Passos Coelho, Primeiro-Ministro, e Rui Machete, Ministro dos Negócios Estrangeiros (envolvido em algumas polémicas que não interessam muito salientar neste nosso texto) vieram a público dar a entender de que o Tribunal Constitucional deve aprovar as reformas da TSU (Pensões), sob pena da situação do país se agravar drasticamente.
Neste ponto, é necessário recordar que o actual Vice-Primeiro Ministro, o homem das irrevogabilidades e da suprema coerência, afirmou, em tempos, que a TSU dos reformados seria a linha vermelha. Agora compreendem o elevado descrédito dos portugueses em relação à política?
Muitos reformados passarão duma vida já difícil para a iminente miséria. São pessoas que confiaram no Estado, e cuja dignidade não está a ser devidamente respeitada. Não se podem alterar regulamentos assim dum momento para o outro, é claramente inconstitucional!
Só há uma decisão possível do Tribunal Constitucional. Os juízes não são obrigados a ter visão política, mas sim a fazer justiça. E esta não se faz, tornando os pobres ainda mais pobres. Porque não cortam também nas reformas milionárias ou de luxo?
Medidas alternativas mais duras para o caso do inevitável chumbo do TC? Que venham então elas! Podem cobrar portagens nas praias, podem criar uma taxa sobre a água da chuva, podem aumentar a percentagem dos descontos para a Segurança Social, elevar consideravelmente os valores das portagens inconstitucionais estabelecidas nas EX-Scutt...
Façam o que quiserem, mas lembrem-se que daqui a 2 anos, há eleições legislativas... e se continuarem como têm estado nesta primeira metade do mandato, preparem-se para sair pela porta pequena, tal como os anteriores governos que o País teve.
Quanto ao Presidente da República, não vou tecer muitas considerações. Simplesmente, não tenho razões para confiar no seu trabalho. Acho que o País em crise merecia alguém muito mais interventivo!
É ainda curioso constatar que os ministros e deputados da Assembleia da República não tenham cortado ainda numa parte das suas regalias, como já fizeram, por exemplo, os da Itália e da Grécia. É tudo uma questão de ética, o exemplo deve vir de cima e era sempre uma forma de manifestar solidariedade com os sacrifícios do povo português. Mas o problema é que nem isso...
Em suma, temos um país com recordes inegáveis ao nível das desigualdades sociais e do desemprego!
Imagem nº 1 - Passos Coelho continua a apostar exclusivamente na Austeridade.
Retirada de: http://sicnoticias.sapo.pt/economia/2011/06/07/passos-coelho-quer-criar-autoridade-orcamental-independente-para-total-transparencia-as-contas-publicas
Imagem nº 2 - Os idosos que levaram uma vida humilde devem ser respeitados.
Foto que está a correr o Facebook (retirada daí)
Veja-se:
- http://expresso.sapo.pt/e-agora-a-tsu-das-viuvas=f834313, (artigo bastante interessante da autoria de Daniel Oliveira)
Olá
ResponderExcluirConcordo com quase tudo o que está no texto, mas...
O novo «imposto» de que se fala já não é a TSU mas sim um corte nas Pensões de Sobrevivência.
Sendo estas uma parte da reforma que o conjuge falecido auferia e que é agora «dada» ao conjuge sobrevivente ( daí o nome de Pensão de Sobrevivência), sou dos que acho prematuro discutir a bondade da medida enquanto não se souber os contonos da mesma, nomeadamente o valor a partir do qual se farão os descontos e qual a percentagem.
Ontem contaram-me uma situação de uma senhora que á sua pensão/reforma de 4000 Euros mensais junta a pensão de sobrevivência ( do marido falecido) de 2000 Euros.
Provavelmente todos concordarão que, neste caso, uma redução na Pensão de Sobrevivência será da mais elementar justiça...
Cumprs
Augusto
Olá Augusto,
ExcluirSim, nesse caso que indicaste, aceita-se perfeitamente a medida, mas o problema é que essa situação insere-se numa minoria de casos. A maior parte dos visados não consegue sequer auferir 500 ou 600 euros de reforma já contando com a junção da pensão de sobrevivência.
Mas concordo que devemos esperar pelos próximos capítulos, pois nada ainda foi oficializado.
Um abraço