sábado, 26 de setembro de 2020

Museu da Tanoaria – um sonho dos esmorizenses

A criação de um Museu da Tanoaria chegou a ser um projecto eleitoral e, na nossa opinião, era sem dúvida uma excelente ideia caso viesse a ser concretizada no futuro. Esmoriz é hoje a capital portuguesa da Tanoaria. Os seus primeiros tanoeiros encontram-se datados para o século XVIII embora operassem noutras regiões do país. No início do século XX, as primeiras tanoarias implementaram-se em Esmoriz, tendo chegado a existir 25 unidades. Recorde-se que, nestes tempos, Esmoriz ainda era uma aldeia, contudo a arte do fabrico de pipas, barris e tonéis estava já bem enraizada. Estes equipamentos serviriam para albergar vinhos (nomeadamente o afamado vinho do Porto), azeite e outros produtos líquidos. 
Hoje já não existem tantas tanoarias, infelizmente, muito devido à chegada dos tempos modernos em que as máquinas e a automação substituem a mão-de-obra! 
Como herdeiras do legado antigo, conhecemos ainda hoje as Tanoarias Josafer e Ramalho que continuam a laborar, mantendo bem viva esta tradição. É certo que se erigiu o elegante monumento ao profissional desta arte na Avenida 29 de Março em 1989 (uma escultura da autoria de José António Nobre), contudo sentimos que falta um pouco mais para que seja feita verdadeiramente justiça – um núcleo museológico que perpetue as memórias e os equipamentos de uma arte que teve impacto na economia local (e nacional) nos últimos três séculos. E decerto que não faltam ideias nem formas de colocar este projecto na prática. Cabe às entidades públicas locais em parceria com as tanoarias remanescentes esboçar tal feito que seria grandioso.




Direitos da Foto - José Fangueiro

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