quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Brilhante artigo histórico

Os responsáveis pela página oficial do Movimento Cívico Pró-Barrinha no Facebook, apresentaram um texto bastante interessante que deverá ser do conhecimento dos esmorizenses e dos demais apaixonantes da Barrinha. Exposto isto, passo a citar o artigo em questão:


Quem foi Afonso Martins Madeira († 1295) ? 

Trata-se duma das figuras mais polémicas da História de Esmoriz. Durante a segunda metade do século XIII, o cavaleiro Afonso Martins Madeira residia nesta terra, mas tal como alguns aristocratas do seu tempo, procurou aumentar os seus domínios, tirando proveito do seu estatuto social privilegiado. 
Dentro deste contexto, Afonso procurou, juntamente com 
João Nogueira (nobre de Paramos), apropriar-se da Barrinha de Esmoriz por volta do ano de 1273. No imediato, eles cobraram impostos sobre os bens aí extraídos pelos habitantes.
De facto, a lagoa oferecia enguias, taínhas, enguias, solhas, robalos, lampreias a muitos dos pescadores. Por outro lado, o seu meio envolvente proporcionava ervanço e estrume (para a lavoura) assim como junco e madeira (para as habitações).
Por isso, era um local com recursos apetecíveis.
Mas estes dois cavaleiros, sedentos de poder e ganância, apoderaram-se ainda do porto medieval que aí existia e que servia de abrigo a pequenas embarcações.
Por seu turno, o povo, embora temendo represálias, queixou-se perante o rei, defendendo o estatuto público ou devasso da Barrinha, de forma a aceder aos bens sem qualquer tipo de restricção. 
As inquirições de 1288-1290 contêm ainda a sentença de D. Dinis que favoreceu os interesses do povo, proibindo então Afonso Martins Madeira e João Nogueira de cobrarem impostos e de se apoderarem dum espaço que, por direito, não lhes pertencia. É claro que este processo iria arrastar-se por muitos séculos, visto que muitas casas nobres voltariam a reclamar a posse sobre a Barrinha de Esmoriz, mas o povo levaria sempre a melhor. 
Em suma, estávamos a falar de eras distintas em que a lagoa ainda movia muitos interesses... 
(AMORIM, Aires de - "Esmoriz e a sua História", p. 22-26)




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