segunda-feira, 2 de abril de 2018

4 processos aflitivos em Esmoriz

Existem quatro dossiers que, neste momento, devem preocupar a comunidade esmorizense. Sintetizando, o estado de degradação da Escola Secundária de Esmoriz, a situação caótica vivida na rua dos Tanoeiros, a interrupção das dragagens na Barrinha de Esmoriz e o possível encerramento do edifício da estação de Esmoriz (aliado ainda ao mau estado do troço da Linha do Norte) merecem, neste momento, uma intervenção urgente.
É verdade que não são quatro desafios fáceis para quem tem a responsabilidade de defender os interesses do concelho, mas é necessária persistência na argumentação que, apesar de todas as burocracias, não deverá ser de difícil elaboração, visto que a razão em todos estes processos está do nosso lado.
Começando pela Escola Secundária de Esmoriz, efectivamente não se compreende como esta foi colocada de parte, quando outras escolas secundárias do concelho foram contempladas com projectos de requalificação. Se as condições de segurança não estão sequer reunidas pelas variadas razões que foram já elencadas nas intervenções de Emanuel Oliveira, Presidente da Associação de Estudantes da mencionada Escola, e de Fernando Cardoso, Presidente da Associação de Pais da Escola Secundária de Esmoriz, então porque é que os planos de requalificação ainda não estão em marcha? Não é admissível que uma escola, que detém até alguma reputação e um estatuto acima da média (em termos de classificações obtidas nos exames nacionais), se encontre num estado onde se verificam fissuras nas paredes, infiltrações de água, abatimentos de piso, canalizações corroídas ou sistemas de segurança completamente obsoletos. Tampouco é aceitável que possa chover dentro de algumas salas até porque supostamente (ainda) não estamos num país do Terceiro Mundo. A responsabilidade aqui é essencialmente do Ministério da Educação e da Administração Central, mas também a autarquia ovarense tem de saber defender os interesses da sua população através de uma "pressão dialogante". A requalificação global da Escola Secundária de Esmoriz nem merece qualquer discussão, é uma emergência a olhos vistos!
Quanto ao segundo dossier, e com o mau tempo que se tem vindo a verificar, denotamos que a Rua dos Tanoeiros volta a acusar a presença de mais buracos. Este é também um tema que já leva vários anos. As promessas sucedem-se, mas nada acontece. Quanto ao apuramento de responsabilidades, a situação é dúbia. Uns apontam o dedo aos organismos públicos locais, mas há quem alegue que é a própria REFER que está a burocratizar toda a situação, visto que é necessária a sua autorização para o início das obras. Enquanto ninguém avança com a iniciativa, sugere-se aos condutores o máximo de cautela ou prudência.
A terceira temática preocupante está relacionada com a paragem abrupta das obras de desassoreamento da Barrinha de Esmoriz, no âmbito de um imbróglio cujos ingredientes poderão vir a materializar uma novela mexicana acompanhada de uma imensidão de capítulos de indefinição. A Sociedade Pólis e o empreiteiro não se entendem, o litígio chegou aos tribunais, e ninguém sabe quando é que as obras vão ser retomadas. E há também quem já tema que o assunto venha a cair no esquecimento, salvando-se da anterior obra apenas os passadiços e a respectiva ponte. Para um projecto que custou entre 3 a 4 milhões de euros (embora a verba tenha sido em larga escala comparticipada com fundos comunitários) e que motivou cinco anos de estudos, meus senhores, isto é muito pouco! Espero que o executivo municipal saiba puxar dos seus galões junto desta entidade. O desassoreamento era um dos pontos mais essenciais do projecto de reabilitação e se não for concluído, então é certo que as águas da lagoa ficarão na mesma, no mesmo de processo de regressão quanto à sua quantidade e qualidade, e completamente inaptas para qualquer finalidade, seja ela económica (pesca) ou de lazer (banhos, canoagem, paddle). 
Por fim, temos a polémica do troço da linha do Norte, onde a Infraestruturas de Portugal não tem assumido uma postura responsável. Não se compreende o adiamento sucessivo de obras que são essenciais para a segurança e o bem-estar dos clientes que recorrem ao transporte ferroviário. A juntar a esta inércia, a intenção recente desta empresa em encerrar, parcial ou totalmente, os serviços da estação de Esmoriz, é mais uma prova de que não conhecem a realidade local, e por isso, é necessário que os autarcas continuem a levantar a voz, como fez e bem, recentemente o actual Presidente da Câmara Municipal de Ovar.
Em jeito de súmula, são estes os quatro quebra-cabeças que têm de ser resolvidos nos próximos tempos. 
Por outro lado, e como não pretendemos que este texto seja apenas encarado como crítico, devemos saudar a reabilitação iminente do Esmoriztur, uma casa que muito diz aos esmorizenses. Esperemos que, ainda neste ano, já possamos assistir naquele espaço emblemático a espectáculos de elevada qualidade!



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Foto meramente exemplificativa
Retirada do Jornal "O Público"

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