terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Um Feliz Ano Novo de 2014


Estimados leitores,

Desejo-vos um ano novo repleto de alegrias, amor, paz e harmonia. Que seja o início duma época mais estável a todos os níveis. Usufruam dos melhores momentos e experiências possíveis nos tempos que se avizinham, e não se esqueçam igualmente de recordar as boas aventuras que desfrutaram em 2013. 
Evidentemente, reduzimos, nesta altura de festividades, o número de publicações, contudo voltaremos, em breve, com surpresas. Novas entrevistas estão a caminho!
O objectivo do blog, em 2014, passará por tentar a aproximação às 200 mil visitas.
Sem muito mais para dizer, espero que preparem o champanhe, as passas e os foguetes para esta noite memorável.


Um grande abraço do Cusco de Esmoriz





Imagem nº 1 - Um Feliz Ano Novo para todos os nossos leitores!

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Contos do Cusco II - A Magia Natalícia da Barrinha

Marta e Rodrigo eram dois adolescentes de 15 anos que tinham terminado o seu primeiro período de aulas, contando com as melhores classificações ao nível da aprendizagem de boa qualidade que era assegurada pela reputada Escola Secundária de Esmoriz.
Com cabelo ruivo e sardas, Marta tinha sido premiada recentemente num Concurso de Poesia realizado na sede de Município, tendo inclusive merecido diversos aplausos por parte da plateia. Por seu turno, o altivo Rodrigo gostava de ler as obras marcantes dos mais conceituados autores portugueses - Fernando Pessoa, Eça de Queirós, Almeida Garrett, José Saramago, Lobo Antunes...
Eram pois dois jovens com bastantes conhecimentos, contrastando com o desinteresse geral das camadas juvenis pela cultura nacional nas últimas décadas. 
Valorizando a essência da Natureza, Marta e Rodrigo, grandes amigos desde a Escola Primária, frequentavam regularmente a Praia de Esmoriz e olhavam sempre em jeito de curiosidade para a maior lagoa do Norte do País, a lendária Barrinha, que alberga em si várias espécies de aves (gaivotas, águias, milhafres, falcões, garças-reais...) e ainda algumas espécies piscícolas (nomeadamente as enguias e as tainhas). A vegetação envolvente pautava-se igualmente pela sua diversificação, atraindo, de vez em quando, investigadores de botânica dos mais diversos cantos de mundo.
Contudo, a mãe de Marta, a Dona Palmira, que sempre manifestou um interesse especial pelas histórias e tradições da terra, tentava dissuadi-los de visitar aquele curso de água, até porque era um meio bastante pantanoso, sobretudo na altura do Inverno. Não deveriam ir pois sozinhos, dado que seria importante a supervisão dum adulto.
Para os convencer a não enveredar pelos caminhos que davam acesso à lagoa, Palmira transmitia a sua sabedoria à filha Marta e ao seu grande amigo Rodrigo que muitas vezes estava lá em casa:
- A Barrinha é um lugar muito bonito, mas também já foi berço de inúmeras tragédias. Pescadores que se afogaram tragicamente, crianças que nunca tiveram a oportunidade de desfrutar dos grandes prazeres da vida. Reza ainda uma lenda de que a lagoa poderá estar assombrada ou amaldiçoada por uma feiticeira que integrava a corte do rei Hermerico, o primeiro grande líder dos Suevos na Península Ibérica, pois fora este senhor impiedoso que os comandou desde o Reno e os instalou no Noroeste Peninsular, na região antiga da Galécia, e cuja capital seria a antiga Bracara Augusta. O nome desta bruxa temível que o seguia incansavelmente, é Marcialda. A mitologia refere que ela conseguiu lograr a imortalidade e possui agora mais de 1500 anos de existência. Desde os seus primórdios, terá acompanhado lealmente o seu soberano Hermerico, até aquando da sua abdicação ao trono em 448 a favor de seu filho - Réquila, tendo o primeiro passado os últimos 3 anos da sua vida numa terra que adoptaria o seu nome, embora que com ligeiras alterações toponímicas posteriores que resultariam no nome de Esmoriz. Aqui Hermerico repousou e usufruiu da paisagem maravilhosa que outrora assentava num extenso matagal que circundava as águas límpidas da Barrinha que circulava triunfantemente entre Silvalde e Cortegaça, pois a lagoa era bem mais ampla naqueles tempos mais remotos. Neste cenário, Hermerico ordenou a construção duma pequena fortaleza, dum mercado, porto e necrópole que se juntariam às poucas e humildes habitações que já perduravam no lugar. Parte da sua corte o acompanhou desde "Bracara" para "Hermeriz" nestes últimos anos de vida, aonde Hermerico faleceria em 441, sendo sepultado, juntamente com outros nobres, na necrópole que está soterrada em Gondesende nos dias de hoje. Como disse, Marcialda trabalhava "eternamente" para os sucessivos reis suevos, semeando pragas aos mais acérrimos inimigos do povo, nomeadamente aos visigodos, e mais tarde, não aceitaria igualmente a entrada dos muçulmanos em cena. Apesar da sua extrema velhice, ela julga-se ainda a dona da Barrinha, e não permite a entrada das gentes mais indesejadas... Por isso, tenham medo, muito medo... Devem pois conhecer os segredos da lagoa mas sempre devidamente acompanhados pelos adultos mais experientes e sábios.
Esta palestra da Dona Palmira, embora que fantasiada, foi narrada duma forma tão convincente que os pobres miúdos acreditaram que se tratava dum dogma, isto é, duma verdade absoluta. Contudo, o efeito dos seus avisos conheceria um sentido inverso. Os adolescentes sentiam a adrenalina num ponto máximo, e adorando o factor risco, não hesitariam em conhecer a lagoa e o seu meio envolvente, seguindo o caminho que se localiza a norte dos Campos de treinos do Sporting Clube de Esmoriz, e tentando assim encontrar algum indício que remetesse para a presença da célebre feiticeira imortal que lendariamente estaria radicada naquele extenso espaço natural. É claro que os dois adolescentes tomaram esta atitude sem avisar previamente os seus pais.
Estávamos na tarde do dia 24 de Dezembro de 2018. Os dois adolescentes tiveram que derrubar a vegetação que, por vezes, obstaculizava os acessos tradicionais explorados pelos humanos. Entretanto, uma vespa tonta quase que atingira a cabeça de Marta que conseguiu escapar a uma ferradela que lhe poderia causar imensas dores. Como sempre, Rodrigo manteve a calma e a frieza necessárias para que seguissem o caminho traçado sem serem feridos por algum animal inesperado. Pelo trajecto, observavam ainda no solo: embalagens, preservativos, sacas, cascas de banana... Enfim, a falta de consciência cívica era gritante.
Por fim, e quando já começavam a avistar as águas da lagoa e os antigos pegões da ponte desaparecida, eis que os arbustos mexeram-se repentinamente... e do seu meio saiu uma senhora, aparentemente bastante idosa, com verrugas na cara, sendo portadora dum aspecto deveras assustador para qualquer visitante. Apresentava-se vestida de preto, e com um milhafre instalado no seu ombro direito.
Rodrigo, até então calmo, começou a gritar: "Socorro! Acudam-nos! É a feiticeira malvada da Barrinha". Marta estava paralisada de terror, sem esgrimir qualquer reacção. A mulher aproximava-se um passo, Rodrigo afastava-se com dois, enquanto Marta estava ali parada sem exibir qualquer movimento. Tudo isto se repetiu até que aquela idosa alcançou a impotente e pálida rapariga e lhe... fez uma festa no seu cabelo castanho liso!
Aquela não parecia ser pois a feiticeira ou a bruxa sueva que assumia o papel de protagonista na história contada pela mãe de Marta.
Rodrigo, ainda algo receoso, perguntou-lhe:
- Quem és tu, pobre mulher? Não andas envolvida em cenas de pragas e maus olhados?
Ao que a senhora respondeu:
- Chamo-me Luísa, tenho já uns valentes 78 anos, e a vida votou-me a uma situação de abandono e desespero.
Marta, agora mais descansada, desejava saber mais pormenores da sua vida:
- Dona Luísa, o que está aqui a fazer? Você não tem casa?
Luísa sentiu-se forçada a revelar o seu verdadeiro estado de ruína:
- Não, perdi tudo na minha vida. Apenas construí aqui há uns anos atrás, e com a ajuda dum pescador modesto, uma pequena cabana, em parte abrigada por algumas árvores. Estou sozinha e ninguém me deita a mão, quando os temporais e a fome grassam, ameaçando a minha insignificante existência. Mas a minha história nem sempre foi assim tão nefasta como poderão julgar. Também fui criança como vós, tive amigas, sonhos e paixões. Formei-me numa Escola Superior de Educação. Comecei por leccionar dois anos, até que soube do falecimento do meu marido na Guerra Colonial. Os meus pais já não eram vivos. Entrei logo em depressão contínua, pois perdi o homem da minha vida. Na altura, estava grávida e o parto correu bastante mal, perdendo também o meu filho à nascença. A minha irmã que me ajudou a pagar o internamento posterior durante 5 anos, faleceu também pouco tempo depois, vítima de tuberculose. Os traumas psicológicos perduraram, tive que abandonar o professorado em início de carreira, e ninguém me queria dar a mão...
- E ninguém conseguiu auxiliá-la? Nunca mais teve um emprego? Questionava Rodrigo que não queria acreditar neste desfecho dramático.
- Sim, fui a várias entrevistas nas últimas décadas. Colocaram-me sempre de parte, pelo facto de ter permanecido desempregada bastante tempo. Para além disso, não possuía uma imagem facial que me favorecesse, e claro, faltavam-me sempre as cunhas ou os conhecimentos inter-pessoais que fazem, cada vez mais, a diferença. Acabei na miséria, esquecida e discriminada pela sociedade. Alguns julgam mesmo que sou mulher de má vida, pois me observaram tantas vezes a entrar na Barrinha, e pensam que vendo o meu corpo e alma. Mas eu não sou dessas... Vivo aqui numa estrutura rudimentar, com uma mísera pensão estatal e através de algumas esmolas dos mais caridosos que me asseguram assim uma alimentação mínima, apesar de muito incompleta. Mas essas quantias não dão sequer para ir a um bom médico, fico adoecida na minha cabana, suportando o frio que o clima nos impõe nesta época do ano. Mas ninguém quer saber de nós para nada. Sou apenas mais uma pessoa que faz parte do extenso grupo dos sem-abrigo, logo não tenho direitos nem deveres. É como se não fizesse parte da comunidade. Somos vistos como autênticos trapos e empecilhos!
Esta explicação da Dona Luísa comoveu os dois adolescentes que ficaram desolados com a sua situação deplorável e radicalmente injusta.
A vida sempre foi mesmo assim. Infelizmente, muita boa gente conhece os níveis que se encontram abaixo do limiar da pobreza. Os sucessivos governos ignoram esta realidade, as cunhas continuam a ser o prato de cada dia para se conseguir um bom emprego, o egoísmo continua a caracterizar esta sociedade que discrimina os mais necessitados... Que, ao menos, Nosso Senhor se lembre dos mais desfavorecidos neste dia especial, que os abrigue no seu conforto e lhes reavive as boas recordações que tiveram no passado!
Rodrigo trazia consigo uma sacola às costas, onde guardava uma sanduíche e um sumo bem saborosos, acabando por os ceder à idosa desconsolada, postura que mereceu a imediata reacção da Dona Luísa:
- Não posso aceitar isso tudo, prefiro antes dividir convosco estes alimentos. Importa pois é partilhar aquilo que temos num dia tão simbólico como este. Agradeço imenso o teu gesto. É pena que nem todos se lembrem de nós que vivemos diariamente num autêntico Inferno, sem nunca termos desejado mal a outrem.
E assim foi! Durante as próximas duas horas, as nossas três personagens tiveram a oportunidade de lanchar e conversar sobre os felizes e infelizes acontecimentos da vida. Contemplaram ainda as inúmeras gaivotas que sobrevoavam a lagoa, e as tainhas que saltavam na lagoa. A Natureza proporcionava pois todos estes momentos maravilhosos, sendo que por vezes, também ela era abandonada, ignorada e desrespeitada pelas sociedades.
Logo que chegaram às suas casas, Marta e Rodrigo avisaram seus familiares e amigos sobre o sucedido. Por sorte, a Dra. Catarina, mãe de Rodrigo e licenciada em Sociologia, que detinha um estatuto privilegiado, conseguiu mesmo prestar uma ajuda decisiva em termos de apoio social. Dentro deste contexto, a Dona Luísa foi imediatamente alvo de atenção cuidada dos serviços sociais que lhe asseguraram uma solução mais digna em termos de habitabilidade e subsistência. Até ao fim da sua vida, teve ainda a oportunidade de estreitar contactos com outras pessoas da sua idade, e participar nas actividades da sua terra, o que lhe permitiu o usufruto de novos momentos de felicidade.
E toda vida desta idosa abandonada, tinha mudado numa véspera de Natal, altura em que o mais importante não é receber nem reivindicar, mas sim partilhar, dar e preocupar-se com os outros.



