada famosa. Se o conseguirem, e se por ventura, valer a pena o investimento, não se esqueçam também de Esmoriz. Fala-se muito do galgar do mar no Furadouro, mas o mesmo acontece frequentemente entre a Praia do Cantinho e a Praia dos Pescadores, em Esmoriz. Quem não se lembra de uma antiga casa da guarda fiscal ter sido engolida pelo mar no início do século passado? E porque não falar do destino similar que conheceu a antiga Capela da Praia? 
Aliás, Esmoriz, Cortegaça e Furadouro têm sido as principais vítimas do avanço marítimo, pelo que a cidade da Tanoaria não pode nem deve ser ignorada nesta temática. 



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Imagem nº 1 - A Fúria do Mar na Praia do Cantinho
Foto da autoria de Arménio Moreira

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Câmara Oculta XXVI

A cada entardecer, a Praia dos Pescadores oferece-nos toda uma panorâmica muito atractiva. Adérito Ferreira, fotógrafo esmorizense, voltou a presentear-nos com mais uma excelente imagem da nossa terra à beira-mar.
O paredão, a praia, o mar, as nuvens acinzentadas mas com "lustros" alaranjados, aspectos de uma paisagem que, mesmo quando adormece, continua a ser sempre bela.




Direitos da Foto - Adérito Ferreira

terça-feira, 20 de novembro de 2018

Novos Quebras-mares poderão ser uma realidade em Ovar

Poderão ser, pelo menos, três, os quebra-mares que se implementarão futuramente no Distrito de Aveiro, no decurso dos próximos anos. De acordo com a SIC Notícias, estamos a falar de barreiras construídas no mar e que forçam as ondas a rebentarem antes de atingirem a costa. O investimento total nestas três infraestruturas irá ficar-se pelos 20 milhões de euros, sendo este financiamento quase exclusivo da parte das autarquias.
No entanto, é bom sublinhar que tal método nunca fora experimentado anteriormente em Portugal, e a sua viabilidade ainda está a ser analisada pelos engenheiros responsáveis pelo estudo. 
Caso os estudos sejam aprovados, Ovar irá receber dois quebras-mares, em Cortegaça e no Furadouro, enquanto Vagos ficará com outro.
Os especialistas dizem que não existem métodos perfeitos para suster o avanço do mar, pelo que estão a acompanhar minuciosamente todos os detalhes do projecto, de forma a poder elaborar uma opinião sólida sobre o mesmo.




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Imagem nº 1 - Um quebra-mar em Alicante (Espanha). Os resultados inerentes a este quebra-mar têm sido inconclusivos até porque a ondulação naquela região costeira espanhola não é tão agitada como a nossa. Aliás, Alicante é banhada pelo Mar Mediterrâneo.

Correio dos Comunicados Políticos - Fernando Almeida (CDS-PP) lamenta falta de iluminação no Furadouro


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Fernando Almeida, membro da Assembleia Municipal e representante máximo do CDS-PP Ovar, gravou um vídeo, difundido a mensagem de que há falta de iluminação no Furadouro, cenário que pode colocar em causa a segurança de todos os que por ali circulam. O autarca responsabiliza a Câmara Municipal de Ovar bem como a própria EDP.




Vídeo nº 1 - Fernando Almeida, CDS-PP Ovar, lamenta a falta de iluminação no Furadouro.

Correio dos Comunicados Políticos - JSD Ovar promoveu em Outubro a 1ª Edição das Jornadas Laranja

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JSD Ovar promoveu a 1ª edição das Jornadas Laranja


No lançamento das Jornadas Laranja, a JSD Ovar trouxe vários oradores para falarem acerca das suas experiências laborais, numa plateia recheada de jovens.

Realizou-se no passado dia 13 de Outubro, a primeira edição das Jornadas Laranja, evento organizado pela JSD Ovar, completamente gratuito e que promete trazer à discussão vários temas importantes para os jovens do nosso país, mas fundamentalmente para todos os jovens do município de Ovar.
Esta primeira edição, intitulada de “Atividade Laboral: Por Onde Começo”, esteve dividida em dois painéis: “Empregabilidade: Que Apoios” e “Empreendedorismo e Proatividade”. No primeiro painel foram convidados André Guimarães (ex-colaborador do IEFP e do GIP Valadares), Sandra Fernandes (impulsionadora do GIP Esmoriz) e Sofia Jervis (Associação Bioliving). O segundo painel contou com André Cristiano (Sócio-Gerente Uncle Joe’s) e Samuel Silva (Personal Trainer).
Durante a tarde de sábado, os jovens que se deslocaram até ao Polo de Capacitação e Inovação Social de S. João de Ovar, mostraram-se bastante interessados e interativos, o que contribuiu para o debate de ideias e de experiências, que em suma fez com que todos os participantes saíssem do evento mais “ricos” do que o que entraram.
De destacar a participação não só de jovens ligados à estrutura da JSD Ovar, bem como a jovens de todos os pontos do município. Fica então dado o pontapé de saída das Jornadas Laranjas, uma atividade de destaque da secção concelhia de Ovar da JSD e que tem em vista prolongar-se ao longo deste mandato por vários pontos distintos do concelho.

