quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Nova Sondagem - É possível reabilitar totalmente a Barrinha de Esmoriz/Lagoa de Paramos?

Durante o Portugal Medieval e Moderno (séculos XII-XVIII), a Barrinha de Esmoriz oferecera diversos recursos que os agricultores e pescadores da nossa terra procuravam para garantir o seu próprio sustento. Aliás, até existiam nobres que queriam tornar a Barrinha num lugar honrado e estes cavaleiros até já cobravam tributos sobre os produtos aí obtidos. De acordo com Aires de Amorim (na sua obra "Esmoriz e sua História"), o povo revoltou-se, defendendo que esta lagoa era devassa, isto é, pública. Assim sendo, alegavam que os aristocratas se tinham apropriado indevidamente daquele espaço natural para cobrar tributos injustos às populações. Obviamente que isto envolveu contendas a nível judicial, com a maioria das sentenças a favorecer os interesses do povo. 
Nos séculos mais recentes, a Barrinha atrairia ainda muitos turistas (quer fossem portugueses oriundos de outras regiões ou estrangeiros) que desejavam tomar aí os seus banhos de eleição. Inclusive, temos registos, datados do século XX, que atestam a presença de jovens casais que, atraídos por este "Paraíso", escolheram Esmoriz como local de destino para as suas núpcias.
Mas a mão nefasta do homem viria, nas últimas décadas, a poluir a Barrinha de Esmoriz, tornando-a num espaço com pouco interesse económico e como consequência, será praticamente abandonada. Apenas as aves continuam a visitá-la, enquanto que, alguns peixes conseguem ainda sobreviver à poluição das águas (temos aqui o caso das enguias, que ainda parecem constituir um número algo abundante). 
O Primeiro-Ministro, António Guterres, e o Ministro do Ambiente, o tal engenheiro José Sócrates (que agora está a estudar em Paris!), vieram cá fazer umas promessas tendo em vista a despoluição da Barrinha que seria orçamentada em 25 milhões de euros (5 milhões de contos na moeda antiga). Promessas essas que não deram em nada!!! 
Para além da já tão bem conhecida inércia política (a nível central e regional), entristece-nos ainda mais o facto das gerações mais jovens, que não conheceram a Lagoa nos seus tempos áureos, tenderem a desligar-se desta problemática. 
Por seu turno, os directores das Fábricas Poluentes poderão continuar a "agredir" a Barrinha de Esmoriz porque a impunidade é o prato forte deste país.
Todavia, ainda existem pequenas associações ambientais que zelam pelos direitos desta Lagoa. A título de exemplo, temos o Movimento Cívico Pró-Barrinha (fundado em 2000) encabeçado por Arménio Moreira, um homem de 74 anos que sente uma paixão tremenda por esta causa nobre. 
Mesmo assim, a sua brilhante exposição que pode ser observada junto ao Café Anos 60, apenas recebeu a visita de... 3 pessoas, durante o mês de Julho. É o desinteresse geral da população... Se descobrissem ouro ou prata na Barrinha, iam para lá todos meter o bedelho... 
Agora a decisão está do vosso lado - Acreditam mesmo que é possível recuperar a Barrinha? 



Imagem nº1 - A Barrinha, nos seus belos tempos, à frente do BarraMar's.
Fotografia da autoria de Jorge Santos (na sua página de Facebook)

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