Imagem nº 1 - Hoje, é o dia ideal para pensarmos nas dificuldades de quem merece, pelo menos, passar um Natal com dignidade. (Foto meramente exemplificativa)




PS: Em relação à passagem do rei suevo Hermerico ou Ermerico por Esmoriz (após a sua abdicação ao trono em 438) é necessário referir que não se encontra minimamente fundamentada, apesar de existir quem defenda que a origem do nome de Esmoriz advém do nome deste soberano. Claro que existe uma necrópole em Gondesende que remonta a esse período suevo-visigótico, mas não podemos retirar grandes conclusões sobre tal facto. Aliás, esta história é totalmente fantasiada, sobretudo para atrair a atenção dos mais jovens. Os nomes utilizados neste conto são todos fictícios, excepto a referência ao soberano Hermerico.


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Por fim, o Cusco de Esmoriz deseja a todos os seus leitores um feliz e harmonioso Natal. É altura de recordar o nascimento do Menino Jesus, e de conviver com as nossas amadas famílias. Esqueçam os problemas da vida, e desfrutem do momento com amor e alegria.



Imagem nº 1 - Um Feliz Natal para todos! Que o Pai Natal traga boas prendas para todos vós!



Imagem nº 2 - É altura de comemorar o nascimento do nosso Salvador  - Jesus Cristo!

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

A imagem do momento...























António Bebiano e Salvador Malheiro, Presidentes da Junta de Freguesia de Esmoriz e da Câmara Municipal de Ovar respectivamente, colocam a lápide que assinalará a futura criação de 30 fogos do conjunto habitacional da Praia de Esmoriz. Trata-se duma grande prenda para as famílias mais necessitadas da zona costeira que há muito esperavam pelo início da concretização do projecto.
A adesão popular ao lançamento da primeira pedra parece ter sido significativa, atestando assim a importância desta obra.
A foto foi retirada de: https://www.facebook.com/esmoriz.pt.

Esmoriz - Cidade Natal

Neste final de ano de 2013, assistimos a uma maior animação da época natalícia. Tive a oportunidade de visualizar o Pai Natal e os seus fiéis seguidores numa carroça que percorria as ruas tradicionais de Esmoriz. Por outro lado, foi montado um sistema de iluminação que confere maior importância e embelezamento a este momento único. Por outro lado, foram montados presépios (talvez na Junta de Freguesia e ainda na Igreja Matriz). Foram ainda arquitectadas pequenas estruturas de entretenimento jovem junto ao estádio do SC Esmoriz, contudo aqui não parece ter ocorrido uma grande adesão.
Também tivemos a oportunidade de ouvir um coro infantil, no passado Domingo de Manhã, junto à Capela de Nosso Senhor dos Aflitos (Praia de Esmoriz), o que atraiu a curiosidade de vários fiéis.




Imagem nº 1- Muita gente assistia no adro da Igreja às comemorações natalícias.
Foto retirada da Página Oficial da Cidade de Esmoriz no Facebook 

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

O Meu Quintal é o Mar (Reportagem Rádio Renascença)


Augusto Fonseca chega da pesca. Conseguiu um robalo. Em Esmoriz, estes meses frios em que as ondas não deixam os barcos sair de terra firme são tempo de pesca miúda. O chilreio dos canários amarelos e do melro Chiquinho ecoa pela marquise, onde há uma bicicleta, porque é de bicicleta que se percorrem as praias à procura do peixe, um emaranhado de cordas e redes, um aquário para as “bichas do mar” que servem de isco.