Ovar, 15 de Outubro de 2018
Gabinete de Comunicação - JSD Ovar




Correio dos Comunicados Políticos - Vítor Amaral (PS) explica porque é que o PS votou contra o orçamento municipal preparado para o próximo ano


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RESUMO DA REUNIÃO DO EXECUTIVO DA CÂMARA MUNINICPAL DE OVAR DE 31.10.208


Na última reunião de Câmara foi aprovado o orçamento para 2019, com uma previsão de cerca de trinta e cinco milhões de euros.
Na apresentação, o presidente da Câmara salientou que neste orçamento não está incluído o saldo de gerência, que será apurado apenas com a apresentação das contas de 2018, e que esta verba será direcionada para investimento. Destacou as obras previstas realizar no âmbito do PEDU, no centro da cidade de Ovar, Bairro do SAAL, Conjunto Habitacional do Furadouro, parque escolar (Escola Secundária Júlio Dinis e algumas escolas do 1º ciclo) e a construção de duas pistas pedonais. Referiu ainda o que diz ser “uma preocupação na política ambiental) com destaque para o Econcentro e as obras no Esmoriztur, Centro Cívico de Arada e requalificação do Pavilhão de Válega, assim como as obras no edifício dos Paços do Concelho e a conclusão do projeto da Escola Oliveira Lopes. Fez também referência aos quebra-mares destacados nas praias do Furadouro e Cortegaça e à possibilidade de captação de grandes investimentos em parceria com a Câmara Municipal da Feira. Deu informação sobre o projeto de reabilitação da linha férrea, com requalificação dos apeadeiros e cais e sobre a possibilidade da EN109 ser reclassificada e passar para a Câmara a responsabilidade da sua requalificação.
Na análise crítica que os vereadores do PS fizeram, saliento:

