segunda-feira, 25 de maio de 2015

As Novas Aventuras do Cão Vicente - O De(cão)cordo (H)ortográfico (Conto de Ana Roxo)


E, cá temos de novo e sem excepção, ou exceção, ou melhor sem excepcão/excecão -as novas Aventuras do Cão Vicente: o cão, que  cãorrectamente/cãorretamente ou incãorretamente (vai-se lá saber) adpotou/adotou o desãocordo da (h)ortofrafia -trasformando a Língua Portuguesa num nabal pior do que o da sua tia!


E, era, assim nessa horta desa(cão)rdista de nabos, nabiças, animais daqueles ranhosos que transportam a residência às costas e põe os corninhos ao sol, que se encãotrava a (h)ortografia do Cão Vicente: o cão a(cão)rdista; todavia, incãosequente!
Lá ia ele viela abaixo, ciente que o facto cãotinuaria facto e, que fato era a indumentária que usava. Ia todo aperaltado, como o Chico Fininho; mas, com aquela coisa castanha e fedida que é excremento na sua algibeira; ia aprender a escrever Português com o A90, numa escola, perto da padeira! 
Todos sabemos que este cão aldrabão não é cãotra o A090; porém, ele já escrevia mal com o A045; cãoquanto, cão este novo, não se aguenta!
O Cão Vicente havia voltado para o bancos da escola, mal sabia ler e escrever e batia mal da tola! Na escola tinha mesmo de usar o de(cão)cordo (h)ortográfico e, ele era um 0 à esquerda a escrever: reinava a cãofusão, cãofusão a valer!
Dali não saía de maneira nenhuma, o Português: saía, sim, o famoso «mixordês»! A professora: a Cadela (In)Cãoveniente, escrevia-lhe muitas vezes: «alta e para o baile!» A páginas tantas, ele já não sabia se tinha de parar ou ir para o baile dançar!
Era tamanha a cãofusão: se, dantes pouco entendia: agora, menos sabia -tira acento, tira cãosoante, tira isto, tira aquilo - esta situacão, também  era extremamente cãofusa, até para o seu amigo - o Cão Crodilo!
O pior, foi quando a professora (In)Cãoveniente o mandou fazer uma cão(posicão): erro, atrás de erro, que até cão(gelou) das ideias o desgraçado do cão! E, até pensou mesmo em rever a sua posição, desculpem posicão -a sua posição de oposicionista  cão! O A090 era uma aberracão! Ele até se  cãovencia disso, mas, como sabem era sempre da oposicão!
A sua escrita a(cão)rdista revolucionária era uma autêntica cãostipa(cão): engripava as gentes; punha a Língua em estado febril e a delirar, mas mesmo assim, insistia, o malfadado de(cão)cordo, apoiar! Este cão desa(cão)rdista não tomava direccão/direcão; sei lá, escrevia mal e com erros a Deus dará!
Era neste actual/atual sentido cãotraditório e de óptima/ótima seleccão/selecão, que reinava a cãofusão enredada como peixe na rede e na mais cãovicta (no «mixordês» do cão, cãovita - por estar cãofuso) linguística cãotaminacão! E, ele, como tanta gente, já escrevia também na variante: mixordizacão!
Até nos meses e dias da semana, a letra passou a ser pequenina, que até se lembrou da dita área fina! Era neste des(cãocerto)  latente de uma Língua a precisar de cãoserto e que deveria ser posta em bom estado de cãoservacão, que se decide o que, algo tão importante, sem saber se o comum do falante/escrevente da língua o aceita ou não!
Na visita de estudo ao Porto, que fizeram pela escola, até a Torre dos Clérigos,lá, em cima toda altaneira, ao ver que agora a sua torre (torre dos Clérigos) se escrevia também pequenina: era o descãosolo daquela cidade bonita!
O Cão Vicente, cãofundia-se, igualmente na hifenizacão  - que na empresa onde o cão aldrabão queria trabalhar, acãoselharam-no a falar com o codirector/codiretor. Tira hífen, mete hífen - não ajudou à simplificacão: cãofusão permanente na prefixacão e sufixacão, que já não se sabe o que se há-de fazer, agora,  é ha de, pois então, querem tirar o pobre do tracinho sem lhe pedir autorizacão!
Até a gramática ficou mais cãofusa -  cãofusão para alunos, professores e para os falantes em geral, de todos os cantinhos onde fala o Português, sobretudo em Portugal! Os cinco sentidos parece que perderam essência, sem tacto e com tato; sem olfacto e com olfato: só faltava o cágado perder mesmo a acento e o facto andar de fato! 
Uma coisa que o Cão Vicente não entendia é que se agora Egipto, é Egito; mas os habitantes não mudaram de nome, mas que descãosolação e descãocerto tão grande -nem sequer acho um nome!
Mas, este ser de quatro patas sabe que o povo sabe parodiar e, agora as arquitectas, são arquitetas, têm, tetas superlativas, portanto - então, perdeu-se a beleza das formas arquitectónicas, neste incãostante e desencãotado acordo desinteressante!
E, cãotinuava ele a teimar no de(cão)cordo,  mesmo  que com ele soubesse que não podia cãocordar, mas ele era da oposicão e gostava de a Língua assassinar!
Até mesmo o nobre Camões, o multifacetado Pessoa, a sofrida e única Florbela, entre outros tantos escritores/poetas únicos e fenomenais, mesmo não sendo deste tempo, na tumba se devem estar a revirar e a soltar «ais»! 
E, esta história termina em tom de descãosolacão; porém, também em tom sarcástisco e de brincadeira  através desta personagem em forma de cão. E, já que ele orgulhoso e aldrabão, não quer dar a pata a torcer: eu,arrisco-me a escrever, que  a Língua Portuguesa com o A090, fica sem cãodimento - eu prefiro dar-lhe o sal, pelo menos, assim tento!


Conto da autoria de Ana Roxo
Escritora Esmorizense





Texto e Imagem retirados de: http://anjosdaminhainspiracao.blogspot.pt/, (Site de Ana Roxo)

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