O robalo de hoje é uma amostra de peixe se comparado com a corvina de 33 quilos que apanhou há uns bons anos – um feito com direito a foto de grupo com o portentoso animal, do tamanho dos homens que o seguravam. “Deu-me uma sapatada.” A foto marca a data: 7 de Junho de 1983.


Não são raros os invernos em que o mar invade o bairro piscatório de Esmoriz

“Eu praticamente nasci no mar”, diz Augusto, 63 anos. Vive da pesca, como vivem quase todos os habitantes deste pequeno bairro de Esmoriz, a meia centena de metros das ondas, junto à Praia Velha. É, quase sempre, sítio de paz. Ouvem-se galinhas. Seca-se roupa e impermeáveis de ir ao mar. Dois cães bulham na estrada.

O mar é o vizinho, 365 dias por ano, mas não são raros os invernos em que ele se aproxima e as ondas em fúria galgam a muralha de rochas e entram pelas ruas, pelas casas. Nas marés vivas de Agosto, o mar também “vem fora”. “Há noites em que a gente não dorme”, conta a companheira, Maria, 55 anos.

Nem sempre foi assim. Tempos houve em que havia centenas de metros (alguns relatos falam em “quilómetros”) de areia e dunas a separá-los do mar. “Havia uma capela, aqui a 300 metros”. Hoje, o sítio está debaixo de água. “Em criança, jogava-se à bola, tínhamos dunas. E hoje o que é que temos? Não temos nada”, lamenta Augusto.

“O mar tem avançado sempre para cima de nós. Estamos a 50 metros do mar”, confirma Maria, mãe de nove filhos, a viver do pouco dinheiro da pesca e de 150 euros de pensão de sobrevivência. O mar nem precisa de subir para assustar: “Quando bate na pedra, a gente sente na cama. Baldeia como se fosse um tremor de terra.”



“Tirando Deus, a coisa mais poderosa é o mar. Deve ser o ser mais poderoso do mundo”, diz Augusto. Sentiu-o no corpo quando naufragou num barco a remo, “mais um senhor que tinha 17 filhos”.

Chove neste dia de Novembro, mas há quem ande de calções na Praia Velha. Tomás Nunes está sentado numa das milhares de pedras ali postas para travar o avanço do mar. De vez em quando, mexe na cana de pesca que espetou na areia, a ver se teve sorte. Tem 35 anos, olhos azuis claríssimos, camisola dos Super Dragões metida dentro do impermeável.

Tomás Nunes dedicou a vida ao mar.

Vive com a mãe na “casa mais perto do mar”. Mas receia, sobretudo, o que pode acontecer aos vizinhos: há um “buraco” por reparar na muralha de pedras. “Muita tonelada de pedra foi para o mar.”

No bairro, os sinais dos ataques do mar são evidentes. Vêem-se obras em várias casas. Emídio Silva vive a menos de 50 metros do oceano, numa barraca de madeira, construída numa vala abaixo do nível do estradão que acompanha a linha de costa.

As roupas amontoam-se no exterior, onde um sofá velho apanha chuva. Emídio vive com familiares e um “miserável” a quem deram guarida. Encontramo-lo a pregar pregos ferrugentos na barraca com a ajuda de um sobrinho, João Rodrigues.

Já houve anos em que o mar entrou pela vala e levou roupas, porcos e galinhas. Agora não se vê tanta bicharada. Poucas galinhas circulam numa casa desocupada ali ao lado, contornando madeiras e outros materiais deixados ao abandono. Galinhas e gatos disputam o território arruinado.

No ano passado, uma onda “deitou uma senhora ao chão” e “vieram os bombeiros”, conta João Rodrigues, de 32 anos. “Não foi dos anos piores. Houve um ano que foi pior, tivemos que sair das casas e ir para os hotéis”.



São tempos diferentes para um povo habituado a viver em relação com o mar e a praia. Ainda no século XX, muitos pescadores e lavradores viviam em palheiros de madeira, “assentes em pegões de granito para que as areias pudessem circular”, conta António Maria Ferreira da Silva, 78 anos, esmorizense que se dedica a escrever livros sobre a história da terra.

“Aqui o pescador vive em barracas de madeira que têm o aspecto de povoações lacustres”, escreveu Raul Brandão em “Os Pescadores” (1923). O escritor rendeu-se ao “espectáculo extraordinário” da pesca local, em que “o lavrador associa-se ao homem do mar”. “Nesses dias larga o arado e toma parte na companha, ajudando a alar a grande rede que se usa para estas bandas e que as bateiras lançam à água.”

António Maria Ferreira da Silva, licenciado em História, lembra-se de o mar estar “muito mais longe” quando era criança. Os palheiros tinham vantagens: “Quando o mar avançava, metiam-lhes umas traves por baixo e, com várias juntas de bois, conseguiam retirá-los mais cá para cima, para longe do mar.”


A erosão costeira está no topo das preocupações de Salvador Malheiro, esmorizense de 41 anos acabado de chegar à presidência da Câmara de Ovar. “O mar era muito longe. Tínhamos centenas de metros de areal até ao mar, tínhamos protecções naturais, dunas de uma beleza ímpar.”

O bairro dos pescadores não terá que ser engolido pelo mar, como temem alguns pescadores. Esta é uma “zona fixa”, desde que sejam feitas intervenções de fundo de “dez em dez anos”, defende Carlos Coelho, investigador do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) da Universidade de Aveiro.

Carlos Coelho e outros investigadores produziram um sistema que permite fazer previsões sobre como o mar avançará na costa da região de Aveiro. Há praias de Cortegaça e Maceda, vizinhas de Esmoriz, que podem desaparecer – o mar tende a avançar três metros por ano em zonas sem protecção longitudinal aderente (isto é, uma muralha de rochas).

“Se deixássemos de fazer manutenção [da protecção longitudinal], o mar engoliria” zonas como o bairro dos pescadores de Esmoriz, alerta Carlos Coelho. Com manutenção, as inundações poderão ser mais frequentes, mas o bairro pode manter-se. Mas no trecho de costa Cortegaça-Maceda, em 2040, se nada for feito, o mar pode roubar à terra cerca de 100 metros, prevê o CESAM.



O bairro piscatório de Esmoriz não é caso único em Portugal (as torres de Ofir, em Fão, Esposende, construídas numa duna, são outro exemplo, refere Carlos Coelho), mas é das situações “mais gravosas a nível mundial” no que toca à erosão costeira.

Manter estruturas e populações junto a uma zona de costa como esta exige um investimento constante – mas perder território para o mar também tem custos económicos, sobretudo para terras que apostam muito no turismo. “Há uma análise custo-benefício que tem que se fazer – e que não é nada fácil de se fazer”, reconhece.



O presidente da Câmara de Ovar concorda que “é preciso uma análise custo-benefício”. Mas não aceita “atirar a toalha ao chão”: “[Devemos] olhar para isto a médio e longo prazo e tentar resolver o problema de uma vez porque estou convencido de que podemos ganhar esta guerra contra o avanço do mar e não dar de barato desde já que teremos absolutamente de deslocalizar todos os aglomerados urbanos”. Algo que também teria “custos muito elevados”.

O problema maior é que falta areia, e esporões e obras longitudinais aderentes não trazem areia. Para Carlos Coelho, as principais causas do défice de areia são as barragens: na primeira metade do século XX, antes da construção dessas estruturas, o Douro levava para o mar um milhão e meio de metros cúbicos de areia por ano. Hoje, não leva “nem 10%” dessa areia.

“Já tivemos uma extensão de praia impressionante no município de Ovar e ainda tenho esperança de que isso volte a acontecer a médio prazo”, afirma Salvador Malheiro. “Na próxima década.”

Para lá chegar, o autarca do PSD defende a aplicação de “novas soluções técnicas”, como recifes artificiais e a reposição de areias, para as quais, diz, haverá financiamento comunitário. A tarefa é difícil: “o nosso mar tem uma força motriz impressionante”.