O aumento do consumo de eletricidade de cerca de 30%, o que demonstra que não foram tomadas medidas para uma maior eficiência energética.
Os edifícios e equipamentos municipais carecem de manutenção e alguns deles de obras de conservação e até de reabilitação. Salientamos a necessidade duma urgente intervenção no edifício dos Paços de Concelho, Biblioteca Municipal, edifício da Junta de Maceda, USF e Polo de Arada, entre outros, já previsto nos orçamentos anteriores.
Louvamos o facto de estar prevista a remodelação do edifício da PSP, mas lamentamos que essa previsão aponte apenas para 2020.
Registamos positivamente a inclusão da obra do eixo urbano Visconde de Ovar – S. Miguel, da obra de reabilitação do Bairro do SAAL, bem como as obras na Avenida do Emigrante e a Ecopista Florestal. 
Grande parte das obras previstas transitam de orçamentos anteriores, o que demonstra que, apesar do orçamento ser uma previsão, o executivo prevê muito mal, impondo-se um maior rigor nessas previsões.
Registamos positivamente a inserção da obra de inserção na Escola da Habitovar, mas, ao contrário, a requalificação da Escola do Furadouro foi atirada para 2020, apesar da sua execução estar no orçamento do ano em exercício.
De estranhar e lamentar o facto de ter sido eliminada a rubrica “prevenção da floresta”, que constava do orçamento em exercício com previsão para 2019 de mais de 460.000 euros.
Saudamos a previsão da criação dos Transportes Urbanos Vareiros, o que também defendemos no nosso programa eleitoral, só pecando por esta iniciativa ser atirada para 2020 e com uma verba que consideramos irrisória.
Há um claro desinvestimento na área das tecnologias de informação, não se refletindo no orçamento a verba que nos foi transmitido que era necessária para atualizar o sistema informático, quando fizemos a análise crítica do site.
Apesar de fazer parte, e bem, do programa eleitoral do PSD de 2013 e repetido em 2017, decorridos que serão 6 anos em 2019, não há ainda previsão para este ano do lançamento de Hotspots-wifi no concelho.
O apoio da recuperação de fachadas mereceu o nosso aplauso há um ano atrás, mas a verba que lhe estava destinada (€40.000,00) pareceu-nos manifestamente baixa para alcançar o elevado número de prédios que poderão preencher os requisitos de candidatura a este apoio. 
Estranhamos a inclusão da irrisória verba de €5.000,00 para as áreas de acolhimento empresarial por refletir que o executivo em permanência não pretende cumprir o que estabeleceu no seu programa eleitoral e apelamos para que parte do saldo de gerência lhe venha a ser imputado.
O facto do orçamento deixar de refletir as ruas que serão intervencionadas e passar a ter uma rubrica geral para cada freguesia, deixa ao executivo um livre arbítrio e uma enorme incerteza para os fregueses de cada uma das nossas freguesias. Quanto às vias que ainda são identificadas no orçamento todas elas transitam de orçamentos anteriores. 
Não concordamos com mais uma adiamento da construção da rotunda junto à Pousada da Juventude.
Saudamos a execução de algumas obras na rede viária em Esmoriz e a previsão para 2019 da Rua Álvaro Velho, com ligação à Rua Nuno Tristão e a inclusão da beneficiação da Praça José Régio, em Ovar.
Lamentamos que ainda não haja um plano de dinamização e reconversão dos nossos mercados e que se tenha desinvestido nas obras de conservação dos mesmos, reduzindo-se o orçamento em 50%.
Lamentamos também o desinvestimento no plano de eficiência energética.
Nos recursos hídricos o desinvestimento é abissal, de quase €50.000,00, em verbas como a manutenção e limpeza de valas e linhas de água e limpeza e desobstrução de coletores e redes de águas pluviais. 
No que respeita a parques e jardins salientamos de forma muito negativa a grave falta de manutenção. Vejamos: no orçamento de 2018 foi à verba de manutenção de parques o valor de 65.000 euros e agora foi retirado mais 30.000, o que significa que em 2 anos reduziu quase 100.000 euros. 
Saudamos a obra do parque merendeiro de S. Vicente de Pereira e o início da requalificação dos jardins da Habitovar.
Não podemos aceitar que se desinvista na defesa da floresta contra incêndios, passando dum valor de 15.000 para 5.000 euros.
Saudamos o incremento de 15.000 euros no apoio às famílias para recuperação e melhorias habitacionais.
O investimento no Agrupamento de Escuteiros de Esmoriz tem sido sucessivamente adiado, quando era um previsão de execução para 2018 e que agora passa para 2020. 
Não se compreende o desinvestimento no “Festa”, com uma redução de 30.000 euros, ou seja, quase 40%, o que poderá corresponder a um reconhecimento de inêxito da iniciativa.
Aceitamos o incremento da verba destinada ao festival literário, que poderia ser maior, com vista a uma maior projeção da iniciativa.
O projeto Maio do Azulejo sofreu uma redução de 30% quando, ao contrário, merecia um incremento, de forma a dar-lhe maior visibilidade e projeção, tanto no concelho e região, como a nível nacional.
Não conhecemos iniciativas que visem tornar o carnaval autossustentável, continuando-se a incrementar esta rubrica. 
No que à cultura diz respeito, há um claro desinvestimento. 
Apesar do orçamento de 2018 já prever obras de reabilitação e conservação do edifício da piscina municipal, passa agora para 2020 e 2021.
Lamentamos que a pista de atletismo de Arada, que tinha um investimento previsto para 2018, tenha agora sido atirada para 2020
Também no desporto há um desinvestimento global de cerca de 300.000 euros.
Há um desinvestimento a toda a linha no turismo, com redução de investimento em várias verbas como a passagem de ano, a animação de natal, na promoção do território, etc.. 
Aconselhamos mais uma vez o executivo em permanência a mudar o rumo do investimento na animação de praias e a investir no que temos, no nosso património cultural e recreativo, cimentado nas nossas associações.
Registamos negativamente uma redução de 50% nas reparações das escolas e jardins de infância, assim como um novo adiamento da reabilitação da escola do Gavinho.
Regozijamo-nos pelo IMT ter subido.
Grau de execução do PEDU deixa muito a desejar, tendo-se ficado pelos 10%, havendo cerca de 6M€ cativos destinados a estas obras.
É imperioso promover mais o concelho e reorganizar o turismo.
No desporto deve haver melhor redistribuição para aumentar a competitividade.

Lamentamos que o executivo em permanência não tenha ouvido os vereadores da oposição antes da apresentação da proposta de orçamento, para tentar saber quais eram as nossas propostas mas, mesmo assim, sugerimos, entre outras:

1. Requalificação do espaço da Biblioteca Municipal, incluindo a sua impermeabilização.
2. Obras de conservação e beneficiação no parque escolar do concelho (escolas do ensino básico e pré-escolar).
3. Construção do troço de ciclovia entre Ovar e o centro de Válega, a partir da Avª Dª Maria II.
4. Requalificação do centro urbano da Vila de Válega.
5. Construção de parques de estacionamento. Um no lado poente da estação de caminho de ferro de Esmoriz; outro no lado nascente da estação de Ovar; outro no centro da cidade de Ovar.
6. Iluminação da Rua para a Praia de S. Pedro, em Maceda.
7. Requalificação da Praia do Torrão de Lameiro, com a construção de parque de estacionamento e apoio de praia.
8. Construção das infraestruturas para a futura Área de Atividades Económicas Ovar-Sul.
9. Reabilitação do mercado de Arada e do mercado do Furadouro
10. Integração da  Igreja Matriz de Santa Maria de Válega na Rede Museológica do Concelho de Ovar, por forma, a estar permanentemente aberta ao público.
11. Beneficiação do Pavilhão Gimnodesportivo de Válega e zona envolvente.
12. Conclusão da rede de saneamento em todo o concelho.


