Ao decretar o Estado de Calamidade, António Costa impôs mais algumas directivas e deixou recomendações. Por conseguinte, a partir de hoje, os ajuntamentos sociais ficarão limitados a um máximo de 5 pessoas, eventos familiares (casamentos e baptizados) não poderão exceder os 50 convidados, são proibidos os festejos académicos nas universidades, a ASAE e as Forças de Segurança irão intensificar as acções de fiscalização, as entidades comerciais e empresariais que não cumprirem os limites legais de lotação e a distância de segurança entre os seus clientes poderão ser penalizadas com uma coima até dez mil euros, e o Governo quer ainda, por fim, implementar o uso obrigatório de máscara na via pública e apela aos cidadãos para que instalem a aplicação StayAwayCovid.
No geral, todas estas medidas parecem-nos legítimas, e surgem como resultado do aumento exponencial do número de casos de infecção por COVID-19 nos últimos dias (o balanço diário já excede os mil casos). Claro que estas normas não beneficiarão os negócios da restauração e o comércio em geral, mas certo é que se nada for feito, o número de infecções poderá assumir proporções gigantescas, levando mesmo à saturação de vários hospitais.
Refira-se que não sou a favor de que se avance para o Estado de Emergência Nacional e decretar uma espécie de Quarentena quase obrigatória. Aliás, estas medidas que foram tomadas devem servir para atenuar o impacto das estatísticas de contágios e evitar uma resolução mais drástica. Economicamente, Portugal não pode parar porque caso contrário, as insolvências, os números do desemprego e a pobreza social iriam aumentar bastante nos próximos cinco anos. Poderíamos atingir uma fase de não-retorno, o que nos obrigaria a viver uma década terrível.
Quanto ao uso de máscara obrigatória na via pública, não concordo que essa directiva deva ser levada a rigor em meios urbanos ou rurais com pouco movimento, mas sim, nos grandes centros urbanos, onde a aglomeração de pessoas é por demais evidente.
Agora pede-se ao Governo que seja firme e coerente nesta fase crítica. Não pode cometer o erro de ceder como fez na Festa do Avante ou, como tem sido pressionado recentemente, de aceder às reivindicações de público nos estádios de futebol e pavilhões desportivos. Na verdade, o que importa mais: a visualização dum evento desportivo (quando hoje há outros meios modernos de transmissão) ou a preservação da integridade e saúde de cada um?
O Governo deve também intervir no estado actual das Unidades de Saúde Familiar, cujo funcionamento tem sido tão condicionado, não favorecendo o atendimento atempado dos utentes.
No que concerne à população, esta deve seguir as orientações da DGS e não arriscar desnecessariamente. Ainda hoje, vislumbramos pessoas que evitam usar a máscara protectora, talvez porque subestimam o vírus, mas a verdade é que estão a cometer um erro. O vírus não é uma farsa e, mesmo que a sua taxa de letalidade seja diminuta, a verdade é que nos pode obrigar a passar um mau bocado, além de que podemos contagiar outros, mais frágeis do que nós, sem darmos por ela.
Por favor, use máscara em recintos fechados, e na via pública, se estiver rodeado de algumas pessoas.
Olhe por si, respeite os outros!
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