O que arrancará já em 2014 serão as obras de construção de 30 habitações para realojar famílias do bairro piscatório de Esmoriz. O projecto tem muitos anos, mas recebeu, em Novembro, luz verde do Tribunal de Contas para poder avançar. Malheiro espera que as casas – um investimento de 1,3 milhões de euros – possam estar prontas no primeiro semestre de 2015.

Muitos moradores não querem sair do bairro. E ninguém será obrigado a sair, garante o presidente da câmara. Um morador, que pede para não ser identificado, tem ali o seu “paraíso”, apesar dos “sustos”.



O mar faz parte do quotidiano do bairro. Maria Marques Oliveira, 63 anos, que chegou “pequenina ao bairro”, tem o oceano nas costas na casa. “A gente não tem medo do mar, tem medo é de doenças perigosas”, diz. Nem o som a assusta: “Não ouço mar nenhum”. Diz estar protegida por umas “moiteiras” de chorões, plantas que resistem ao salitre que corrói as casas e enferruja os automóveis.

“Nunca na minha vida ganhei um tostão que seja sem ser a trabalhar nesta vida”, conta Augusto Fonseca. O futuro bairro não lhe interessa: “Mais uns dias ou mais uns anos, também não saía agora do meu barraco para ir para lá.”

É terra de “muitos sustos”, mas pouca lamúria. Conta César Rocha, 25 anos, pescador: “Só num dia fomos duas vezes ao fundo”. Diz isto e ri-se. “Não há nada que tenha mais força do que o mar.”
 


                           
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MAGNÍFICA REPORTAGEM TEXTUAL E FOTOGRÁFICA DA RÁDIO RENASCENÇA - 2013. Veja-se: http://rr.sapo.pt/o-meu-quintal-e-o-mar/default.html.

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    Entrevista ao Dr. Pedro Coelho, Candidato à Presidência da Concelhia do PSD Ovar


     




    Entrevista ao Dr. Pedro Coelho


    (Candidato à Presidência da Concelhia do PSD Ovar)





    1 – Agradeço antes de mais, a sua disponibilidade. Descreva-nos a sua carreira inicial, ressalvando alguns projectos cívicos e profissionais que teve a oportunidade de integrar. Por outras palavras, faça, de forma sucinta, a sua própria apresentação.



    Sou, basicamente, um empresário, um empreendedor, licenciado em Ciências Empresariais, que desde finais da década de oitenta tem estado ligado a administração de diversas empresas e, simultaneamente, mantido alguma actividade associativa e politica. Fui Vice-Presidente da CRECOR – Cultura, Recreio e Desporto de Cortegaça, Presidente da Assembleia e de Direcção de diversas Associações de Pais do 1º Ciclo e Jardim de Infância de Cortegaça, Membro do Conselho Municipal de Educação, da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Ovar e durante vários anos fui autarca, quer como presidente da Junta e de Assembleia da Freguesia de Cortegaça, fui deputado aa Assembleia Municipal de Ovar e, nestes últimos 4 anos, vice-presidente da Comissão Política do PSD de Ovar.



    2- De acordo com o seu currículo, exerceu o ofício de Presidente da Associação de Pais da Escola Secundária de Esmoriz que recentemente obteve uma boa classificação a nível nacional em termos de qualidade da aprendizagem. Como caracteriza essa sua experiência?



    Tem sido uma experiência muito interessante. É com satisfação, e orgulho, que registo os resultados históricos, ao nível do secundário, alcançados pela Escola Secundária de Esmoriz. Naturalmente que esses resultados são fruto, em primeiro lugar, dos professores, mas, é também verdade, que a Direcção da Escola é fundamental e muito se lhe deve por esta realidade. Com um quadro assim e uma equipa formidável, na Associação, confirmo que a experiência tem sido muito enriquecedora do ponto de vista pessoal.



    3- Como é que vê a Cidade de Esmoriz neste preciso momento?



    A Cidade de Esmoriz está num processo de modernização e desenvolvimento, com uma equipa muito dinâmica e empenhada em fazer o que necessita de ser feito pela sua Cidade. A equipa de António Bebiano já conseguiu, em quase um ano e em condições muito difíceis, deixar a sua marca que se pretende perdure no futuro.



    4- Que projectos, a seu ver, serão os mais urgentes para a terra?



    A habitação social. A perspectiva de criar soluções para algumas famílias carenciadas da Cidade é uma necessidade imperiosa. De resto, registo com satisfação, o lançamento da primeira pedra, por parte do actual executivo camarário, de um conjunto habitacional na praia Esmoriz que era uma necessidade fundamental.



    5- Tem toda a confiança no trabalho desenvolvido por Salvador Malheiro e António Bebiano, Presidentes da Câmara Municipal de Ovar e da Junta de Freguesia de Esmoriz respectivamente?



    Tenho toda a confiança no trabalho, na capacidade e na visão destes nossos autarcas. São filhos da terra com uma capacidade, quase inata, de corresponder às expectativas das populações.



    6 – Que leitura faz das últimas eleições autárquicas no Concelho de Ovar? Foi uma viragem sólida ou ainda tímida a favor do PSD?



    Não tenho dúvida absolutamente nenhuma em considerar esta viragem histórica como sendo perfeitamente sólida. Os resultados falam por si.



    7- E a nível nacional, como decorreram essas eleições autárquicas para os interesses do partido? Na sua opinião, o Governo tem seguido o percurso mais correcto para sairmos da crise económico-financeira?



    Os resultados alcançados em Ovar foram naturalmente notados ao nível nacional. De facto, Ovar esteve em contraciclo com os resultados nacionais e foi um dos três municípios em que o PSD terminou um longo ciclo socialista.
    Tenho a noção que algumas medidas do atual governo parecem contrapor com a realidade do cidadão comum e das pequenas e médias empresas. No entanto, temos a confiança de que seremos capazes de finalizarmos o plano de assistência financeira em que nos encontramos.Salvador Malheiro, no seu discurso de tomada de posse, disse e bem, “...sabemos que os próximos tempos não vão ser fáceis ... Estamos imbuídos de um grande sentido de responsabilidade e com a determinação, o querer e a disponibilidade necessárias para chegar a bom porto…”.



    8- É candidato à Presidência da Concelhia do PSD Ovar, podendo suceder ao já prestigiado Salvador Malheiro. O evidente sucesso do seu antecessor poderá resultar numa pressão maior sobre o seu sucessor? Concorda ou Discorda?



    Suceder a um líder forte e carismático nunca é fácil, mas a função da Comissão Política não é concorrer em notoriedade com a sua referência máxima local que é o Presidente da Câmara. A sua função é apoiá-lo na sua acção e auxiliar na criação das melhores condições para que execute o seu mandato.



    9- Que planos, matrizes e ideias pretende aplicar no PSD Ovar, caso seja eleito?



    Temos como prioridade de acção o apoio aos nossos eleitos e uma dinamização da nossa estrutura militante. O debate, a troca de ideias e experiências, no fundo a busca do saber algo mais, é essencial para os nossos militantes e simpatizantes. Queremos proporcionar maior e melhor conhecimento dos diferentes assuntos da vida autárquica. Esta necessária dinamização, além de proporcionar conhecimento, visa também que os nossos militantes e simpatizantes se revejam no PSD Ovar. Por isso iremos dar especial atenção aos nossos militantes, mas também simpatizantes, mais jovens, as mulheres e a todos os que, ao longo de década, engradeceram o nome do partido no nosso município.




    10- Por fim, acredita que o Município de Ovar pode continuar a evoluir no futuro?



    Ovar tem tudo para evoluir de forma positiva. Acredito no nosso Município e a candidatura à presidência do PSD Ovar pretende ser uma pequena ajuda nesse trajecto evolutivo. E não poderia terminar esta entrevista sem deixar uma mensagem de esperança.
     




    Apontamento extra - Este foi o texto nº 995, e claro esta foi uma das primeiras três ou quatro entrevistas que pretendemos efectuar, no âmbito da iminente meta dos 1000 textos alcançados neste blog. Foi com muito agrado que entrevistamos o Dr. Pedro Coelho, Candidato à Presidência Concelhia do PSD Ovar. Devemos ainda salientar que enviamos, no mesmo dia, uma outra entrevista a um dos candidatos que pretendia ir às urnas na Concelhia do PS Ovar (eleições já realizadas). Aguardamos ainda que ele nos possa responder, o que agradeceríamos imenso. Estão ainda já preparadas duas entrevistas a figuras da cultura da nossa terra, que serão enviadas a qualquer momento.
    A foto exibida em cima foi retirada do Site do OvarNews.
     