Declaração de voto

O voto contra dos vereadores do PS baseia-se no facto da proposta que nos foi apresentada, tal como aconteceu no orçamento para o ano em exercício, não promover o investimento; não contemplar obras estruturantes e necessárias para o desenvolvimento económico, demonstrando a inexistência de um plano estratégico de desenvolvimento do concelho; não promover a manutenção e conservação dos edifícios e equipamentos públicos; não dar prioridade às nossas associações e instituições para desenvolvimento de programas de animação e promoção da nossa cultura; desinvestir na educação, na cultura, no desporto, no turismo, na prevenção da floresta, nas novas tecnologias, nas energias renováveis, e ainda porque falta, em vários aspetos, ao compromisso eleitoral assumido pelo partido que sustenta a maioria do executivo, não só em 2017, como também em 2013.


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Imagem nº 1 - Vítor Amaral aponta a existência de algumas lacunas importantes no Orçamento Municipal preparado para 2019.

Correio dos Comunicados Políticos - PCP Ovar esteve em Arada para defender a reposição das freguesias


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Comissão Concelhia de Ovar

Nota de Imprensa: PCP reúne com Comissão de Melhoramentos "Herada" - em defesa da reposição das freguesias


No dia 8 de Novembro uma delegação da Comissão Concelhia de Ovar do PCP reuniu com a comissão de melhoramentos “Herada”, sita na freguesia de Arada. Esta reunião surgiu na sequência de um pedido efectuado por esta Instituição, para expor a sua dinâmica e preocupações com o futuro da Freguesia.
No encontro foi possível perceber o âmbito de atuação desta Comissão, em prol de Arada, bem como as suas preocupações, nomeadamente as ações desenvolvidas para tentar reverter a extinção da freguesia de Arada, concretizada pelo anterior governo PSD/CDS contra a vontade expressa das populações. Esta Comissão não se resigna na sua luta, tendo desenvolvido contactos e elaborado manifestos no sentido de reverter aquela "reforma administrativa", devolvendo a freguesia e a sua autonomia à população de Arada. Esta Comissão tem procurado apoio político, também a nível local, para continuar a sua luta. 
Sobre esta questão, a delegação do PCP expôs a posição deste Partido, que desde sempre se opôs a esta reforma administrativa, revelando respeito pelas populações e valorização do Poder Local Democrático. Ao contrário de outros partidos, que afirmam uma coisa localmente para logo fazer o seu exacto contrário no governo ou Assembleia da República, o PCP não se contradiz e distingue-se pela sua coerência.
Foi ainda reforçado que, inclusivamente, já nesta legislatura do Governo do PS, foi o PCP que apresentou um Projeto de Lei visando a reposição das freguesias extintas, naquelas onde as populações assim o desejassem, e que este projecto teve os votos contra do PS, do CDS e do PSD - tendo este último apresentado um moção demagógica numa recente Assembleia Municipal numa desastrada tentativa de branqueamento da sua própria política.
O PCP manterá em todas as frentes a sua luta pela reposição das freguesias roubadas e pela valorização do Poder Local Democrático.

Ovar, 16 de Novembro de 2018
A Comissão Concelhia de Ovar do PCP 








domingo, 18 de novembro de 2018

Desporto: Esmoriz Ginásio em bom plano na jornada dupla, Sporting Clube de Esmoriz cai no Bustelo

O fim-de-semana desportivo trouxe desfechos diferentes, tanto no voleibol como no futebol.
No Campeonato Honda, o Esmoriz Ginásio Clube voltou às vitórias, tendo conseguido, no passado sábado à tarde, uma importante vitória diante do Castelo da Maia por 3-1 em sets (25-21, 19-25, 25-19 e 25-19), o que permitiu à equipa da Barrinha amealhar os três pontos da partida. Como se tratava de jornada dupla, a equipa esmorizense jogou novamente em casa diante do Fonte Bastardo, tendo perdido por 3-2 em sets (parciais de 16-25, 25-22, 25-23, 19-25, 14-16), num jogo absolutamente renhido. O facto de ter conseguido dois sets faz com que o Esmoriz Ginásio Clube tivesse direito a um ponto, enquanto que o Fonte Bastardo levaria dois. Dentro deste contexto, o Esmoriz Ginásio Clube somou 4 pontos nesta jornada dupla, onde enfrentou adversários teoricamente difíceis. Por isso, o rescaldo é positivo. Em 10 jornadas, a equipa encontra-se numa tranquila sétima posição (num total de 14 equipas que competem na liga) com 14 pontos 
No futebol, o Sporting Clube de Esmoriz tinha uma deslocação difícil já que visitava o SC Bustelo que se encontrava também num dos postos cimeiros. A equipa perdeu por 2-0, e apesar de estar a realizar uma boa temporada, pode ver agora o sonho de uma eventual promoção a esfumar-se, isto porque o líder da prova - o Beira-Mar está imparável (soma 25 pontos em 9 jornadas, só consentiu um empate num registo quase repleto de vitórias, e ainda tem um jogo a menos). Já com 10 jogos realizados, o Sporting Clube de Esmoriz soma 17 pontos e ocupa a 8º posição (isto em igualdade pontual com o São João de Ver que está em 7º). No próximo jogo, o SC Esmoriz joga em casa diante do Mansores.



