segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Ano novo, inflacção nova

O povo festejou efusivamente a passagem de ano novo. Ora houve lançamento de fogo de artifício, ora houve mergulhos à beira-mar. O reveillon foi o máximo, dirão muitos portugueses sobre esta passagem para 2016. O problema é que as contas da electricidade (já por si, uma das mais caras da Europa), das telecomunicações e das rendas, bem como os preços do pão, leite e portagens vão aumentar. Além disso, os contribuintes serão chamados a pagar a gestão ruinosa em torno do BANIF. Como vêem, não sobram motivos para festejos ruidosos. Ano Novo, contribuições novas. E viva a partidocracia! Bora lá agitar as bandeirinhas dos partidos! É só alegrias! (ironia).
E depois queixa-se a nossa classe política da abstenção? Se por um lado, a ignorância pode ser censurada (ver artigo anterior), por outro, a convicção em não alimentar um sistema que não favorece o nível de vida dos portugueses é, no mínimo, justo e sensato. Votar por desconhecimento de causa é pura ignorância, mas ignorar por convicção a classe política já é algo que se torna cada vez mais aceitável. As pessoas deixaram de acreditar na mudança, o que é mau para a nossa democracia, mas a verdade é que paradoxalmente cada vez mais as entendo.
O aumento do salário mínimo para 530 euros é a única boa notícia que colide com este cenário de inflação, mas é pouco, muito pouco - para um país que viu o seu custo de vida a aumentar vertiginosamente durante a última década.
Até hoje, não vi nenhum partido com assento parlamentar a lamentar a subida recente destes preços... Porque será?



 


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