    
    

     

    quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

    Salvador Malheiro concretiza obra já programada por Manuel de Oliveira

    Habitação Social na Praia de Esmoriz
    CMOvar lança primeira pedra no sábado


    O Presidente da Câmara Municipal de Ovar vai proceder ao lançamento da primeira pedra da empreitada de construção de 30 fogos de Habitação Social na Praia de Esmoriz, no próximo sábado, dia 21 de dezembro, pelas 15 horas. Trata-se da concretização de um objetivo estratégico e prioritário do executivo de Salvador Malheiro, pela conjugação de razões sociais e ambientais, englobando questões de segurança da população residente, em virtude da problemática do avanço do mar que afeta a zona costeira de todo o território concelhio.
    A empreitada “Conjunto Habitacional da Praia de Esmoriz” representa um investimento global de 2,2 Milhões de euros (obra, infraestruturas, terreno, fiscalização e projeto), assumido na íntegra pelo Orçamento Municipal, e prevê a construção de 30 fogos – 18 T2 e 12 T3, contemplando ainda as infraestruturas urbanísticas, tais como arruamentos, drenagem de águas pluviais e residuais, iluminação pública, abastecimento de água, entre outros. A obra terá um prazo de execução de 18 meses. 
    Salvador Malheiro, presidente da Câmara Municipal de Ovar considera que “esta é uma obra carismática e muito importante para o Município de Ovar. É uma obra prometida há décadas que é essencial, quer pelas condições habitacionais da população residente no Bairro dos Pescadores de Esmoriz, quer pelas questões da erosão costeira que afetam o nosso concelho, e colocam em risco e sobressalto constante os moradores e as suas habitações devido ao avanço do mar. O lançamento da primeira pedra é um ato simbólico, mas representa o arranque de obra ansiada há muito e que, se decorrer nos prazos previstos, dentro em breve estaremos a dar condições de habitabilidade e segurança a 30 agregados familiares do concelho”.


    quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

    Detida Mulher que terá presumivelmente agredido e roubado idoso de 80 anos

    A GNR de Esmoriz deteve, durante a tarde de ontem, uma mulher por roubo no interior de uma residência.
    A detenção surgiu na sequência de um alerta efectuado para o posto local da GNR, tendo a patrulha deslocado de imediato para o local e intercetado a suspeita a 300 metros do local.
    A suspeita fez uso da força contra o idoso de 80 anos residente na habitação.
    A mulher encontra-se detida no Posto Territorial de Estarreja onde aguarda a apresentação em Tribunal e aplicação da respetiva medida de coação a ser aplicada.
     
     
     
     
     
     
    Infelizmente, a conjuntura actual favorece, cada vez mais, a ocorrência destes actos indignos... Esperemos todos que se faça justiça!
     
    Imagem nº 1 - Olhe sempre pela sua segurança! Pessoa prevenida vale por duas!
     
     
     
     
    

    terça-feira, 17 de dezembro de 2013

    Esmoriz Ginásio Clube mais perto, Sporting Clube de Esmoriz mais longe...

    No voleibol, o Esmoriz Ginásio Clube foi à Madeira, derrotar a equipa local do CS Marítimo por 3-1. A equipa somou um importante triunfo que afasta, cada vez mais, o fantasma da despromoção, embora dificilmente os êxitos da temporada passada sejam agora igualados.
    No futebol, o SC Esmoriz sofreu um desastroso revés, ao sofrer uma goleada caseira diante do AD Sanjoenense (1-4). As ambições de promoção sofreram, para já, um duríssimo golpe. A margem de erro agora é seguramente mais curta.
    O cenário mais plausível neste momento passará pela manutenção de ambas as equipas nas divisões que ocupam neste preciso momento.




    Imagem nº 1 - Sortes diferentes neste fim de semana para os dois principais clubes da terra.
    Direitos Imagem - EsmorizPortugal (Facebook)

    segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

    Conto do Cusco I - A velhinha do dia 13...