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Imagem meramente exemplificativa retirada de: http://www.pombaljornal.pt/junta-lanca-concurso-fotografia-desportiva/

GPS participa em Encontro de Coros

Neste passado sábado à noite, o Grupo para a Sociedade (GPS) participou no III Encontro de Coros Jovens que teve lugar na Igreja Matriz de Fajões (Oliveira de Azeméis). Neste evento, participariam o Grupo de Jovens Emanuel de Fajões (turma anfitriã), o GPS de Esmoriz, o Grupo de Jovens Cá da Terra e o Uníssono CF. A iniciativa contaria ainda com a presença especial do padre José Molenga.
As canções, de teor religioso, difundiram uma alegria contagiante, realçando os valores da solidariedade e da própria devoção cristã. Foi assim durante cerca de três horas.
No final, os grupos juntaram-se e cantaram inclusive em conjunto, animando muitas das pessoas que se encontravam a assistir no templo.





Imagem nº 1 - Encontro de Coros Jovens realizou-se em Fajões, freguesia do concelho de Oliveira de Azeméis. A Igreja Matriz local encheu-se de vida e fé.
Direitos da Foto - Correio de Azeméis TV/Azeméis FM

sábado, 17 de novembro de 2018

Assaltos assombram Esmoriz

Chegou-nos por via das redes sociais (Facebook) a informação de que terão sido cometidos, pelo menos, duas abordagens de assalto, uma consumada e outra que se ficou apenas pela tentativa, em Esmoriz no decurso dos últimos nove dias. Ambas as situações terão ocorrido nos semáforos da EN 109, na esquina que compreende a bomba de gasolina da Repsol e o sítio de construção do futuro Continente Bom Dia. 
As vítimas dos assaltos alegam que a viatura utilizada pelos larápios é um SEAT IBIZA, de cor preta e com as matrículas tapadas. Aproveitando o surgimento do sinal vermelho, que obriga os carros a parar em fila, os bandidos abordam e abanam os carros, procurando forçar a entrada e aterrorizar os cidadãos que se encontram no seu interior. Os assaltantes andam encapuçados. Na última das tentativas, ocorrida hoje de manhã a abordagem correu mal porque a condutora visada mantinha as portas trancadas por dentro, conseguindo manter a frieza e descolar logo que o sinal verde apareceu.
No entanto, no dia 8 de Novembro, à noite, uma outra cidadã não teve a mesma sorte, quando no mesmo local, foi surpreendida por um homem que lhe abriu a porta do carro (estava destrancada) e lhe apontou uma navalha, tendo sido obrigada a dar-lhe os pertences que trazia consigo. Pelo que sabemos desse episódio, a cidadã conseguiu, pelo menos, ficar com o seu carro, apesar de ter perdido alguns dos seus bens pessoais/materiais que se achavam então no interior da viatura.
Os casos aconteceram no mesmo sítio. O modus operandi é idêntico. Assim sendo, os cidadãos devem trancar as portas sempre que parem nos semáforos em Esmoriz, e isso pode fazer a diferença.
Entretanto, já foram apresentadas queixas nas autoridades locais.



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Imagem nº 1 - A esquina da EN 109 onde ocorreram as abordagens criminosas. Esta foto tem alguns meses, dado que foi obtida um pouco antes do início das obras que levarão à construção do Continente Bom Dia.
Foto da nossa autoria

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Turismo aumentou em Ovar

Os dados do Instituto Nacional de Estatística mencionam que o concelho de Ovar facturou em 2017, com o alojamento turístico, quase três milhões de euros, representando um aumento claro face a 2013, ano em que o valor se aproximava dos dois milhões de euros. 
As dormidas no concelho de Ovar passaram de 54 mil (em 2013) para 83 mil (em 2017). Já a estadia média dos visitantes estagnou e continua a rondar os dois dias. 
O actual executivo liderado por Salvador Malheiro congratula-se com estes resultados que apontam para uma franca expansão do turismo no município, embora todos reconheçam que é necessário fazer mais até porque o concelho de Ovar tem um enorme potencial, no que diz respeito a praias, tradições, monumentos e espaços verdes.



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Imagem nº 1 - A Praia de Esmoriz foi um dos espaços mais procurados do concelho pelos turistas entre 2013 e 2017.