    Nas ruas citadinas de Esmoriz, existia uma senhora, já com os seus 68 anos de idade, portadora dum cabelo liso esbranquiçado e uma face recheada de rugas, isto para além da sua pequena altura. Era natural de Cortegaça, aonde fora peixeira e, mais tarde, uma costureira remediada. O seu marido destacou-se inicialmente enquanto cordoeiro, mas perderia a sua vida, com uns lamentáveis 52 anos perante as ondas de fúria deste mar bravo que na zona não dá tréguas aos pescadores e moradores costeiros. O seu único filho também sofrera uma morte trágica aos 32 anos, vítima dum atropelamento ferroviário, quando atravessava fatalmente a passadeira da estação de Espinho. 
    Dona Josefina estava só na vida, era reformada, vendera a casa que possuía na vila vizinha, e estabeleceu-se na zona dos Castanheiros em Esmoriz, numa propriedade minimamente preservada que lhe seria transmitida hereditariamente, pois pertencera antigamente ao seu avô paterno. Mesmo assim, ainda convivia com algumas amigas no mercado semanal que se desenrolava aos Sábados nas proximidades daquela imponente Igreja Matriz. Para além disso, tomava cafés e tinha sempre o cuidado de ler a actualidade contida nos jornais e nas revistas.
    Aí conheceu Estevão, um espinhense de 56 anos, que trabalhava já há muito tempo nos Correios da localidade. De cara gorda, e uns olhos esverdeados, naturalmente meigos, este indivíduo, de alta estatura, pautava-se pela serenidade e demonstrava optimismo face ao futuro. Célebres eram as civilizadas desavenças entre os dois num dos cafés da cidade junto à Estrada Nacional.
    Josefina era antagonicamente pessimista e não hesitava em colocar defeitos a tudo. O seu passado vestiria a sua visão de cores negras e cinzentas.
    - Ó Estevão, não te consigo perceber quando dizes que muito se tem feito ultimamente nesta cidade! Josefina colocava a temática em discussão, e Estevão respondia:
    - Senhora Josefina, não acha que o pagamento de dívidas, a concretização duma Universidade Sénior e a fundação dum gabinete psicossocial são iniciativas fundamentais numa cidade como a nossa?
    Mas Josefina, habitualmente vestida com roupas sujas de terra (costumava trabalhar um pouco na hortinha que tinha na sua propriedade), tinha resposta para tudo:
    - Eu referia-me concretamente aos buracos das ruas. Qualquer dia, ainda sou engolida por uma cratera e depois têm que me salvar mediante escadas de auxílio. Mas tu, ó Estevão, para falares assim, é porque já tens um tacho! Faz bom proveito. 
    Quando a conversa chegava a este ponto, Estevão voltava a desviar os olhares e concentrava-se apenas na leitura do jornal ou da revista que costumava estar mesmo à sua frente. Não queria pois alimentar uma discussão inútil que não os levaria a lado nenhum.
    Josefina lançava ainda os seus habituais escárnios contra a Troika e as políticas de austeridade do seu país que nos conduziriam cada vez mais à miséria e perda de direitos. Não admitia ela que lhe cortassem na pensão a que tinha direito, após tantos anos de duros esforços.
    Uma vez, em pleno restaurante na zona da Praia de Esmoriz, jurou que se, fosse ela, um dia, a Presidente da Junta de Freguesia de Esmoriz ou da Câmara Municipal de Ovar, mandaria tapar todos os buracos das redes viárias, mandaria construir um lar com preços acessíveis para os mais idosos, ordenaria a criação de mais um parque para jovens e velhos, e reabilitaria as moradias humildes dos pescadores. Nesse momento, toda a vareirada lhe dedicou uma chuva de aplausos. Até Napoleão sentiria inveja do entusiasmo que ela conseguiu implementar na plateia que se deixava cativar. Ó Joana de Arc que tiveste de esperar quase 600 anos para observar uma nova líder guerreira ao teu nível, capaz de despoletar interesses mútuos naqueles novos seguidores que a escutavam quase religiosamente!
    Claro que Josefina reivindicava algum protagonismo nas discussões, mas é certo que levava, no fundo, uma vida humilde. Por vezes, compadecia-se dos mais carenciados e lhes entregava esmolas e até alimentos. Apesar do negativismo da sua visão, não recusava conversa a ninguém. Descia as ruas de Esmoriz em direcção à Praia para contemplar nostalgicamente o mar que nunca devolvera o corpo do seu marido. Como estava vestida muitas vezes com o seu avental humilde, passava despercebida e muitos a olhavam como uma desgraçada a vaguear pela cidade. Havia quem, sobretudo os mais novos, fizesse troça dela.
    Todavia, num dia tudo iria mudar repentinamente!
    Estávamos numa sexta-feira, dia 13 de Janeiro, as tradicionais superstições sinalizavam uma elevada possibilidade de amaldiçoamento, mas Josefina, decidiu arriscar novamente a sua sorte na lotaria, depois de algumas tentativas falhadas, em que a própria barafustava com a televisão, ousando colocar em causa a transparência do sorteio, mas tudo não era mais do que o descarregamento da sua frustração que todos nós acabamos por sentir em variadas alturas difíceis da vida. Mas naquele dia, tudo estava reservado a ser diferente. Mal teve conhecimento de que os números coincidiam com aqueles em que apostou, a senhora pulou de alegria, embora se tenha aleijado no joelho que já não aguentaria com tanto furor e excitação física. Josefina acabava de ganhar uma soma avultada. Os vizinhos falavam em 25 milhões de euros, 5 milhões de contos! Acabava de se tornar na senhora mais rica de Esmoriz e quiçá de todo o Município de Ovar. Muitos aguardavam que esta senhora pudesse dispensar algum dinheiro para ajudar a comunidade, já que o seu interesse até então revestia-se de honestidade e sinceridade.
    Josefina viu o seu prestígio a aumentar, e por isso, adquire roupas da última moda, utiliza anéis e brincos cintilantes, usufrui agora dum chapéu famoso do Panamá. Agora ela não caminha, desfila pois, atrai os interesses de homens da sua idade, mas outros, mais jovens, na casa dos 20 e 30 anos, já lhe piscam o olho, mas talvez não o fizessem por atracção à sua compleição física. Esta senhora, agora nobilitada de tal forma ao ponto de lhe chamarem "Rainha de Esmoriz", desfizera-se das suas roupas recheadas de nódoas e já muito encurrilhadas que foram atiradas, sem piedade, para os contentores de lixo. Desterrou a sua horta, e mandou aí implantar uma piscina nova para que a pudesse utilizar umas poucas vezes no Verão. Comentam ainda os vizinhos que ela terá comprado um carro de boa gama, mesmo que nunca viesse a conduzi-lo! Para além disso, já desfrutou de voos rumo a destinos exóticos: Maldivas, Seychelles, Hawai, Canárias, República Dominicana... Era igualmente convidada para as festas das elites. Nalgumas, até lhe pagavam bem a sua entrada. Os tempos árduos, em que fora humilde e lutadora, já lá iam! Esquecera-se das antigas amigas que sempre a ajudaram a levantar o seu moral, quando as coisas não lhe saíam bem, até ignorava agora o próprio Estevão, por considerá-lo duma classe inferior. As esmolas outrora para os mais necessitados passaram a ser utilizadas para aceder a todo de excentricidades individualistas. 
    Em breve, seria ainda convidada para uma lista que venceria as eleições autárquicas na terra. Com o cargo de tesoureira, e depois de secretária, durante 2 mandatos distintos que totalizavam 8 anos, demonstrava o seu novo ego nas reuniões e não hesitava em colocar defeitos nos demais (as actas referem que chegou a chamar cabeça de baleia a um elemento da oposição por ter um aparato superior acima do pescoço), mas é certo que já, com mais de 75 anos, o coração obrigava-a a moderar os seus caprichos. Abandonou pois o cargo, e as ruas mais esburacadas, continuavam por solucionar, os pescadores sofriam cada vez mais com o avanço marítimo, o parque que fora construído era demasiado pequeno e mal localizado, dizendo os mais supersticiosos que lá andariam fantasmas. Este fora o seu legado!
    Josefina fora assim até aos 82 anos, altura em que falece de ataque cardíaco, quando por engano, recebe uma telefonema anónimo a ameaçá-la de morte. Pelos vistos, o responsável pela ameaça enganou-se a marcar o número, e pensando que estava a falar com outra mulher, que não a própria Josefina, terá acabado por gerar imediatamente uma reacção interior imprevista de Josefina que morrera acidentalmente. O culpado nunca fora apanhado, pois a polícia sempre suspeitara que o ataque cardíaco tivesse sido de ordem natural. 
    Os 16 milhões de euros que ainda restavam foram parar às contas do Estado. É claro que ainda houve falsos herdeiros que desejaram reclamar estas verbas, mas em vão... 
    Afinal, o famoso dia 13 de Janeiro, sexta-feira, não fora um dia de sorte para Josefina... O seu carácter deteriorou-se, e a prova disso, é que ninguém compareceu no funeral, excepto o padre, o sacristão e o coveiro que garantiriam o cumprimento formal do enterro.





    Retrato meramente exemplificativo duma Velha Rica.
    Retirada de: http://freaks-arte9.blogspot.pt/2010_07_01_archive.html, (Desenho de Sara Santos).




    Nota: Esta é uma das surpresas do nosso blog. Daqui em diante, procuraremos redigir contos. O próximo será de Natal e será publicado no dia 25 de Dezembro. Os nomes apresentados são puramente ficcionais e o enredo é só fruto da minha imaginação. Nunca tencionarei ofender alguém em concreto.





    domingo, 15 de dezembro de 2013

    No Facebook, perguntamos sobre as ruas mais medonhas de Esmoriz II

    Na vossa opinião, em que locais existe necessidade de tapar buracos e colocar sinalização de trânsito em Esmoriz?
    As respostas serão também elas publicadas no blog Cusquices de Esmoriz.

    O perfil do EsmorizPortugal também teve a honra de se associar à nossa iniciativa, partilhando a nossa questão, o que mereceu também as respostas de outros leitores, as quais decidimos igualmente partilhar.
    Agradecemos desde já o gesto desse conceituado perfil na obtenção de mais respostas de âmbito cívico.



    Sara Sá - Buracos da nacional à zona de matosinhos de baixo.


    Carole Pinho -  Na estação.


    Sergio Vieira - Avenida da praia.

    Sónia Pereira Gomes -  R. S. João, Av. 29 de Março ( em frente à loja Garrafeira), R. da Estrada Nova (Bombas Repsol).


    Manuel Sa - Buracos...são quase em todas as ruas. Sinalização...Stop na rua Padrinho Manuel com a rua dos Castanheiros e Ruas vizinhas sem sinalização alguma com a rua dos Castanheiros(acidentes quase todos os dias)...sinal de informação no cruzamento da Av. Praia c. Av. 29 março para quem vira para sul e vem da praia a indicar que o transito se faz nas duas ruas, para sul.etc.etc.etc


    Vitor Nuno - É fazer uma viagem pela terra dos sonhos esmoriz....quase todas as ruas interiores estão esburacadas....enquanto a carruagem (no campo de futebol) passa...


    Sandra Costa - Toda as ruas que dão à Rua dos Castanheiros, falta sinalização. Passadeiras na Rua Alexandre Sá Pinto em Gondesende e na Rua de Gondesende. A Rua da escola em Gondesende é uma vergonha. Se formos a ver todo o Esmoriz precisa de um "tratamento".


    Vera Malta - Rua Gaspar Corte Real está a precisar de uma rua nova.

    Ruben Oliveira - Matosinhos de baixo.


    Hélder Garcia - A rua da Turquia foi feita há anos e nunca foi rectificada está uma vergonha para não falar na rua dos tanoeiros que ainda é de paralelos e horrível da ponte até a estação.


    Joaquim Oliveira - Os autarcas de Esmoriz, deviam ter que passar, todos os dias, com as suas viaturas, para e do trabalho, para verem quem é que precisa! Mas, já estou a topar a cena. É só fumaça!


    Álvaro Couto Claro - Claro que sim, por exemplo na minha rua não há stop quando entro na rua das cavadas,e na rua da industria tapam buracos mas nada resulta é gastar dinheiro, ou melhor dar-lo a um saco roto, aí o que faz falta na verdade é um piso novo até à rotunda do intermarche, porque é uma rua com muito movimento de camiões e claro o desgaste do pavimento é muito maior.

    Rui Monteiro - Rua da Escola em Gondesende. A única rua que ainda não teve qualquer obra de requalificação de pavimento na zona.

    Vitor Gomes - Devem acabar as obras que vão da Repsol à estação com ligação à av correios que nunca mais acabam. Devem estar a espera que chova.

    Luis Dias - Em muito sítio na Nacional e outros que já não há outra solução senão Estrada nova...


    Zilda Monteiro Carvalho - A rua do tanque em gondezende. Para entrar em casa daqui a pouco só de jipe.

    Marlene Brandão - Rua da indústria. Rua das saibreiras (faz a ligação da Cordex ao Intermarché) está num estado miserável há anos..


    Carla Fernandes Rua da Seara. Cheia de buracos. Entretanto andaram a tapar. Agora é uma rua de buracos e lombas. E a rua que desce da escola Florbela Espanca até à 109 também está num estado péssimo.


    Sandra Costa - O que eu não percebo é por que se pavimentam ruas e estas ficam impecáveis e depois passado um ano ou pouco mais os "iluminados" decidem esburacar tudo para passarem tubos de gás, saneamentos e tudo o que faz falta na comunidade... Será que não são capazes de idealizar as coisas e fazê-las de uma vez só, ao oposto de se fazer as coisas aos bocados, estragar o que ficou bem feito e depois serem só remendos??? Porque na minha opinião é só uma desculpa para se poder o dinheiro de todos nós, e sabem, ele é muito no nosso bolso neste momento... Mas esta é apenas a minha opinião.


    Susana Margarida Mendes Ribeiro - Rua da Seara, pode não ser uma rua com muito movimento, e até pouco conhecida, mas tem moradores que merecem uma rua sem buracos, aliás já caíram alguns moradores com limitações físicas. Desde que me conheço está rua sempre teve buracos.

    No Facebook, perguntamos sobre as ruas mais medonhas de Esmoriz...

    Na vossa opinião, em que locais existe necessidade de tapar buracos e colocar sinalização de trânsito em Esmoriz? As respostas serão também elas publicadas no nosso blog.
    (In Facebook, dia 11/13/2013)



    Vitor Jacinto MachadoA Rua de Santa Maria, Rua de Matosinhos e Rua de S. Sebastião que faz ligação com o cruzamento da Av. da praia (a única alternativa aos semáforos da av. praia com a en109 para quem quer ir em direcção a Ovar).


    Evangelina Rosa Medeiros Henriques - Rua paralela à estação de caminho de ferro (não sei o nome), lado oeste, direcção Esmoriz - Espinho.


    Fábio Vieira - Tapar buracos eu não diria isso, mas sim alcatroar a estrada da rua da indústria, está uma porcaria.


    João Santos - Rua da Estrada Nova e que, supostamente, foram terminadas em Julho passado encontram-se com várias deficiências ao nível do seu acabamento. Neste momento são verificados vários buracos no pavimento, nomeadamente junto à Repsol, onde se podem verificar buracos delimitados com fita. Verificarão mais acima, junto aos semáforos adjacentes à escola secundária e junto à empresa de transportes, que esta situação se repete. Reitero o facto de que esta estrada foi requalificada há apenas 6 meses.
    Encontrar soluções e alternativas como, requalificar ,no sentido norte/sul, a Av. 29 de Março parece uma manta de retalhos. 
    Rua de S. João que parece a Rua da "Nossa Senhora dos Aflitos " É vergonhoso...
    Junto à escola secundária, considero que as lombas colocadas antes do obstáculo (pavimento desnivelado) não resolveram o problema da velocidade exagerada dos automobilistas, sendo que na passagem as suas viaturas produzem um intenso ruído ao embater com as rodas nas lombas. Este facto tem perturbado o descanso dos residentes durante a noite.
    O maior problema é o resultado. Todos os dias ficam veículos imobilizados com o embate no pavimento desnivelado, derramando óleo para o chão. Penso que foi um exagero a altura definida para o referido desnível. A sinalização está correta, contudo, dado que estamos a falar de uma descida acentuada, deveriam ser implementadas outras formas de limitar a velocidade, permitindo assim que o automobilista chegasse ao referido desnível com a velocidade ideal para o transpor. Ato contínuo, os semáforos deveriam funcionar com limitador de velocidade.


    Jorge Vieira - Vocês sabiam que a rua da indústria é a rua onde começa Esmoriz quem vem de Gondezende e também é a rua onde acaba Esmoriz quem vai de Esmoriz para Gondezende que está uma boa bosta. As estradas em Esmoriz parecem mais um queijo Suíço. Sem mais comentários.


    Perfil do Q'viagem Esmoriz - Urbanização esmoriztur, está esquecida há mais de 20 anos e buracos não faltam para tapar!! Realmente merecia era um tapete novo, o existente tem mais de 30 anos!!


    António Sá - Já se tem feito algumas coisas a nível de sinalização no lugar onde vivo.


    Fátima Monteiro - Ó Cusco, sempre que o meu carro vai ao mecânico, eu devia meter a conta à Câmara, ou à Junta, a minha linda rua é a rua da agricultura antiga rua matosinhos de baixo. Nem precisamos de lombas, elas são naturais, só tapam os buracos até à Adega Alice tudo o resto é miragem.


    Rosa Paula Tavares - A Rua de São João. Foi esquecida há muito, é de lamentar.


    José Carlos - Na verdade a cidade precisa de uma intervenção de fundo a esse nível.


    Jorge Marques - E os condutores de civismo...


    Clementina Monteiro - Concordo com o civismo na condução mas não prescindo de puxar a brasa à minha sardinha um sinal com espelho à saída da rua das Irias para entrar na rua da Agricultura visto termos pouca visibilidade para o trânsito que aparece do lado Norte assim como não prescindo de melhor sinalização sempre que desço as escadas para passar pelo túnel continuo a dizer bicicletas à mão para serem considerados peões se querem irem em cima dela não devem circular nesse simples passeio que é o único que a rua da Agricultura tem para passar assim como também ficava bem ao sairmos do túnel um pouco mais à frente aonde viramos a esquerda para a rua das Irias podia existir um sinal a indicar que há saída na rua Agricultura para Espinho Porto, e Cortegaça Ovar embora neste momento existe um sinal só para os moradores por motivos de obras em Cortegaça, desculpem lá a má escrita porque ainda estou aprender a mexer neste meio comunicação
    Quanto aos buracos neste momento ali junto ao vidraceiro a estrada precisa de melhoras aqui na minha rua é sempre a mais esquecida com os seus paralelos umas vezes bem outras vezes parar o carro e se algum está solto arruma-se para a beirinha para ninguém se magoar parece mais rua do tempo dos ROMANOS, há muito ano que ninguém faz nada por esta rua e para se tornar mais linda o passeio dos animais abunda por aqui e nunca sabemos quando andámos a pé se de repente temos que meter o sapato no rio para lavar mas esta última o pessoal fazia bem colocar os seus animais a fazer as necessidades em frente ao que é deles e não custava nada apanhar com uma saquinha.




    Imagem nº 1 - Os habitantes continuam a queixar-se do péssimo estado de muitas ruas e da sinalização em Esmoriz. É certo que houve claras melhorias, no mandato do Dr. Manuel de Oliveira e do Dr. António Bebiano, contudo ainda há muito por fazer nesse capítulo.
    Foto da minha autoria



    Nota: Em tempo de Festas felizes, reduziremos as nossas publicações. Como já alertamos, está a chegar o nosso texto nº 1000, e para além duma caminhada triunfante que será realizada em breve, procurarei lançar, se tiver tal possibilidade, alguma(s) entrevista(s). Estejam atentos!