Câmara Oculta XXV

Um azulejo da autoria de Maria Manuela Ferreira retrata, no cimo da parede, uma mulher segurando um cantil junto à ria de Aveiro (ou outro curso de água daquela cidade, dado que o nome da capital de distrito surge na legenda desta obra artística). A imagem representada não é fruto do acaso, pelo que ousamos interpretá-la. Um cantil serve para recolher água para consumo próprio ou outros fins, e metaforicamente, o fontanário que recebeu esta tal "desenho artístico em forma de azulejo" assume o mesmo papel que qualquer curso de água, matando a sede e as necessidades de quem, no passado, muito sofreu com as adversidades da vida e do tempo. É certo que os moradores não trariam agora cantis, mas antes baldes e garrafões. No entanto, a comparação é praticamente perfeita. 
Os restantes azulejos são preenchidos por desenhos de circunferências. Sabemos que outrora existiu ali uma torneira que fez a diferença na vida de muitas pessoas. Hoje a mesma já não existe (terá sido arrancada?). Talvez o espaço tenha perdido a sua funcionalidade desde há umas boas décadas para cá. Já não se pode regressar a um passado (sobretudo distribuído pelos séculos XVIII, XIX e primeira metade do séc. XX) aonde chafarizes, fontanários, repuxos, tanques e lavadouros eram espaços públicos destinados a combater a escassez de água nas aldeias, vilas e cidades. 
Este pequeno espaço simboliza esses tempos em que qualquer fonte de água era um meio de sobrevivência e sustento de várias famílias pobres. 
E providenciar tais meios livres e gratuitos, naqueles tempos, corresponderia a um gesto de grande nobreza política, tendo a sua conta a finalidade social a que se destinavam. 
Já agora, este fontanário que fotografamos localiza-se na rua dos Castanheiros, em Esmoriz. Não sabemos quando foi construído, mas parece-nos que já contará, pelo menos, com várias décadas de existência.




Imagem nº 1 - Um dos fontanários antigos da cidade de Esmoriz.
Foto da nossa autoria

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Como um professor primário e boticário ajudou a revolucionar o ensino em Esmoriz