    A Cidade de Esmoriz receberá mais fundos por parte da Câmara Municipal de Ovar


    O aumento das verbas destinadas à Cidade, talvez no âmbito do Protocolo de Delegação de Competências, permitirá à Junta local delinear um programa de investimento que poderá passar pela adaptação da rede viária à realidade urbana de Esmoriz, frente de mar, parque infantil, jardins, eventos, colectividades e serviços prestados à Sociedade.
    O Plano Plurianual de Investimentos e Orçamento para a Cidade de Esmoriz terá ainda que ser debatido e aprovado em Assembleia de Freguesia, algo que não deverá ser difícil, dado que os sociais democratas detêm maioria absoluta.
    O investimento da Câmara Municipal de Ovar, ao nível do já mencionado Protocolo de Delegação de Competências, cifrar-se-à nos 1,3 milhões de euros anuais que serão distribuídos pelas freguesias. Em termos gerais, houve um reforço da verba aplicada (em 34%), mas é possível que nem todas as localidades tivessem sido beneficiadas. 
    Mais pormenores serão talvez conhecidos nos próximos tempos.


    Direitos Foto: Wikipédia


    quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

    Contribuições dos nossos leitores via Facebook


    Uma Princesa à beira-mar


    Uma terra plantada à beira mar,

    Cidade pequena, sereia de encantar…

    Quase perdida no concelho de Ovar!

    Terra de povo laborioso e hospitaleiro,

    Pérola em bruto do distrito de Aveiro.

    Cidade à tanoaria, ligada

    Arte, que está quase parada.

    Terra de natureza e poesia,

    Com perfume inebriante a maresia.

    Terra que mais conhecida, devia ser…

    Pois tem qualidades de enaltecer.





    Barrinha, que te ergues tão bela,

    Da Rede Natura 2000, mas tão esquecida,

    Pérola desta cidade, à espera de ser despoluída.

    Fartos, andamos de promessas por cumprir:

    Queremos é que amanhã o futuro seja a sorrir!

    Maravilhoso ecossistema que da Rede Natura Dois Mil, faz parte

    Quadro traçado a natureza: obra de arte!…

    Ai, Barrinha dos tempos ancestrais

    Dos passeios de gaivota…da limpidez das águas,

    Que eu nunca vi, e espero que não seja para não ver jamais .

    Barrinha que te estendes bela

    e albergas aves diversas, 

    És uma bela menina, mesmo, que por vezes, não pareças.

    Ai, Barrinha, barrinha, do meu coração!….

    Ainda tens muito para dar,

    Muito para brilhar, mas uma oportunidade de devem dar.

    Fauna e flora únicas, que têm de se preservar,

    Para que não sigas suja, quando o teu amante vais beijar

    Para que vás ainda mais bela ter com o mar!






    Esmoriz, terra de praia e de mar,

    De floresta com aves a cantar,

    Nas belas praias de Esmoriz,

    A espuma do mar, nos vem beijar!



    Praias de areia branca e fina,

    Bela bonina, de encantar…

    Que se vê no rosto do menino e da menina,

    Que com a areia vão brincar!







    Mar, por vezes leão, que parece que nos vai devorar,

    Mas, se estivermos tristes, é a olhar para ele 

    Que podemos pensar e sonhar!







    Mar belo e intemporal.

    Mar bom, mar cão….

    Mar que nos desperta

    os sentidos do Coração.




    Cidade das palafíticas construções,

    Palheiros de madeira, 

    Poucos,quase todos em condições.







    Para quem quiser em Esmoriz, pernoitar,

    No Verão tem casas para alugar.

    Para dormir há também o Parque de Campismo,

    Lugar cheio de dinamismo.

    Quem não preferir, o contacto com a natureza,

    no Hotel La Fontaine, ficará bem com certeza.






    Para os amantes do surf,

    que queiram cá ficar, 

    Aconselho o Esmoriz Surfivor Camp,

    um bom local a visitar!



    Esmoriz,também do Buçaquinho,

    que divide com Cortegaça,

    um parque sustentável que veio dar o ar da sua graça!

    Um parque muito diferente e digno de ser visitado

    Digno de louvor e digno de ser divulgado!









    Esmoriz, terra outrora de tanoaria,

    No rosto, os suor – no malho, a sabedoria!

    Nos barris, a experiência e o saber fazer,

    Para o bom vinho, proteger!

    Outrora, tantos barris, se faziam

    Para o Vinho do Porto acomodar,

    Mas os tempos são outros: há que inovar!

    Hoje, procuram-se formas modernas para sobreviver.

    Aposta-se no empreendedorismo e inovação

    Para ser uma tábua de salvação.







    Esmoriz, das igrejas e de uma bela capela,

    Que não há quem mais a tenha:

    A nossa capela da Penha.












    Esmoriz, cidade tão esquecida,

    Cansada de promessas, de povo simples e laborioso 

    Esmoriz, de gente ilustre e povo ditoso.

    Com muito para dar,

    Esmoriz, é também o povo:

    E não só a natureza, a praia e o mar!



    Venha, ver as belezas,

    Que Esmoriz tem para mostrar,

    DE certeza que mais tarde,

    Com saudade, irão recordar!










    Extenso Poema de Ana Amélia Roxo que promove a Cidade de Esmoriz
    (Especialista no idioma germânico)


    _____________________________________________________________________"____________


    Também outra nossa estimada leitora, Isaura Fátima Lopes, enviou-nos um vídeo repleto de imagens maravilhosas sobre a nossa terra, em concreto da nossa Arte Xávega. Por isso, com felicidade, tenho a honra de partilhar convosco.



    Vídeo nº 1 - A arte Xávega em Esmoriz
    Autoria de Joaquim Fonseca in Youtube



    Nota: Perguntamos via Facebook aos nossos leitores quais as ruas ou vias a merecerem urgentes intervenções. Falar-se-à também de sinalização a colocar ou a retirar. As respostas obtidas serão depois publicadas aqui, para que todos possam aceder a essa informação, pois nem todos têm uma conta nas redes sociais. Vamos ver o que sai deste nosso novo desafio.

    quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

    Boletim e Newsletter dos Bombeiros Voluntários de Esmoriz - Edição de Outubro

    bd
    Como tem sido habitual, temos o maior prazer em publicar mensalmente os feitos dos nossos soldados da paz. Também é necessário saber interpretar os avisos e os sinais que eles nos transmitem, para que possamos seguir sempre a postura mais acertada. Temos pois que zelar pela nossa segurança.
    Efectivamente, já se encontra editado o Boletim dos BVE para o mês passado de Outubro que contém os seguintes destaques a ter em especial conta:
     
     
    • Tentativas de Suicídio aumentam na região em 2013. Nalguns casos, os bombeiros foram bem sucedidos em evitar o deselance fatal, mas houve outras circunstâncias em que nada puderam fazer. A conjuntura actual não favorece um optimismo esperançoso por parte das pessoas, mas a "morte" nunca é solução para nada. Pedir ajuda é pois o mais sensato.
    • Primeiras chuvas originam despistes. Todavia, e felizmente, as consequências não foram muito gravosas para o mês de Outubro.
    • Jacinto Oliveira recebe mais uma homenagem. Desta feita, foi condecorado pelo Rotary Ovar que reconheceu os seus valiosos serviços ao longo da sua carreira.
    • Recolha de Tampinhas de Plástico tem feito a diferença. Duas crianças, portadoras de limitações, já foram auxiliadas e estão a ser alvo de cuidados numa clínica em Espinho, para além de usufruírem agora de melhores equipamentos. Os nossos soldados da paz acederam a quase uma tonelada de tampas. Agora chegou a altura de ajudar o Gonçalo! Contamos com todos! Não custa nada...
    • A inauguração/construção final do Quartel dos BVE aconteceu há 20 anos! No dia 31 de Outubro, comemorou-se especificamente esse marco histórico.
     
    Imagem nº 1 - Jacinto Oliveira foi novamente homenageado, desta feita pela Rotary. Recorde-se que ele já foi igualmente condecorado pela CM de Ovar, e venceu ainda votação de melhor esmorizense do ano de 2012 (no nosso blog).
     
     
     
    
    Referência Consultada:  Boletim Informativo - Bombeiros em Missão. Edição do Mês de Outubro de 2013. Número 41. Ano 4. Propriedade Associação Humanitária dos BVE, Grupo de Comunicação e Imagem dos BVE.