Pedro Lopes Barbosa nascera a 28 de Junho de 1858, tendo alcançado os cursos de professor primário e de farmácia em 1881. No ano de 1889, e já na condição de casado com D. Joana Ernestina Amália Lopes Barbosa (também ela professora primária), assumia já o controlo da "escola" da Relva (alertamos o leitor que esta não era bem uma escola propriamente dita, mas antes a residência do casal que servia de improviso para tal efeito). No entanto, o espaço era inicialmente reservado apenas a alunos do sexo masculino mas a história viria a mudar de rumo daqui a uns tempos. No ano de 1893, o Padre José António da Costa Pinheiro solicita a criação da escola feminina, estando acordado que o professor Lopes Barbosa cederia o mobiliário, enquanto o Dr. Joaquim Maria da Fonseca pagaria a renda à Junta da Paróquia. O apelo voltaria a ser reforçado em 1905 através do abade António André de Lima que procurou pressionar a Câmara Municipal de Ovar bem como as estruturas governamentais.
O ensino na Relva funcionaria até 1912, com renda gratuita, na residência do já referido casal - D. Joana Ernestina Amália Lopes Barbosa e Pedro Lopes Barbosa. Ou seja, estes dois beneméritos nunca quiseram comprometer a formação dos alunos da terra, enquanto o processo de criação e ampliação de uma nova escola ainda se achava numa fase embrionária. O analfabetismo, na altura, era assustador - mais de 60% da população era analfabeta (a taxa só cairá abruptamente na segunda metade do século XX). Esmoriz era ainda uma aldeia com pouco mais de três mil habitantes. Práticas agrícolas rudimentares, algum artesanato, a influência tanoeira e o labor extenuante da própria pesca - tudo isto marcava o quotidiano de um meio rural preenchido ainda por uma grande mancha florestal e com caminhos de terra, calcorreados pelos gados bovino e cavalar que ajudavam a transportar as mercadorias.
Ainda no ano de 1912, um recenseamento aponta que existiriam 752 crianças recenseadas na freguesia, motivo que fez avançar finalmente o projecto da escola mista. E aqui é justo relevar novamente o papel decisivo de Pedro Lopes Barbosa que, além da sua dedicação ao ensino, decidiu anos mais tarde comprar o terreno (acção que se sucede a 28 de Dezembro de 1924) que viria a ser confiado ao projecto de construção do edifício escolar da Relva.
No entanto, a resposta dos ministérios tardava. Todavia, isso não impediu que as obras começassem em 1925 por iniciativa dos mencionados interessados em apostar numa boa educação da comunidade esmorizense. Não foram tempos fáceis, mas os primeiros avanços serão rápidos. Em 1926, as paredes do edifício já se encontravam erigidas, e em 1927, chegaria a parte de se implementar a cobertura. Ao todo, já haviam sido gastos cerca de 33 mil escudos. Sabe-se que Pedro Lopes Barbosa doou ainda mais 15 mil escudos para a continuação das obras, e defendia inclusivamente a ideia de que deveria ser criada mais uma vaga para o posto de professor.
Mas a generosidade de Pedro Lopes Barbosa não se ficaria por aqui. No ano de 1930, doará mesmo o edifício da "nova" Escola da Relva (pese o facto da construção não estar ainda totalmente concluída; aliás, ainda não tinha sido inaugurada sequer!) à Junta de Freguesia de Esmoriz, embora tivesse deixado claro que se, num prazo de um ano, a escola não entrasse em funcionamento então aquela voltaria à sua posse (talvez esta cláusula tivesse sido colocada com o sentido de pressionar o recurso e o reconhecimento imediatos por parte das entidades públicas locais e nacionais aos equipamentos já ali em boa parte consubstanciados). Refira-se que, aquando da conclusão das obras, surgira uma comparticipação estatal, conseguida através dos esforços do Prof. Manuel Emílio Lopes Araújo que vivia no lugar da Boavista. Houve ainda leilões, festas de angariação de fundos e cedência de mobiliário diverso que envolveram a colaboração do povo esmorizense nesta causa.
Ainda assim, em Outubro de 1932, só existiam a funcionar duas salas de aula, faltando criar mais duas, dado que, pelo decreto de 11 de Maio de 1931, se esperava a chegada de mais um professor e uma professora (o professor para ensinar os rapazes, e a professora para ministrar conteúdos nas raparigas; como se sabia, o ensino era considerado "misto", mas na prática, era ao mesmo tempo separado) àquele estabelecimento de ensino. Dentro deste contexto, eram necessárias novas obras, talvez não tão estruturais como as anteriores, mas que exigiam novos investimentos avultados. Será uma vez mais uma corrida contra o tempo. O povo de Esmoriz consegue contribuir com 60 mil escudos, a Direcção dos Monumentos Nacionais está disposta a dar 15 mil escudos, e outras entidades que, preferiram discrição, ofereciam ao todo 17$500 escudos. Mas as verbas ainda eram insuficientes e as negociações não foram fáceis. Todavia, em Setembro de 1934, chegou-se a acordo com o empreiteiro António Fontes Neves de forma a dar os últimos retoques por 4$750 escudos, isto depois de já terem sido confiadas outras duas empreitadas a duas outras entidades individuais/colectivas que custaram respectivamente 12 mil e 35 mil escudos. A generosidade do povo esmorizense e o empenho dos seus incondicionais mentores permitiram que fosse possível suprir, na altura, as principais lacunas da escola da Relva.
A caminhada foi árdua, repleta de avanços e recuos, e o sucesso não teria sido possível se o casal Pedro Lopes Barbosa e Joana Ernestina não tivesse doado o edifício, muito dinheiro, o mobiliário e até abdicado de muito do seu próprio tempo para fins de leccionação escolar.
Em jeito de curiosidade, os professores da "primeira década de vida" da Escola da Relva foram: Pedro Lopes Barbosa, D. Joana Ernestina Amália Lopes Barbosa, Manuel Emílio Lopes de Araújo, Branco Duarte, D. Praxedes, D. Angélica, entre outros.
Os resultados seriam claros. Em 1940, já saberiam ler em Esmoriz 945 homens e 747 mulheres, isto é, um total de 1692 pessoas. No ano de 1950, 1356 homens e 1124 mulheres já saberiam ler, perfazendo um total de 2480 habitantes instruídos na nossa terra. Claro que a Escola da Relva reclama parte considerável destes méritos estatísticos, embora já existissem aqui outros estabelecimentos de ensino primário que desempenharam um papel igualmente determinante.
A Escola da Relva só voltaria a ser alvo de obras em 1987. Em 2007, foram celebrados os seus 75 anos de existência. Recordamos que a doação do edifício escolar pelo casal benemérito tinha sido em 1930, mas o início oficial das aulas naquele estabelecimento só viria a ocorrer em 1932.
Este estabelecimento de ensino foi uma verdadeira "universidade da vida" para muitos esmorizenses que assim viriam a construir carreiras profissionais sólidas e estáveis ao longo das suas vidas. Porque saber ler, escrever, falar e fazer contas eram ferramentas preciosas para todos aqueles que, no século XX, se procuravam afirmar socialmente, além de garantirem o sustento de todo o seu agregado familiar, e aqueles não foram certamente tempos fáceis!
Sobre Pedro Lopes Barbosa e sua mulher, não apuramos muitos mais dados. Foram quase tratados como "personalidades anónimas", pelo que os dados biográficos existentes em seu torno são muito limitados. Terão provavelmente falecido no decurso do século XX, talvez ainda algures entre as décadas de 30 e 50 (Pedro Lopes Barbosa nascera em 1858; é improvável que ainda estivesse vivo na segunda metade do século XX), altura em que todo o seu empenho anterior começava a premiar uma alfabetização crescente ou gradual da população de Esmoriz. E que maior prazer deve sentir um professor quando, já com uma idade avançada, vê os seus antigos alunos a singrarem na vida, depois de ter partilhado com eles, de forma gratuita e incondicional, todos os seus conhecimentos que constituíam o motor basilar da evolução humana!
Como já dizia o célebre filósofo grego Aristóteles, "as raízes da educação são amargas, mas o fruto é doce".




Imagem nº 1 - A Escola da Relva nos seus velhos tempos.
Direitos da Foto - Suplemento do Jornal A Voz de Esmoriz





Imagem nº 2 - Antigos alunos da década de 40 juntaram-se para revisitar a escola.
Direitos da Foto - Suplemento do Jornal A Voz de Esmoriz




Imagem nº 3 - Escritura da doação do casal benemérito Pedro Lopes Barbosa & Joana Ernestina. O edifício escolar passaria livremente para as mãos da Junta de Freguesia de Esmoriz em 1930.
Direitos - Suplemento do Jornal A Voz de Esmoriz
(Clicar em cima para visualizar melhor)




Imagem nº 4 - Condições finais do documento e assinaturas respectivas.
Direitos - Suplemento do Jornal A Voz de Esmoriz
(Clicar em cima para visualizar melhor)



Poema dedicado à Escola da Relva
(Autor: António Pereira da Costa, antigo aluno da década de 40)


Minha escola querida                            Bem no alto implantada              Este tempo tens vivido
jamais serás esquecida                          Por todos é respeitada                 Com sucesso definido
por quantos cá estudaram!                    Com imensa gratidão!                 Sempre em actividade!      
Tristezas e alegrias                                Acolher com gesto nobre            Por isso o povo, então 
preencheram nossos dias                       Tanto rico, como pobre               Te chama, e com razão,
no fim, todos te amaram!                       Foi sempre o teu brasão!             A nossa universidade!

Hoje tu já és velhinha                             Nascida em freguesia                  Neste dia, bem trabalhado 
mas continuas rainha                              Viu ser vila, certo dia                  Recordo bem o passado
das escolas de Esmoriz!                          Esta bonita Esmoriz!                   Com extrema emoção!      
Com teu porte imponente                        Já com bastante idade               E os meus amigos d'outrora 
deste o melhor à gente                             Viu ainda ser cidade                   Quando eu me for embora
que por isso é bem feliz!                          Ficando bem mais feliz!             Vão comigo no coração!

Neste tempo que se passou                       Agora só lhe falta ver                 E, para o ciclo fechar,   
em teu redor tudo mudou                         Esta terra passar a ser                Não deixo de felicitar
mas tu manténs-te erguida!                      Livre e Independente!                 Todo o pessoal docente!
Que tenhas longa duração                       Assim o nosso dinheiro                Não é fácil ser professor
p'ra manteres tua missão                         Vai reverter por inteiro                Mas com vontade e amor
de lançar gente p'ra vida!                        Para bem da nossa gente!           Dão um futuro à gente.  




"Escola da Relva"
(Soneto da autoria de Agostinho Fardilha*)


Se pudesse voltar a ter sete anos,
Se pudesse tornar a ir à escola,
Levava a tiracolo uma sacola,
Carregada de sonhos e de enganos.

Carregaria um bilião de planos,
E levaria escondida uma bola,
Amiga clandestina que viola
As regras, e castiga desenganos.

Correria, voaria, rua fora
Descalço sobre as pedras da calçada
Brincaria, no recreio, como outrora.

A "Faculdade da Relva" é caminhada
Que comecei com outros numa aurora
De saber, hoje e sempre, inacabada!...


*Actual Presidente da Comissão de Melhoramentos de Esmoriz e antigo aluno da escola


Nota Extra:

  • Pedro Lopes Barbosa era filho de José Lopes Barbosa. Este último fora, durante muito tempo, professor em Silvalde, mas pediria transferência para Esmoriz, desejo que seria concretizado em 1867. Passaria a viver no lugar dos Castanheiros, estabelecendo igualmente a sua botica ("Farmácia Barbosa") em 1889, cujo funcionamento viria a ser mantido pelo seu filho.
  • Na toponímia, existe uma rua em Esmoriz que alude a Pedro Lopes Barbosa, sendo que esta merecidamente serve a Escola da Relva bem como a Farmácia Barbosa, as quais representam o seu legado.
  • Este já não é o primeiro texto que elaboramos sobre a Escola da Relva. Das outras vezes, constatámos que havia uma sólido interesse pelos artigos em torno da mesma, e muitos cidadãos nas redes sociais revelavam, sem qualquer hesitação, o seu orgulho e os momentos altos que presenciaram naquela escola. Afinal, passaram por ali várias gerações de alunos até hoje. Pedro Lopes Barbosa fez a diferença na vida de muitos milhares de cidadãos.
  • O termo boticário é sinónimo de farmacêutico.






Retrato de Pedro Lopes Barbosa, um dos beneméritos da Escola da Relva.
Jornal O Povo de Ovar. Ano III, nº 124 de 8 de outubro de 1931, p. 1.
Enviado pelo leitor Manuel Fernando Ribeiro Valente Bernardo



Fontes Consultadas:

  • AMORIM, Aires de - Esmoriz e a sua História. 2º ed. Comissão de Melhoramentos: Esmoriz, 2016 (a versão original é de 1986), p. 409-411
  • Jornal A Voz de Esmoriz. Suplemento de 15 de Agosto de 2007. Número 980. Aniversários Muito Especiais. Director: Florindo Pinto, Adjunto: Agostinho Fardilha. Comissão de Melhoramentos de Esmoriz.